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UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 UNIFATECIE CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GASTRONOMIA GARDE MANGER ALUNO:_____________________________________________ Prof. Esp. Cláudio Jr. 2021 UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 Sumário 1 - O Garde Manger..........................................................................................04 1.1- O que é? 1.2.- Garde Manger História. 1.2.1- Marie-Antoine Carême 1.3- Características da Antiga Cozinha Fria 1.4- O Garde Manger Moderno 1.5-Características da Cozinha Fria Moderna 1.6-Conceitos importantes para o Garde Manger 1.7- Garde Manger, O profissional e o setor da cozinha. 2- Saladas.........................................................................................................12 2.1-Conceito 2.2-Folhas 2.3-Limpeza 2.4-Utilização: 2.5-Molhos Frios: 3-Vinagres e óleos aromatizados.................................................13 4- Picles..........................................................................................16 4.1-Conceito: 4.2- Ingredientes 4.4-Modo de preparo UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 5- Charcutaria:..................................................................17 5.1-Conceito 6-Terrine:......................................................................................17 6.1-Conceito 6.2-Considerações 7-Mousseline:.............................................................................18 7.1-Conceito: 7.2-Considerações: 8-Galantine e Ballotine............................................................19 8.1-Conceitos 9-Cura...........................................................................................19 10- Defumação...........................................................................20 10.1-Conceito: 10.2 -Tipos 10.4-Considerações: 11- HORS D’OEUVRE...............................................................21 11.1-Conceito: 11.2-Tipos: 11.3-O canapé UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 GARDE MANGER 1 - O Garde Manger 1.1- O que é? O Garde manger é um termo de origem francesa que significa “Guardião da comida” “preparando para comer”. Esse termo era usado originalmente para denominar a despensa, ou seja, o local onde se guardava a comida em função da ausência da tecnologia de refrigeração. Desta forma, eram aplicados aos alimentos técnicas para sua preservação: cura, defumação, embutidos, entre outras. Esse local/despensa/armário de guardar as provisões, evoluiu para uma área de trabalho da cozinha. Segundo o Larrouse Gastronomique, podemos conceituar o termo da seguinte forma: Espécie de gaiola reforçada com madeira, cobertas com tela metálica destinada a manter a segurança dos alimentos de moscas e outros insetos (...). Ele ainda era por vezes utilizado para preservar também queijo. Na Idade Média até ao final do século XVIII, também chamado de local para conservação das provisões.1 1.2- História do Garde Manger O termo garde manger se originou na França Pré-Revolução Francesa. Naquele tempo manter um amplo estoque de comida era um símbolo de poder, saúde e prestígio. Na cultura da época existia a figura do steward que era o responsável pela casa dos nobres, assim gerenciando a sala de estoque frio. Esses, com o tempo, passaram a ser chamado de garde manger, que era uma função muito importante, pois os alimentos precisavam ser porcionados, salgados, curados e defumados durante o período do outono, para serem armazenados para o inverno. E por causa desta função de supervisionar a 1 sorte de cage à armature de bois, garnie de toile métallique, destinée à conserver les aliments à l´abri des mouches et autres insectes. Souvent muni d`une poignée, le garde-manger était autrefois suspendu à la cave ou dans un endroit frais, à l´extérieur, sous la fenêtre de la cuisine. Il est encore parfois utilisé pour conserver les fromages. Au Moyen Âge et jusqu´à la fin du xvii siècle, on appelait également garde-manger le local frais et aéré ou l´on conservait les provisions. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 preservação dos alimentos e gerenciamento destes alimentos que muitos interpretam o termo garde manger como “mantendo para comer” As áreas de estoque nos castelos e mansões eram normalmente localizadas nos níveis inferiores por serem mais frios e ideais para estocar comidas. A sala de armazenamento evoluiu para as cozinhas frias de hoje. A maioria dos mercadores que trabalhavam fora das mansões dos nobres naquele tempo era associada em “corporações de ofício” com objetivo de mútua ajuda e proteção. A organização era tal que desenvolveram programas de treinamento para os seus membros. Cada corporação tinha seu nome e seu produto correspondente. Existia uma corporação chamada “charcuteries” que preparava produtos cozinhados com porco, através deles se fazia presunto, bacon, linguiças, patês e terrines. Quando o sistema de irmandades foi abolido pela revolução francesa em 1789, o garde manger absorveu a responsabilidade das Charcuteries. 