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1 Edição Revista e Ampliada 2014.1 LÉO FARHÁ JEAN CARLOS SPIESS PREPARO PRÉVIO DOS ALIMENTOS MÓDULO 2 SUMÁRIO Apresentação 3 1. Introdução à Gastronomia: Conceitos e Definições 4 1.1 Histórico da Gastronomia 5 1.2 Hábitos alimentares atuais e Movimentos gastronômicos 11 2. Equipe de cozinha: profissionais e suas atribuições 13 3. Cardápios: Elaboração, aspectos e hábitos de consumo, formas de apresentação 14 3.1 Fichamento técnico operacional, fator de correção 16 3.2 Fator de correção e rendimento 17 4. Boas Práticas de Manipulação de Alimentos 18 5. Equipamentos, utensílios e mobiliário de cozinha 21 6. Identificação de alimentos: vegetais e fungos comestíveis 22 6.1. Frutas 22 6.2. Hortaliças (legumes e verduras Raízes e tubérculos) 23 6.3. Cereais 23 6.4. Leguminosas 25 6.5. Fungos comestíveis 25 6.6. Temperos, condimentos, especiarias e ervas aromáticas 34 7. Técnicas Culinárias Básicas: 38 7.1. Técnicas de cortes de vegetais 38 7.1.1. Família dos cubos 38 7.1.2. Família dos bastões 38 7.1.3. Família dos fatiados 39 7.1.4. Família dos boleados 39 7.1.5. Família dos torneados 40 7.1.6. Cortes decorativos 41 7.4 Técnicas Culinárias Básicas: Cortes de carne vermelha e aves 42 7.4.1. Carne Bovina 43 7.4.2. Carne Caprina 45 7.4.3. Carne Ovina 45 7.4.4. Carne Suína 47 7.4.5. Carne de aves 48 7.5. Técnicas Culinárias Básicas: Pescados e frutos do mar 49 7.5.1. Pescados 49 7.5.2. Frutos do Mar 57 8. Referências 60 3 Apresentação Caro aluno, este módulo destina-se a auxiliá-lo no aprendizado dos conteúdos ministrados nesta disciplina. Não é um livro de receitas, é uma orientação de técnicas culinárias de pré preparo de alimentos. Prof. Esp. Léo Farhá Ementa: O trabalho com os alimentos que necessitam de preparo prévio para serem ingeridos, incluindo higienização satisfatória, descascamento, subdivisões, cocção e quaisquer outras ações pertinentes. Objetivo Geral: Proporcionar aos alunos conhecimento atualizado e contextualizado do preparo prévio dos alimentos. Objetivos Específicos: Reconhecer a importância do preparo prévio dos alimentos e suas técnicas. Conhecer e compreender os conceitos, os princípios do preparo prévio dos alimentos. 4 1. Introdução à Gastronomia: Conceitos, Definições, Histórico Antes de falar sobre a Gastronomia é necessário saber algumas definições, quando o conceito foi criado e quem foram seus criadores. Existem relações entre a Gastronomia, a Culinária e a área da Alimentação ilustradas na figura 1 abaixo. FIGURA 1 Etimologicamente, Gastronomia deriva do grego, dos vocábulos gaster (estômago, ventre), e gnomos (lei), formando o significado lei do ventre. Arkhestratus (384-322 a.C.), poeta e viajante siciliano contemporâneo de Aristóteles, relata em sua obra Hedypatheia: tratado dos prazeres, suas experiências e descobertas culinárias. Essa obra é conhecida também como Gastronomia e ainda, Gastrologia, chamada assim por alguns helenistas (FRANCO, 2001, p.35). Para Iglesias o conceito mais adequado de gastronomia é o da França, um dos países que mais contribuíram para o desenvolvimento de técnicas e produções culinárias, além de promover a organização e nível hierárquico nas cozinhas. Mas a origem do conceito que inspira gastrônomos há séculos é a francesa. Gastronomia é a arte de transformar o momento da refeição em uma experiência sensorial extremamente prazerosa e única, com alimentos de primeira qualidade preparados e apresentados de maneira sedutora, utensílios refinados e todo um conjunto de fatores ambientais especialmente elaborados para esse momento (IGLESIAS, 2007 p. 9). Contudo, o conceito mais abrangente e simples é o de Sallés (2007, p.12) em que a Gastronomia é o estudo da relação existente entre a cultura e o alimento. Este conceito será utilizado para o entendimento dessa pesquisa. A palavra culinária deriva do latim culina que significa cozinha. Também conhecida por Gastrologia (AURELIO, 1999), é tida como uma ciência para Sallés (2007 p.12) e, a mais completa de todas as artes, a única que estimula todos os sentidos: a visão com as cores e a apresentação das preparações; o paladar com o gosto dos alimentos; o olfato com o cheiro das preparações; o tato com a textura e sensibilidade à temperatura dos pratos; e o mais curioso, a 5 audição com os sons de mastigação, crocância e estímulos sonoros como o de um abrir de lata de refrigerante, por exemplo. Para Fernández-Armesto (2004 p. 23), Culinária é toda e qualquer modificação feita pelo homem ao alimento que afete a sua constituição e gosto e, além disso, pode ser considerada um diferencial na espécie humana. Culinária é a arte do preparo dos alimentos utilizando técnicas de corte e cocção, para extrair deles os melhores sabores, gostos, aromas, texturas, aparências e temperaturas, para apreciação dos alimentos preparados enquanto obras de arte, a fim de obter a satisfação e prazer do degustador. A diferença entre Gastronomia e Culinária é que a primeira estuda a relação da cultura com o alimento e Culinária é o fazer, o ato de preparar o alimento. 1.1 HISTÓRICO DA GASTRONOMIA A História da Gastronomia se confunde com a história da humanidade. A busca do alimento motivou as maiores mudanças e evoluções do homem: a união para a caça coletiva, muito mais eficiente e satisfatória que a caça solitária; a procura por novos horizontes em busca de alimento e a fixação à terra para semeadura de vegetais e a criação de animais. Sem dúvida a descoberta do fogo foi o marco mais importante para a alimentação do ser humano. A cocção através do fogo deixou os alimentos mais duradouros, retardando a sua decomposição além de torná-los mais fáceis de mastigar. Porém, segundo Franco, muito antes da descoberta do fogo e sua utilização, os homens primitivos já coziam os alimentos. Os mais antigos fósseis humanos foram encontrados ao longo da Grande Falha Tectônica da África Oriental, onde abundam fontes termais e gêiseres. Paleontólogos acham provável que o proto-homem, mesmo antes de descobrir o fogo, tenha associado o calor proveniente dessas fontes ao de suas presas e ao de seu próprio corpo. Em decorrência, teria cozido caça em tais fontes de calor, numa tentativa bem- sucedida de devolver-lhe a temperatura e sabor de presa recém-abatida. Teria, então, cozido alimentos antes mesmo de descobrir o fogo (FRANCO, 2001, p. 17). Outro artifício que ficou marcado na história da alimentação foi a utilização de ervas aromáticas, temperos, condimentos e especiarias. Eram utilizados para mascarar, disfarçar o cheiro e sabor desagradáveis causados pela decomposição dos alimentos, pois a conservação era precária. O ato de comer deixa de ser somente para suprir as necessidades fisiológicas e passa a dar prazer ao homem. Junto com o prazer de comer, vem o prazer de dividir os 6 alimentos, a comensalidade. O compartilhar do alimento era um ritual de hospitalidade, aliança, fraternidade e isso fortalecia as relações sociais entre os homens. Fernández-Armesto, (2004 p. 24) ainda destaca que “o ato de cozinhar merece seu lugar como uma das grandes novidades revolucionáriasda história, não pela maneira como transforma os alimentos [...], mas sim pelo modo como transformou a sociedade”. Em Hedypatheia, Arkhestratus, considerado o fundador da gastronomia grega, relatou os banquetes que aconteciam entre os nobres da Grécia Antiga, nos quais os anfitriões, por mais ricos que fossem, preparavam as refeições com a ajuda dos amigos, quando recebiam convidados especiais (FRANCO, 2001 p. 37). Só depois apareceu o mageiros (padeiro), que, posteriormente, passou também a cozinhar, evoluindo para a posição de archimageiros ou chefe de cozinha, e possuía uma equipe sob o seu comando. No século IV a.C. os cozinheiros eram escravos, mas com o crescimento do apreço pela boa mesa, os cozinheiros ganharam importância e ascendência sobre todos os escravos da casa. Após anos de experiência e dedicação, podiam chegar à posição de mestres na sua arte (FRANCO, 2001, p.37). Os Romanos herdaram dos gregos alguns hábitos e técnicas culinárias que foram bem aceitos no Império. Eles inventaram os convivia, banquetes que duravam dias e o exagero e a ostentação eram presentes e até comemorados. Em alguns desses banquetes existiam os “vomitórios” em que após se fartarem, os convidados provocavam vômitos para repetir a comilança, aponta Castro (2007). Esses banquetes excessivos só eram acessíveis aos patrícios, a aristocracia romana. Os costumes alimentícios dos romanos não estão longe dos costumes atuais. Comiam de três a quatro vezes ao dia: o ientaculum ou desjejum realizado por volta das oito da manhã, o prandium ou almoço, a merenda refeição opcional reservada aos camponeses para resistir ao cansaço do trabalho e a cena, ou jantar, a principal refeição do dia e a oportunidade de reunir a família e, em ocasiões especiais, os amigos (SALLÉS, 2007, p. 8, 9). Mas a maior contribuição dos romanos para a gastronomia atual e um dos primeiros registros escritos sobre técnicas culinárias e receitas é “De re coquinaria” de autoria de Marcus Gavius Apícius, o mais conhecido e reputado dos “Apícius”. Existiram mais dois antecessores também conhecedores dos prazeres do comer bem, denominados de “Apícius”. Possivelmente o primeiro deles era o “mestre” e os seguintes os seus discípulos. Além do livro, Marcus Gavius Apícius deixou em seu legado, uma escola de cozinha (SALLÉS, 2007). 