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BIBLIA DE ESTUDO DE GENEVRA - NOVO TESTAMENTO - 21. 1 Pedro

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Prévia do material em texto

Primeira Epístola de 
PEDRO 
i 
~·· Autor O autor se identifica como "Pedro, apóstolo 
1 li' de Jesus Cristo" ( 1.1). Que ele é o bem conhecido 
1 i:::.. -~· apóstolo,dos Evangelhos e de Atos é confirmado tanto 
-.-_ por ev1denc1as internas como externas. O autor des-
creve a si próprio como "testemunha dos sofrimentos de Cristo" 
(5.1), e existem vários ecos do ensinamento e dos feitos de Jesus na 
epístola (p. ex., 5.2-3; Jo 21.15-17). Vários paralelos de pensamen-
tos e frases entre 1 Pedro e os discursos de Pedro em Atos dão ainda 
apoio adicional à autoria de Pedro (p. ex., 2. 7-8; At 4.10-11). 
O testemunho externo de 1 Pedro como sendo uma epístola 
genuína de Pedro é amplo, antigo e claro; não existe evidência de 
que a autoria tenha sido atribuída a outra pessoa em tempo algum. 
Além do possível testemunho de 2Pe 3.1 (nota), lrineu (c. 185 d.C.; 
Contra Heresias 4.9.2), Tertuliano (c. 160-225 d.C.), Clemente de 
Alexandria (c. 150-215 d.C.), e Orígenes (c. 185-253 d.C.), todos 
atribuíram a epístola a Pedro. Até a época de Eusébio (c. 265-339 
d.C.) não houve questionamento sobre a sua autenticidade (Histó-
ria Eclesiástica 3.3.1 ). 
Ainda que os argumentos a favor da autoria de Pedro sejam 
fortes, objeções lingüísticas e históricas têm surgido nos últimos 
dois séculos. Diz-se que o grego de 1 Pedro é refinado demais e 
muito influenciado pela Septuaginta (a tradução grega do Antigo 
Testamento) para um pescador galileu sem instrução como Pedro 
(At 4.13). Alega-se que as perseguições citadas na epístola 
(4.12-19; 5.6-9) refletem uma situação posterior à vida de Pedro. 
Nenhuma dessas objeções é conclusiva contra a autoria de 
Pedro. Em resposta à objeção lingüística, várias pontos podem ser 
destacados. A Galiléia do século 1 era bilíngüe (aramaico e grego), e 
é provável que um pescador comercial tenha conhecido a lingua-
gem do comércio. A descrição de Pedro e João como sendo "ho-
mens iletrados e incultos", em At 4.13, pode-se referir somente à 
sua falta de treinamento formal nas Escrituras. Os trinta anos que 
se passaram entre os dias de Pedro como pescador e o tempo em 
que a epístola foi escrita representariam ampla oportunidade para 
que ele melhorasse a sua proficiência no grego. Finalmente, o pos-
sível papel de Silvano como seu auxiliar (5.12) poderia ser a razão 
do estilo mais refinado de 1 Pedro, quando comparada com 2Pedro. 
Com respeito às objeções históricas, os sofrimentos de que 
Pedro fala poderiam ser explicados tanto por perseguição local e 
esporádica, que era a experiência rotineira dos cristãos primitivos 
desde os dias dos apóstolos, quanto pela perseguição nos dias de 
Domiciano (c. 95 d C.) ou de Trajano (c 111 d C.) 
/·~ Data e Ocasião Coofo,me 5.13. Pedm " 1 " ..... ~ tava na "Babilônia" quando escreveu a epístola. Vá-l _~ rias identificações do local têm sido sugeridas, 
entre elas (a) um posto militar no Egito, (b) a própria antiga cidade 
da Mesopotâmia, e (c) Roma. Várias evidências apóiam esta últi-
ma alternativa. Sabe-se que Marcos, que acompanhava Pedro 
quando ele escreveu esta carta (5.13), estava com Paulo em 
Roma (CI 4.1 O; Fm 24). Roma é muitas vezes vista como sendo a 
"Babilônia" do Apocalipse (Ap 17.5,9). Esta interpretação tem 
sido geralmente aceita desde o século li. O testemunho uniforme 
da história da igreja primitiva é de que Pedro estava em Roma no 
final da sua vida. 
Se Roma for o lugar de origem, a epístola deve ter sido escrita 
entre 60-68 d.C. O primeiro limite é estabelecido pela familiaridade 
de Pedro com os livros de Efésios e Colossenses (cf. 2.18 com CI 
3.22; 3.1-6 com Ef 5.22-24) e o segundo limite, pela tradição de 
que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, no máxi-
mo até 68 d.C. 
Enquanto que a introdução (a "Dispersão", 1.1 e nota) e as fre-
qüentes citações e referências ao Antigo Testamento na epístola 
parecem indicar que os destinatários eram cristãos judeus (assim 
concorda Calvino), existem indicações mais fortes de que a maioria 
era de origem pagã. A referência em 1.18, por exemplo, ao "fútil 
procedimento que vossos pais vos legaram" dificilmente se encai-
xaria a judeus. Além disso, os pecados relacionados em 4.3 são ti-
picamente pagãos. 
Infere-se da carta que os leitores aparentemente estavam so-
frendo perseguições por causa da sua fé (1.6-7; 3.13-17; 4.12-19; 
5.8-9). Mas nada na carta indica perseguição oficial ou legislativa 
ou sequer uma data de composição posterior à década de 60. Os 
seus sofrimentos eram os processos de justiça comuns aos cris-
tãos do século 1 e incluíam insultos (4.4, 14) e acusações falsas de 
má conduta (2.12; 3.16). Espancamentos (2.20), ostracismo soci-
al, violência esporádica pela multidão e ações policiais locais po-
dem também ter ocorrido. 
•~ Caracteristicas e Temas Pedm '"''· ve para encorajar cristãos perseguidos e confusos e para exortá-los a permanecer firmes na sua fé (5.12). 
Para este fim, repetidamente direciona as suas refle-
xões às alegrias e glórias de sua herança eterna (1.3-13; 4.13; 
5.1,4) e os instrui sobre o comportamento cristão correto no meio 
de sofrimento injusto (4 1, 19). Ainda que seja dirigida primaria-
mente aos cristãos perseguidos, os princípios que Pedro ensina se 
aplicam a todo tipo de sofrimento, não importa a causa, desde que 
não seja ocasionado pelo próprio pecado. Baseado nesta epístola, 
Pedro tem sido, com justiça, chamado de "o apóstolo da esperan-
ça" (cl. 1.3, 13,21; 3.15). A exortação central da epístola toda pode 
ser resumida na frase "crer e obedecer" (cl. 4.19). 
1 PEDRO 1 1494 
Esboço de 1 Pedro 
1. Saudações (1.1-2) 
li. A salvação garantida do cristão {l .3-12) 
Ili. As implicações da salvação ( 1.13-3.12) 
A. Santidade pessoal ( 1.13-16) 
B. Temor reverente (1.17-21 I 
C. Amor mútuo (1.22-2.3) 
O.'Condição de membro na comunidade espiritual 
{2.4-10) 
E. O cristão e os relacionamentos sociais (2.11-3.12) 
1. O mundo em geral (2.11-121 
2. O estado (2.13-17) 
Prefácio e saudação 
1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que são 1 '.oras· teiros ªda Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Asia e 
Bitinia, 2 beleitos, csegundo a presciência de Deus Pai, dem 
santificação do Espírito, para a e obediência e a !aspersão do 
sangue de Jesus Cristo, ggraça e paz vos sejam multiplicadas. 
Ação de graças 
3 hBendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, 
• CAPÍTULO 1 1 a T g 1.1 1 peregrinos, residentes temporariamente 
3 h Ef 1.3 i GI 6.16 j[Jo 33,5] l 1 Co 15.20 4 m CI 1.5 2 imperecível 
•1.1 Pedro. Esse nome, que significa "pedra", foi dado por Jesus (Mt 16.18; Jo 
1 .42). antecipando o papel do discípulo na Igreja Primitiva. O nome hebraico que 
recebera provavelmente tenha sido "Simeão" ou, no grego, "Simão". "Celas" (Jo 
1 .42; 1 Co 1.12) é a transliteração da palavra aramaica para "pedra". 
apóstolo. Ver nota em 2Co 1.1. 
forasteiros. Ver nota textual. Essa palavra (ela reaparece em 2.11) enfatiza a na-
tureza temporária da estada de um viajante num lugar. Na qualidade de forastei-
ros. os cristãos vivem no mundo, mas sua verdadeira pátria está no céu (Fp 320; 
Hb 11.13-16) e sua esperança está alicerçada lá. 
da Dispersão. Essa palavra (grego diáspora) era um termo técnico entre judeus 
de fala grega aplicada a judeus que viviam fora da Palestina (Jo 7.35). Possivel-
mente ela é usada aqui figuradamente para descrever cristãos como um povo 
que está longe de sua verdadeira terra natal. 
