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JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM SÉRIO COMPROMISSO COM O BRINCAR E COM A APRENDIZAGEM. Trabalho completo – comunicação oral BRAIT, Lilian Ferreira Rodrigues. EF/CAJ/UFG.1 SILVA, Natália Lázara Carvalho da.2 : Neste artigo apresentamos as contribuições dos jogos, brinquedos e brincadeiras como possível recurso para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, uma vez que acreditamos que eles podem ajudar o indíviduo a se desenvolver enquanto ser criativo e participante da sociedade, favorecendo o raciocínio, as condutas estéticas, entre outros. JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS Apesar de serem utilizados como sinônimos em alguns países, como o Brasil, os jogos, brinquedos e brincadeiras não têm o mesmo significado, são três conceitos diferentes, mas um pode ser suporte do outro. Caillois (1967) nos explica que o jogo possui algumas características que são definidas essencialmente como uma atividade: Livre, uma vez que, se o jogador fosse a ela obrigado, o jogo perderia de imediato a sua natureza de diversão atraente e alegre; Delimitada, circunscrita a limites de espaço e tempo rigoroso e previamente estabelecidos; Incerta, pois o seu desenrolar não pode ser determinado, nem o resultado pode ser obtido previamente; Improdutiva, porque não gera nem bens nem riqueza, nem elementos novos de espécie alguma; Regulamentada, pois está sujeita a convenções que suspendem as leis normais e que instauram momentaneamente uma legislação nova, a única que conta; Fictícia, acompanhada de uma consciência específica de uma realidade outra, ou de franca irrealidade em relação à vida normal. 1 Docente do curso de Educação Física do CAJ/UFG, e orientadora da pesquisa. 2 Licenciada em Educação Física pelo CAJ/UFG. 2 Tendo em vista estas características podemos entender que o jogo dá liberdade e alivia a tensão de seus participantes, possibilitando uma “viagem” a um mundo de representação fazendo com que as pessoas fixem a atenção nas atividades previstas. Em relação ao jogo na educação infantil, Kishimoto (1993) afirma que Dewey concebia a infância como época de crescimento e desenvolvimento, estimulando assim a ação do jogo livre como forma de atender às necessidades e interesses da criança. Chateau (1987, p. 96) “entende que o jogo tem fins naturais quando a ação livre permite a expressão do eu”. O papel pedagógico do jogo só pode ser entendido dentro do domínio do jogo enquanto meio. Ao se falar de fins naturais, Chateau considera os aspectos biológicos do ser humano, mas não se pode esquecer que para se formar um cidadão é preciso referenciar os fatores sociais e os valores expressos intencionalmente por cada sistema educativo. O uso nas escolas maternais dos jogos educativos se justifica então pela necessidade em que se encontra a criança de aprender logo o que é uma tarefa. Ordenar cores, classificar etiquetas, dar laços, empilhar cubos, são igualmente tarefas e jogos [...]. (CHATEAU, 1987, p.126). Entendemos assim, que certos meios de aquisição de conhecimento são facilitados quando tomam a forma aparente de atividade lúdica. Kishimoto (1998) mostra a importância da utilização de três tipos de jogos em situações pedagógicas: Jogos tradicionais infantis, ligados ao folclore; Jogos de faz-de- conta, que consistem na representação de papéis; e os Jogos de construção, pois construindo, transformando, destruindo, a criança se desenvolve intelectualmente. Com a concepção de jogos que a autora traz, entendemos que os mesmos permitem que a criança desenvolva capacidades importantes como a imitação, a atenção, a memória, a imaginação, além de favorecer a socialização por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras. Entendemos assim, que em sua essência, quase todos os jogos são educativos, pois em qualquer tipo de jogo a criança sempre aprende. Em relação ao brinquedo, Vygotsky, citado por Rego (1995, p. 80) explica que “ é uma importante fonte de promoção de desenvolvimento, pois apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante da infância, ele exerce uma enorme influência no desenvolvimento infantil”. 