7 A Idade Média foi um período difícil para o desenvolvimento da gastronomia. Com a escassez de alimento devido a guerras, intempéries climáticas e epidemias devastadoras, o prazer de comer bem era restrito à nobreza, à burguesia e à Igreja Católica Romana, detentoras de riquezas e conhecimento. Foi nos mosteiros que os hábitos originados na antiguidade foram preservados, por monges de ordens religiosas. Os mosteiros mantiveram ao longo da Idade Média elevado savoir-faire culinário e enológico. Os religiosos desempenharam grande papel no aprimoramento dos vinhos e a viticultura pôde ser considerada um dos principais pontos de resistência das tradições romanas, em confronto com a influência bárbara. Coube às abadias da França desenvolver a cultura das cepas vinícolas nobres. São Inúmeros os grandes vinhos europeus que devem a sua origem à atividade monástica (FRANCO, 2001, p. 62). Inicialmente, nas cozinhas da Idade Média não se conhecia grande variedade de processos de cocção. Todavia, havia lareiras nas casas em que giravam espetos para assar carnes e onde se dependuravam caldeirões para cozinhar sopas e legumes. Não se utilizava forno em residências, importante na Idade Antiga, pois só os conventos e castelos abrigavam fornos, já que com o fim do Império Romano as padarias públicas desapareceram. O fabrico de pão voltou a ser doméstico e para assar, utilizavam-se fornos comunitários, prática presente até hoje em algumas aldeias de países mediterrâneos. (FRANCO, 2001, p.69). A influência árabe foi decisiva para o desenvolvimento culinário da Idade Média. O contato que se deu na Península Ibérica, Sicília e pelas Cruzadas, contribuiu para a volta da utilização de produtos como ervas, especiarias e condimentos muito usados na antiguidade pelos romanos e caídos em desuso por dificuldades causadas por constantes guerras. Ainda assim, esses produtos eram somente usados pela nobreza e o clero. A Idade Moderna foi o período em que a Gastronomia mais se desenvolveu e criou as suas mais expressivas personalidades. O desenvolvimento da navegação, por nações como Portugal e Espanha, serviu como alternativa mais barata e rentável para a compra de produtos no oriente. O uso desses produtos estimulou o mercado de especiarias tornando-as mais acessíveis e possibilitou a criação de novas receitas e aprimoramento de técnicas culinárias. A demanda de especiarias e o seu comércio serviram de motivação para o início da era das expedições marítimas, para a formação dos impérios coloniais e para o desabrochar do capitalismo europeu (FRANCO, 2001, p.85). Com as grandes navegações, o intercâmbio cultural entre os países da Europa, Ásia, Américas e África se intensificou e a troca de receitas e técnicas culinárias possibilitou diferentes preparos de um mesmo produto. Isso contribuiu para o desenvolvimento da gastronomia naquele período. 8 E assim os europeus aprenderam e também ensinaram o preparo de um mesmo alimento de maneiras diferentes, o uso de novos temperos, a combinação de diversos sabores e o cultivo dos mais variados produtos (LEAL, 1998, p. 38). O Renascimento também contribuiu, e muito, para o desenvolvimento da gastronomia. A beleza e exuberância das artes estavam presentes na liberação dos prazeres, inclusive os proporcionados pela boa mesa. “Houve o desenvolvimento da jardinagem e do cultivo de árvores frutíferas, favorecendo o progresso da mais civilizada de todas as frutas: a pêra, rainha dos pomares” (LEAL, 1998, p. 40). No Renascimento, a cozinha européia tornou-se mais elegante e simples e as boas maneiras à mesa eram valorizadas mostrando refinamento, principalmente no uso de talheres e guardanapos, além da higiene das mãos antes das refeições. No preparo dos alimentos, a moderação do uso de condimentos e especiarias também era sinal de refinamento e elegância (LEAL, 1998, p. 40). No século XVI a França sofre grande influência da Itália, principalmente depois da chegada de Catarina de Médici, esposa do rei Henrique II, que trouxe uma comitiva de grandes pasteleiros e chefs italianos. Esse fato marcou o início da mais complexa e refinada cozinha do ocidente, a francesa que herdou dos pioneiros italianos a grande arte da alta cozinha (LEAL, 1998, p. 41). No século XVIII, no reinado de Luís XV, a cozinha francesa se afirmou. Com elegância e refinamento e deixando a pompa um pouco de lado, a cozinha francesa valorizou mais a discrição, despertando para inteligência, criatividade e interesse pela boa mesa (LEAL, 1998, p. 48). A contribuição da França foi uma das mais significativas para a gastronomia atual. No século XVI a nobreza francesa exaltava o luxo, o glamour, a ostentação e o refinamento, principalmente na alimentação. “O conhecimento sobre a culinária seguiu se desenvolvendo e formando grandes chefs, com direito a prêmio para os melhores, como o ‘Cordon Bleu’, concedido pelo rei” (IGLESIAS, 2007, p. 12). Mesmo com a revolução de 1789, a França não perdeu a vocação para a culinária. Foi berço dos primeiros cafés e restaurantes além de criar personalidades importantíssimas para a gastronomia mundial, cozinheiros como, Guillaume Térel, conhecido por Taillavent, cozinheiro da realeza francesa no século XIV; La Varenne do século XVII, criador do molho brancobásico, o béchamel e autor de regras na sequência de pratos (FRANCO, 2001, p. 157). Marie Antonin Carême, conhecido como o rei dos cozinheiros e cozinheiro dos reis, foi um dos mais importantes cozinheiros da nobreza francesa do século XIX, servindo inclusive a Napoleão, além da nobreza de outros países, como Rússia e Inglaterra. Primeiro “chef celebridade”, seus suntuosos banquetes traziam status aos seus clientes. Além de cozinhar e 9 relatar suas receitas, Carême se preocupou em registrar lances diplomáticos que se desenrolavam em seus salões, problemas e infortúnios que afligiam criados, criticando inclusive as péssimas condições de trabalho em que tinham que sobreviver (KELLY, 2005). George Auguste Escoffier revolucionou a cozinha de elite francesa no final do século XIX e primeira metade do século XX e inovou o conceito de pratos finos, simplificando cardápios, o que tornou a escolha mais fácil para os paladares mais apurados. Segundo Iglesias (2007, p.16), aperfeiçoou a organização clássica dos trabalhadores na cozinha, definindo a responsabilidade de cada um. Foi importante também na sua associação com César Ritz e trabalhou em muitos dos mais finos hotéis da Europa. É considerado pai da Nouvelle Cuisine, seu trabalho ainda foi reconhecido nos Estados Unidos e tornou-se moda nas cozinhas americanas. No Brasil, o primeiro relato de que se tem notícia da alimentação no Brasil foi a carta de Pero Vaz de Caminha à Corte Portuguesa em que ele descreve o intercâmbio cultural entre os portugueses e os índios e suas comidas. A base da alimentação indígena na época do descobrimento – e até os dias de hoje – era a farinha de mandioca, que tinha predileção total entre os índios. Com a farinha se fazia o beijú e preparavam-se farnéis de guerra, caça ou de pesca, além do pirão escaldado com caldos gordos, feitos no Brasil antes mesmo do descobrimento. A farinha está para os índios, assim como o trigo está para os europeus e o arroz está para os asiáticos. Além da mandioca, os índios consumiam frutas, cará, milho, feijão, batata, abóbora, aipim e amendoim. Frutas como a banana, lima, limão e laranja só foram conhecidas com a colonização portuguesa (LEAL, 1998, p. 68) Boa parte dos alimentos e técnicas de preparo de comidas foram herdadas dos índios. A culinária indígena foi muito afetada pela presença do “homem branco” e os antigos hábitos são cada vez menos praticados, porém a farinha de mandioca continua sendo um alimento importante em todo o país. A colonização portuguesa foi decisiva para o surgimento da “cozinha brasileira”. A instalação definitiva dos portugueses e suas famílias no Brasil, no século XVI, fez com que alimentos de diversas origens e técnicas culinárias mais elaboradas se proliferassem pelo país, dominando o modo de preparo dos alimentos da época. Os portugueses trouxeram bois, vacas, ovelhas, frangos, cabras, carneiros, porcos, patos e gansos criando-os em fazendas ou em quintais de suas casas. Cultivaram uma grande variedade de frutas, legumes e cereais, ervas e temperos. Esses produtos eram a base da alimentação dos brancos portugueses e influenciaram também os hábitos alimentares indígenas e dos negros africanos. 