Ponto. Embora 1 Pedro tenha o caráter duma carta geral (como Tiago, 2Pedro, 
1 João, Judas), ela difere das outras cartas gerais por especificar as regiões onde 
os leitores viviam 
•1.2 eleitos. Pedro lembra os leitores da sua posição privilegiada e segura como 
alvos da escolha soberana, graciosa e eterna de Deus para serem o seu povo em 
e através de Jesus Cristo (2.9-10). 
presciência. Inclui a escolha soberana, amorosa,eficaz de Deus, bem como seu 
propósito (Rm 8.29, nota). O verbo correspondente !"conhecido ... antes") é apli-
cado a Cristo no v. 20. 
em santificação do Espírito. Observe a ligação íntima entre o amor eletivo do 
Pai e a obra do Espírito de aplicar a redenção aos eleitos 12Ts 2.13). Essa "santifi-
cação" inclui todas as operações do Espírito de retirar pecadores do pecado (in-
cluindo a regeneração e a fé) e purificá-los para o serviço de Deus (santificação no 
seu sentido progressivo). 
obediência. O ato inicial de obediência é a fé em Cristo (Jo 6.28-29). e o elemen-
to fundamental de toda obediência é a fé contínua. Sugerir que a eleição se ba-
seia na presciência de Deus listo é, mera previsão) quanto à fé introduziria uma 
contradição neste versículo, pois a eleição é "para" a fé ou objetivando fé (obe-
diência). e não por causa dela (Ef 1.3-4; 2Tm 1.9). 
do sangue de Jesus Cristo. A aspersão de sangue fazia parte do culto ritual do 
Antigo Testamento. Em geral, o aparecimento de sangue anunciava a morte de 
uma vítima. O sangue de Abel clamou por vingança (Gn 4.10) e o sangue de Cristo 
clama por perdão (Lc 2334; Hb 12.24). No culto do Antigo Testamento, a morte 
3. Olar(2.18-3.7) 
4 .. Resumo (3.8-12) 
IV. O s~frimento e o serviço cristão (3.13-5.11) 
A. A bênção de sofrer pela justiça 13.13-22) 
B. Vivendo para a glória de Deus (4.1-11) 
C. Sofrendo como cristão (4.12-19) 
D. Humildade e atenção no sofrimento (5.1-11) 
1. A liderança fiel e humilde (5.1-4) 
2. Humildade e atenção (5.5-9) 
3. Promessa de força e vindicação (5.10-11) 
V. Saudações finais (5.12-14) 
isegundo a sua muita misericórdia, nos hegenerou para uma 
viva esperança, 1mediante a ressurreição de Jesus Cristo den-
tre os mortos, 4 para uma herança 2 incorruptível, sem mácu-
la, imarcescível, mreservada nos céus para vós outros s nque 
sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a sal-
vação preparada para revelar-se no último tempo. 6 ºNisso 
exultais, embora, no presente, Ppor breve tempo, se necessá-
rio, o sejais 3contristados por várias provações, 7 para que, 
uma vez confirmado 'o valor da vossa fé, muito mais preciosa 
2bEf1.4 C[Rm 8.29] d2Ts 2.13 eRm 1.5/Hb 10.22; 12.24gRm 1.7 
5nJo10.28 6 ºMt 5.12 P2Co 4.17 oTg 1.2 3afligidos 7'Tg1.3 
da vítima estabelecia uma aliança, e a aspersão dava participação aos 
adoradores, tornando-os publicamente sujeitos aos benefícios e responsabilida-
des da aliança (Êx 24.8). 
graça e paz. Essa saudação também é uma bênção e teria relevância especial 
para cristãos sofredores. Graça é o favor amoroso de Deus em Cristo aos pecado-
res, enquanto que paz é a condição objetiva de estar bem com Deus através de 
Cristo (Rm 5.1-2). juntamente com tudo quanto provém desse relacionamento. 
Este versículo proclama as três pessoas do único Deus que abençoa. Ver "Um e 
Três: A Trindade", em Is 44.6. 
•1.3 segundo a sua muita misericórdia. Isso enfatiza que a salvação está in-
teiramente alicerçada sobre a iniciativa amorosa de Deus. 
nos regenerou. Embora o verbo usado aqui e em 1.23 não ocorra em nenhuma 
outra parte do Novo Testamento, o pensamento é freqüentemente encontrado 
(Jo 1.12-13; 3.3-8; Tt 3.5; Tg 1.18). 
viva esperança. Uma palavra chave nesta carta é "esperança" (1.13.21; 315). 
Na Bíblia, esperança não é incerteza ou expressão de desejo, mas uma expectati-
va confiante de futura bênção, baseada em fatos e promessas. "Viva" indica oca-
ráter imortal e permanente dessa esperança. 
•1.4 herança. Como filhos de Deus através do novo nascimento. os cristãos são 
herdeiros de Deus eco-herdeiros com Cristo (Rm 8.16-17). Sua herança é cha-
mada "salvação" lv. 5: Hb 114). 
•1.5 que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé. Este versículo 
enfatiza tanto a prioridade da graça divina quanto a importância da ação humana 
que resulta da graça. Fé é dom de Deus, mas crentes são responsáveis pelo exer-
cício dessa fé. ou firme confiança, na batalha espiritual (5.8-9; Ef 6.16; Fp 
2.12-13). A força da proteção de Deus é expressa através dum termo militar, aqui 
traduzido por "guardados". com o significado de defesa vigilante de uma fortaleza. 
salvação. Aqui. a palavra significa futura libertação completa e final do pecado e 
pleno usufruto de glória eterna (v. 9; 4.13-14; 5.1,4). 
no último tempo. O retorno de Cristo e a manifestação final de seu poder e gló-
ria. 
•1.6 se necessário. Embora Deus nunca tente ninguém a pecar (Tg 1.13). ele 
permite ou envia provações quando necessário e na correta medida para fortale-
cimento da fé (v. 7). 
•1.7 Isso explica porque é "necessário" que venham provações (v. 6; cf. Rm 
5.3-4; Tg 1.2-4) 
1495 1 PEDRO 1 
do que o ouro perecível, 5mesmo apurado por fogo, 1redunde 
em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; 8 "a 
quem, não havendo 4visto, amais; vno qual, não vendo ago-
ra, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de gló-
ria, 9 obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma. 
10 Foi a respeito desta salvação que os profetas indaga-
ram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a 
vós outros destinada, 11 investigando, atentamente, qual a 
ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo 
xEspírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão tes-
temunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as 
glórias que os seguiriam. 12 A eles foi revelado que, não para 
si mesmos, mas 5 para vós outros, ministravam as coisas 
que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo 
Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, 
coisas essas que zanjos anelam perscrutar. 
A santidade na vida 
13 Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios 
e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida 
na revelação de Jesus Cristo. 14 Como filhos da obediên-
cia, não vos ªamoldeis às paixões que tínheis anteriormen-
te na vossa ignorância; 15 bpelo contrário, segundo é santo 
aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós 
• s Jó 23.1 O l[Rm 2. 7] 8 u 1 Jo 4.20 v Jo 20.29 4 M conhecido 11 x2Pe 1.21 12 zEf3.10 5Cf. NU e M; TRparanós 14ª[Rm12.2] 
15 b[2Co7.1] 
apurado por fogo. Da maneira que os homens usam fogo para purificar metais 
preciosos, assim Deus usa provações para diferenciar fé genuína de profissão su-
perficial e, ao mesmo tempo, fortalecer a fé (Jó 23.10). 
redunde em louvor, glória e honra. O propósito final das provações é a recom-
pensa da glorificação (5.1,4). 
na revelação de Jesus Cristo. A segunda vinda de Cristo (v 5; 4.13; 5.1; 1 Co 
4.3-5). 
•1.9 obtendo. Os crentes já desfrutam de certos elementos essenciais da salva-
ção (p. ex., a paz e a comunhão com Deus), mas a plena posse espera o retorno 
de Cristo (v. 5). 
alma. Aqui, significa "a si mesmo" ou "pessoa"; compare o mesmo uso em 3.20. 
•1.11 qual a ocasião. Os profetas sabiam que o Messias viria (Is 7.14; 9.6; 
11 .1), mas não sabiam quando ou como (cf. Dn 12.6,9). 
pelo Espírito de Cristo. Essa frase específica aparece somente aqui e em Rm 
8.9 (cf. At 16.6-7; GI 4.6; Fp 1.19). O Espírito Santo é chamado assim porque ele é 
enviado por Cristo (Jo 15.26) e porque, após a ressurreição, Cristo e o Espírito 
agem como um só, aplicando redenção ao crente. Ver notas em Rm 8.1 O; 1 Co 
15.45. 
