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Eritroplasia bucal: desordem potencialmente maligna

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Material para
Módulo 9
Leitura
Curso de Estomatologia para
CIRURGIÕES-DENTISTAS DA REDE
PÚBLICA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNAS
Eritroplasia Bucal
2
DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNASMaterial paraLeitura
ERITROPLASIA BUCAL
DEFINIÇÃO
O termo eritroplasia foi originalmente usado para descrever uma desordem potencialmente 
maligna de coloração vermelha que se desenvolve no pênis. A lesão correspondente em boca pode 
ser definida como qualquer lesão da mucosa bucal que seja vermelha e que não possa ser classificada 
como nenhuma outra lesão vermelha conhecida do ponto de vista clínico ou histopatológico. Equivale 
dizer que as outras lesões vermelhas discutidas anteriormente (MÓDULO 5 – Lesões erosivas) devem 
ser descartadas antes de se pensar no diagnóstico de eritroplasia.
FREQUÊNCIA
Essas lesões são incomuns, apresentando uma prevalência estimada de 0,02 a 0,2%.
FATORES ETIOLÓGICOS
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas e consumo de tabaco parecem ser fatores etiológicos 
importantes para a doença, mas como a doença é rara, existem poucos estudos a respeito e não há 
evidências muito claras.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Clinicamente, a lesão se caracteriza como plana (mancha) ou como uma depressão em relação 
aos tecidos vizinhos (erosão). Algumas vezes tem aspecto superficial que lembra um tecido aveludado 
(placa). Na maioria das vezes, está associada a leucoplasias. Quando isso acontece, é chamada de 
leucoeritroplasia, leucoplasia salpicada, leucoplasia mosqueada ou leucoplasia não homogênea. Os 
sítios mais acometidos são assoalho de boca, palato mole, ventre de língua e pilares amigdalianos. 
Usualmente não há sintomas associados, mas alguns pacientes podem relatar que sentem ardência ou 
desconforto.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Dentistas, otorrinolaringologistas ou cirurgiões bucomaxilofaciais são os principais 
profissionais que podem identificar lesões desse tipo. A primeira medida é descartar possíveis origens 
de trauma ou fricção que possam estar gerando a lesão. Candidíase é outra possibilidade que deve ser 
descartada. Caso não haja regressão frente a remoção de um provável fator irritativo/traumático ou 
após o tratamento para candidíase (caso tenha se levantado esta hipótese) em um período de 10-14 
dias de acompanhamento, essas duas primeiras hipóteses são afastadas. Além de lesão traumática e 
candídíase, outras lesões devem ser descartas antes de fazermos o diagnóstico clínico de eritroplasia. 
Quando falamos “diagnóstico clínico de eritroplasia”, estamos querendo dizer que nem tudo o que 
parece eritroplasia se confirmará como eritroplasia quando fizermos a biópsia e obtivermos o resultado 
do exame histopatológico. 
Ao final deste material, apresentaremos alguns casos de diagnósticos clínicos diferenciais 
que devem ser considerados nessa primeira etapa antes de estabelecermos o diagnóstico clínico de 
eritroplasia, dentre eles:
3
DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNASMaterial paraLeitura
• Lesão traumática
• Candidíase (atrófica, eritematosa, queilite angular, glossite angular)
• Doenças autoimunes (líquen plano, pênfigo vulgar, penfigóide benigno de membranas 
mucosas, lúpus eritematoso)
• Carcinoma espinocelular
• Outras doenças infecciosas
CONDUTA/TRATAMENTO
Se não houver critério para classificar como qualquer uma das doenças mencionadas acima 
ou outra lesão vermelha, definimos que se trata de eritroplasia. Neste momento, torna-se necessária 
a realização de biópsia parcial, o que permite a identificação das alterações no processo de renovação 
do tecido epitelial e a eliminação de outras possibilidades. A avaliação microscópica de lesões com 
características clínicas de eritroplasia pode mostrar displasia epitelial1 em diferentes graus, carcinoma 
in situ2 ou mesmo um carcinoma invasivo3. Alterações mais brandas do que estas são incomuns. 
Em havendo sinais de doença maligna (carcinoma invasivo), o entendimento é de que o carcinoma 
espinocelular “simulou” uma eritroplasia ou sofreu transformação a partir de uma eritroplasia prévia. 
Após definição do diagnóstico e, caso não se trate de um carcinoma espinocelular, a lesão deve 
ser removida por completo (excisão cirúrgica), a exposição aos fatores de risco preferencialmente 
suspensa e o paciente submetido a consultas periódicas de acompanhamento. Entretanto, mesmo após 
a remoção cirúrgica, as recorrências e a transformação maligna no mesmo sítio de onde a lesão foi 
removida são altas. Em função disso, o acompanhamento por toda a vida é essencial mesmo após a 
remoção cirúrgica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A detecção precoce desta lesão pode prevenir a transformação maligna. Portanto, é fundamental 
aprimorar a habilidade de os dentistas clínicos gerais identificarem qualquer lesão relevante em estágios 
iniciais, a fim de interromper a cadeia de eventos que leva ao câncer. O dentista pode ser o primeiro 
profissional a ver a lesão. Portanto, ele deveria ser capaz de reconhecer e propor a conduta adequada, 
que pode ser a biópsia ou o encaminhamento imediato. Nesse contexto, também é papel dos dentistas 
participar do encorajamento do paciente para a mudança de hábito, afastando fatores de risco para o 
câncer (fumo e álcool).