3 Os brinquedos podem ser compreendidos como objetos que servem para as crianças brincarem, ou seja, um suporte para as brincadeiras. Diferente dos jogos, o brinquedo tem uma relação íntima com as crianças e uma ausência de regras que organizam sua utilização. No brinquedo a criança cria uma situação imaginária. Benjamin (1984) diz que o brinquedo sempre foi e será um objeto criado pelo adulto para a criança. As pessoas produzem materiais de sua cultura, por isso o brinquedo é dotado de imagens, significados e simbologias próprias de uma determinada cultura. Kishimoto (1998) ainda afirma que o brinquedo terá duas funções: Função lúdica, na qual o brinquedo propicia diversão e prazer quando escolhido voluntariamente e a função educativa, a que é quando o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o individuo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. Sendo assim, o objetivo educacional da utilização dos brinquedos seria a busca do equilíbrio entre estas duas funções, entretanto, um desequilíbrio entre elas ocasionaria duas situações prováveis: perder-se-ia a função lúdica e haveria só ensino ou, o lúdico predominaria havendo apenas “passatempos”, perdendo a ação pedagógica. Ao tratarmos da brincadeira, Brougère (2006, p. 90), afirma que “foi só depois de Rosseau, que houve uma mudança profunda na imagem de criança e de natureza, para que se pudesse associar uma visão positiva às suas atividades espontâneas”. Segundo Benjamin (1984), para a criança, brincar significa libertar-se dos horrores do mundo que a cerca, ela constrói enquanto brinca, um pequeno mundo de magia em que vive por alguns momentos. Já para Chateau (1987), a brincadeira representa para a criança o que o trabalho representa para o adulto. Segundo Lorenz, citado por Gomes (1997), a brincadeira é um fenômeno da corporeidade humana, que não se caracteriza pela racionalidade e sim pela ludicidade. Kishimoto (2006) confirma ao dizer que a brincadeira nada mais é que a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Percebemos então, que o jogo e a brincadeira se confundem por ter significados muito próximos e isso nos leva a refletir que jogo e brincadeira podem ser compreendidos como o simples ato de brincar. Cada vez mais se desenvolve um discurso relativo ao valor da brincadeira na educação das crianças. Quem trabalha na educação infantil deveria saber que as 4 brincadeiras desenvolvem a motricidade, a atenção e a imaginação das crianças. Segundo Maluf (2003), o professor é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça de uma maneira sempre educativa. O lúdico é o parceiro do professor. No entanto, Gomes (1997) nos mostra que as brincadeiras realizadas dentro da sala de aula quase sempre são dirigidas pela professora para resolver dificuldades dos alunos como grafia, entender o mundo animal, dar noção de tempo e espaço, porém, muitas vezes a brincadeira acontece no fim da aula e tem como finalidade, a ocupação de um tempo livre para que os outros colegas não sejam perturbados, podendo significar ainda, um descanso da atividade intelectual. Segundo Maluf (2003), é necessário apontar o papel do professor na garantia e enriquecimento das brincadeiras como atividades de interação social do mundo infantil. As atividades lúdicas precisam ter lugar garantido na educação infantil. Entendemos assim, que o professor tem um papel primordial para que issoaconteça, pois é ele que possibilitará às crianças assimilarem a cultura de forma criativa e participativa. Apesar de muito se falar sobre a utilização dos jogos, brinquedos, brincadeiras e da situação lúdica como meio facilitador do processo ensino-aprendizagem na educação infantil, o seu uso ainda não se disseminou entre os professores, sendo visto mais nas situações de recreio, por iniciativa das próprias crianças, nas aulas de Educação Física ou mesmo em momentos proporcionados pelos professores, mas como passatempo, ou atividade compensatória do trabalho intelectual. EDUCAÇÃO FÍSICA E INFÂNCIA Desenvolvimento e aprendizagem Segundo Cória-Sabini e Lucena (2005), há várias teorias psicológicas que estudaram aspectos do conhecimento como: percepção, memória, inteligência, atenção entre outras. Assim, a aprendizagem foi estudada com o objetivo de compreender como ocorre a construção do conhecimento. Entre vários estudiosos, destacaram os estudos de Piaget e Vygotsky. Para Vygotsky (1998), o aprendizado é um aspecto necessário e fundamental no processo de desenvolvimento das funções psicológicas superiores, portanto, o desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que realiza num determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos de sua espécie. 