•1.12 A eles foi revelado. Pedro não diz como ou quando os profetas aprende-
ram que estariam, na verdade, servindo gerações futuras. 
Mar Mediterrâneo 
coisas ... anunciadas. Os sofr"1mentos e as glórias de Cristo (v. 11) são o conteú-
do do evangelho (Lc 24.25-27,45-47). Os eventos preditos pelos profetas são os 
que se cumpriram em Cristo e foram transmitidos à igreja pelos mensageiros do 
evangelho. 
Espírito Santo enviado do céu. A origem da mensagem do evangelho é Deus. 
O mesmo Espírito que inspirou os profetas orientou os mensageiros do evange-
lho. O Antigo e o Novo Testamentos formam uma unidade centrada em Cristo e 
sua salvação.anjos anelam perscrutar. Seres celestiais estão muitíssimo interessados na 
redenção, mas seus conhecimentos e suas experiências da mesma são limtta-
dos. O plano de Deus lhes é revelado através da Igreja (Ef 3.10). 
•1.13 cingindo o vosso entendimento. Como diríamos: "aperte o cinto" ou 
"arregace as mangas". Pedro pede que nos preparemos para um exercício espiri-
tual vigoroso e firme. 
• 1.15 aquele que vos chamou. A graciosa iniciativa de Deus efetivamente nos 
chama à nova vida em Cristo. 
santos. Assim como Israel no Antigo Testamento foi separado por Deus dentre 
as nações vizinhas para ser santo, assim também a igreja deve ser separada do 
pecado para servir a Deus (2.9; Lv 19.2). O modelo cristão e a motivação para 
santificação é a absoluta perfeição moral do próprio Deus (v. 16; Mt 5.48; Ef 5.1 ) . 
Mar Negro 
Uma carta a cristãos 
no exterior 
A Primeira Epístola de Pedro 
é endereçado aos 'forasteiros da 
Dispersão no Ponto. Galácia. Ca-
padócia, Ásia e Bitínia." Escre-
vendo de Roma (referência feita 
pelo nome-código "Babilônia". 
em 1 Pe 5.13). o autor encoraja 
os cristãos a serem fortes na fé 
0
1 • • ao se defrontarem com perse-L.....:::..o ___ 1 -=.30:.:'Ô:..:k::..m:._ ________________ _,..L_ _ _,._'-_u.__:._:._= guições. 
1 PEDRO 1, 2 1496 
mesmos em todo o vosso procedimento, 16 porque escrito 
está: 
csede santos, porque eu sou santo. 
17 Ora, se invocais como Pai aquele que, d sem acepção de 
pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com 
temor durante o tempo da vossa 6peregrinação, 18 sabendo 
que não foi mediante coisas 7 corruptíveis, como prata ou 
ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que 
vossos pais vos legaram, 19 mas epelo precioso sangue/como 
de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sàngue de Cristo, 
20 g conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, po-
rém ªmanifestado hno fim dos tempos, por amor de vós 
21 que, por meio dele, tendes fé em Deus, 1o qual o ressusci-
tou dentre os mortos e ilhe deu glória, de sorte que a vossa fé 
e esperança estejam em Deus. 
A santidade no amor 
22 1Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à 
verdade, 9tendo em vista o mamar fraternal 1não fingido, 
amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, 23 pois 
nfostes regenerados não de semente 2 corruptível, mas de 3 in-
corruptível, ºmediante a palavra de Deus, a qual vive e 4 é 
permanente. 24 Pois 
Ptoda carne é como a erva, e toda 5 a sua glória, como a 
flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; 
25 qa 6palavra do Senhor, porém, permanece eterna-
mente. 
rora, esta é a palavra que vos foi evangelizada. 
Os crentes são a casa espiritual edificada em Cristo 
2 ªDespojando-vos, portanto, de toda maldade e do\o, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, 
2 desejai ardentemente, bcomo crianças recém-nascidas, o 
genuíno CJeite espiritual, para que, por ele, vos seja dado cres-
cimento 1 para salvação, 3 se é que já tendes a d experiência de 
que o Senhor é bondoso. 4 Chegando-vos para ele, a pedra 
que vive, erejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus 
eleita e preciosa, s também vós mesmos, como pedras que vi-
vem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio 
santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a 
Deus por intermédio de Jesus Cristo. 6 Pois isso está na Escri-
tura: 
o~~~~~ 
16 e Lv_ 11.44-45; 19.2; 20. 7 17 d At 10.34 ô residência temporária, habitação como residentes estrangeiros 18 7 perecíveis 19 e At 
20.28/Ex 12.5 20 gRm 3.25 hGI 4.4 Breve/ado 21 iAt 2.24 i At 2.33 22IAt15.9 mJo 13.34; Rm 12.10; Hb 13.1; 1Pe2.17; 3.8 9Cf. NU; 
TR e M acrescentam através do Espírito, NU omite 1 Lit. não hipócrita 23 nJo 1.13o1Ts 2.13; Tg 1.18 2perecível 31mperecível 4 Cf. NU; TR e 
M dura para sempre; NU omite 24 P Is 40.6-8; Tg 1.1 O 5 Cf. NU; TR e Ma glória do homem como 25 q Is 40.8 r [Jo 1 1] ô palavra falada 
CAPITULO 2 1 ªHb 12.1 2 b [Mt 18.3; 19.14; Me 10.15; Lc 18.17]; 1 Co 14.20 C1 Co 3.2 1 Cf. NU; TR e M omitem para salvação 3 d SI 
34.8; Tt 3.4; Hb 6.5 4 e SI 118.22 
•1.17 Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga. Embora os cristãos 
não serão condenados pelos seus pecados 12.24; Is 53.4-5), eles serão julgados 
como cristãos por suas ações e recompensados de acordo IRm 14.10-12; 1 Co 
3.12-15). Porém, a recompensa prometida não está baseada exatamente sobre 
mérito; embora é concedida de acordo com as obras, ainda assim a recompensa 
é graciosa. Agostinho chamou isso de Deus coroando os seus próprios dons. 
portai-vos. Ver nota textual. A palavra grega sugere aqueles que vivem num lu-
gar como estrangeiros não naturalizados e enfatiza a peregrinação temporária do 
cristão no mundo. 
com temor. Deus é tanto Pai como juiz, e os crentes devem aproximar-se dele 
com humilde reverência e respeito (SI 34.11 ). 
•1.18 resgatados. Libertos da escravidão do pecado mediante o pagamento 
de um preço (Rm 8.2; GI 3.13; Ef 1.7). O preço da redenção é o sangue de Cristo 
lv 19) 
fútil procedimento que vossos pais vos legaram. O vazio e a futilidade do 
culto pagão é tema freqüente nos escritores bíblicos (Jr 2.5; At 14.15) Embora o 
Novo Testamento condene certas tradições judaicas que faziam acréscimos às 
exigências da lei do Antigo Testamento (Me 7.8-13), aqui Pedro parece ter em 
mente o paganismo gentílico 11.14; 4.3). 
•1.19 cordeiro. O cqrdeiro é do sistema sacrifícial do Antigo Testamento, espe-
cialmente a Páscoa (Ex 12.3; Is 53. 7; Jo 1.29). 
sem defeito e sem mácula. Para ser aceitável, um sacrifício tinha que ser isen-
to de qualquer defeito llv 22.20-25). A vida santa de Cristo qualificou-o para mor-
rer pelos pecados dos outros (Hb 4.15; 7.26-27). 
•1.20 conhecido .... antes. Lit. "pré-conhecido" (v 2, nota). 
antes da fundação do mundo. Cristo foi escolhido como o Redentor dos eleitos 
na eternidade passada IJo 17.24; Ef 1.4). 
fim dos tempos. Inclui todo o período entre a primeira e a segunda vinda de Je-
sus IAt 2.17; Hb 1.2). 