10 Foi inclusive pela mão da mulher portuguesa que índios e negros conheceram o açúcar e toda sorte de sobremesas, que mais tarde se tornaram diárias na mesa do brasileiro. Esses pratos doces eram mais associados à idéia de passatempo do que à idéia de sustento conhecida até então (LEAL, 1998, p.77). Muitas sobremesas foram produzidas aqui no Brasil por causa da fartura do açúcar produzido nos engenhos. Frutas em calda e compota, pães-de-ló, baba-de-moça, folheados, sonhos, doce d’ovos, fios de ovos, gemadas, mães-bentas, cremes e manjares eram as maravilhas feitas com o açúcar e ingredientes vindos da terra natal dos portugueses. Até hoje esses doces são muito apreciados em todo o país. Assim como os índios e os portugueses, os negros africanos deram importante contribuição para o que conhecemos hoje por cozinha brasileira. Alguns hábitos alimentares originados nas senzalas dos engenhos e fazendas coloniais são utilizados até hoje em todo o país. As condições em que os negros africanos vieram para o Brasil eram altamente precárias e com uma alimentação extremamente pobre. Não escolhiam o seu alimento e sua alimentação era imposta pelo colonizador português. Logo que chegavam ao Brasil pelos navios negreiros, eles recebiam uma alimentação à base de frutas, devido aos efeitos revigorantes para se recuperarem e assim poder trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar. No século XVI o negro passou a utilizar o feijão em sua alimentação, já conhecido pelos índios, portugueses e pelos próprios negros, porém não era muito apreciado anteriormente. Com os feijões adicionados às porções de carnes rejeitadas pelos brancos como pés, orelhas e rabo de porco, sobras de carne da Casa-grande e a farinha para o acompanhamento, nasce o prato mais conhecido e consumido do Brasil, a feijoada. (LEAL, 1998, p.75). Nos engenhos de açúcar ou fazendas de gado, era importante que os escravos não passassem fome, para ficarem fortes para o trabalho e para manter a fama de fartura. Assim, os negros comiam de tudo e em exageradas quantidades (LEAL, 1998, p. 80). Um alimento de origem nas terras africanas e que, depois que chegou ao Brasil, fez muito sucesso entre os negros foi o dendê, que já era velho conhecido deles. Depois disso, era rara a comida de escravo que não tinha o dendê. Hoje, muitos pratos típicos brasileiros usam o seu azeite, como o vatapá, caruru, moquecas, entre outros, que são apreciados em todo o país, em especial, na Bahia (LEAL, 1998). 11 1.2 HÁBITOS ALIMENTARES ATUAIS E MOVIMENTOS GASTRONÔMICOS Atualmente, o aprimoramento da tecnologia dos meios de transporte e dos meios de comunicação faz com que as distâncias entre países e culturas sejam cada vez menores. As facilidades para achar ingredientes importados e com preços acessíveis, além da troca de técnicas culinárias e receitas entre pessoas de países diferentes criam uma variedade de restaurantes nunca vista antes e uma boa diversificação nos hábitos alimentares atuais. A proliferação de restaurantes típicos orientais é um bom exemplo dessa tendência na alimentação contemporânea. Para os ocidentais, o exótico e diferente hábito de comer peixes crus com hashis e comidas com molhos bem condimentados e picantes típicos da culinária oriental se tornou comum nas grandes cidades brasileiras. Isso é conseqüência do barateamento dos produtos e o fácil acesso a eles, além da aceitação da cultura oriental, fruto da imigração asiática no Brasil. A forte presença dos fast-foods nas grandes cidades do mundo é também um reflexo da mudança de hábitos da sociedade. Em qualquer esquina de uma metrópole na Europa, nas Américas, na Ásia ou na Oceania é fácil achar hambúrgueres, hot-dogs, kebabs e uma infinidade de comidas rápidas que são consumidas no próprio local e, em alguns casos, em pé e solitariamente, totalmente diferente das refeições com toda a família à mesa – de casa ou de um restaurante – desfrutando do hábito social de compartilhar o alimento. Numa época em que, a maioria das pessoas, no meio urbano, trabalha alguns quilômetros longe de casa e só encontra os familiares ao final do dia, a refeição vai deixando de ser um ritual familiar e adquire um caráter mais individualizado. Mesmo compartilhando uma mesma mesa com pessoas de seu círculo afetivo ou profissional, os indivíduos da era da informação priorizam seus próprios gostos,suas posições dietéticas e seus posicionamentos éticos, assumindo diante da comida uma postura ao mesmo tempo racional e espontânea (IGLÉSIAS, 2007, p. 20). Uma outra tendência gastronômica é o movimento Slow Food idealizado pelos europeus em defesa da cozinha clássica, dos produtos nobres e da excelência no serviço. Esse movimento segue uma linha tradicional no preparo e no consumo dos alimentos de maneira que o degustador aprecie com calma e tranquilidade as elaboradas preparações (IGLÉSIAS, 2007, p. 23). Mais uma consequência do fácil acesso de produtos importados e da velocidade da informação, uma nova tendência da gastronomia é a união, em um mesmo prato, de produtos de origem diferentes ou de preparações diferentes. A fusion food trás uma das propostas mais inovadoras da cozinha contemporânea: a de misturar. Nem sempre o resultado dessas misturas agrada os clientes, no entanto, choca, impressiona. 12 Na mesma linha da fusion food há um conceito muito mais inovador e chocante – uma culinária de vanguarda – em que a cozinha se transforma em um laboratório de experimentos científicos e os chefs em “cientistas loucos”. A cozinha experimental, cujo maior ícone é o espanhol Ferran Adriá, preza pela desconstrução dos alimentos. Iguarias como espumas comestíveis, sorvetes e gelatinas quentes são, no mínimo, curiosas e atraem clientes de todo o mundo, lotando o El Bulli durante os meses em que ele fica aberto. A desconstrução é um dos estilos de culinária que oferecemos no Bulli, e nem tem sido muito usada nos últimos dois anos. Ela se transformou num ícone que todo mundo menciona, mas 99,9 % não sabem do que estão falando. É um movimento de vanguarda: pegar um prato qualquer – feijoada, por exemplo – e mudar sua apresentação. Visualmente fica irreconhecível, mas quando você começa a comer a pessoa vai se dando conta: “Uau! Tem gosto de feijoada!” É divertido trabalhar com a memória, mudar a forma de sabores que estão arquivados (ADRIÁ, 2004). Para algumas personalidades mais tradicionais da área, como o diretor da École Lenôtre – renomada instituição de ensino de culinária – Philippe Gobet, a cozinha de Adriá não passa de um modismo e não durará por muito tempo (GOBET, 2005). 13 2. EQUIPE DE COZINHA: PROFISSIONAIS E SUAS ATRIBUIÇÕES Chefe de cozinha ou Chef: planejar cardápios, criar pratos, estimar custos, solicitação de profissionais, materiais, equipamentos,etc. Subchefe de cozinha ou Souschef: gestor de produção, manter o padrão de qualidade do estabelecimento. Steward: lavagem dos utensílios de cozinha. Gard manger: cozinha fria, preparo de saladas, molhos e preparações frias. Boucher: praça de pré-preparo de carnes e aves. Poissonier: praça de pré-preparo de pescados. Hours d’eauvier: praça de pré-preparo de canapés, frios e queijos. Saucier: praça de molhos quentes, caldos, bases, cozidos e ensopados. Entremetier: praça de guarnições (acompanhamentos). Rotisseur: Praça dos grelhados, assados, cozidos, ensopados.. Boulanger: praça de panificação. Patissier: praça das massas, confeitos e sobremesas, bolos, etc. Aboyeur: organizador e solicitante de pedidos. Tournant: cozinheiro folguista. Familia: setor da cozinha onde são preparadas as refeições dos empregados. Legumier*: setor da cozinha para corte e preparo de legumes. Atribuição incorporada pelo entremetier. Pottager*: praça de preparo de sopas e consomês. Atribuição incorporada pelo saucier. Grillardin*: praça de grelhados, atribuição incorporada pelo rotisseur. * Atualmente em desuso CHEF OU CHEFE DE COZINHA GARD MANGER BOUCHER POISSONIER HOURS D’EAUVIER SAUCIER POTTAGER ROTISSEUR GRILLARDIN ENTREMETIER LEGUMIER BOULANGER PATISSIER ABOYEUR TOURNANT FAMILIA SOUSCHEF OU SUBCHEFE DE COZINHA 14 3. CARDÁPIOS: ELABORAÇÃO, ASPECTOS E HÁBITOS DE CONSUMO, FORMAS DE APRESENTAÇÃO DEFINIÇÕES • “Cardápio é definido como lista de preparações culinárias que compõem uma refeição ou lista de preparações que compõem todas as refeições de um dia ou período determinado. (BERNARDES, 1997; IN SILVA/MARTINEZ, 2008) • Cardápio, também chamado de menu, lista ou carta, é um veículo de informação, venda e publicidade de um restaurante, e tem por finalidade auxiliar os clientes na escolha dos alimentos ou bebidas.(BARRETO, 2005) INTRODUÇÃO • Papel Psicofísico; • Estímulo Emocional; • Estímulos de Fome e Saciedade; • Agregador Social; CARDÁPIO BÁSICO DE UMA REFEIÇÃO • Hors d’oeuvre (antepastos, entradas fria e quente); • Saladas; • Sopas; • Ovos; • Massas; • Aves com legumes e guarnições; • Peixes e crustáceos com legumes e guarnições; • Carnes com legumes e guarnições; • Queijos e frutas; • Sobremesas LEIS DA ALIMENTAÇÃO • Lei da Quantidade; • Lei da Qualidade; • Lei da Harmonia; • Lei da Adequação. 