1.2.1 - Marie-Antoine Carême: Segue a apresentação de um dos mais célebres chefs de cozinha que o mundo já teve: Antonin Carême é um dos maiores nomes da história da gastronomia. Não se pode pensar na contribuição da França à arte culinária sem que seu nome venha encabeçando a lista de mestres que fizeram da cozinha francesa o que ela é: a primeira do mundo. Foi criativo, audacioso, minucioso. Somou a essas qualidades o talento de arquiteto, a sensibilidade de cenógrafo e a perspicácia de um documentarista. Desde cedo compreendeu a necessidade de escrever e publicar – para que suas criações não se perdessem na velocidade de uma digestão. Adaptou-se às tendências da moda, e explorou fraquezas e vaidades à mesa. Encantou os paladares mais refinados do seu tempo: o Príncipe Talleyrand, em París; o Príncipe Regente, em Londres e Brghton; o czar Alexandre, francófilo como bom aristocrata russo, em São Petersburgo. Mas não se limitou a servir à alta nobreza: transformou a mesa dos Rothschild, antes desprezada, em uma das melhores da Europa. Do menino abandonado pelo pai nas ruas de Paris ao chef celebrado por todos os soberanos – a ponto de ser chamado de cozinheiro dos reis -, Carême teve sua história construída como história da culinária. A ele deve-se muito mais que a criação dos vou-la-vents, presentes em recepções do mundo inteiro, todos os dias, até hoje; mais que as bases para os molhos dos quais derivam todos os outros criados para enriquecer os pratos dos melhores cozinheiros de todos os tempos; mais que o chapéu – a toque também é uma criação sua – a que um chef faz jus quando comanda com competência e verve uma boa cozinha. Justiça seja feita: a ele devemos o respeito pela arte da gastronomia, e a criação de um espaço para sua consagração. O exemplar confeiteiro e o aprendiz de arquiteto, que passava as tardes copiando gravuras de templos, arcos e jardins, desenhou um lugar para a arte culinária. A perspectiva, a UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898luz, os volumes, a simetria, o jogo de proporções, todas as leis fundamentais da arquitetura clássica foram postas a serviço da mesa, num banquete de formas para ser devorado, em primeiro lugar, com os olhos. Suas extraordinaires – extravagantes peças ornamentais para bufês, verdadeiras maquetes feitas de açúcar em diferentes pontos de cozimento – e suas pirâmides de lagostas, trufas, cogumelos e aspargos eram modelos de um saber arquitetônico aprendido na sala de gravuras da Bibliothèque Nationale, com o objetivo de estabelecer as bases de uma nova filosofia da arte de comer. O rei dos cozinheiros – título que lhe cai como uma luva, porque de fato Carême reinou em todas as cozinhas por onde passou – soube receber as influências de outras culturas. Da casa imperial russa, trouxe o serviço à la russe, a sucessão de pratos na ordem que conhecemos hoje: entrada, peixe, carne, sobremesa. Pesquisou reações químicas, aperfeiçoou formas conhecidas, como a Charlotte, e recriou a massa folhada. 1.3 - Características da Antiga Cozinha Fria: ✓ Apresentações super elaboradas em estilo arquitetônico. ✓ Grandes esculturas ✓ Aves inteiras cozidas e decoradas com choud-froid e trufas ✓ Bufês para a nobreza ✓ Antonin Carême (1783 – 1833) 1.4- O Garde Manger Moderno: A estrutura que conhecemos hoje na cozinha, com funções definidas por setores, é uma inovação criada por Escoffier, onde o mesmo: “racionalizou o trabalho na cozinha profissional, dividindo-a em cinco setores interdependentes: o do garde manger, responsável pelos pratos frios e pelo suprimento de toda a cozinha, o do entremettier, incumbido das sopas, legumes, sobremesas, o do rôtisseur, encarregado dos assados, bem como dos grelhados e fritos, o do saucier, responsável pelos molhos, e o do pâtissier, que responde pelo preparo da pastelaria necessária aos vários setores da cozinha” O Garde manger é considerado por muitos como a Praça de Trabalho mais requisitada da Brigada, pois além da cozinha fria, também é responsável pela criação dos elementos decorativos, preparação de arranjos feitos com alimentos, como esculturas em vegetais e esculturas em gelo. Em algumas cozinhas o garde manger é considerado um chef de acabamento, a estação física/praça deste pode ficar na frente da cozinha, mais perto do aboyer (responsável pelos pedidos e controle de qualidade), assim à UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 medida que confeccionados os pratos, podem sair rapidamente antes de “esquentarem”. Como habilidades necessárias para o garde manger, podemos listar entre outras: Português Inglês Temperar Seasoning Cozinhar em água Poaching Cozinhar em liquido quente sem ferver Simmering Selar Searing Assar Roasting Fritar Frying Curar Curing Desidratar Drying Defumar Smoking Marinar Marinating Moer Grinding Processar como purê Pureeing Dar Forma Forming Moldar Molding Fazer “pastas” sentido patês Spreading Cortar em pedaços Slicing Cortar alimentos Cutting Cortar sentido açougue, separar carne dos ossos. Carving Enrolar alimentos, como em gordura. Rolling Frisando Crimping Apresentação de pratos, mesas etc. presenting. Outro ponto importante em relação ao garde manger é que pelo fato de trabalhar com cozinha fria, isso implica em trabalhar com alimentos crus que podem ser servidos da mesma forma (crus), sendo assim mais do que necessário é ter-se um controle de qualidade e boas práticas alimentares tendo sempre em mente a higienização, desinfecção dos alimentos e equipamentos bem como um rigoroso controle de temperatura e tempo. Como o garde manger na falta de um açougueiro, é responsável pela limpeza e porcionamento das carnes, frutos do mar e aves, deve tomar cuidado com possíveis contaminações cruzadas. Muitos itens numa cozinha fria devem de ser temperados, curados, desidratados e defumados. Nesses casos para assegurar a qualidade dos produtos por todo o processo alguns cuidados são necessários: A) -O ato de Temperar, precisa ser um complemento ao processo de cura e não dominar o produto. B) -Os tempos de cura e temperatura precisam ser constantemente monitorados, para assegurar um produto de qualidade e seguro. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 C) -No caso da defumação deve-se equilibrar a quantidade de fumaça com a saborização levando em consideração o tempo de exposição com o volume do alimento que está sendo processado. D) -Quando for preparar patês e terrines o garde manger tem que balancear o tipo de quantidade de proteínas e gorduras (que naturalmente existem nas carnes) com a gordura que pode ser adicionada a cada receita. E) -No que se refere às saladas o garde manger tem que conhecer de óleos, vinagres e outros itens utilizados para saladas, e com esse conhecimento saber a interação de cada um deles isolados ou em conjunto com as folhas, e verduras utilizadas em saladas, para encontrar a melhor combinação, a mais equilibrada. Na cozinha fria nos temos um grande apelo visual, portanto sabor e aparência mantêm uma relação de cumplicidade, onde a primeira impressão é a que conta; O profissional que trabalha nesse setor deve “manter um olho afiado nos detalhes essa é uma característica chave na constituição de um Chef Garde manger bem sucedido” (“Maintaining a keen eye on detail is a key characteristic in the complexion of a successful Garde Manger Chef”). Esse profissional, além das preparações da Cozinha Clássicas que incluem saladas, charcuteria, patês, galatines, terrines, hors d’oeuvres, molhos frios, decorações entre outros, tem também como responsabilidade as preparações de sanduíches frios e quentes, e em hotéis o mesmo é responsável pelo room-service (serviço de quarto). 1.5-Características da Cozinha Fria Moderna (Pós-renascença) ✓ Pratos mais light: Mais pratos a base de peixes, aves e vitela; ✓ Pratos menos elaborados e manipulados ✓ Redução do uso de gordura animal; ✓ Uso de proteínas alternativas ✓ Reutilização de aparas; ✓ Porções menores; ✓ Equipamentos mais sofisticados: Tecnologias. ✓ Escoffier: Racionalização da cozinha. ✓ Paul Boccuse: Cozinha du marche. (Cozinha do mercado). 1.6-Conceitos importantes para o Garde Manger • Sabor visível: ervas aromáticas picadas, temperos espalhados num recheio, legumes cortados com precisão e alimentos cozidos adequadamente. • Mantenha equilíbrio entre simplicidade e elegância, aparência e sabor criando algo que tenha um fluxo natural, sem ser exagerado. • Acabe com aquela ideia de que o prato tem uma aparência maravilhosa, mas não tem sabor. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 • Na preparação de coquetéis, entradas e bufês frios, a primeira impressão vai para a aparência visual. • Evite manipular e decorar os pratos em excesso. • O prato deve ter uma aparência apetitosa e atraente, sem diferenças de cor muito grandes. • As cores devem ser suaves, naturais e compatíveis. Esquemas e padrões de cor semelhantes podem ser montados em grupos compatíveis. O efeito de um “circo” de cores não é mais aceitável. • Sirva porções menores, fatias finas e decorações destinadas a realçar e não ser o foco principal. Por último, o sabor deve tornar-se visível. 1.7- Garde Manger, O profissional e o setor da cozinha. O grande crescimento e a propagação de restaurante pelo mundo afora estava acontecendo como um processo estocástico, fato que causava aos grandes nomes do momento certo incomodo. Diante desse cenário e em busca de melhorias e padronização dentro das cozinhas foi que o grande Chef Auguste Escoffier, falecidoem 1935 com 89 anos, implantou alguns procedimentos e deixou grandes contribuições que utilizamos até hoje. Além de estabelecer disciplina, foi ele quem dividiu a cozinha em sistema de brigadas, em que cada departamento da cozinha teria um Chef responsável, conhecido como Chef de Partie ou Chef de Partida, ou seja, cada setor de produção dentro de uma cozinha seria de responsabilidade de um determinado Chef ou cozinheiro especializado. Brigada de um restaurante se divide em Brigada de Cozinha, em alguns lugares chamados de Brigada de Produção e a Brigada de Salão, conhecida também como Brigada de Serviço, sendo assim a cozinha produz e o salão serve. (Teichmann 2000) A preparação dos alimentos é assegurada em restaurantes importantes por um conjunto de cozinheiros chamado de BRIGADA. Esta brigada está distribuída em setores de acordo com suas responsabilidades, e esses setores são chamados de PRAÇAS. Segue o organograma padrão de uma cozinha profissional completa, em que a brigada está segmentada e organizada por bancadas. BRIGADA DE COZINHA UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 Importante ressaltar que cada estabelecimento deve definir qual é a melhor forma de compor a sua brigada, levando em consideração alguns pontos: • Tamanho do restaurante. • Capacidade de atendimento (número de comensais). • Tipo de cardápio. • Espaço físico da cozinha. • Equipamentos e utensílios disponíveis para a produção de alimentos. • Tipo de serviço oferecido. • Nível de posicionamento de mercado do restaurante. Após análise detalhada desses pontos, define-se o tamanho, a composição e a qualificação dos profissionais que irão integrar a brigada de um determinado restaurante. O Garde Manger ocupa dentro da brigada um lugar de destaque, em virtude dos importantes preparos que realiza em sua praça. Tradicionalmente, era responsável pela manutenção do estoque e preparação dos ingredientes para serem cozidos, tais como a limpeza e corte de peixes e carnes, distribuindo entre as partidas. O Garde Manger era também responsável por manter o estoque frio e todas as preparações de frios como hors d’oeuvres, saladas, molhos frios, aspics e outros itens necessários em grandes buffets. Também podemos considerar em suas funções como mise-em-place e preparo de: • Molhos frios: emulsões como vinagretes e maioneses, de queijos, coulis, aspic e outros; • Sopas frias; • Saladas simples e compostas; • Terrines, galantines, roulades e mousselines; UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 • Conservas: curas, os defumados e as salmouras; • Entradas frias; • Decorações para pratos e buffets. • Sanduiches; • Preparos de queijos simples ou pratos à base de queijos; • Abastecer diariamente as demais bancadas da cozinha, ou seja, ele é quem requisita e retira os insumos alimentícios do estoque e distribui na cozinha, para que a produção daquele dia de trabalho esteja assegurada que nada tenha que ser retirado no meio da jornada. Esse abastecimento pode ser tanto de matérias-primas secas, frescas, refrigeradas ou congeladas. • Preparo de marinadas e outros condimentos. • Pode ser auxiliado por um “boucher” em uma churrascaria. • Pode ser auxiliado por chefe de frios em um hotel. O setor de Garde Manger pode ser ocupado por um Chef Garde Manger ou um Cozinheiro Garde Manger, que, nesse caso, estará sob a supervisão do Chef, a depender da complexidade dos preparos dessa praça e o do nível do restaurante, podendo apresentar ainda, mais de um profissional dedicado exclusivamente à bancada de Garde Manger, além dos commis, quando houver necessidade. Garde Manger não se isenta de conhecer e saber executar com propriedade outras técnicas de cozinha, como todos métodos de cocção, tipos de cortes e preparos quentes. Observações Importantes do setor: 1- Escolha de Ingredientes 2- Sazonalidade 3- Compra 4- Armazenagem A bancada do Garde Manger: Pode ser inserida de duas formas: 1- Quarto Frio: também conhecida como sala fria, é a situação ideal, mas pouco presente nas cozinhas. O Quarto frio é como se fosse uma dependência na cozinha, ambiente fechado, totalmente refrigerado, na maioria da vezes, separado por paredes metade alvenaria e metade vidro, o acesso se dá por portas de vai e vem de PVC flexível com visor transparente. Essa situação propicia que o Garde Manger manipule todos os seu preparos sem a preocupação da exposição dos insumos perecíveis à temperatura ambiente por um período maior de tempo. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 2- Integrado a Cozinha: Muito coerente nas cozinhas profissionais. Nessa situação, a bancada do Garde Manger está integrada as demais bancadas, no mesmo complexo. Deve estar mais distante dos preparos quentes, chegando às vezes, a ser dividida por uma meia parede. 2- SALADAS 2.1 O que são? O apelo estético, observado pela busca de um corpo perfeito e as preocupações com a saúde, fez da “salada” um item essencial e de grande destaque nos cardápios atuais. Dessa forma, reinventar e valorizar a salada tradicional se faz mais que necessário. A salada pode ser classificada como um: “Prato frio que poderá ser composto de um ou mais elementos e que obrigatoriamente é condimentado de modo a estimular o apetite. Leva sal e um líquido ácido, vinagre ou limão, e uma gordura fluida para complementar. Seu nome tem origem provençal e quer dizer comida salgada”. (VIEIRA, Elanara Viera de. Glossário técnico – gastronômico, hoteleiro e turístico. Caxias do Sul : EDUCS, 2000.) 2.2 Folhas: Os principais tipos de folhas existentes no Brasil são: Alfaces (lisa, crespa, roxa, mimosa, americana e romana); chicórias ( endívias, radicchio, escarola, chicória, chicórias frisée; outras (repolho, repolho roxo, acelga, mostarda, rúcula, agrião, azedinha, mâche, espinafre). Temos no mercado uma classificação importante que considera o sabor e as características. Tais pontos devem ser levados em consideração no momento da montagem da salada. Consideremos basicamente: folhas suaves (alfaces em geral); folhas picantes (agrião, mostarda); folhas amargas (rúcula, radicchio). 