•1.21 por meio dele, tendes fé em Deus. Na qualidade de mediador entre 
Deus e a humanidade, Cristo provê o único acesso a Deus IJo 14.6). O Pai é reve-
lado em Cristo (Jo 1.18), e a morte redentora de Cristo abriu o caminho que dá 
acesso a Deus (3 18) 
•1.23 Amor genuíno e perseverante por outros lv. 22) somente é possível por 
causa do amor que Deus nos mostrou primeiro ao efetuar em nós o novo nasci-
mento em Cristo (Jo 13.35; 1Jo 4. 7-11) 
regenerados. Ver nota em 1.3; "Regeneração: O Novo Nascimento", em Jo 3.3. 
corruptível ... incorruptível. Pedro compara e contrasta a procriação humana 
com o poder vivificante da palavra de Deus (Lc 8.11 ). 
mediante a palavra de Oeus. A palavra de Deus é usada pelo Espírito Santo 
como um instrumento que leva pecadores ao conhecimento da graça de Deus 
em Jesus Cristo IHb 4.12; Tg 118) 
•2.2 crianças recém-nascidas. Pedro prossegue com a figura do novo nasci-
mento 11.23). Os crentes deviam ter o mesmo desejo ardente por alimento espiri-
tual que um bebê saudável tem pelo leite de sua mãe. 
genuíno leite. Embora as igrejas às quais Pedro escreve indubitavelmente con-
tavam com muitos recém convertidos, a ênfase aqui não é que o ensino devesse 
ser elementar, como o "leite" de 1 Co 3 .1-3, mas que deveria ser puro. Se o ensino 
está fundamentado sobre a palavra de Deus, ele será puro e nutritivo (1 22-25) 
•2.4 Chegando-vos para ele. "Chegar-se" a Cristo inclui, primeiramente, arre-
pendimento e fé, mas o tempo verbal no grego implica igualmente um achegar-
se contínuo. 
pedra que vive. Cristo é esse pedra ( 1 Co 10.4) A imagem da "rocha" e da "pe-
dra" é comum no Antigo Testamento (SI 118.22; Is 8.14; 28.16) e é aplicada por 
Jesus a si mesmo (Mt 21.42). "Que vive" indica que Cristo é a fonte e o doador da 
vida (Jo 1.4; 1Co15.45). Jesus muitas vezes usa figuras extraídas da profissão de 
pedreiro, um negócio com o qual ele estavaintimamente familiarizado. Na anti-
guidade, carpinteiros trabalhavam tanto com pedras como com madeira. 
•2.5 pedras que vivem. Uma frase que enfatiza tanto a união dos cristãos com 
Cristo como a semelhança a ele, a "pedra que vive" (v. 4). 
casa espiritual. O pano de fundo do simbolismo é o templo do Antigo Testamen-
to como casa ou residência de Deus. A Igreja, habitada pelo Santo Espírito, é o 
verdadeiro templo de Deus 12Co 6.16; Ef 2.19-22; Hb 3.6). 
sacerdócio santo. Todo crente verdadeiro é um sacerdote (v. 9) no sentido de 
ter acesso igual e imediato a Deus e de servi-lo pessoalmente. 
sacrifícios espirituais. Enquanto que o sacrificio propiciatório de Cristo oferecido 
na cruz uma vez por todas cumpriu o sistema sacrificial do Antigo \estamento e o 
tornou obsoleto IHb 8.13; 10.9-1O,18), a conveniência do "sacrifício" (entendido 
como resposta de gratidão de um povo remido) permanece. Esses sacrifícios são 
1497 1PEDRO2 
!Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e pre-
ciosa; e quem nela crer não será, de modo algum, enver-
gonhado. 
7 Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosida-
de; mas, para os 2descrentes, 
g A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a 
principal pedra, angular 
Be: 
hPedra de tropeço e rocha de ofensa. 
São iestes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, 
ipara o que também foram postos. 
9Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, 
povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar-
des as virtudes daquele que vos chamou das 1trevas para a sua 
maravilhosa luz; lOvós, sim, mque, antes, não éreis povo, 
mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado mi-
sericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia. 
A nda exemplar cristã: deveres 
para com os não-crentes e para com as autoridades 
11 Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que 
sois, a vos absterdes das paixões carnais, nque fazem guerra 
contra a alma, 12 ºmantendo exemplar o vosso procedimento 
no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós 
outros como de malfeitores, Pobservando-vos em vossas boas 
obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação. 
13 qSujeitai-vos a toda 3 instituição humana por causa do 
Senhor, quer seja ao rei, como soberano, 14 quer às autorida-
des, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores 
como para louvor dos que praticam o bem. IS Porque assim é 
a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer 
a ignorância dos insensatos; 16 'como livres que sois, não 
5 usando, todavia, a liberdade por pretexto da 4malicia, mas 
vivendo como servos de Deus. 17Tratai todos com honra, 
amai os irmãos, 1temei a Deus, honrai o rei. 
6/ls 28.16; Rm 9.32-33; 10.11, 1Pe 2.8 7 gs1118.22; Mt 21.42; Lc 2.34 2Cf. NU; TR e M desobedientes 8 h Is 8.14 i1Co 1.23; GI 
5.11 iRm 9.22 9 lls 9.2; 42.16; [At 26.18; 2Co 4.6] to mos 1.9-10; 2.23; Rm 9.25; 10.19 11 n [Rm 8 13]; GI 5.17; Tg 4.1 12 º2Co 
8.21; Fp 2.15; Tt 2.8; 1 Pe 2.15; 3.16 PMt 5.16; 9.8; Jo 13.31, 1Pe4.11, 16 13 qMt 22.21 3ordenança 16 'Rm 6.14,20,22; 1Co7.22; 
[GI 5.1] SGI 5.13 4maldade 17 IPv 24.21 
"espirituais", em contraste com todos os sacrifícios materiais prescritos no sistema 
sacrificial do Antigo Testamento. Tal sacrifício está presente tanto no culto do cris-
tão quanto no padrão de vida (Rm 12.1; Fp 4.18; Hb 13.5; Ap 8.3-4; cf. SI 51 16-17). 
agradáveis a Deus por intennédio de Jesus Cristo. O sacerdócio de todos 
os crentes depende do eterno sumo sacerdócio de Cristo. Por meio de seu sacrifí-
cio oferecido uma vez por todas e de sua intercessão contínua, cristãos são pes-
soalmente aceitáveis a Deus, bem como seus sacrifícios (Hb 13.15-16). 
•2.6 pedra angular. A grande pedra colocada por alicerce no lugar onde duas 
paredes se juntam. Ela desempenha especial importância na estabilidade de todo 
o edifício. A Igreja está construída sobre os profetas e apóstolos, os quais são 
conservados unidos pela principal pedra angular - Cristo (Ef 2.20). 
•2.7 principal pedra, angular. Lit. "a cabeça do canto". 
•2.8 também foram postos. Este versículo ensina tanto a soberania divina 
quanto a responsabilidade humana. Pessoas são condenadas ("tropeçam") por-
que são "desobedientes" Mas essa desobediência não ocorre à parte da vontade 
soberana de Deus (Rm 9.14-24). 
•2.9-1 O A linguagem de Pedro, nestes versículos, aplicando à Igreja os termos do 
Antigo Testamento referentes a Israel, atirma a continuidade entre o Israel do 
Antigo Testamento e a Igreja do Novo Testamento. Israel e a Igreja são represen-
tados como o único povo de Deus. 
•2.9 Vós, porém. Isso assinala um nítido contraste entre o destino dos incrédu-
los (v. 8) e a posição dos eleitos. O tema da escolha soberana de Deus tanto de 
Cristo como da Igreja aparece claramente nesta passagem (vs. 6,9). 
a fim de proclamardes. A eleição e o chamado do povo de Deus não é somente 
para a salvação mas também para o serviço. Todos os crentes são chamados a 
dar alegre testemunho dos atos salvíficos de Deus. 
•2.1 O antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus. A palavra gre-
ga traduzida por "povo" (!aos) é usada na Septuaginta, tradução grega do Antigo 
Testamento, primariamente a Israel. Continuando a aplicar à Igreja textos do Anti-
go Testamento referentes a Israel, Pedro recorre à Septuaginta em Os 1.6,9-1 O; 
2.23. No seu contexto original, essa é uma profecia que mostra Deus aceitando 
Israel depois de havê-lo rejeitado. Semelhante a Paulo (Rm 9.25-26), Pedro inter-
preta as passagens de Oséias para incluir os gentios no povo de Deus. A miseri-
córdia de Deus estende-se indistintamente, e de uma forma não meritória, a 
judeus e gentios. Há, portanto, continuidade essencial entre o Israel do Antigo 
Testamento e a Igreja do Novo Testamento. 
•2.11 paixões carnais. Desejos físicos não são errados em si mesmos. mas 
são pervertidos pela natureza humana pecaminosa. A expressão inclui não ape-
nas pecados do corpo, mas outros desejos de nossa natureza caída (GI 5.19-21 ). 
•2.12 falam contra vós outros como de malfeitores. Entre as acusações fei-
tas contra os cristãos na época de Pedro, estavam a deslealdade ao imperador 
(Jo 19.12), propagação de costumes ilegais (At 16.20-21), difamação dos deu-
ses (At 19.23-27) e transtornos em geral (At 17.6-7). 
glorifiquem a Deus no dia da visitação. A "visitação" de Deus é a sua aproxi-
mação para julgar ou para dar misericórdia. 