5 Em relação à brincadeira infantil, Vygotsky (1998) explica a existência de dois elementos importantes: a situação imaginária e as regras. De um lado o jogo com regras implícitas e, de outro, o jogo com regras explícitas. Piaget (1977) afirma que cada ato de inteligência é definido pelo equilíbrio entre duas tendências: assimilação e acomodação. Na assimilação, o sujeito incorpora eventos, objetos ou situações dentro de formas de pensamento, que constituem as estruturas mentais organizadas. Na acomodação, as estruturas mentais existentes reorganizam-se para incorporar novos aspectos do ambiente externo. O autor comenta que ao aprender, o individuo não tem um papel passivo perante as influências do meio, pelo contrário, procura adaptar-se a elas como uma atividade organizadora, assim os estímulos não são percebidos tais como são apresentados, mas são interpretados por ele. Piaget e Inhelder (2003) afirmam que existem quatro fatores responsáveis pelo desenvolvimento que são: a maturação, a experiência, as interações e transmissões sociais e a equilibração. Uma das funções da maturação é abrir possibilidades novas e condição necessária para o aparecimento de certas condutas. A experiência pode ser de dois tipos: aquela física, que consiste em agir sobre os objetos, abstraindo deles as propriedades fundamentais, e o outro tipo é a lógico-matemática, que consiste em estabelecer relações entre os objetos e assim poder compará-los, estabelecendo o conhecimento relacional. Outro fator, são as interações e transmissões sociais, que permitem uma estruturação do conhecimento, para qual o indíviduo contribui e também recebe contribuição de outros componentes da sociedade. O quarto e último fator é a equilibração, que é considerada como um fator conciliador entre as contribuições da maturação e da experiência. E embora estes quatro fatores citados sejam importantes para explicar a evolução intelectual e cognitiva da criança, é preciso considerar a afetividade e a motivação. Em relação aos jogos e brincadeiras, Piaget (1977) observa ao longo da infância três sistemas de jogos: de exercício, simbólico e de regras. O jogo de exercício aparece até os primeiros 18 meses de vida, envolve a repetição de seqüência já estabelecida, derivada das atividades motoras. Os jogos simbólicos surgem durante o segundo ano de vida, com o aparecimento da representação e da linguagem, que envolve elementos que 6 variam com o tempo. O jogo de regras ocorre dos quatro aos sete anos, marca a transição da atividade individual para a socializada. Como afirma Cória-Sabini e Lucena (2005) o significado da atividade lúdica na vida da criança pode ser compreendido considerando alguns aspectos que são: preparação para a vida, liberdade de ação, prazer obtido, possibilidade de repetição das experiências e a realização simbólica dos desejos. Para Moyles (2002), a maior aprendizagem está na oportunidade oferecida à criança de aplicar algo da atividade lúdica a alguma outra situação. O brincar está constantemente gerando novas situações, e que no caso das crianças pequenas, as incidências de aprendizagem podem ser pequenas, mas são elas que fazem a criança avançar um estágio ou mais na aprendizagem. Percebemos assim, que as atividades lúdicas infantis oferecem uma ampla fonte de estudos sobre sua influência no cotidiano das crianças, podemos observar que as brincadeiras podem ajudar no processo de socialização infantil, na interação entre as crianças, nas formas de participação de cada elemento, no desempenho de papéis, observar o nível de aceitação de cada participante do grupo lúdico, as atitudes e os preconceitos, o surgimento de lideranças entre outras. Os jogos e brincadeiras também podem ser utilizados para ajudar os alunos a superarem bloqueios que possam existir na aprendizagem dos conceitos em várias matérias escolares. Um caso comum é a dificuldade no aprendizado de conceitos matemáticos que segundo Parolin e Salvador, citado por Cória-Sabini e Lucena (2005), a resistência à aprendizagem dessa matéria continua sendo grande apesar de os conhecimentos matemáticos fazerem parte do dia-a-dia de todas as pessoas. Freire (1994) ainda enfatiza a importância do brinquedo na pré-escola dizendo que “convêm que os professores que orientem seus pequenos alunos atentem para o fato de que descaracterizar a importância pedagógica do brinquedo na escola é negar a própria criança, é talvez, violentá-la naquilo que ela tem de mais precioso”. (p. 75) As crianças brincam com muita intensidade na fase pré-escolar, porém sem a atenção adequada da escola. Quando brincam em aula, geralmente o objetivo é passar o tempo. Porém, o jogo realizado dentro da escola deveria ser aquele que se inclui em um projeto, que tem objetivos educacionais. Com o brinquedo, a professora deveria saber 7 onde chegar, o que desenvolver. Assim, o objetivo educacional deveria ser o de criar atividades que facilitem à criança tomar consciência de seu corpo e de suas ações. Chateau (1987) aponta que uma educação baseada somente no jogo seria insuficiente, apesar de o jogo conter um elemento de motivação que poucas atividades teriam para os pré-escolares. E Freire (1994), acredita que a escola não seria só jogo, mas na fase pré-escolar o contexto de desenvolvimento das atividades poderia ser o jogo. Percebemos assim, que os jogos e brincadeiras ao serem trabalhados na educação infantil, além de um recurso facilitador do processo ensino-aprendizagem, trabalham aspectos como: coordenação motora, lateralidade, atenção, memorização, noção de cores, de formas geométricas, de localização, percepção, relações de parentesco, entre outros, que são fundamentais para seu dia-a-dia e para sua formação, garantindo ao aluno uma participação social satisfatória. Educação Física na educação infantil Segundo Soares (2001-2002), ao se falar da Educação Física escolar acredita-se que ela deverá abarcar todas as formas da cultura corporal – jogos e brincadeiras, esporte, dança, ginástica e lutas – e, ao mesmo tempo abranger todos os alunos. Assim, a autora explica que a Educação Física na educação infantil possibilita à criança a descoberta, o conhecimento e a vivência de uma forma de expressão e linguagem: o movimentar-se. Portanto, a disciplina pode contribuir na formaçãohumana integral e plena da criança por meio de seus conteúdos específicos. Segundo Debortoli, Linhales e Vago (2001-2002), para a consolidação da Educação Física na educação infantil, é preciso uma qualificação permanente dos educadores para que se possa constituir uma ação educativa capaz de identificar e enfrentar os problemas já arrolados, apresentando-se também como estratégia de superação das fragmentações presentes na Educação Física. A fragmentação dita pelos autores é a fragmentação dos saberes escolares, que reduzem o fazer pedagógico da Educação Física ao lugar de atividades práticas, destituída de saberes e reflexões. Tal fragmentação reforça a separação corpo e mente, prática e teoria, retirando da Educação Física elementos necessários à sua organização como área do conhecimento escolar. 8 Assim, pensar a Educação Física como área de conhecimento escolar que trata das práticas corporais de movimentos, seria a melhor forma de articulação dessa disciplina com os projetos da educação básica, e assim apresentar “perspectivas de construção de uma escola e de uma Educação Física baseada em direitos, legitimadas pelo fato de poderem ser construídas para e com as crianças, tanto no seu nível organizacional quanto político”. (DEBORTOLI, LINHALES e VAGO, 2001-2002, p. 101). Ao organizar as aulas de Educação Física para crianças, o professor precisaria levar em consideração que o brincar é uma forma de linguagem na infância, podendo se constituir numa forma singular de produção e apropriação do conhecimento em suas múltiplas dimensões. Entendemos que os professores de Educação Física são educadores que aprendem, criam e transformam os processos de ensino-aprendizagem nos quais se inserem. METODOLOGIA ADOTADA E ANÁLISE DOS DADOS Nossa pesquisa é qualitativa do tipo descritiva, e os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a observação sistemática não participante e entrevistas semi- estruturadas. A pesquisa foi realizada em uma escola e uma creche, com observações das aulas de Educação Física dos pré-escolares, sendo uma turma de cada local. As anotações foram registradas em diário de campo, e as entrevistas foram realizadas com duas professoras, uma da escola e outra da creche. Observamos a turma de jardim II, e para manter o anonimato dos locais de pesquisa e dos sujeitos, adotamos nomes fictícios, ficando: Escola Caminho do Saber, e Creche Santa Tereza, a professora da creche receberá o nome de Carla, e a professora da escola o nome de Érica. Após coleta dos dados, durante a análise destes,surgiram três categorias que serão apresentadas logo a seguir. 9 A concepção dos professores de educação física sobre jogos, brinquedos e brincadeiras Segundo Brougère, citado por Kishimoto (2006), o jogo pode ser visto como o resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social, e/ou também como um sistema de regras. Para Caillois (1967), o jogo consiste na necessidade de encontrar uma resposta que é livre dentro dos limites das regras. Para Huizinga, citado por Cória-Sabini e Lucena (2005), o jogo é uma atividade voluntária, exercida dentro de certos limites de tempo e de espaço, seguindo certas regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias. Assim, podemos verificar que para vários autores, o jogo é visto como atividade que possui regras pré-estabelecidas. Ao analisarmos a fala das professoras quanto a sua definição de jogo, percebemos que para elas o jogo é dotado de regras, é atividade ligada à regras. E ao verificarmos a fala da professora Érica, ela diz que “jogo é toda e qualquer competição...”