15 PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS Objetivos: • Que tipo de cardápio? • Haverá sugestão do chefe? • Haverá cardápios para eventos? • Qual será a margem de lucro? • Qual a previsão de vendas? Aspectos Importantes: • Intuição: nada científica • Informação: objetiva e mensurável, obtida por meio de pesquisas e dados oficiais. • Utilização de novos produtos no mercado • Busca de novos hábitos alimentares • Idade, sexo, poder aquisitivo e ocupação da clientela • População, localização, clima e tráfego • Concorrência • Custo da matéria prima e equipamentos • Escolaridade e formação profissional da mão-de-obra necessária Montagem do cardápio a ser manuseado pelo cliente : • Fazer a descrição dos pratos de modo a exaltá-los • Lay out inovador e de fácil visualização LAY OUT INOVADOR E DE FÁCIL MANUSEIO • RESERVAR ESPAÇOS PARA PROMOÇÕES • CONTER IN FORMAÇÕES SOBRE TAXAS E SERVIÇOS, FORMAS DE PAGAMENTO ACEITAS • TELEFONE E ÓRGÃOS FISCALIZADORES ORDEM: • ENTRADAS E PETISCOS • PESCADOS • AVES • CARNES • SOBREMESAS • BEBIDAS 16 3.1 FICHAMENTO TÉCNICO OPERACIONAL Documento onde é descrito o preparo detalhado de um prato. A principal finalidade do fichamento técnico de um prato é a sua padronização. As unidades de medidas utilizadas para especificar as quantidades dos ingredientes utilizados no preparo dos pratos devem ser: • Medidas de peso: gramas (g) ou quilogramas (kg); • Medidas de volume: mililitros (ml) ou litros (l); • Medidas de temperatura: graus Celsius (° C); • Medidas de tempos: horas (h), minutos (min) e segundos (seg); • Medidas caseiras poderão ser informadas apenas para enriquecer o documento, pois não são unidades confiáveis. Objetivos: • Tornar a receita reproduzível; • Economizar tempo de confecção; • Garantir a qualidade do produto final. • Reduzir custos; • Controlar gêneros e mão-de-obra; • Racionalizar atividades da unidade produtora; • Elaborar cardápios, evitando a monotonia das preparações; • Manter qualidades organolépticas ou sensoriais, mesmo sendo preparadas por pessoas diferentes; • Diminuir capital empatado no estoque; 17 PB = Fc x PL PL = PAX x PI 3.2. FATOR DE CORREÇÃO Fc = Fator de Correção PL= Peso Líquido PB = Peso Bruto Pax = número de convidados ou pagantes PL = Peso Líquido PI = Porção Individual Calculado para estipular o rendimento e as perdas no pré preparo de alimentos.O fator de correção tem duas variáveis: a perícia do manipulador e a qualidade do insumo. Ex: Você foi escalado para produzir porções de batata frita para um Buffet infantil. A quantidade de crianças esperadas era de 50 (pax) e as Porções Individuais (PI) de batatas fritas tinham a quantidade de 70 g. Sabendo que o fator de correção da batata é de 1,4, calcule a quantidade de batatas a serem compradas. PL = PAX x PI PL= 50 x 70g PL = 3500g ou 3,5kg PB = Fc x PL PB = 1,4 x 3,5 PB = 4900g ou 4,9kg 18 4. BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO DE ALIMENTOS O que são as boas práticas? Boas Práticas: procedimentos que devem ser adotados por serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação sanitária. (RDC N° 216, DE 15 DE SETEMBRO DE 2004) Manual de Boas Práticas: documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, a capacitação profissional, o controle da higiene e saúde dos manipuladores, o manejo de resíduos e o controle e garantia de qualidade do alimento preparado. (RDC N° 216, DE 15 DE SETEMBRO DE 2004) Manual de Boas Práticas de Fabricação: documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos sanitários dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, controle da higiene e saúde dos manipuladores e o controle e garantia de qualidade do produto final. (Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002) A não utilização das Boas Práticas de manipulação pode ocasionar: • Contaminação de clientes e colaboradores; • Doenças de origem alimentar; • Perda de clientes e vendas; • Perda de prestigio e reputação; • Baixa auto-estima de funcionários; • Necessidade de reciclagem de pessoal. • Despesas com multas; • Despesas com processos judiciais. O Manipulador Pode: • Usar fardamento adequado e limpo e nas dependências internas do estabelecimento; • Utilizar calçado fechado e com solado antiderrapante, preferencialmente sem cadarço. • Usar cabelos presos e protegidos por redes; 19 Recebimento Lavagem e sanitização Armazenagem Pré-preparo Preparo Serviço Conservação/ Manutenção • Estar com unhas aparadas, limpas e sem esmaltes ou bases; • Lavar e higienizar as mãos sempre; • Ser afastado das atividades enquanto tiver lesões ou sintomas de enfermidades que possam contaminar o alimento; O manipulador Não Pode: • Fumar; • Comer; • Cantar; • Falar sem necessidade; • Assobiar; • Espirrar; • Tossir; • Cuspir; • Manipular dinheiro; • Utilizar adornos e maquiagens; • Utilizar barba. Fluxograma de produção no estabelecimento de alimentação: A compra e recepção de produtos alimentícios: • Comprar apenas de fornecedores de boa reputação; • Programar entregas para horários adequados e garantir pessoal treinado para receber, inspecionar e armazenar corretamente os alimentos; 20 • Verificar o aspecto do produto, integridade da embalagem, validade, temperatura e outros fatores que possam interferir na qualidade do alimento; • Utilizar termômetros aferidos; • Verificar carimbo de inspeção sanitária (S.I.F.;S.I.E.; S.I.M.); • Armazenar adequadamente o produto o quanto antes. A armazenagem de produtos alimentícios Cuidados em relação às áreas: • Posicionar corretamente de modo a evitar a contaminação cruzada; • Mantê-las limpas e secas; • Checar regularmente a temperatura; • Não exceder a capacidade Cuidados em relação aos produtos: • Armazená-los de acordo com a sua categoria; • Seguir o PVPS; • Remover produtos com validade vencida; Armazenagem refrigerada • Separar produtos crus de cozidos; • Armazenar carnes cruas, aves e peixes separadamente; • Embalar e etiquetar adequadamente os produtos antes de armazená-los; A etiqueta deve conter Equipamentos para armazenagem Nome do produto:......................................................... Data de manipulação/embalagem: ____/____/____ Data de validade: ____/____/____ Responsável:................................................................... 21 5. EQUIPAMENTOS, UTENSÍLIOS E MOBILIÁRIO DE COZINHA. Equipamentos de preparo: Assador giratório (a gás, elétrica); Banho-Maria (a gás, elétrico ou a lenha); Chapa (lisa ou canelada) (a gás ou elétrica); Fogão (a gás, elétrico ou a lenha); Forno comum (a gás, elétrico ou a lenha); Forno turbo (a gás, elétrico ou a lenha); Forno combinado (a gás ou elétrico) Fritadeira (a gás ou elétrica); Char broiller (a gás ou elétrico); Churrasqueira (a gás, elétrico ou a lenha); Equipamentos de processamento: Fatiador de alimentos; Liquidificador; Processador de alimentos; Serra mecânica; Triturador; Cortador de legumes; Descascador de legumes; Espremedor de frutas; Batedeira; Masseira; Moedor de carne. Equipamentos de conservação e manutenção: Balcões refrigerados; Balcões aquecidos; Geladeiras; Câmaras frigoríficas Frízeres; Estufas; Banho-maria; Outros equipamentos: Balanças; Exaustor e coifa; Lavadora de louças; Utensílios de pré-preparo e preparo Abridor de latas; Amolador ou afiador; Assadeiras e fôrmas; Batedor de ovos ou fouet; Batedor ou martelo de bifes; Chaira; Coador chinois; Coador em forma de caçarola; Colher de arame; Concha; Cortador de ovos; Descascador de legumes; Escumadeira; Espátulas; Faca grande de carne (15’’, 12’’, 10’’); Faca de legumes; Frigideiras; Garfos; Panelas (caçarolas e caldeirões); Peneiras; Placas de corte coloridas; Pilão; Pinças ou pegadores Pincel; Tesouras Zester 22 6. IDENTIFICAÇÃO DE ALIMENTOS: VEGETAIS E FUNGOS COMESTIVEIS 6.1. FRUTAS: Chama-se fruta a parte polposa que rodeia a semente das plantas. Possui aroma característico, é rica em suco, normalmente, de sabor doce, pode, na maioria das vezes, ser consumida crua (PHILIPPI, 2006). Produtos de uma ou mais flores que são amadurecidos no ovário ou ovários das plantas juntamente com tecidos adjacentes. Fonte: http://www.alunosonline.com.br/biologia/fruto.html CLASSIFICAÇÃO QUANTO À QUALIDADE (PHILIPPI, 2006): Extra: frutas de elevada qualidade, sem defeitos, bem desenvolvida e madura. Deve apresentar tamanho, cor e conformação uniformes. Os pedúnculos devem estar intactos e uniformes. Não são permitidas manchas ou defeitos na casca. De primeira: fruta de boa qualidade, sem defeitos sérios, apresenta tamanho, cor e conformação uniformes; no máximo são tolerados pequenos defeitos. Deve ser bem desenvolvida e madura, pode apresentar pequenas manchas na casca desde que não prejudiquem a sua aparência geral. A polpa deve estar intacta e firme e o pedúnculo pode estar ligeiramente danificado. De segunda: Fruta de boa qualidade,pode apresentar ligeiros defeitos na cor, no desenvolvimento e na conformação, os quais não devem prejudicar a aparência e as características da fruta. A casca não pode estar danificada, porém pequenos defeitos s ou manchas são tolerados. A polpa deve