•2.13 Sujeitai-vos a toda instituição. Isso introduz o tema da submissão e 
obediência voluntária aos que detêm a autoridade, desenvolvido em 2.13-3.6. 
por causa do Senhor. A pessoa deve submeter-se a ordens porque isso reco-
mendará Cristo a outros e evitará censura ao seu nome. A submissão a outras 
pessoas é em si mesma um serviço a Cristo (CI 3.23-24) 
ao rei, como soberano. Principalmente ao imperador romano, naquela época 
Nero (54-68 d.C.). O rei é supremo em relação a governadores e outras autorida-
des. Embora Pedro não discuta a origem da autoridade real (cf. Rm 13.1-7), a 
Escritura ensina em outros lugares que submissão é requerida enquanto não en-
volve transgressão da lei de Deus (Mt 22.21; At 4.19; 5.29). 
A conduta cristã em uma sociedade pagã (2.11-12) 
Os cristãos sãos exortados a ser ... 
Esposnr~t3.1) 
i J~~:{i~;; 
Maridos dignos (3.7) 
.•rmãos éÇ).~~s~ur:·;~; ... 1 •.. 
Porque ... 
Suas orações serão ouvidas (3.7) 
R4;!~berão a ~nçãÕ ij:!f,~eran98 (3.9) 
1 PEDRO 2, 3 1498 
A vida exemplar cristã: deveres A vida exemplar cristã: deveres dos casados 
dos que prestam serviços a outrem 3 Mulheres, sede vós, igualmente, ªsubmissas a vosso 
18 "Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso se- próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à pa-
nhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao per- lavra, bseja ganho, sem palavra alguma, por meio do cproce-
verso; 19porque isto é vgrato, que alguémsuporte tristezas, dimento de sua esposa, 2 dao observar o vosso honesto 
sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para comportamento cheio de temor. 3 eNão seja o adorno da es-
com Deus. 20 Pois x que glória há, se, pecando e sendo esbofe- posa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de 
teados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, ouro, aparato de vestuário; 4 seja, porém, f o homem interior 
quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suporta- do coração, unido ao 1 incorruptível trajo de um espírito 
is com paciência, isto é grato a Deus. 21 Porquanto zpara isto manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. 
mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em s Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, ou-
5vosso lugar, ªdeixando-vos6 exemplo para seguirdes os seus trora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando 
passos, 22 o qual bnão cometeu pecado, nem dolo algum se submissas a seu próprio marido, 6 como fazia Sara, que obe-
achou em sua boca; 23 pois e ele, quando ultrajado, não revi- deceu a Abraão, gchamando-lhe senhor, da qual vós vos tar-
dava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas nastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação 
dentregava-se àquele que julga retamente, 24 e carregando ele alguma. 
mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, 7 hMaridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, 
!para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa 
gpor suas 7 chagas, fostes sarados. 2s Porque h estáveis desgar- mulher ; como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por-
radas como ovelhas; agora, porém, vos convertestes iao Pas- que sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, 
tore 8 Bispo da vossa alma. /para que não se interrompam as vossas orações . 
• 18 "Ef65:8~t-5~~xLc 6~2_;<)- 21-ZMt 16.24 ª[1Jo26J 5Cf~~;TReMnosso 6Cf N~e ;TRnos~539 ___ _ 
23 c,is 53.7 d Lc 23.46 24 e [Hb 9 28] /Rm 7.6 g1s 535 7 feridas 25 h Is 535-6 i[Ez 34 23] 8 Gr Episkopos 
CAPITULO 3 ta Ef 5.22 bMt 18.15 C1Co 7.16 2 d1Pe212; 36 3e1Tm 2.9 4/Rm 2 29 1 imperecível 6 8Gn 18.12 7h1 Co 
7.3; (Ef 5 25]; CI 319 i 1 Co 12.23 i Já 42.8 
•2.16 como livres. Submissão não significa negar a liberdade cristã, mas é o 
ato do povo de Deus verdadeiramente livre. 
não ... por pretexto da malícia. A liberdade cristã não deve ser usada como 
pretexto para rebelião 11Co7.20-24) ou como permissão para pecar (GI 5.13; 2Pe 
219-20) 
como servos de Deus. A liberdade cristã não se baseia sobre o escape do ser-
viço, mas sobre uma mudança de senhores (Rm 6.22) 
•2.17 Tratai todos com honra. A exortação é ou para reconhecer o valor de 
cada pessoa como portadora da imagem de Deus, ou, o que é mais provável nes-
te contexto, para respeitar todos aqueles em posição de autoridade. 
temei a Deus, Ver nota em 1 .17. 
•2, 18 Servos. A vasta maioria de tais servos eram escravos e foram tratados 
como propriedade. A economia do mundo antigo dependia da escravidão em lar-
ga escala. Tal como outros escritores do Novo Testamento, Pedro não condena a 
escravidão, e ordena aos escravos a obedecerem seus senhores. No entanto, o 
Novo Testamento requer que os escravos sejam tratados com respeito, e que os 
senhores não maltratem seus escravos (Ef 6 9; CI 4 1) Além disso, é muito enfa-
tizada na comunidade da igreia a igualdade espiritual de escravos e livres (GI 328; 
cf. 1 Co 12.13; CI 3.11). Escravos são encorajados a buscar sua liberdade por meios 
legais (1Co 7.21-24). No final do século XVIII, quando a escravidão foi atacada nos 
Estados Unidos, esses ensinos ajudaram a minar a instituição da escravatura. 
•2.21 para isto mesmos fostes chamados ... deixando-vos exemplo. O sofri-
mento faz parte da vocação cristã (2T m 312) porque fazia da vocação de Cristo, 
primeiramente (Jo 15. 18-20). Cristãos estão unidos com Cristo nos seus sofrimen-
tos, bem como na sua ressurreição (2Co 15; 4.1 O; Fp 310-11). D exemplo de Cris-
to fornece o padrão pelo qual cristãos devem entender suas próprias vidas. 
•2.22 Ver "A Impecabilidade de Jesus", em Hb 4.15. 
•2.24 carregando ... os nossos pecados. Ver Is 53.12. Cristo é mais do que 
um exemplo. Ele é o portador de pecados. Na qualidade de sacrifício perfeito 
(1.19; 2.24), Cristo sofreu a maldição do pecado, aceitando a punição que os nos-
sos pecados mereceram e provendo perdão e liberdade. 
madeiro. A cruz (At 10.39). Essa expressão do Antigo Testamento enfatiza que 
Cristo morreu carregando uma maldição (Dt 21.22-23; GI 313) 
•2.25 porém, vos convertestes. Isso se refere à conversão inicial a Cristo dos 
leitores e sugere um redirecionamento da vida e uma nova união pessoal. 
Pastor. Figura familiar do Antigo Testamento para o cuidado de Deus pelo povo 
da sua aliança (SI 23.1; Ez 34; 37.24) aplicada a Cristo (5.4; Jo 1 O 11; Hb 1320; 
Ap 717) 
•3.1 Mulheres, sede vós, igualmente, submissas. A palavra "igualmente" 
refere-se, remetendo-nos de volta, ao princípio geral de submissão em 2.13, e 
não pretende equiparar a submissão da esposa ao marido com a submissão de 
um escravo a um senhor. A palavra "igualmente" reaparece no v. 7, estabelecen-
do que, assim como a esposa submete-se ao marido, assim também o marido 
deve compreensão e honra à sua esposa (cf. Ef 5.25). D relacionamento entre ho-
mens e mulheres envolve igualdade espiritual ("juntamente herdeiros", v. 7; cf_ GI 
328) e algumas funções diferenciadas no lar e na igreja (Ef 5.22-33; 1T m 2 8-15) 
sem palavra alguma. Na antiga cultura romana, esperava-se que a esposa ado-
tasse a religião do seu marido. Algumas das mulheres cristãs das igrejas da Ásia 
tinham maridos incrédulos. Pedro exorta essas esposas cristãs a não se apoiarem 
num argumento, o que poderia ser visto como insubordinação pelos já desconfia-
dos maridos. Antes, a atitude gentil da esposa recomendará o evangelho a seus 
maridos incrédulos. O princípio envolvido nessa afirmação não é o silêncio (v. 15), 
mas uma sensibilidade para com as preocupações do marido incrédulo, de modo 
que o evangelho esteja presente na sua forma mais clara. 
•3.3 cabelos.,, ouro ... aparato. Não uma proibição geral de um adorno modes-
to, mas uma advertência contra a preocupação com aparências externas (1Tm 
2.9-1 O). O excesso nesta área está bem exemplificado na literatura e arte pagãs 
do primeiro século. O princípio expresso é a modéstia. 