2.3 Limpeza Para obtermos o máximo dos benefícios das folhas e também para que as mesmas. Não causem nenhum prejuízo ao nosso corpo às mesmas devem ser muito bem higienizadas para tanto alguns passos devem ser seguidos: 1. Retire a sujeira grossa das folhas (terra, palha, etc.); UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 2. Separe as folhas uma a uma; 3. Lave-as em água corrente uma a uma; 4. Coloque-as em água fria e deixe por 10 minutos; 5. Coloque-as em imersão na solução de água com sanitizante durante o tempo indicado pelo fabricante2; 6. Seque-as uma a uma com pano ou papel ou em uma centrífuga de folhas; 7. Acondicionem-as em recipiente as folhas em pé com um pouco de água no fundo; 8. Cubra o recipiente com filme plástico deixando aberturas laterais; 9. Conserve em geladeira 2.4 – Utilização: As saladas podem ser servidas como Entrada, Acompanhamento ou até mesmo como Item principal. Na escolha do tipo a ser servido alguns fatores se fazem importantes: - se for acompanhar mais de um prato - se for complementar uma produção - se for servida de entrada - se for o prato principal - se for servida no final da refeição 2.5 – Molhos Frios: Vinagrete padrão • Vinagre 1 • Óleo 1-3 • Sal Vinagrete Light • Vinagre 1 • Fundo lié1 • Óleo 1 • Sal Emulsão • Gema 2 2 pode ser 1 colher de sopa de água sanitária 2,0 a 2,5% para 1 litro de água por 15 minutos; UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 • Sal • Ácido 15ml • Óleo 500ml • Água quente 15ml Obs. Outros agentes de emulsão: feijão, mostarda, batata, etc. Laticínios utilizados para molhos frios • Iogurte • Queijos • Creme de leite • Cream cheese • Creme azedo Purês • Coulis de frutas e legumes (Chutneys (Índia) - Relishes Inglaterra) • Frutas ou legumes - 500g • Cebola - 200g • Açúcar- 100g • Vinagre- 80-150gr • Sal • Temperos - 5-20gr Salsas • Fruta ou legume - 500g • Cebola - 200g • Alho - 20g • Ácido - 30-60g • Ervas frescas - qb Campanha • Cebola - 1 • Tomate - 2 • Ácido - qb • Óleo ou azeite para temperar • Salsinha • Sal Holandaise UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 • 02 gemas • Ácido (redução) • Água quente (gotas) • Manteiga clarificada (400 ml) Molho de Cobertura: Aspic Chaud froid 3-Vinagres e óleos aromatizados Da mesma forma que determinadas receitas utilizam vinagres e óleos simples como condimentos, o uso de produtos aromatizados agrega mais valor à produção e surpreende quem consome. O Brasil é grande apreciador do óleo ou vinagre aromatizado com pimentas, como a malagueta, dedo de moça ou de cheiro, que são as mais utilizadas. A grande escalada gastronômica brasileira atual ascende o interesse de gourmets pelo produto, que muitas vezes acaba sendo o diferencial numa simples salada ou preparo quente. Produtos de qualidade são encontrados no mercado, mas com alto custo. Como se trata de um produto de fácil preparo e boa conservação, pode ser preparado seguindo o gosto de cada apreciador. Para produção de vinagres e óleos aromatizados, são necessários alguns cuidados para que se obtenha um produto de qualidade, são eles: • O tipo de óleo ou vinagre escolhido deve ser de qualidade, para que o produto final seja garantido. O sabor desses deve ser neutro, para que se consiga uma boa harmonia com os ingredientes aromáticos; • O prazo de validade de cada produto é determinado pela combinação usada. Quando se adiciona ervas muito úmidas no óleo, como o manjericão ou a salsa, o óleo decompõe-se mais rapidamente, ao contrário se fossem utilizadas ervas seca, como o alecrim ou louro. • O prazo de validade para vinagres é maior, justamente porque sua composição natural possui elevada atividade de água, prevalecendo aí como conservante, sua acidez elevada; • Aromatizar com ervas: devem ser sempre lavadas e bem secas para serem incorporadas na mistura. Devem-se escolher os ramos mais jovens, com sabor mais delicado e pronunciado. As ervas podem ser ligeiramente branqueadas ou ainda prensadas para liberar mais aroma, porém estragam o óleo mais rapidamente. • Aromatizar com especiarias: podem ser adicionadas ao óleo ou vinagre em grãos ou moídas, porém o grão inteiro possui mais aroma. Para acentuar o aroma, recomenda-se tostar ligeiramente os grãos antes de serem adicionados à mistura. • Podem ser utilizadas também pimentas variadas (gênero Capsicum), alho, casca de limão, talos de capim cidreira, frutas aromáticas, etc. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 • Os óleos mais indicados para uso são: azeite virgem, canola, milho, girassol, que são os mais comuns do mercado. O Azeite Extra Virgem, de sabor mais pronunciado também é uma boa opção, porém deve-se cuidar para que o sabor do azeite não se perca com a mistura. • O óleo deve ser aquecido até 80ºC para extrair melhor os aromas. O vinagre também pode ser aquecido para o mesmo fim – somente, no uso de ervas frescas e úmidas não se recomenda o aquecimento. • Os vinagres mais utilizados são: vinho branco, vinho tinto, de arroz, de maçã, e também de álcool. O balsâmico, que tem sabor acentuado, não é muito adequado por sua natural complexidade. • O recipiente para armazenamento deve ser bem fechado, sendo mais versátil uma garrafa de vidro ou a própria embalagem da compra do produto. Esterilize em caso de reutilização. • As combinações ficam a cargo do bom senso... 4- Picles 4.1 Conceito: É um método de conserva de alimentos, onde esses são armazenados em recipientes contendo água e sal basicamente, podendo variar em agridoces ou azedos, contendo açúcar e ácidos. Alimentos muito duros devem ser cozidos antes de serem armazenados; estes podem ser cozidos na própria solução para adquirirem mais sabor. Essas conservas podem ser aromatizadas com temperos, que devem ser fervidos juntamente com a solução, para liberarem sabor. A solução deve ser fervida para garantir a isenção de micro-organismos existentes ali, já que esse processo de conserva consiste em armazenar alimentos por longos períodos de tempo. 