. O jogo mesmo dotado de regras, não quer dizer que ele seja sempre competitivo. Como vimos nos capítulos anteriores, há os jogos de faz-de-conta, em que as regras são implícitas e não existe a competição, pois o que é evidente é a situação imaginária. Como vimos no primeiro capítulo, vários autores apontam características do que seria o jogo. E essas características em nenhum momento da entrevista foi apontada pelas professoras, apenas a existência de regras, o que implica a falta de conhecimento mais aprofundado por parte dessas professoras sobre os elementos integrantes da “família” dos jogos, rejeitando o que seria a essência do jogo. Já em relação à brincadeira podemos perceber que a professora Érica nos fala com algumas dúvidas, afirmando apenas que “a brincadeira é um processo de relações entre as crianças”. A professora Carla afirmou que para ela não existia muita diferença entre jogo e brincadeira. Através de nossos estudos podemos verificar que a professora Érica está certa, ao falar que a brincadeira é um processo de relações entre as crianças, pois no brincar existe necessariamente participação e engajamento, sendo uma forma de desenvolver a capacidade de manter-se ativo e participante. Ao brincar, a criança desenvolve-se através de relações cotidianas, e assim vai construindo sua identidade. 10 Vimos também que a brincadeira é considerada um meio de interação e socialização das crianças, através das brincadeiras elas passam a se conhecer melhor, entendendo seus limites, e tendo contato com outras crianças o que ajuda a compreender melhor esse processo. Nas aulas da professora Érica, observamos que ela utiliza brincadeiras que as crianças estão sempre em contato direto umas com as outras, seja pegando na mão, ou se abraçando. As brincadeiras mais utilizadas em suas aulas são, “gato e rato”, “leão na jaula”, “coelhinho sai da toca”, “a raposa e os pintinhos”, “robozinho”, e muitas variações de pique-pega. As aulas da professora Érica são muito variadas, e percebemos que as crianças estão sempre atentas. Com as brincadeiras, a professora além de trabalhar esse contato, proporciona a socialização das crianças, corrigindo também gestos de egoísmo e preconceitos que raramente aparecem em suas aulas. Já a professora Carla não usa a mesma variedade de brincadeiras em suas aulas, em quase todas, ela trabalha as mesmas brincadeiras, como “corre-cutia” e “samba- crioula”. Nas outras brincadeiras que ela trabalhava, as crianças ficavam dispersas, sem contato, às vezes até saiam da brincadeira para fazer outras coisas. A relação dessa professora com as crianças era baseada na autoridade e não na amizade. Como já foi discutido, os jogos e brincadeiras podem ser considerados como facilitadores no processo ensino-aprendizagem, mas além deles ainda tem o brinquedo, que também é uma importante fonte para o aprendizado das crianças. Em relação ao brinquedo, as duas professoras afirmam que este é um material concreto, palpável, feito para crianças. Essa é a afirmação comum entre as duas, porém a professora Carla ainda completa dizendo que “o jogo é um brinquedo, então depende, como se diz... eu acho que são diversas formas de dar nomes a uma brincadeira, um jogo”. Podemos ver que a professora Carla em suas falas não faz distinção entre jogo, brinquedo e brincadeira, para ela “tudo está ligado ao entretenimento”. Já para a professora Érica a diferença entre jogos e brincadeiras é simplesmente a existência de regras. Percebemos assim, a falta de conhecimento destas professoras no que se refere aos conceitos de jogos, brinquedos e brincadeiras. Em nossa pesquisa de campo, verificamos a grande utilização das brincadeiras de roda, brinquedos cantados, que a professora Érica usava em suas aulas como, “corre- 11 cutia”, “samba-crioula”, “caixinha de bambolê”, “piriquito maracanã”, entre outras populares das brincadeiras tradicionais infantis. O mesmo não ocorria nas aulas da professora Carla,ela não usava muitas brincadeiras de roda e nem muitas músicas com as crianças, mas notamos também com ambas as professoras, a pouca utilização do brinquedo em suas aulas. A justificativa dessa pouca utilização será um dos assuntos da próxima categoria que tratará dos jogos e brincadeiras no âmbito escolar. Jogos e brincadeiras no âmbito escolar Segundo Kishimoto (1998), durante muitos anos as