•3.6 chamando-lhe senhor. Uma expressão de respeito e submissão, comum 
no Oriente (Gn 18.12). 
filhas. Isto é, aquelas que se assemelham a Sara em sua atitude submissa. 
o bem. Aqui, é visada principalmente a submissão aos maridos (cf. 2.15), mas 
isso provavelmente também inclua a submissão contínua a Cristo. 
não temendo. Ao tratarem com maridos incrédulos (v. 1, nota), esposas cristãs 
deviam preservar seu comprometimento a Cristo e, ao mesmo tempo, mostrar o 
devido acatamento a seus maridos. As dificuldades conseqüentes podiam levar o 
marido ao desagrado e à intimidação, e a mulher, à "perturbação". 
•3. 7 parte mais frágil. "Mais frágil" refere-se à força física, e não à habilidade 
moral, espiritual ou mental da esposa. A discrepância na força física é um motivo 
para especial consideração que o marido deve demonstrar à sua esposa. 
juntamente, herdeiros da mesma graça de vida. Comunhão na fé acrescen-
ta outro motivo para demonstração de respeito. Aqui nesta situação, Pedro admi-
te que tanto marido como esposa estão na situação de cristãos \cl. v. 1 )_ As 
mulheres desfrutam de plena igualdade espiritual com os homens (GI 328)_ 
não se interrompam as vossas orações. Afastamento de outras pessoas 
afeta muitas vezes nosso relacionamento com Deus (Mt 5.23-24). Especialmente 
1499 1 PEDRO 3, 4 
A \lida exemplar cristã: o amor fraternal 
s F\nâlmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, 
fraternalmente amigos, misericordiosos, 2 humildes,9 lnão 
pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrá-
rio, mbendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, na 
fim de receberdes bênção por herança. 10 Pois 
ºquem quer amar a vida e ver dias felizes Prefreie3 a lín-
gua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; 
11 qaparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz 
e rempenhe-se por alcançá-la. 
12 Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, 
se os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o 
rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males. 
A prática do bem. A longanimidade 
segundo o exemplo de Cristo 
13 10ra, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos 
do que é bom? 14 "Mas, ainda que venhais a sofrer por causa 
da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, vpor-
tanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; 15 antes, 
4santificai a Cristo, como 5Senhor, em vosso coração, estando 
sempre xpreparados para responder a todo aquele que vos pe-
dir razão da zesperança que há em vós, ló fazendo-o, todavia, 
com mansidão e temor, ªcom boa consciência, de modo que, 
naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonha-
dos os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, 
17 porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por 
praticardes o que é bom do que praticando o mal. 18 Pois tam-
bém Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pe-
los injustos, para conduzir-vos6 a Deus; morto, sim, na carne, 
mas vivificado no espírito, 19 no qual também foi e pregou aos 
espíritos em prisão, 20 os quais, noutro tempo, foram desobedi-
entes 7 quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias 
de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, 
oito pessoas, foram salvos, através da água, 21 a qual, bfiguran-
do o batismo, agora também vos salva, e não sendo a remoção 
da imundícia da carne, dmas a indagação de uma boa cons-
ciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cris-
to; 22 o qual, depois de ir para o céu, e está à destra de Deus, 
ficando-lhe subordinados /anjos, e potestades, e poderes. 
A morte para o pecado e a pureza de \lida 
4 Ora, tendo Cristo sofrido 1 na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na car-
ne deixou o pecado, 2 para que, no tempo que vos resta na car-
ne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, ªmas 
... ~~~~~~-~~~~~ 
~ 8 2Cf. NU; TR e M corteses 9 l[Pv 17.13] mMt 5.44 n Mt 25.34 10 ºSI 34.12-16 PTg 1.26 3reprima 11qSI37.27 'Rm 12.18 
12 SJo 9.31 13 IPv 16.7 14 UTg 1.12 Vis 8.12 15 xs1119.46Z[Tt 3.7] 4guardai 5Cf. NU; TR e M Senhor Deus 16a1Tm 1.5; Hb 
13.18; 1Pe3.21 18 óCf. NU e M; TRnos 20 7NU e M quando a longanimidade divina aguardava pacientemente 21 bEf 5.26 C[Tt 3.5] 
d[Rm 10.10] 22 es1110.1/Rm8.38 
CAPÍTULO 4 1 I CI. NU; TR e M acrescentam por nós; NU omite 2 ª Jo 1 .13 
a falha da observação da vontade de Deus referente ao relacionamento conjugal 
pode interromper nosso relacionamento espiritual com Deus. A importância de 
relações familiares saudáveis é evidente a partir da comparação tipológica de 
Cristo e sua Igreja com marido e esposa (E! 5.23-24) e pela insistente caracteriza-
ção da Igreja no Novo Testamento como a família de Deus 11.14-17; Rm 8.14-17; 
1Tm 3.14-15; 5.1-2). 
•3.8-9 Observe o ensino paralelo em Rm 12.9-21. 
•3.9 não pagando ... bendizendo. Cristãos não devem retaliar em resposta à 
perseguição; em vez disso. devem "'bendizer" seus inimigos (1Co 4.12; cf. 1Ts 
5.15). Esse bendizer pode assumir a forma de oração (Mt 5.44). 
•3.13 quem é que vos há de maltratar. Pedro não está negando que os cristãos 
da Ásia (Introdução: Data e Ocasião) possam sofrer por causa da fé que abraçaram 
(4.12). Essa afirmação pode ser intenpretada ou como um ensino óbvio que mau 
trato é menos provável se o comportamento de alguém é exemplar, ou, mais prova-
velmente, como uma afirmação de que, seja o que quer que aconteça ao cristão, 
nenhuma força externa pode causar dano espiritual (SI 56.4; Lc 12.4-5). 
•3.14 bem-aventurados. Lembra Mt 5.10-12. Cristãos que sofrem por causa 
da verdade são abençoados por Deus, mesmo que sua recompensa demore. 
•3.15 sempre preparados. Prontidão para confessar Cristo é um importante 
aspecto em colocar Cristo como Senhor. 
responder. Essa palavra pode sugerir resposta a questionamentos abusivos ou 
zombeteiros de pessoas hostis. Tal resposta inclui uma explanação dos pontos 
principais do cristianismo. 
•3.16 difamam o vosso bom procedimento. Por sua conduta, cristãos mos-
tram que acusações contra eles são infundadas (2.12, 15). 
•3.17 se for da vontade de Deus. Sofrimento injusto está incluso na providên-
cia de Deus e visa ao bem de seus filhos e à própria glória de Deus (1.6-7; 4.19). 
•3.18 uma única vez. A morte vicária (substitutiva) de Cristo é suficiente. Sacri-
fícios adicionais não são necessários (Hb 9.12.26-28). 
vivificado no espírito. Ver Rm 1.4; 8.11. 
•3.19 pregou aos espíritos em prisão. Poderíamos mencionar quatro inter-
pretações principais dos vs. 19-20: (a) Cristo pré-encarnado e pregando através 
de Noé (2Pe 2.5) a pessoas que viveram antes do dilúvio (Gn 6--8). Noé cha-
mou-as ao arrependimento, mas elas desobedeceram e agora estão aprisiona-
das. O argumento de Pedro seria então que, assim como Deus vindicou Noé na-
quela vez, assim ele vindica os cristãos hoje. (b) A pregação de Cristo no breve 
espaço de tempo entre sua morte e ressurreição, durante a "descida ao inferno". 
Diz-se que Cristo anunciou sua vitória aos espíritos dos perversos contemporâ-
neos de Noé confinados no reino dos mortos. (e) Uma idéia semelhante é que 
Cristo proclamou sua vitória aos anjos caídos, muitas vezes identificados com os 
"filhos de Deus" de Gn 6.2,4 (cf. Já 1.6; 2.1 ), no seu lugar de confinamento. (d) 
Cristo proclamando sua vitória a anjos caídos após a ressurreição, no tempo de 
sua ascensão ao céu. O ponto das três últimas interpretações é: precisamente 
como Jesus foi vindicado, assim também cristãos serão vindicados. 
•3.21 figurando o batismo, agora também vos salva. O batismo é um sinal e 
selo da graça de Deus em Jesus Cristo. A surpreendente afirmação de que o ba-
tismo "vos salva" mostra quão íntima é a relação entre o sinal e a realidade que 
ele significa. A salvação física de Noé através das águas do dilúvio prefigurou as 
águas do batismo e a salvação que elas significam. O batismo simboliza juízo so-
bre o pecado na morte de Cristo e também renovação de vida (Rm 6.4). As águas 
do dilúvio foram juízo para os ímpios e, ao mesmo tempo, salvação física para os 
justos: Noé e sua família. 
não sendo a remoção da imundicia da cama. Para que seus leitores não atri-
buíssem, equivocadamente, algum poder mágico ou mecânico ao sacramento, 
Pedro afirma que o meio de salvação não é a realização do rito externo, mas o que 
ele simboliza: união com Cristo na sua morte e ressurreição. 