4.2 – Ingredientes Salgado básico • Principal (Batata de conserva cozido, mini cenoura cozida, mini cebola cozida, mini pepino, champignon fresco salteado) – 100g cada. • Sal – 30g • Água – 1 lt • Temperos – QB Salgado e azedo • Principal • Sal – 20g • Vinagre 70-100 ml • Água – 1 lt • Temperos – QB Agri-doce • Principal UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 • Açúcar – 200 ml • Vinagre – 200 ml • Água – 1 lt • Sal – 10g • Temperos – QB 4.4-Modo de preparo Todos os tipos de soluções para picles devem ser fervidos e resfriados antes de armazenar o alimento, para aromatizarem e se tornarem estéreis. Se o ingrediente principal for cozido, isto deve ser feito na própria solução, para adquirir sabor. 5-Charcutaria; 5.1 Conceito? O termo veio da palavra francesa Charcuterie, nome feminino do século XVI, de Charcuterie - Indústria e Comércio da carne de porco, das preparações a base de porco. O mesmo nome se refere às especialidades à base da carne de porco e, ainda, às lojas especializadas em comercializar estes produtos. Podemos dividir a charcutaria em seis grandes categorias: preparações cruas (Jambon, Jamón, Prosciutto), as preparações cozidas (presuntos e lombos cozidos), as salsichas, os salsichões, salsichas tradicionais (Rillettes, patês, grattons) e as conservas. Certos produtos como salsichas secas, jambon cru, podem ser conservados por mais tempo em um local fresco e ventilado. Outros como as rillettes e patês, devem ser consumidos rapidamente. Dessa forma a charcuteria se resume em: ✓ Arte de fazer embutidos (linguiças, mortadela, salsicha, salame, etc.); ✓ Uma das profissões mais antigas (Babilônia, Grécia, Roma e China); ✓ Produtos de porco temperados, curados, cozidos, defumados, secos ou utilizados frescos; feitos de tripa. 6-Terrine 6.1 Conceito: O nome terrine é dado à forma retangular que pode ser de fundo reto, arredondado ou triangular em que o patê é cozido, daí por diante, tudo o que é preparado nesta forma também leva seu nome. O patê é a mistura de carne UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 finamente picada ou processada de porco, e o item que dará a característica ao preparo, que pode ser frango, peru, coelho, etc. Segundo o Pequeno Dicionário da Gula terrine seria: Denominação francesa que se dá a certas iguarias que são preparadas, servidas e conservadas em recipientes de barro, louça, porcelana, etc. Geralmente providos de tampa. Estão inseridos nesta definiçãocertos patês e empadões, assim como diferentes misturas de alimentos em alternância. 6.2- Considerações Para o cozimento da terrine deve-se levar em consideração a profundidade da forma usada e não a superfície de abertura desta, pois se exagerado o tempo de cocção, a terrine irá se tornar quebradiça e seca. Algumas terrines podem ser cobertas com aspic ou ainda fatias finas de bacon ou vegetais. É cozida em banho-maria ou assada em forno moderado, sempre com a forma coberta (David, 2000). Quando se prepara uma terrine de carnes, por exemplo, frango, utiliza-se uma mistura chamada de patê, que é composta por: Carne principal (33%), gordura de porco (33%) e carne de porco (33%). Essa mistura de patê é muito utilizada na Cozinha Clássica Francesa, porém com as mudanças dietéticas, a cozinha moderna utiliza 20% de gordura de porco, 20% de carne de porco e 60% da carne principal. Pode variar inclusive o tipo de processamento da carne, sendo moída 1 vez somente (country), 2 vezes ou 3, podendo ainda ser utilizando processador de alimentos. 7-Mousseline 7.1- Conceito: Considera-se Mousseline o preparo feito com carne processada, creme de leite, ovo e condimentos, onde ela deve ficar batida até adquirir consistência macia (“emulsionada”). Esse preparo pode ser escalfado, cozido em vapor ou ainda cozido em plástico filme. É uma espuma salgada ou doce, muitas vezes apresentada em porções individuais, moldadas com uma colher ou em pequenos moldes. O termo também se aplica às preparações que queremos enfatizar a delicadeza. ( Larousse Gastronomique). 7.2 Considerações: A mousseline deve ser delicada, com consistência aerada e sabor suave. Normalmente é feita a partir de peixes e frutos do mar, mas também pode ser feita com carne branca. A gordura usada é o creme de leite, e as claras dos ovos UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 são utilizadas para dar textura. Para ela atingir o objetivo desejado alguns cuidados são imprescindíveis: - Tudo deve estar bem gelado, inclusive a faca do processador; - Misture a carne cortada em cubos aos ovos ou claras e sal; - Processe rapidamente, acrescentando o creme de leite aos poucos até obter uma mistura homogênea e lisa; - Passe pela peneira fina - Acerte o tempero e a decoração - Cozinhe em banho-maria de forno ou escalfe em muito líquido até a temperatura máxima interna de 63C 8-Galantine e Ballotine 8.1- Conceitos: Galantine é um rolo de carne moída, cozida envolta na própria pele do animal. Costuma desossar-se um frango, por exemplo, sem cortar a pele e mantendo-a no formato de uma manta. A carne é moída e misturada a