estar intacta. Não são permitidas rachaduras nas frutas, desde que estejam cicatrizadas. De terceira: esta classe, destinada a fins industriais, é constituída por frutas que não foram incluídas nas classes anteriores, mas que preservam suas características. Não é exigida uniformidade de tamanho, cor grau de maturação e conformação, São aceitas frutas com rachaduras cicatrizadas, pequenos defeitos e manchas na casca. Dimensão do Agronegócio Brasileiro de frutas: • Produção de 36,8 milhões de toneladas • Área: 2,2 milhões de hectares • Consumo: 36 milhões de toneladas • Exportação: 809,500 toneladas (2,2 %) • PIB do Agronegócio de frutas: US$ 11,2 bilhões 23 Classificação botânica: A) Frutos verdadeiros: provenientes de um só ovário. Podem ser carnosos ou secos. Os carnosos se subdividem em: Baga com uma ou mais sementes livres nitidamente destacadas. Aqui está a maioria dos frutos. Drupa apresenta uma única semente que ligada ao endocarpo constitui caroço: pêssego, ameixa, manga Secos apresentam mesocarpo seco: noz. B) Pseudo frutos: podem se originar de diferentes partes de uma ou mais flores Simples: a parte comestível provém de partes diferentes do ovário da flor. Exemplo: maçã, caju Composto: Diversos ovários de uma só flor. Exemplo: morango Diversas partes de diferentes flores. Exemplo: Amora, figo, abacaxi, jaca. 6.2 HORTALIÇAS (LEGUMES E VERDURAS RAÍZES E TUBÉRCULOS) São plantas ou parte de plantas que servem para consumo humano, como folhas, flores, frutos, caules, sementes, tubérculos e raízes. Hortaliça é a denominação genérica para legumes e verduras. Utiliza-se a denominação verdura quando as partes comestíveis do vegetal são folhas, flores ou botões ou as hastes. Exemplos: acelga, agrião, alface, brócolis, espinafre. Utiliza-se a denominação legume, quando as partes comestíveis são frutos, semente, ou partes que se desenvolvem na terra. Exemplos: tomate, abobrinha, batata, berinjela, etc. (PHILIPPI, 2006). Classificação: Folhas, Sementes, Raízes e tubérculos. Bulbos, Flores, Frutos, Caules. 6.3. CEREAIS São alimentos de origem vegetal, constituídos de grãos e largamente consumidos pelos povos do mundo todo. O nome cereal deriva de Ceres, a deusa grega da agricultura e da colheita. Os principais cereais cultivados, arroz, trigo, milho, aveia, centeio, cevada e triticale, são muito consumidos por fazerem parte do hábito alimentar de diversos povos; pela facilidade de cultura, conservação, transporte e rendimento; por serem de baixo custo; pelo alto valor nutritivo e pela grande variedade de formas de utilização (PHILIPPI, 2006). Nome dado a sementes de plantas de algumas gramíneas encontradas inteiras e em subprodutos: Arroz: de origem asiática utilizado a mais de 3000 anos 2/3 da pop. Mundial consome arroz Símbolo da fecundidade 2500 variedades 24 Classificação: min agricultura São definidos conforme porcentagem de grãos quebrados ou defeituosos Constituição do grão: constituído de casca, película, germe e endosperma. As vitaminas e sais estão concentrados na película e no germe. O endosperma contém basicamente amido Polido: casca, película e germe são eliminados no processo de descascamento e polimento, restando endosperma ( amido). integral: grãos descascados e não polidos Parboilizado: passa por tratamento hidrotérmico, não há agentes químicos neste processo. 1. O arroz é colocado em tanques com água quente por algumas horas. 2. A s vitaminas e os sais minerais que se encontram na película e no germe são solubilizados na água, penetrando no grão. 3. O arroz úmido é submetido a uma temperatura mais elevada que provoca uma alteração na estrutura do amido. 4. Nessa etapa o grão fica mais compacto e as vitaminas e sais minerais são fixados no seu interior 5. O arroz é secado para posterior descascamento, polimento e seleção. Farinhas: São obtidas a partir da moagem de grãos de cereais ou também de grãos e raízes, podendo ser utilizadas como elementos de ligação e na permarações de massas diversas. Féculas: São provenientes de raízes, tubérculos , talos, frutos, grãos e folhas de alguns vegetais. A fécula é o amido encontrado nas raízes e tubérculos , e o amido é o produto extraído de cereais Farelos Resíduos grosseiros de cereais moídos. Nos produtos integrais são deixados e moídos juntos. Nas farinhas beneficiadas são retirados. Exemplos: Milho; Trigo; Arroz; Cevada; Centeio. 25 6.4 LEGUMINOSAS As leguminosas são grãos contidos em vagens ricas em tecido fibroso. Algumas espécies podem ser consumidas quando ainda verdes (ervilhas e vagens). Os grãos apresentam uma envoltura de celulose, que representa 2 a 5 %, e contém, no seu interior, 50% de amido e cerca de 23% de proteínas. (PHILIPPI, 2006) Fonte: http://omelhordabiologia.blogspot.com/2010/08/feira-de-ciencias- adubacao-verde.html 6.5 FUNGOS COMESTIVEIS Cogumelo comestível: é o produto obtido de espécie(s) de fungo(s) comestível(is), tradicionalmente utilizada(s) como alimento. Pode ser dessecado, inteiro, fragmentado, moído ou em conserva, submetido a processo de secagem e ou defumação e ou cocção e ou salga e ou fermentação ou outro processo tecnológico considerado seguro para a produção de alimentos. (RDC Nº. 272, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005) Cogumelo Comestível: deve ser designado de "Cogumelo", seguido do nome comum e ou científico da espécie utilizada. A designação pode ser seguida de expressões relativas ao processo de obtenção e ou característica específica e ou finalidade de uso e ou forma de apresentação prevista no item 2.3. Os cogumelos do gênero Agaricus podem ser designados somente por "Champignon". TIPOS: SHIMEJI (Pleorotus Ssp); SHITAKE (Lentinus Enodes); CHAMPIGNON (Agaricus bisphorus); 26 HIRATAKE (Pleorotus Osteatus); TRUFA BRANCA (Tuber Magnatum Pico) TRUFA NEGRA (Tuber Uncinatum) PORCINI (Boletus Edulis) PORTOBELLO (Agaricus bisporus) FONTE:http://www.br-business.com.br/port/fungos.htm 6.5.1 SHIMEJI Este é um dos cogumelos mais difundidos no mundo. Assim como o Shiitake, o Shimeji, cujo nome científico é Pleorotus Ssp, é muito consumido na Ásia, principalmente na China. Este cogumelo é encontrado em duas cores: branco e castanho (cinza). O Shimeji é uma boa fonte de lisina e vitamina B1. Mas sua melhor característica é seu sabor delicado. Adquira-o com bom aspecto, sem manchas nem umidade aparente. Conserve-o na geladeira e utilize-o rapidamente. O Shimeji é um dos cogumelos mais difundidos no mundo. Assim como o Shiitake, o Shimeji, cujo nome científico é Pleorotus Ssp, é muito consumido na Ásia, principalmente na China. É também um velho conhecido dos pratos japoneses. Consumido fresco ou desidratado, o Shimeji é consumido em pouca escala no Brasil. Sua produção ainda é limitada, sendo as colônias japonesas e chinesas as maiores consumidoras Este cogumelo cresce em pencas, com um chapéu, e cresce até cerca de 2 centímetros de diâmetro. Também possui níveis nutricionais elevados e baixo índice de calorias, o que o torna ideal para dietas. No lado benéfico, estudosindicam sua eficiência no combate ao câncer e ao colesterol. Seu sabor e aroma o tornam excelentes para sopas, refogados e pratos de arroz O cultivo O cultivo do Shimeji não exige um espaço muito grande. Também não pede investimentos e tem retorno rápido e garantido. Apesar de tantas qualidades, o Shimeji ainda é pouco cultivado no Brasil. As vantagens são muitas: curto período de cultivo, produção estável e que pode se estender pelo ano todo. Uma grande safra pode ser obtida em cerca de 40 dias. A produção pode ser feita em tronco (do mesmo modo que o Shiitake) ou por meio de substrato, dentro de potes ou sacos plásticos. A utilização da serragem também é amplamente utilizada, com resultados mais satisfatórios. Para muitos produtores, é mais vantajosa a aquisição do substrato por terceiros, já que o custo do maquinário para a produção do substrato é muito alto, além da dificuldade de se encontrar esses equipamentos no país. É preciso ficar muito atento às condições de higiene e à qualidade das sementes. Uma instalação ideal para o cultivo do Shimeji é composta por um viveiro com instalações elétricas e equipamentos de climatização, tais como hidrômetros e termômetros, seladores, 27 geladeiras, fogão e embalagens. O barracão pode ser de madeira, alvenaria ou plástico, com proteção para se evitar o excesso de vento. O cultivo do Shimeji na serragem possui inúmeras vantagens com relação ao cultivo na madeira. O substrato é um composto de serragem, palha de capim ou arroz, farelos de grãos ou bagaço de cana de açúcar. O processo de esterilização do substrato é de suma importância para o cultivo do Shimeji, bem como a higienização dos instrumentos utilizados no momento de inoculação. O processo de incubação dura cerca de cinco meses. Uma das formas de esterilização do composto é por meio das autoclaves, equipamentos que esterilizam o material por meio do calor. São equipamentos caros, mas de extrema importância. Depois de esterilizados, os sacos com os compostos já inoculados seguem para uma câmara fria onde a temperatura é mantida a 15ºC e a umidade relativa em 70% a 80%. Para o processo de frutificação, os sacos precisam de iluminação constante. O ponto de colheita ideal é quando o chapéu estiver com 1 a 1,5cm de diâmetro. Mas é importante lembrar que o crescimento do Shimeji é muito desigual. Os buquês são muito frágeis. A embalagem deve ser igual à do Shiitake, em uma bandeja de isopor e com vedação em filme plástico. O Shimeji dura cerca de cinco dias se mantido sob refrigeração. 