•3.22 à destra de Deus. O lugar de supremo privilégio e soberania no universo 
(Ef 1.20-23; Hb 1.3). 
•4.1 deixou o pecado. Alguns interpretam isso como referente aos efeitos da 
formação do caráter pelo sofrimento. Mas a referência anterior ao batismo (3.21; 
cf. Rm 6.1-1 O) indica que Pedro está pensando na união dos crentes com Cristo 
no seu sofrimento e morte, uma união especialmente simbolizada pelo batismo 
(Rm 6.4). Embora Cristo sempre tenha sido sem pecado (2.22; 2Co 5.21; Hb 
4.15), ele, porém, se identificou plenamente com a humanidade pecadora pela 
vinda "em semelhança de carne pecaminosa" (Rm 8.3) e sujeitando-se à tenta-
ção, ao sofrimento e à morte (Me 1.12-13; Hb 2.10; 4.15). Cristo "morreu para o 
pecado" (Rm 6.10) no sentido de que, após sua morte e ressurreição, não estava 
mais sujeito ao poder do pecado e da morte. 
1 PEDRO 4, 5 1500 
segundo a vontade de Deus. 3 Porque basta o 2tempo decorri-
do para terdes executado a vontade dos gentios, tendo anda-
do emdissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, 
bebedices e em detestáveis idolatrias. 4 Por isso, difaman-
do-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo 
excesso de devassidão, 5 os quais hão de prestar contas àque-
le que é competente bpara julgar vivos e mortos; 6 pois, para 
este fim, foi co evangelho pregado também a mortos, para 
que, mesmo julgados na carne segundo os homens, dvivam 
no espírito segundo Deus. 
Alguns deveres dos crentes uns para com os outros 
7 Ora, e o fim de todas as coisas está próximo; sede, portan-
to, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações. B Acima de 
tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, por-
que o /amor cobre multidão de pecados. 9 gSede, mutuamen-
te, hospitaleiros, hsem murmuração. to Servi uns aos outros, 
; cada um conforme o dom que recebeu, i como bons despensei-
ros 1da multiforme graça de Deus. li mse alguém fala, fale de 
acordo com 3 os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na 
força que Deus supre, para que, /1 em todas as coisas, seja Deus 
glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória 
e 4o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! 
meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa 
extraordinária vos estivesse acontecendo; 13 pelo contrário, 
ºalegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos so-
frimentos de Cristo, para que também, Pna revelação de sua 
glória, vos alegreis exultando. 14 Se, pelo nome de Cristo, 
sois 5injuriados, qbem-aventurados sois, rporque sobre vós 
repousa o Espírito da glória e de Deus. 6 15 Não sofra, po-
rém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfei-
tor, ou como 7 quem se intromete em negócios de outrem; 
16 mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; an-
tes, glorifique a Deus 8 com esse nome. 17 Porque a ocasião 
de começar 5 0 juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se pri-
meiro vem por nós, 1 qual será o fim daqueles que não obe-
decem ao evangelho de Deus? 18 E, "se é com dificuldade 
que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pe-
cador? 19 Por isso, também os que sofrem segundo a vonta-
de de Deus vencomendem a sua alma ao fiel Criador, na 
prática do bem. 
Os deveres do ministério 
5 Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbíte-ro como eles, e ªtestemunha dos sofrimentos de Cristo, 
e ainda co-participante da bglória que há de ser revelada: 
2 cpastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, d não por 
O sofrermos por Cristo é privilégio glorioso constrangimento, mas espontaneamente, 1 como Deus quer; 
12 Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no enem por sórdida ganância, mas de boa vontade; 3 nem como 
e~3J~ N~;e~t;~p~d;:id;;-;- b,,;_;~4;- ~ c~~e~1~3~9 ;iR:8;1; ;;;m~3~1 ~8frPv~0~2]~ ;;H~ 1;:2~c:97- ~ e 
10 iRm 12.6-8/1 Co 4.1-21[1Co 12.4] 11 m Ef 4.29 n [1 Co 1031) 3as declarações 4a soberania 13 °Tg 1.2 P 2Tm 2.12 14 q Mt 
5.11 rMt 5.16 5insultados ou reprovados ôCf. NU; TR e M acrescentam Da parte deles, ele é blasfemado, mas da vossa parte, ele é glorificado; 
NU OJ11ite 15 7 quem intervém 16 8Cf NU; TR e Ma esse respeito 17 s Is 10.12 ILc 10.12 18 u Pv 11.31 19 vzTm 1.12 
CAPITULO 5 1 a Mt 2637 b Rm 8.17-18 2 e At 20.28 d 1 Co 9.17 e 1T m 33 1 Cf. NU; TR e M omitem como Deus quer 
•4.3 Este catálogo de pecados assemelha-se bastante a Rm 13.13 e GI 5.19-21. doa em resposta ao perdão de Deus (Pv 10.12; Mt 18.21-22; 1 Co 13.4-7; T g 
Há forte evidência do pano de fundo pagão da maior parte da audiência de Pedro 5 20) Ver "Amor", em 1 Co 13.13. 
(1.14, 18; Introdução: Data e Ocasião) •4,9 hospitaleiros. Um dos frutos do amor (v. 8). Situações que requerem hos-
dissoluções. Irrestrita tolerância dos próprios desejos, especialmente de prazer pitalidade podiam incluir a falta de onde morar por causa de perseguição, a via-
sensual (Rm 13.13; 2Co 12.21 e Ef 4 19). gem de negócios de um cristão e os missionários itinerantes (Rm 12.13; 3Jo 5-8). 
concupiscências. Palavra comum para desejo maligno, muitas vezes relaciona- •4.10 Servi uns aos outros. Ver Rm 123-8 
do à imoralidade sexual. 
orgias. Festejos excessivos, freqüentemente em honra de um deus pagão. 
bebedices. O uso excessivo do álcool é com freqüência condenado na Escritura 
(ver f\m 13.13; GI 5.21 ). 
•4.6 para este fim. Este versículo segue a afirmação da idéia de um juízo univer-
sal divino. Mas a razão ou propósito da pregação não é dado senão no fim do ver-
sículo. 
foi o evangelho pregado também a mortos. Embora alguns associem essa 
pregação com 3.19-20, essa associação é pouco provável. Essas pessoas que 
ouviram Pedro pregar podem ter sido cristãos. mas que já haviam morrido no 
tempo em que a carta foi escrita. 
julgados na carne. Provavelmente, uma referência à morte física dos ouvintes. 
Embora Cristo tenha triunfado sobre a morte física na sua morte e ressurreição 
(Rm 6.9), a plena extensão dessa vitória ainda não se tem manifestado nas vidas 
do povo de Deus, e a morte física é uma realidade que o cristão ainda enfrenta. 
No entanto, desfrutamos agora da ressurreição espiritual através da união com 
Cristo, e temos plena certeza de que a vitória de Cristo será estendida aos nossos 
corpos físicos (1 Co 15.25-26; d Rm 8 11 ). 
•4.7 está próximo. O "fim de todas as coisas" pode referir-se à destruição de 
Jerusalém em 70 d.C. ou. de forma mais abrangente, à consumação final do reino 
de Cristo, por ocasião de sua volta O chamado à vigilância é freqüente no Novo 
Testamento. Todo o período entre a ressurreição de Cristo e sua segunda vinda é 
entendido como os "últimos dias" (1.20, nota; At 2.17; 1Tm 4.1, nota). 
•4.8 o amor cobre ... pecados. O amor não guarda registro de erros, mas per-
•4, 13 alegrai-vos. O mesmo paradoxo de exultação nos sofrimentos é encon-
trado em 1.6-7. 
co-participantes dos sofrimentos de Cristo. Cristãos compartilham dos sofri-
mentos de Cristo, não pela contribuição para a obra expiatória de Cristo pelo pe-
cado - que já foi concluída -, mas experimentando maus tratos semelhantes, 
porque eles estão identificados e unidos com Cristo (vs.14,16: f\m 817; 2Co 1.5, 
nota; Fp 1.29; CI 1.24, nota). 
•4.17 juízo pela casa de Deus. Pedro retorna ao tema da soberania divina so-
bre o sofrimento do povo de Deus. Esse juízo pode ter o propósito de purificação 
(MI 32-4: Hb 12.9-11) ou de fortalecimento da fé (1.6-7) 
•4.18 é com dificuldade que o justo é salvo. Não que a salvação final seja in-
certa, mas que o caminho para a mesma é através da disciplina rigorosa IMt 
7.14; At 14.22) 
•5.1 presbítero como eles. Embora Pedro já tenha mencionado seu ofício 
como um apóstolo ( 1.1), aqui ele enfatiza sua solidariedade e presbiterado com-
partilhado com os líderes das igrejas da Ásia a fim de encorajá-los. 