orientações de Froebel dominaram a educação infantil, mas Dewey modificou a tradição froebeliana colocando a experiência direta com os elementos do ambiente e os interesses da criança como novos eixos. As crianças passaram a ser vistas como seres sociais e a aprendizagem infantil se faria de modo espontâneo, por meio do jogo, nas situações do cotidiano. Hoje, os jogos e brincadeiras continuam presentes nas propostas pedagógicas na educação infantil, e assim tomamos conhecimento da ação benéfica da utilização dos mesmos na educação. Ao falarmos dessa ação benéfica dos jogos e brincadeiras no âmbito escolar, analisamos o que as professoras pensam a respeito do uso dos mesmos e sua importância nas aulas. Eles contribuem para o desenvolvimento da criança, estabelecendo ainda a capacidade de fazer relações com o mundo em que vive, elaborar idéias e resolver problemas de acordo com a faixa etária em que se encontra. (Professora Érica). [...] quando tem uma função de levar assim pro aprendizado, de desenvolver os elementos da psicomotricidade de uma forma direcionada né, daí ele vai direcionar aquela brincadeira pra aquele objetivo [...]. (Professora Carla). Durante nossas observações, notamos que a aula da professora Érica condiz com o que ela fala. Ela sempre trabalha as brincadeiras de forma bem simples, tentando sempre despertar a criatividade dos alunos, pedindo idéias para adaptar as brincadeiras ou resolver algum tipo de problemas. Essa maneira da professora Érica ministrar suas aulas vem de acordo com o que Kishimoto (2006) diz, que nas situações de jogos e brincadeiras, o professor deve propor às crianças perguntas que agucem sua curiosidade, seu papel será o de orientar as 12 crianças a descobrir todas as possibilidades oferecidas pelos jogos, de pensar juntos, porém respeitando o momento de aprendizagem dos alunos. A professora Érica ainda completa dizendo que além disso, o trabalho com jogos e brincadeiras busca outros objetivos. Os principais objetivos são trabalhar a coordenação motora, a lateralidade, a expressão corporal, o equilíbrio, mostrar a importância de regras para serem cumpridas, utilizar os jogos e brincadeiras como estratégia para a construção do conhecimento, auxiliar a criança no desenvolvimento de tomar iniciativas, trabalhar a questão da competição, saber ganhar ou perder, trabalhar a socialização e o trabalho em equipe. (Professora Érica). Pickard, citado por Cória-Sabini e Lucena (2005) afirma que as crianças carregam consigo um espírito de investigação e de curiosidade, e que isso deve ser explorado pela escola, pois uma curiosidade não sanada se esvai e o conhecimento buscado perde o sentido para ela. Pela fala da professora Carla, podemos notar que ela ainda trabalha fundamentada nos elementos da psicomotricidade, termo que há muitos anos não é usado e condenado por vários autores. Em muitos momentos da entrevista ela fala sobre a psicomotricidade, relatando ainda que os principais objetivos das suas aulas é exatamente trabalhar os elementos psicomotores. Sabemos que já não se usa esse termo, assim percebemos que a professora Carla que se formou no ano de 1999, parece não ter se atualizado a respeito dessa temática. Segundo Soares (2001-2002), a psicomotricidade vem sendo censurada por apresentar características que pressupõe uma homogeneização dos indivíduos, com padrões de movimentos genéricos e universais, desprezando as experiências sociais. Mas a professora Carla ainda faz um comentário interessante, ela fala sobre a interdisciplinaridade, sobre a ajuda entre as disciplinas, a ajuda que a Educação Física pode dar as outras matérias. Freire (1994) aborda a questão da interdisciplinaridade afirmando que ela é indispensável ao ensino, e a importância de demonstrar as relações entre os conteúdos da disciplina Educação Física e das demais disciplinas reside não na sua importância como meio auxiliar daquelas, mas na identificação de pontos comuns do conhecimento e na dependência que corpo e mente, ação e compreensão possuem entre si. Apesar da professora Carla apontar aspectos da interdisciplinaridade, isso não ficou claro nas observações de suas aulas de Educação Física, e de um modo geral, 13 sabemos da pouca importância que se dá a uma possível relação entre as atividades da disciplina Educação Física e aquelas realizadas em sala de aula, pois em muitas escolas ainda existe a separação “corpo e mente”. Em relação à utilização dos brinquedos nas aulas, verificamos durante as observações que as duas professoras não usam brinquedos e utilizam sempre os mesmos materiais: bola e corda. Elas também usam outros