condimentos e recheios, que podem ser centrais ou misturados à carne. Enrola- se a carne moída na pele inteira do animal e leva-se ao forno ou cozinha-se embrulhada em pano fino ou filme plástico. Pode ser feita de coelho, peru, codorna, porco ou galinha. Ballotine é o mesmo preparo, porém levada para gratinar em forno ou salamandra. Algumas bibliografias trazem ballotine como tal preparo, porém coberta com aspic (Larousse Gastronomique, 2001, p. 68). Aspic é o caldo aromatizado de carne, com colágeno concentrado ou acrescido de gelatina para, quando gelado, solidificar-se. Aspic também denomina o tipo de apresentação de carnes, terrines, galantines e outros preparos que levam uma cobertura de aspic. Esse caldo é obtido através da clarificação do fundo de carne e adição de gelatina, ou concentrar seu teor de colágeno. 9-Cura Cura é o processo pelo qual passam queijos, carnes e enchidos para adquirir textura e sabor ideal para posterior preparo ou consumo. Queijos são curados com a ação do tempo, que quando expostos ao ar ou calor moderado, perdem umidade, concentram sabor e adquirem textura mais dura. Quando curamos uma carne ou enchido (linguiças, salames, etc.) buscamos agregar sabores utilizados no processo (ervas, ácidos, etc.) e também alterar a textura, já que a cura de carnes envolve a desidratação, conseguida pela ação do sal ou do ar (evaporação). UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 A cura é um dos processos de conservação de carnes, peixes e laticínios mais antigos existentes, garantindo assim provisão de alimento para diversos povos no decorrer da história. Trataremos aqui das curas utilizadas para preparo de carnes e enchidos pertinentes ao Garde Manger, como o lombo canadense, confit de pato, peixes variados, etc. São utilizados dois tipos de curas: seca e úmida. A cura seca é um processo extremamente antigo, sendo utilizado para o preparo do bacalhau e também do charque brasileiro, produtos importantes para o desenvolvimento de muitas culturas. Consiste em desidratar o alimento através da ação direta do sal, em contato com a superfície da carne, tornando-a assim consistente e com sabores concentrados. A cura úmida, ou salmoura, também é um processo eficiente, atingindo toda superfície da carne e melhor para a transmissão de sabores da marinada para o interior da peça (ácidos, condimentos, especiarias, etc.). Consiste em mergulhar o alimento em solução salobra, aromatizada ou não, para alterar também a textura, porém não tornando o produto final tão seco quando a cura seca. Para uma melhor conservação, utiliza-se o “sal de cura”, ingrediente que traz em sua composição nitritos e nitratos além do convencional cloreto de sódio (NaCl), que quando associados a mio globina do sangue da carne impede a proliferação de microrganismos no alimento. Portanto, curar uma peça de carne é desidratá-la, conferindo-lhe mais sabor e maior conservação, porem com alterações na textura do alimento. A cura é um processo importante para alimentos que serão posteriormente defumados, garantindo assim maior conservação e melhora no sabor do alimento. 10- Defumação 10.1 – Conceito: Podemos conceituar defumação como a exposição direta do alimento à fumaça, seja com a finalidade de conservá-lo ou de agregar sabor. (Kövesi, p. 364) Dessa forma, defumar é expor o alimento à fumaça., onde essa fumaça deve ser aromática a fim de alterar seu sabor e aroma. 10.2 – Tipos UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 Encontramos dois tipos de defumação: à quente (até de 80ºC) ou à frio (até 40ºC). A defumação a quente, além de conferir sabor ao alimento, dá a ele aspecto de cozido, já que sofre ação da temperatura. Ocorre a formação de casca no alimento e como é um processo lento, recomenda-se um aparelho eficiente e que o alimento fique exposto à fumaça pelo tempo necessário. Podem ser preparados o Einsbein, Lombo canadense, linguiça calabresa, etc. A defumação feita a frio somente confere sabor ao alimento, não dando aspecto de cozido e mantendo a textura da cura. São exemplos o salmão defumado, truta, frango inteiro, alguns queijos, etc. A madeira para defumação deve ser selecionada, sendo preferencialmente de arvores frutíferas cítricas, como a laranja, limão, mexerica, etc. Geralmente são madeiras duras as melhores, mas são utilizados também cascas de castanhas, talos de temperos, grãos de especiarias, que irão auxiliar na formação do sabor. Preferencialmente, todo alimento que será defumado deve ser curado, para garantir maior durabilidade ao produto e melhorias na textura. 10.4- Considerações: Cuidados para defumação: • Controlar a temperatura constantemente; • Limpar, desossar e cortar alimentos grandes; • Secar a superfície do alimento; • Manter as peças distantes dentro do defumador, para permitir circulação de fumaça; • Manter o ambiente fechado o tempo todo, para melhor aproveitamentoda fumaça; • Defumar o alimento de acordo com seu tamanho. Geralmente 40 minutos por centímetro de espessura. 11- HORS D’OEUVRE 11-1 Conceito: Hors d’oeuvre é uma palavra francesa cuja tradução é ‘’fora do trabalho’’. Seriam os pratos servidos à parte da refeição, antes ou em horário em que não há refeição. Desta forma seriam adequados em um coquetel, open house, casamento, etc. Segundo Kovesi: “Frios ou quentes, os hors d’oeuvres são pequenas porções de alimento servidas antes da refeição para abrir o apetite”. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 Como devem ser consumidos ‘’fora da refeição’’ precisam ser pratos leves. Os hors d’oeuvres dividem-se em quatro grupos: hors d’oeuvres frios, quentes, petiscos e canapés. A escolha de qual tipo de hors d’oeuvres fazer para uma determinada ocasião depende do tempo de duração, orçamento disponível, capacidade de mão de obra, espaço e equipamentos, tipo de evento e local onde ocorrerá este evento. 11.2-Tipos: PETISCOS Os petiscos são preparações pequenas e simples, não montadas. Podem ser: pequenos biscoitinhos, amendoins, castanhos ou salgadinhos. São os hors d’oeuvres mais simples. HORS D’OEUVRES FRIOS Por incluírem ou serem servidos com um molho, os hors d’oeuvres frios são normalmente apresentados em pratos retangulares e ovais conhecidos pelo nome de raviers, e requerem utensílios para serviço. Geralmente são servidos como parte de uma refeição mais elaborada. HORS D’OEUVRES QUENTES Podem ser apresentados em uma forma de massa, como por exemplo, barquetes ou conchas de massa folhada, ou dentro de massa filo. Não devem necessitar de garfo e faca para serem consumidos. CANAPÉS Dentre as produções de hors d’ oeuvre o canapé é um clássico bastante utilizado. Basicamente são pequenas entradas frias feitas com bases variadas que vão desde fatias de pão, bolachas ou brioches (espécie de pão adocicado), até legumes, sobre os quais são colocados diferentes tipos de produtos, tais como: molhos, manteigas, patês, ovos, aspargos, etc. Estes seriam a cobertura e decoração. 11.3 O canapé ''Canapé'' é uma palavra francesa que designa o pedaço do miolo do pão, de formato variado, sobre o qual se colocam preparações diversas. A origem do canapé é russa. Eles são chamados ''Canapés à Russa'', para diferenciá-los dos canapés ou ''croûtons'', que são usados como complemento de pratos. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 Os russos serviam esta espécie de ''Hors d'oeuvres'', antes das refeições, em uma sala vizinha ao restaurante, e o chamam de ''Zakouski''. Os canapés são servidos antes do jantar para acompanhar aperitivos, em coquetéis e em reuniões sociais para acompanhar bebidas. Eles são petiscos muito delicados, portanto devem ser de dimensões pequenas e delicadamente enfeitadas. Itens que compõe um canapé: • Bases; • Creme (liga); • Item principal; • Decoração; Base: é a parte do canapé que servirá de apoio. Essa deve ser resistente a pressões físicas, como o ato de segurar o alimento, podem ser fatias de pão, massas, legumes, queijos achatados, etc. Creme: servem de liga entre o ingrediente principal do canapé e a base. Podem ser manteigas aromatizadas, queijos cremosos ou cremes diversos. Item principal: é o produto que será vendido em um canapé, à descrição do canapé define o ingrediente (quenelle de camarão, barquete com caviar, champignon com funghi e shiitaki). Geralmente é o item mais caro da preparação. Podem ser de frutos do mar, carnes, legumes, frutas, conservas, mousses, etc. Decoração: é o item que dará detalhes ao canapé, tornando-o atraente e realçando seu sabor. Devem ser produtos que contrastem ou combinem com o sabor do item principal. Cálculo de canapés para coquetel NÚMERO DE PESSOAS DURAÇÃO DO COQUETEL ½ hora ¾ hora 1 hora 1 E ½ horas 2 horas NÚMERO DE PEÇAS POR PESSOA 25 – 50 06 08 12 14 16 50 – 100 05 07 11 13 15 100 – 200 04 06 09 11 14 200 – 300 04 06 09 11 13 UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898 Mais de 300 04 05 08 10 12 Observações: a) Esta tabela é para cocktail não seguido de jantar. b) No caso de cocktail seguido de jantar, eliminam-se as duas últimas colunas de 01 e1/2 horas e 2 horas. c) É necessário levar em consideração a idade e o tipo de clientela. d) Esta tabela é valida para salgadinhos de tamanho habitual em banquetes e cocktails. e) Esta tabela é válida para um serviço farto, podendo ser alterada dependendo das circunstâncias, do cliente e da empresa. Bibliografia • BARRETO, Ronaldo Lopes Pontes. Passaporte para o sabor: tecnologias para a elaboração de cardápios. São Paulo: Ed. SENAC, c1999. • FRIBERG, Bo.The professional pastry chef: fundamentals of baking and pastry. New York: John Wiley, 2002. • INSTITUTO AMERICANO DE CULINÁRIA. Garde Manger - A Arte e o Oficio da Cozinha Fria - Instituto Americano De Culinaria - Senac São Paulo, 2014. • KELLY, Ian. CARÊME – Cozinheiro dos Reis. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2005. • MONTEIRO, Zambon Renata. Cozinhas profissionais. Senac São Paulo, 2017. • THIS, Herve; BAGNO, Marcos ;tradução de.Um cientista na cozinha. • VIEIRA, Elenara Vieira de; CÂNDIDO, Índio. Glossário técnico: gastronômico, hoteleiro, turístico. Caxias do Sul: EDUCS, 2000. • WOLKE, Robert L.; LONDRES, Helena.O que Einstein disse a seu cozinheiro: a ciência na cozinha: inclui receitas.Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. • WRIGHT, Jeni; TREUILLE, Eric. Le cordon bleu: todas as técnicas culinárias. São Paulo: Marco Zero, 2007. UniFatecie - Unidade IV - Rodovia BR – 376, KM 102, nº 1000 – Chácara Jaraguá – CEP 87701-970 – Paranavaí/PR. Telefone: 44 – 30459898
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