•5.2 pastoreai o rebanho de Deus. Essa frase descreve amplamente as fun-
ções dos presbíteros. A figura do pastor sugere cuidado, proteção, disciplina e ori-
entação (2.25, nota). Jesus retratou seu próprio cuidado pela Igreja (Jo 10.1-18) 
e o gracioso interesse de Deus pelos pecadores (Lc 15.3-7) como ações de pas-
toreio. O uso que Pedro faz da palavra relembra seu próprio recomissionamento 
(Jo 21.15-17). Ver nota teológica "Pastores e Cuidado Pastoral". 
nem por sórdida ganância. Pedro não condena a compensação justa, mas o 
amor ao lucro e o abuso de confiança (1 Co 9.14; 1Tm 5.17-18). 
1501 1 PEDRO 5 
PASTORES E CUIDADO PASTORAL 
1Pe 5.2 
Os apóstolos mandaram todos os cristãos velar uns pelos outros com amorosa solicitude e oração (GI 6.1-2; Hb 12.15-16; 
1 Jo 3.16-18; 5.16), mas também designaram para cada congregação tutores chamados de "presbíteros" ("anciãos") (At 
14.23; Tt 1.5), que devillm cuidar do povo como os pastores cuidam das ovelhas (At 20.28-31; 1 Pe 5.1-4 ), conduzindo-os, 
mediante seu exemplo, (1Pe5.3) longe de tudo o que é nocivo para tudo o que é bom. Em virtude de seu papel. os presbíteros 
sãotambémchamadosde"pastores" (Ef 4.11) e "bispos"("supervisores") (At 20.28; cf. v. 17; Tt 1.7; cf. v. 5; 1Pe 5.1-2) e são 
chamados por outros termos que expressam liderança ( 1Ts 5.12; Hb 13. 7, 17,24). A congregação, por seu lado, deve reconhe-
cer a autoridade dada por Deus a seus líderes e seguir a orientação deles (Hb 13.17). 
Esse modelo já aparece no Antigo Testamento, onde Deus é o pastor de Israel (SI 80.1 ), e onde reis, profetas, sacerdotes e 
anciãos (dirigentes locais) são chamados a agir como agentes de Deus no papel de pastores subordinados (Nm 11.24-30; Dt 
27 .1; Ed 5.5; 6.14; 10.8; SI 77.20; Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11.16-17). No Novo Testamento, Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-30), é 
também o Supremo Pastor (1Pe 5.4), e os presbíteros são seus subordinados. O apóstolo Pedro chama-se a si mesmo um 
"presbítero" sujeito a Cristo (1 Pe 5.1 ), lembrando talvez que o pastorear foi a tarefa específica que Jesus lhe deu, quando o 
restaurou ao ministério (Jo 21.15-17). 
Alguns presbíteros, mas não todos, ensinam (1Tm 5.17; Tt 1.9; Hb 13.7), e Ef 4.11-16 diz que Cristo deu à lgreja"pastores e 
mestres" para equipar cada um para o serviço, por meio da descoberta e aperfeiçoamento dos dons espirituais de cada um 
(vs. 12-16). Na visão apostólica de liderança congregacional, pode ter havido mestres que não eram presbíteros, bem como 
presbíteros que não ensinavam, e, também, pode ter havido aqueles que tanto ensinavam quanto governavam. 
O papel pastoral dos presbíteros exige caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal (1Tm 3.1-7; Tt 
1.5-9). O presbítero que serve fielmente será recompensado (Hb 13.17; 1Pe 5.4; cf. 1Tm 4.7-8). 
fdominadores2 dos gque vos foram confiados, antes, htornan-
do-vos modelos do rebanho. 4 Ora, logo que ; o Supremo Pas-
tor se manifestar, recebereis ia imarcescível coroa da glória. 
Vários conselhos. Votos, saudações finais e bênção 
s Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são 
mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, 1cin· 
gi-vos todos de humildade, porque moeus resiste aos soberbos, 
contudo, n aos humildes concede a sua graça. 6 Humilhai-vos, 
portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo 
oportuno, vos exalte, 7lançando sobre ele toda a vossa ansie-
dade, porque ele tem cuidado de vós. 8Sede 3sóbrios e 4vigi-
lantes. 50 diabo, vosso adversário, anda em derredor, como 
leão que ruge procurando alguém para devorar; 9 resisti-lhe fir-
mes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se 
cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo. 10 Ora, 
o Deus de toda a graça, ºque em Cristo 6vos chamou à sua 
eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mes-
mo vos 7há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. 
11 P A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém! 
12 Por meio de qSilvano, que para vós outros é fiel irmão, 
como também o considero, vos escrevo resumidamente, 
exortando e testificando, de novo, 'que esta é a genuína graça 
de Deus; nela estai firmes. 13 Aquela que se encontra em Ba-
bilônia, também eleita, vos saúda, como igualmente meu fi-
lho 5 Marcos. 14 Saudai-vos uns aos outros com ósculo de 
amor. 
Paz a todos vós que vos achais em Cristo . 
• 3/Ez 34.4 gs133.12 hFp 3.17 2soberanos 4 iHb 13.20 /2Tm 4.8 S iEf 5.21 m Pv 3.34 n Is 57.15 8 3autocontrolados 4atentos 5Cf. 
NU e M; TR acrescenta Porque; NU e M omitem 10o1Co 1.9 ôCf. NU e M; TA nos 7Cf. NU; TR e M aperfeiçoe 11 PAp 1.6 12 Q2Co 
1.19 r At 20.24 13 s At 12.12,25; 15.37,39 
•5.3 nem como dominadores ... tomando-vos modelos. Pedro adverte con-
tra o abuso altivo de poder e exorta seus ouvintes a serem como Jesus (Me 
10.42-45; Jo 13.1-17; Fp 2.5-11 ). 
•5.4 Supremo Pastor. Cristo (2.25). O título expressa o relacionamento da obra 
e do cuidado pastoral de Cristo com os líderes da igreja, que servem como pasto-
res mas que devem responsabilidade ao Supremo Pastor. 
•5.5 mais velhos. No versículo 1, a palavra grega é usada no sentido técnico de 
uma pessoa que detém um ofício eclesiástico. Mas aqui, provavelmente seja 
uma referência mais geral a pessoas idosas (cf. 1Tm 5.1). 
•5.8 O diabo, vosso adversário. O termo grego traduzido por "adversário" 
era comumente aplicado a um oponente numa ação judicial. e "diabo" (grego 
diábolos) é a tradução comum do hebraico Satan, que significa "caluniador" 
ou "acusador" e serve também como nome próprio para o diabo (Jó 1.6; Zc 
3.1-2; cf. Ap 12.9-10). A frase revela a fonte última por detrás de toda perse-
guição. 
leão. A figura talvez é emprestada dos Salmos. onde os inimigos do salmista e os 
ímpios são comparados a leões (SI 7.2; 10.9-1 O). A metáfora expressa a força e o 
caráter destrutivo do diabo e acentua a necessidade de vigilância por parte dos 
crentes. 
•5.1 O Deus de toda a graça. Deus concede ajuda e força suficiente para toda 
ocasião e necessidade 
em Cristo. Todas as bênçãos da graça de Deus nesta vida e na vindoura vêm 
através da união do crente com Cristo. Ver nota em 2Co 5.17. 
vos chamou à sua eterna glória. O eterno plano de Deus para os crentes irá 
trazê-los à glória (Jo 17.22-24; Rm 8.28-30; 2Co 4.17; 2Tm 2.10). 
•5.12 Por meio de Silvano. Provavelmente esse seja Silas, companheiro de 
Paulo na segunda viagem missionária (At 15.40). Silvano pode simplesmente 
ter levado a carta ou pode ter atuado como um secretário, talvez até tenha aju-
dado Pedro no esboço da carta. 
•5.13 Aquela ... em Babilônia. Provavelmente uma referência à igreja em 
Roma (Introdução: Data e Ocasião). 
meu filho Marcos. João Marcos (At 12.12,25; 13.5,13; 15.37-39). De acordo 
com Papias (c. 60-130 d.C.). Marcos trabalhou intimamente com Pedro e obteve 
do apóstolo grande parte das informações do Evangelho de Marcos. 
•5.14 ósculo de amor. O beijo era e é uma forma comum de saudação no Oriente 
Próximo (ver Mt 26.48-49; Lc 15.20). correspondendo ao aperto de mão atual. A 
forma cultural tomou-se para os cristãos um sinal externo do seu amor e unidade 
(um "ósculo santo", Rm 16.16; 1Ts 5.26). 
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