materiais como giz para delimitar espaços, e apenas a professora Carla usou colchão para ensinar as crianças a fazerem cambalhotas. Mas ao falar da utilização do brinquedo, percebemos que as professoras dão muita ênfase na importância do brinquedo durante a entrevista, mas percebemos que estes são pouco utilizados, e verificamos que a maioria das aulas das duas professoras foi realizada sem nenhum tipo de recurso material. Isso é contrário às opiniões de Vygotsky (1998) que afirma que através do brinquedo a criança atinge uma definição de conceitos e objetos, e ainda cria na criança uma nova forma de desejar. “Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”. (p.131). Sabemos que o brinquedo tem grande importância no desenvolvimento, pois cria novas relações entre situações no pensamento e situações reais, e mesmo assim, não vimos durante nossas observações a utilização destes pelas professoras, indo contra a opinião de vários autores que afirmam o valor da utilização do brinquedo na educação infantil. Sabemos que ao brincar a criança sempre aprende algo, e durante a entrevista percebemos que a professora Érica não consegue falar sobre as aquisições que a criança adquire através das brincadeiras, às vezes por falta de um critério de avaliação que possa verificar esse nível de conhecimento adquirido ou por falta de conhecimento aprofundado sobre a temática. Em relação a avaliação dos conhecimentos adquiridos, Freire (1994) diz que em Educação Física é muito difícil fazer essa avaliação, e que o certo seria avaliar as relações que a criança mantêm nas aulas de Educação Física, levando em conta os aspectos qualitativos dessas relações. 14 Já a professora Carla, consegue nos mostrar que as crianças que brincam tem um melhor desenvolvimento motor, cognitivo e se socializam mais facilmente, e dentro da sala conseguem assimilar melhor os ensinamentos. Mas apesar da professora Érica não conseguir expor melhor, ou não conhecer o assunto, vimos que em suas aulas as crianças são mais calmas, mais atenciosas e mantêm uma maior relação de amizade com a professora. Em suas aulas há muitas brincadeiras de roda que estimulam as crianças, pois raramente algum aluno não participava de suas aulas ou reclamava das brincadeiras. O mesmo não acontece com a professora Carla, que deu respostas mais elaboradas, mas na realidade suas aulas não são como ela afirma na entrevista. Vimos que as crianças a obedecem através dos gritos e ameaças,as brincadeiras são sempre as mesmas e durante as aulas, várias crianças se dispersavam, ou se negavam a fazer as atividades. Percebemos que as duas professoras apontaram a importância de se trabalhar os jogos, brinquedos e brincadeiras na escola, mas esta não é a realidade vista, sendo que a utilização do brinquedo não foi observada. O planejamento das aulas de Educação Física para a Educação Infantil Segundo Debortoli, Linhales e Vago (2001-2002), os professores de Educação Física ainda são vistos como professores “rola-bola”, descomprometidos e sem um conjunto de responsabilidades pedagógicas. Assim, notamos a necessidade de se fazer um planejamento das aulas, que precisam de princípios norteadores, princípios estes que segundo o Coletivo de Autores (1992, p. 87), “não devem ser entendidos como normas rígidas, senão como elementos balizadores para a reflexão da prática em aula”. Com isso, os autores afirmam que a aula é um espaço organizado para possibilitar a apreensão pelo aluno do conhecimento da Educação Física e das relações sociais através dos diversos aspectos da sua prática. Partindo disso, começamos a nos questionar durante nossas observações, se os professores de Educação Física, ao trabalharem com os jogos e brincadeiras, além de terem um objetivo, eles planejavam suas aulas ou, simplesmente aplicavam os jogos e brincadeiras de acordo com sua vontade ou pela vontade dos alunos. Durante a entrevista percebemos que a professora Érica faz seu planejamento, por exigência da escola e também para facilitar seu trabalho pedagógico, e isso pode ser 15 confirmado ao observar suas aulas, pois há uma variação dos conteúdos trabalhados. Já a professora Carla, afirma saber fazer plano de aula, mas que não faz, e ela se justifica afirmando a falta de tempo, e porque já possui bastante experiência então não precisa desse trabalho. Em relação a adaptar os planos de aula, Freire (1994) afirma que a falta de criatividade é um dos graves empecilhos para uma Educação Física de melhor qualidade. Já em relação ao que a professora Carla fala sobre as crianças não responderem ao plano de aula, como justificativa de não mais o