6.5.2 SHITAKE O Shiitake possui efeitos muito importantes no combate ao colesterol e no controle do sistema imunológico, comprovados por estudos realizados principalmente no Japão e Alemanha. Na natureza, cresce sobre madeira em decomposição. São muito saborosos e perfumados. Ao adquirir o seu Shiitake, prefira os que possuam cor homogênea, sem sinais de umidade nem mofo, além da cor clara em suas lamelas (parte de baixo do chapéu do cogumelo). É aconselhável o seu consumo em no máximo uma semana (se adquirido fresco) e que seja conservado em geladeira. No cozimento, é preciso tomar cuidado para que ele não cozinhe muito, pois há o risco de se tornar rijo, além de cozinhar muito rápido. O Shiitake é uma variedade originária do nordeste asiático. Seu nome científico é Lentinus Enodes e foi o primeiro cogumelo comestível do mundo a ser cultivado pelo homem. Segundo sua história, há mais de 1.500 anos, um chinês chamado Wu San Kwung, caminhando pela floresta, observou certo tipo de cogumelo, que ele mesmo chamou de “cogumelos perfumados”. Percebeu que esse cogumelo se desenvolvia em troncos de madeira 28 caídos e que se multiplicavam de um tronco para outro. Sendo assim, levou alguns desses troncos com o Shiitake para sua casa e começou a cultivá-los. Atualmente, na Ásia, principalmente na China e no Japão, o Shiitake faz parte da alimentação do dia-a-dia. Já no Brasil, o Shiitake ocupa o 2º lugar no ranking dos cogumelos mais consumidos, atrás apenas do Champignon. Altamente protéico, o Shiitake pode ser considerado a “carne vegetal”. Com sabor exótico e refinado, o Shiitake vem, aos poucos, firmando-se no mercado brasileiro. O Shiitake se desenvolve muito bem em ambiente natural, ou seja, não necessita de adubos nem defensivos agrícolas. Também não exige grandes áreas de cultivo nem instalações sofisticadas. Precisa apenas de água limpa e madeira ou composto. Todos esses fatores viabilizam o seu cultivo por qualquer pessoa que se interessar em produzi-lo. Antes de falar sobre os processos de cultivo do Shiitake, é preciso saber que ele não nasce de Uma “semente” propriamente dita. Como se trata de um fungo, ele se origina por meio de “esporos” (células filamentosas denominadas hifas – trata-se uma reprodução assexuada que ocorre a partir da fragmentação do micélio; cada um desses fragmentos, ou hifas, torna-se um organismo vivo e independente). A “semente” do Shiitake é obtida por meio de matrizes, que são desenvolvidas por laboratórios especializados. Isso acontece porque o Shiitake se desenvolve melhor se suas matrizes forem criadas em ambiente de total assepsia (esterilizado), de modo que não haja contato com outros fungos competidores. O segundo passo é o “plantio” do Shiitake. Como esse se desenvolve na natureza em troncos de madeira, é preciso selecionar toras que possuam o tamanho correto (entre 80 e 120 cm de comprimento por 10 a 12 cm de diâmetro). No Brasil, o Shiitake se adaptou muito bem em toras de eucalipto, muito abundantes por aqui. Se não por meio de toras, outro modo de cultivo do Shiitake é por meio do substrato (ou composto), que nada mais é que um composto de vegetais, preparado especialmente para o cultivo do cogumelo. O substrato é geralmente constituído de elementos vegetais como bagaço de cana, capim, palha, trigo e arroz. Também são adicionados a este composto nutrientes como cálcio, uréia e gesso. Escolhido o método de produção, é preciso “semear”. Esse processo é chamado de “inoculação” ou contaminação do composto ou da tora pela matriz do Shiitake. Em seguida, depois do processo de inoculação, o Shiitake precisa se desenvolver ou frutificar. O ambiente ideal possui boa circulação de ar, pouca iluminação, temperatura de cerca de 25ºC e umidade relativa do ar acima dos 60%, além de muito cuidado com a água, pois tanto seu excesso como sua falta são prejudiciais ao Shiitake. 29 6.5.3 CHAMPIGNON O Champignon de Paris, ou simplesmente Champignon, é o cogumelo mais consumido no mundo, sendo, inclusive, o mais popular no Brasil. É consumido fresco ou em conserva e sua popularização ocorreu devido à facilidade com que este cogumelo se adaptou em todos os países por que passou. O nome científico do Champignon é Agaricus bisphorus e foi a primeira espécie de cogumelo a ser cultivada racionalmente no Brasil. Sua cultura foi iniciada pelos imigrantes chineses do estado de São Paulo, especialmente por agricultores da região de Mogi das Cruzes (SP) que é, até hoje, o maior produtor nacional desta espécie. Basicamente, existem dois tipos de Champignon: o tradicional Champignon de Paris (de cor branca) e o Champignon Portobello, de cor parda. Brasil e Holanda consomem mais os de cor branca, enquanto França e Estados Unidos preferem o Portobello. Ambos os tipos possuem características semelhantes e qualquer outra semelhança com o Agaricus Blazei não é mera coincidência, pois são da mesma família, tanto que seus processos de produção são muito parecidos. Na culinária nacional, o Champignon está muito bem representado. Muitos pratos tradicionais levam o Champignon, como o strogonoff e até mesmo pizzas. A comercialização destecogumelo é facilitada por sua embalagem Embora muito popular, o Champignon ainda não é para todos. Tanto o Champignon de Paris como o Portobello saem a um preço um pouco elevado para o consumidor final, restringindo-o às classes mais beneficiadas. Após receber o substrato inoculado, o produtor precisa criar condições para que o Champignon se desenvolva. A temperatura pode ser controlada por isolamento térmico e outros equipamentos fundamentais, como nebulizadores e irrigadores, que garantem o controle da umidade dentro da estufa. Nessas condições ideais de temperatura e umidade, é possível colher o Champignon em cerca de 30 dias. O ponto ideal de colheita depende de sua destinação. Se for para empresas beneficiadoras de cogumelo, que vão conservar o Champignon, o certo é que se colham os cogumelos mais novos (pequenos e médios). Se for para o consumo in natura (fresco) ou desidratado (seco), a preferência é por cogumelos 30 maiores e mais vistosos. Quando desidratado, o Champignon perde cerca de 90% de seu peso. Hoje, o Champignon em conserva é mais facilmente encontrado no mercado. O cultivo do Champignon se adaptou muito bem às condições climáticas brasileiras, em torno de 20ºC. Uma de suas características é que, em um espaço físico pequeno, pode-se fazer uma grande produção. Cada ciclo de frutificação dura de 25 a 30 dias. É recomendado que o produtor adquira o substrato já inoculado pronto de modo a diminuir os custos de produção. Esse substrato é composto de palha de milho, farelo, palha de arroz e variedades de capim forrageiro, todos livres de resíduos de agrotóxicos, assim como a terra utilizada. 6.5.4. HIRATAKE Encontramos o Hiratake mais facilmente nas cores salmão, cinza e branco, todos com características semelhantes. Além de sua beleza estética singular, o Hiratake possui propriedades terapêuticas muito importantes, sendo especialmente utilizado para o controle do colesterol. O Hiratake possui sabor único. Além de muito saboroso, é perfumado e ligeiramente adocicado. Quando for adquirir o seu Hiratake, lembre-se de que sua validade é curta se comprado fresco. Procure sempre os de cor homogênea, sem manchas e sem sinais de umidade excessiva ou mofo. Ademais, a lamela (parte de baixo do cogumelo) deve estar clara. Confira também nossas deliciosas receitas com o cogumelo Hiratake e bom apetite O Hiratake, cujo nome científico é Pleorotus Osteatus, é originário dos países da Europa, América do Norte e Ásia, sendo também uma espécie nativa das matas brasileiras. O Hiratake possui um índice de gorduras muito baixo e elevados teores de fibras, vitaminas do complexo B e vitamina C. Dentre suas características, destacam-se seu sabor acentuado e textura diferenciada em comparação a outros cogumelos. Isso faz do Hiratake o quarto tipo de cogumelo mais consumido do mundo, atrás do Champignon, Shiitake e Shimeji. Também conhecido como Cogumelo Salmon no Brasil, o Hiratake é encontrado em quatro cores distintas: branco, cinza, salmão e marrom. Sua forma peculiar batiza seu nome científico: em forma de semicírculo, lembra uma ostra (Osteatus). 