1Termo que indica presença de distúrbios na forma das células epiteliais se organizarem (alterações arquiteturais) e nas células 
isoladamente (alterações celulares). Essas alterações podem ser classificadas em diferentes graus (leve, moderada e severa) indicando 
a proximidade com o carcinoma espinocelular. Quando as alterações se restringem a faixa mais profunda do epitélio, a displasia é 
chamada leve. Quando envolve a metade do epitélio, é considerada moderada. Os casos que apresentam alterações que ultrapassam a 
metade do epitélio são classificados como displasia severa.
2Grau máximo de displasia epitelial, em que as alterações celulares e arquiteturais envolvem toda a espessura do tecido epitelial, mas 
ainda não houve invasão do tecido conjuntivo, evento que caracteriza a transformação maligna.
3O mesmo que carcinoma espinocelular, ou seja, o tumor maligno com origem nas células epiteliais do tecido de revestimento da boca, 
as quais invadiram o tecido conjuntivo e tem capacidade de se disseminar para outras partes do corpo e levar o paciente à óbito.
4
DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNASMaterial paraLeitura
A. Candidíase atrófica crônica. B; Queilite angular. C. Lesão traumática. D. Granuloma 
piogênico. E. Lupus eritematoso. F. Gengivite descamativas (possibilidade de líquen 
plano, penfigóide e pênfigo vulgar). G. Tuberculose. H. Histoplasmose
Fonte: A , B e H – FO/UFRGS, C, D e G – Regezi, Sciubba, Jordan (2013), E e F – Neville et al (2009).
A B
D
F
H
C
E
G
PAINEL DE IMAGENS – DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
5
DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNASMaterial paraLeitura
A. Mancha vermelha na mucosa jugal direita com placas brancas na região posterior. B. Essa lesão tem 
superfície aveludada, sendo a área com irregular observada na região anterior (seta), suspeita de se 
tratar de área de transformação maligna. C. Eritroplasia em rebordo alveolar. D. Lesão em palate mole. 
E e F. Duas lesões que clinicamente devem ser diagnosticadas como eritroplasia, mas que mostraram 
evidência de malignidade (carcinoma espinocelular) quando da realização da avaliação microscópica. 
Fonte: A e B – IARC, C – Regezi, Sciubba, Jordan (2013). D. Villa, Villa, Abati (2011). E e F – Chi, Day, Neville (2015).
A B
D
F
C
E
PAINEL DE IMAGENS – ERITROPLASIAS
6
DESORDENS POTENCIALMENTE MALIGNASMaterial paraLeitura
REFERÊNCIAS
Chi, A.C.; Day, T.A.; Neville, B.W. Oral cavity and oropharyngeal squamous cell carcinoma--an update. CA 
Cancer J Clin., v.65, no.5, p.401-21, 2015.
IARC – International Agency for Research on Cancer. Online screening material / A digital manual for the 
early diagnosisof oral neoplasia / Erythroplakia. Disponível em: http://screening.iarc.fr/atlasoral_list.php?ca-
t=A3&lang=1 Acesso em: 22/11/2016.
Neville, B. W.; Damm, D. D.; Allen CM, Bouquot JE. Patologia Oral e Maxilofacial - 3ª Ed., Elsevier, 2009. 
Regezi, J. A.; Sciubba, J.; Jordan, R. Patologia Oral: Correlações Clinicopatológicas - 6ª Edição, Elsevier, 2013. 
Villa A, Villa C, Abati S. Oral cancer and oral erythroplakia: an update and implication for clinicians. Aust 
Dent J. 2011 Sep;56(3):253-6.
Equipe Responsável:
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do Núcleo de 
Telessaúde do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS) e do Programa Nacional de Telessaúde Brasil Redes.
TelessaúdeRS-UFRGS 
Coordenação Geral
Marcelo Rodrigues Gonçalves
Roberto Nunes Umpierre
Coordenação do curso
Vinicius Coelho Carrard
Coordenação da Teleducação
Ana Paula Borngräber Corrêa
Conteudistas
Manoela Domingues Martins
Marco Antonio Trevizani Martins
Vinícius Coelho Carrard
Vivian Petersen Wagner
Revisores
Bianca Dutra Guzenski
Fernanda Friedrich
Otávio Pereira D’Avila
Michelle Roxo Gonçalves
Thiago Tomazetti Casotti 
Projeto Gráfico
Luiz Felipe Telles 
Diagramação
Angélica Dias Pinheiro
Carolyne Vasques Cabral
Luiz Felipe Telles
Ilustração
Carolyne Vasques Cabral
Luiz Felipe Telles 
Edição/Filmagem/Animação
Diego Santos Madia
Rafael Martins Alves
Divulgação
Camila Hofstetter Camini
Guilherme Fonseca Ribeiro
Vitória de Oliveira Pacheco
Equipe de Teleducação
Andreza de Oliveira Vasconcelos
Angélica Dias Pinheiro
Cynthia Goulart Molina Bastos
Francine de Souza Borba
Luís Gustavo Ruwer
Rosely de Andrade Vargas
Ylana Elias Rodrigues
Dúvidas e informações sobre o curso
Site: www.telessauders.ufrgs.br
E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br 
Telefone: 51 33082098

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