fazer, Jeber (1997, p. 123) afirma que, “o planejamento, para ter significado e validade, precisa de uma ação participativa por parte do aluno. O aluno precisa ser sujeito do plano de aula para que assuma a responsabilidade do trabalho junto com o professor”. O autor ainda comenta que este tipo de trabalho contribui muito para que o aluno não deixe de freqüentar as aulas de Educação Física. Acreditamos assim, que se a professora Carla mantivesse uma relação amigável com as crianças, tendo um diálogo com elas, buscando as opiniões das crianças, poderia modificar sua forma de ministrar as aulas, evitando que as crianças saíssem da aula para fazer outras atividades, como já foi comentado. Mesmo a professora Carla afirmando sua grande experiência, ao fazermos as observações de suas aulas, presenciamos a falta de criatividade, às vezes por falta de um planejamento, que para ela é considerado uma perca de tempo. Assim, percebemos no decorrer de nossa pesquisa, que a Educação Física é trabalhada na educação infantil, de forma objetiva, e sendo considerada, através dos jogos e brincadeiras, um meio para facilitar o processo ensino aprendizagem, mas também percebemos que a prática pedagógica desta disciplina em creches e escolas de educação infantil ocorre na maioria das vezes sem a devida fundamentação teórica, talvez por dificuldades na formação inicial dos professores e também da dificuldade de se especializarem nessa área. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo exposto, concluímos que os jogos não possuem uma única definição, pois possui um conjunto de características adotadas por vários autores. A existência desse conjunto de características se deve também ao contexto social, pois os 16 jogos podem ser vistos de várias formas dependendo da cultura que estão inseridos. Já a brincadeira, é a manifestação livre da criança, criando um mundo imaginário para “fugir” da realidade, com ausência de regras pré-estabelecidas. E o brinquedo, é um objeto em que a criança tem uma relação íntima, e uma ausência de regra, diferenciando-se dos jogos. A partir do estudo sobre o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, acreditamos que os jogos e brincadeiras devem ser melhor trabalhados na educação, pois através deles as crianças se socializam, produzem conhecimentos e valores sociais que são assimilados através dos mesmos. Um dos nossos objetivos era o de verificar se os professores de Educação Física que atuam na educação infantil utilizavam os jogos, brinquedos e brincadeiras em suas aulas. Assim, verificamos que as professoras trabalham com os jogos e brincadeiras em suas aulas, mas elas não compreendem bem a diferença entre eles. Durante as observações, não vimos o uso de brinquedos, apenas materiais como bola e corda. Acreditamos, que o uso de brinquedos, como aqueles de construir entre outros, seria um material que enriqueceria muito as aulas dessas professoras. Diante do exposto, consideramos que este não é um momento de finalizar, mas sim de iniciar. Iniciar primeiramente um aprofundamento teórico para fundamentar o trabalho dos profissionais de Educação Física, principalmente daqueles que atuam na educação infantil, e também para reafirmar a importância de incluir atividades corporais, jogos e brincadeiras entre as atividades propostas nas creches e escolas de educação infantil. Sabemos que na infância, o brinquedo, a brincadeira e os jogos são fundamentais para o desenvolvimento, assim, na escola como afirma Chateau (1987), deve predominar o jogo educativo, isto é, o jogo como recurso pedagógico, que hoje é esquecido pelas escolas. Percebemos em nossa pesquisa, que apesar das professoras enfatizarem a importância dos jogos e brincadeiras na escola, as vezes o trabalho delas não tinha a fundamentação teórica necessária, e apesar de uma professora dar respostas mais elaboradas, vimos que em sua prática que a realidade era diferente do que relatava durante a entrevista. Uma das justificativas para essa falta de fundamentação teórica, é explicada por Sayão, citada por Silva (2001-2002), que afirma que não há produção 17 teórica de uma educação física infantil voltada para as características de aprendizagem e desenvolvimento desta faixa etária, crianças de 0 a 6 anos. Assim, podemos concluir que uma das soluções para esse problema seria que os professores se dedicassem mais e pudessem se especializar nessa área, colaborando assim, para uma maior produção teórica nesta área, já que é nessa fase que se forma o indivíduo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. 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