31 O O Hiratake pede um local coberto e fechado nas laterais para se evitar a passagem de vento. Essa vedação pode ser feita com plásticos ou telas. A temperatura média ideal é de 25ºC. Logo após uma semana, já é possível notar o surgimento do micélio, que se assemelha a um algodão. O Hiratake já maduro tem aspecto de uma mão aberta espalmada, estando pronto para a colheita. Na geladeira, o Hiratake mantém-se por até duas semanas se estiver fresco. Para ser desidratado, deve ser seco por exposição ao sol (tomando-se cuidado com o clima) ou por meio de secadoras profissionais. A cada 1 quilo de Hiratake fresco são obtidos 100 gramas de cogumelo seco (desidratado). O composto (substrato) utilizado deve ser preparado à base de bagaço de cana-de-açúcar ou palha e ter o seu pH equilibrado através da adição de cal ou outro elemento. Além disso, o cuidado com sua esterilização é muito importante para o aumento da produtividade. O Hiratake deve, ainda, ser acondicionado dentro de sacos plásticos com furos para que se desenvolva por entre esses furos. Para o processo de inoculação, o Hiratake também pede muito cuidado com a esterilização das mãos e utensílios, além de requerer "sementes" de ótima procedência. O Hiratake é um cogumelo de fácil cultivo, pois cresce naturalmente nas florestas brasileiras, e seu crescimento é muito rápido, além de exigir pouca atenção especial. 32 6.5.5. TRUFAS: BRANCAS E NEGRAS A história da trufa se inicia em tempos antigos, de fato, bíblicos: há testemunhos de sua presença na dieta dos Sumérios e no tempo do Patriarca Jó, em torno de 1700- 1600 A.C. A trufa é um fungo subterrâneo, ou seja, vive no subsolo em simbiose com a raiz da árvore hospedeira. É formado de uma massa globosa (dita gleba) protegida por uma casca externa (ou perídio) e cujo aspecto é muito similar ao da batata, tanto que é classificada como um tubérculo. Entre as muitas variedades difusas no Piemonte e na Itália, a trufa branca de Alba (Tuber Magnatum Pico) conquista de imediato uma posição privilegiada devido aos sabores e aos perfumes que a distinguem de todas as demais. As delicadas condições climáticas e do terreno que tronam possível seu crescimento fazem da trufa branca um fruto raro e muito procurado. Em cada época floresceram lendas de vários tipos, enquanto os eruditos se empenhavam em descobrir sua origem ou a decantar suas qualidades. Para os Gregos a trufa era um fruto tão precioso que merecia a cidadania quem inventava novas receitas. Plutarco criou a hipótese que a trufa nascia da combinação de água, calor e raios, e todo o mundo antigo lhe atribuía excepcionais poderes afrodisíacos. Durante a Idade Média não se conseguindo entender se a trufa era um animal ou vegetal, chegou-se a acreditar que era o alimento do diabo ou dos bruxos/feiticeiros. Em certo momento se difunde a crença que fosse venenosa, mas nada faz deter seu Trufa Branca consumo, sobretudo entre os nobres, tanto que passa a ser chamada de “alho dos ricos”. A sorte da trufa ao longo dos séculos foi bastante grande e no Piemonte encontrou uma terra eleita para sua colheita e emprego culinário. Já nos anos 1700 a corte piemontesa considerava a trufa um fruto apreciadíssimo, o que encorajava sua procura, buscas nas quais eram convidados a participar nobres de toda a Europa. Fiera del Tartufo Bianco di Alba De resto, são pouquíssimos os frutos que, sozinhos, se prestam a tronar únicos até os pratos mais simples, prestando-se aos acompanhamentos mais ousados. Para alcançar a fama mundial, faltava à trufa branca de Alba um lance em grande estilo, um evento que fixasse definitivamente sua imagem a nível internacional: há 33 mais de setenta anos um encontro a que não podem faltar os bons “gourmets” de todo o mundo é a Fiera Nazionale Del Tartufo Bianco di Alba. A Trufa Negra (Tuber Uncinatum) Os bosques do Piemonte hospedam outra espécie de trufa, menos conhecida e apreciada que a branca de Alba, mas que encontra seu ponto de apoio na grande versatilidade culinária e no seu preço relativamente acessível. Trufa Negra A trufa negra (tartufo nero scorzone) na variante “aestivum” é utilizada principalmente na preparação de produtos agro- alimentares e nos restaurantes que oferecem pratos típicos e, portanto, A Regione Piemonte se propõe a valorizá-la através de iniciativas em seu território, não como uma concorrente da trufa branca, sua “irmã maior”, mas como uma deliciosa variante da gastronomia piemontesa a propor aos amantes da trufa.34 6.6.TEMPEROS, CONDIMENTOS, ESPECIARIAS E ERVAS AROMÁTICAS CONCEITOS E DEFINIÇÕES • “Qualquer produto de origem vegetal, aromático [...] usado para condimentar iguarias”(FERREIRA, 1999). • “São produtos constituídos de partes (raízes, rizomas, bulbos, cascas, folhas, flores, frutos, sementes e talos) de uma ou mais espécies vegetais, tradicionalmente utilizadas, para agregar sabor e aroma a alimentos e bebidas” (RDC nº 276 de 22 de setembro de 2005) • “As especiarias distinguem-se dos condimentos ou das ervas aromáticas na medida em que seu sabor supera seu aroma” (BARRETO, 2005) • “As essências, especiarias e ervas aromáticas são substâncias usadas para ressaltar o sabor natural dos alimentos ou para conferir um novo sabor às preparações...” (PHILIPPI, 2006) • “[...] a busca por ervas, frutas, raízes e bagas (que, quando secas,chamamos de especiarias...” (STOBART, 2009) DIAGRAMA DE CONDIMENTOS HISTÓRICO • Motivações do uso das especiarias; • Quando e onde começaram a ser utilizados; • A Companhia das Índias; USOS • Marinadas; • Molhos; • Caldos; • Fundos; • Sopas; • Consommés; • Terrines; • Guarnições; • Recheios; • Bolos; • Mingaus; • Massas; • Geléias; • Sobremesas; • Doces e compotas; • Decorações de pratos; • Bebidas • Uso terapêutico. 35 TIPOS DE ESPECIARIAS • Aromáticas; • Picantes; • Corantes • Misturas DECORAÇÕES DE PRATOS COM ESPECIARIAS E ERVAS TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ESPECIARIAS • Conservadas inteiras em recipientes fechados e protegidos da luz; • Armazenadas a seco para evitar que mofem. TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ERVAS Ervas secas: • Em sacos plásticos sob refrigeração; • Recipientes fechados protegidas da luz e calor; Ervas frescas: 36 • In Natura, num vaso com água sob refrigeração (7 a 14 dias); • Batidas em liquidificador com azeite ou óleo, conservadas em potes de plástico ou vidro (30 dias). TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO DE ERVAS 37 TÉCNICAS DE MANIPULAÇÃO DE ESPECIARIAS TÉCNICAS DE AROMATIZAÇÃO E CONDIMENTAÇÃO COM ESPECIARIAS E ERVAS 38 7. TÉCNICAS CULINÁRIAS BÁSICAS: 7.1. TÉCNICAS DE CORTES DE VEGETAIS 7.1.1. FAMÍLIA DOS CUBOS (CORTES REGULARES; PADRONIZADOS) Brunoise (3 mm de lado) Jardiniere ou Jardineira (1 cm de lado) Macedônia (1,5 a 2 cm de lado) 7.1.2. FAMÍLIA DOS BASTÕES (CORTES REGULARES; PADRONIZADOS) Julienne (2 mm a 3 mm de espessura x 7 cm de comprimento) Palito ou Allumets (5 mm a 4 mm de espessura por 7 cm de comprimento) Batonnet ou bastão (1 cm de altura x 7 cm de comprimento) Pont Neuf (1,5 cm altura x 7 cm comprimento) OBS. Para o corte de fatias da cebola no sentido do comprimento, a partir da sua metade, chamamos de Emincé. Observar demonstrações em sala laboratório OBS.: Para o corte de “picado em cubos” de cebola, chamamos de cinzelê. Observar demonstrações em sala laboratório. 39 7.1.3. FAMÍLIA DOS FATIADOS Chips (1,5 mm a 2 mm de espessura) Rondelle 7.1.4. FAMÍLIA DOS BOLEADOS Royalle (6 mm diâmetro) Printanière (8 mm diâmetro) Noisette (1 cm diâmetro) Parisienne (1,5 cm diâmetro) 40 7.1.5. FAMÍLIA DOS TORNEADOS Primeur 41 7.1.6. Cortes decorativos Cisne Historier Leque 42 7.4 Técnicas Culinárias Básicas: Cortes de carne vermelha e aves Considera-se carne todas as partes comestíveis dos animais comíveis: mamíferos, aves, peixes, moluscos, crustáceos, répteis, batráquios, quelônios, insetos. (ARAÚJO, MONTEBELLO, 2006) . Massas musculares maturadas e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a massa óssea correspondente, que procede de animais abatidos sob inspeção veterinária”(RIISPOA, 1952. REV. 1977) CLASSIFICAÇÃO Carne vermelha (bovina, suína, ovina, caprina); De aves (frango, peru, pato, codorna,etc.) De pescados (peixes, lagosta, camarão, ostra,etc.) De caça (animais não domésticos). QUALIDADE DAS CARNES RAÇA; SEXO; IDADE E MATURIDADE; CRIAÇÃO; ASPECTO DO CORTE; TIPO DE CORTE E APRESENTAÇÃO COMERCIAL; HIGIENE E SANIDADE DO ABATE. PARA SABER: Marinada: Técnica culinária utilizada para agregar sabor às carnes e/ou amaciá-las. Maturação: Processo de amaciamento de carnes através da decomposição enzimática, em que as peças, embaladas a vácuo, descansam de 8 a 12 dias a uma temperatura próxima a 0º C. Defumação: Técnica que consiste em submeter cortes de carne, geralmente salgadas e condimentadas com especiarias à fumaça de madeiras especiais. 43 7.4.1. CARNE BOVINA Cortes de Filé Mignon Cortes de carne: cubos, iscas e bifes 44 1. Coxão duro / Chã de fora 2. Patinho 3. Picanha 4. Alcatra 5. Maminha 6. Coxão mole/ Chã de dentro 7. Contra-filé 8. Lagarto 9. Filé Mignon 10. Filé de costela 11. Capa de filé 12. Acém 13. Paleta 14. Peito 15. Pescoço 16. Músculo 17. Músculo/ ossobuco A. Aba de filé B. Fraldinha C. Ponta de agulha 45 7.4.2. CARNE CAPRINA Cabritinho: compreende o animal com idade inferior a 8 meses. Quando ainda acompanha a mãe é denominado mamão. Cabrito: corresponde ao animal com idade entre 8 a 15 meses. Quando castrado produz carne de boa qualidade. Capão: é o macho com mais de 15 meses de idade, castrado e que deve ser abatido antes de completar 2 anos de idade. Bode: Compreende o macho adulto, não castrado e com idade superior a 2 anos. A carne é pouco atrativa em termos de consistência, sabor e odor. Cabra: fêmea adulta, com idade superior a 2 anos e que produz carne de qualidade inferior. 7.4.3. CARNE OVINA Cordeiro: é o ovino novo, de ambos os sexos, com cerca de 5 meses de idade. Enquanto acompanha a mãe, é chamado de cordeiro-mamão, A carne de cordeiro é rosada e lisa, com gordura branca e ossos pouco volumosos e um pouco flexíveis. Borrego: é o animal entre 6 e 15 meses de idade. Sua carcaça apresenta gordura mais consistente, carne mais vermelha e ossos mais firmes que a do cordeiro. Capão: é o macho geralmente com mais de 15 meses de idade, castrado ainda quando cordeiro, antes de desenvolver os caracteres sexuais. Apresenta costelas arqueadas, carne de cor vermelha intensa com gordura acumulada. Ovelha: é a fêmea adulta, com idade superior a 15 meses. A carcaça da ovelha é maior e apresenta ossos duros, carne vermelho-escura e cobertura de gordura mal distribuída. 46 Carneiro: é o animal com idade a partir de dois anos. A carcaça ossos maiores, carne de granulação grossa e coloração vermelho-escura , com cobertura espessa de gordura. A carne é pouco atraente pelo aspecto da consistência, do sabor e do odor. 47 7.4.4. CARNE SUÍNA Bisteca Trata-se do lombo do animal com osso.É obtido de seções transversais do lombo com o osso. É chamado usualmente de costeleta. Pode ser preparada grelhada, assada, refogada ou cozida. Carré Este corte é retirado das costas do suíno. Fica excelente assado, grelhado, acebolado e frito com batatas. Copa lombo Este corte é a seqüência do lombo, localiza-se na parte anterior. Trata-se de um corte bastante macio. Como opção de preparo, pode-se fazer grelhada, assada, ensopada, refogada ou cozida. Costela A costela do suíno é um dos cortes mais saborosos, obtém-se a costela média a partir do espinhaço, porém é necessário serrar. Como opção de preparo pode-se fazer grelhada, assada, ensopada, refogada e cozida. Filezinho Este é um corte nobre. É macio, suculento, porém pequeno. Opções de preparo: grelhado, assado, frito ou cozido. Lombo Corte que fica situado na lateral da espinha dorsal. É retirado do carré. Trata-se de um corte nobre, magro, macio e bastante saboroso. Na cozinha brasileira é muito apreciado assado e por vezes recheado servido com arroz e farofa. Pode-se preparar também frito ou cozido. Paleta suína É um corte macio e saboroso. Pode ser preparada com osso ou sem osso. Exige cozimento lento para obter o ponto ideal de maciez. Pode-se preparar com este corte, grelhados, assados, com molhos, acebolado ou frito com batatas. Pernil sem osso É um corte macio e saboroso. Trata-se de uma carne que, normalmente, vem recoberta de gordura, que se costuma manter para melhor conservação do seu suco ao assar.Pode-se preparar grelhados, assados, com molhos, acebolado ou frito com batatas. 48 7.4.5 CARNE DE AVES 1. Peito 2. Sobre coxa sem pele 3. Coxa sem pele 4. Coxa e sobre coxa com pele 5. Dorso 6. Asas 7. Pés 8. Moela 9. Fígado 10. Pescoço 11. Cabeça Sassami: também conhecido como filezinho de peito, localiza-se na parte anterior ao peito do frango. Supreme: corte individual do filé de peito de frango. A EXPRESSÃO CARNE DE “AVES” REFERE-SE À VÁRIAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS OU DE CAÇA, USADAS COMO ALIMENTO. AS AVES MAIS UTILIZADAS COMO ALIMENTOS SÃO: • GALINÁCEOS – GALINHAS, GALINHAS D’ANGOLA, PERUS; • ANATÍDEOS – PATOS, GANSOS E MARRECOS; • ALGUMAS RATITAS, COMO O AVESTRUZ E A EMA • CAÇAS DE PENA (POMBOS DOMÉSTICOS E SELVAGENS, CODORNAS, FAISÕES, GALO SILVESTRE, PERDIZ, ETC.) 1 5 6 8 3 2 4 9 10 7 11 49 7.5 TÉCNICAS CULINÁRIAS BÁSICAS: PESCADOS 7.5.1. Pescados Compra 1. Cheire o peixe. Este deve ter aroma “de mar” fresco e limpo, próprio do peixe. Odores muito fortes são uma indicação clara de que o peixe está velho ou de que não foi manuseado de forma adequada. 2. Passe a mão pela pele. Esta deve ser lisa e úmida. As escamas, se houver, devem estar bem presas ao corpo. 3. Olhe as barbatanas e a cauda. Devem estar úmidas, frescas, flexíveis e macias; não podem estar machucadas ou secas. 4. Aperte a carne. Deve estar firme e elástica; se ficar uma marca visível do dedo, o peixe não está fresco. 5. Verifique os olhos. Devem estar claros e arredondados. À medida que o peixe fica velho, os olhos começam a perder umidade e afundam. (OBS: os olhos do lúcio devem ter a aparência leitosa) 6. Verifique as guelras. Devem ter cor vermelha ou castanha, sem traços de coloração cinza ou marrom e devem estar úmidas e frescas. O tom exato de vermelho vai depender do tipo de peixe. 7. Verifique a barriga. Não deve haver sinais de “queimadura”, que ocorrem quando as vísceras não foram retiradas logo; as enzimas do estômago começam a comer a carne, fazendo com que essa descole dos ossos. A carne não deve apresentar quebras ou rasgos. 8. Verifique sinais de movimento em crustáceos vivos. A lagosta e o caranguejo devem se movimentar. Os mariscos, os mexilhões e as ostras devem estar bem fechados. Se estiverem vermelhos, começarão a abrir. Se as conchas não abrirem ao se bater nelas, devem ser jogadas – é sinal de que os crustáceos estão mortos. Se a embalagem tiver muitas conchas abertas, a entrega deve ser devolvida. ARMAZENAGEM Sob condições adequadas de armazenagem, os peixes e os crustáceos podem durar vários dias sem perder a qualidade. Quando o peixe chega, deve-se seguir os procedimentos abaixo: 1. Verifique cuidadosamente o frescor e qualidade do peixe. Pode-se enxaguar o peixe neste ponto; deve-se limpá-lo e prepará-lo mais tarde, perto da hora do serviço. 2. Coloque o peixe sobre gelo picado ou moído num recipiente com furos, de preferência de plástico ou de aço inoxidável. A barriga deve ficar para baixo e a cavidade da barriga deve ser com gelo picado também. 3. Cubra com mais gelo. Se necessário, o peixe pode ser arrumado em camadas com gelo moído ou picado. 4. Coloque o recipiente com furos dentro de outro recipiente. Desta forma, à medida que o gelo derrete, a água vai escorrer. 50 O peixe não deve ser deixado na água. Gelo picado ou moído é melhor porque a água escorre mais depressa, mantendo o peixe seco e evitando, assim, arranhões na pele. O peixe deve ser escorrido e recolocado no gelo diariamente. Alguns dos passos para sua armazenagem adequada vêm a seguir: Mariscos, mexilhões e ostras devem ser armazenados na embalagem em que foram entregues, mas não devem ser colocados no gelo. Duram mais a uma temperatura de aproximadamente 4º C. A embalagem deve ser bem fechada, com um pouco de peso por cima para que as conchas não abram. Vieiras sem casca e peixe comprado em filés devem ser embalados em recipientes plásticos e colocados sobre ou dentro do gelo. Porém, não devem ficar em contato direto com o gelo, pois este, ao derreter, leva consigo muito do sabor e da textura do peixe e das vieiras. Caranguejos, lagostas e outros crustáceos vivos devem ser embalados em algas ou papel úmido quando da entrega. Podem ficar armazenados diretamente na embalagem da entrega até serem preparados, se não houver um tanque de lagostas disponível. Não deixe que a água doce entre em contato com a lagosta ou caranguejo, pois pode matá-los. Peixes congelados, incluindo peixes cobertos por várias camadas de gelo, peixes inteiros (repetidamente cobertos com água e congelados, de modo que o gelo junte em camadas, cobrindo todo o peixe) e camarão congelado, devem ser armazenados a 18º C até que estejam prontos para serem descongelados e cozidos. (Armazenagem a - 2º C é ideal e vai aumentar muito a vida útil) Não aceite peixe congelado que esteja coberto de gelo nas extremidades. Isto indica que foi queimado no freezer, devido a embalagem inadequada ou por ter sido descongelado e recongelado. CATEGORIAS Peixes Peixes redondos: como a truta, o badejo, o salmão – têm a espinha ao longo da extremidade superior e dois filés de cada lado. Este tipo de peixe tem um olho em cada lado da cabeça. Peixes achatados: como os vários tipos de linguado – têm a espinha no centro e quatro filés: dois em cima e dois embaixo. Os dois ficam no mesmo lado da cabeça. Peixes sem ossos: como a arraia e tubarão – têm cartilagem ao invés de ossos. 51 Cortes de Peixaria para Peixes Redondos Inteiros Como o peixe é pescado. O peixe recebido desta maneira deve ser eviscerado, antes de ser armazenado. Eviscerar Retiram-se as vísceras. Em certos peixes, as guelras também devem ser retiradas. “Dressed” (Arrumado) O peixe eviscerado com o rabo, a cabeça e as barbatanas retiradas. “Pan Dressed”
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