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PENAL 21 - Os Crimes Contra a Administração Pública

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Apostilas Concursos Jurídicos 
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Uso exclusivo do assinante. É proibida a reprodução desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
1 
 
DDIIRREEIITTOO PPEENNAALL 
 
2211 
 
OOss CCrriimmeess CCoonnttrraa aa 
AAddmmiinniissttrraaççããoo 
PPúúbblliiccaa 
 
 
 
 
 
 
 
 2211..11 –– OOss CCrriimmeess PPrraattiiccaaddooss ppoorr FFuunncciioonnáárriioo 
PPúúbblliiccoo CCoonnttrraa aa AAddmmiinniissttrraaççããoo 
 
 
 IInnttrroodduuççããoo 
 
Administração Pública: 
No Direito Penal, o conceito de Administração Pública não é exatamente o mesmo de outros ramos 
do direito, como o Direito Administrativo ou Constitucional. A Administração Pública, para o Direito 
Penal, abrange toda a atividade dos órgãos públicos, quer seja no Legislativo, Executivo ou 
Judiciário. 
 
Crimes Funcionais: 
Os crimes praticados por funcionários públicos são chamados de crimes funcionais. Os crimes 
funcionais podem ser próprios ou impróprios. 
 
Crimes Funcionais 
PRÓPRIOS (típicos) São crimes em que o fato de ser o agente funcionário público é 
circunstância elementar do tipo. Se a atividade não for cometida 
por funcionário público ocorre a atipicidade absoluta, ou seja, o 
fato deixa de ser considerado como crime (ex.: prevaricação). 
IMPRÓPRIOS Nestes crimes, a falta da qualidade elementar do tipo tem como 
conseqüência uma atipicidade relativa, ou seja, a atividade não 
deixa de ser considerada como crime (ex.: no caso do peculato, 
se não for cometido por funcionário público, o que se verifica é 
o crime de apropriação indébita). 
 
 
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2 
 
Além dos previstos neste capítulo do Código Penal, existem outros crimes praticados por 
funcionários públicos, como os previstos nos arts. 300 e 301 do Código Penal e pela Lei 
8.666/93. 
 
Funcionário Público: 
Funcionário público para o Direito Penal é aquele que exerce cargo, emprego ou função pública 
independentemente de remuneração ou do tempo. Este conceito envolve toda atividade de natureza 
pública. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
 
São exemplos de funcionários públicos para o Direito Penal: 
! serventuários de cartórios, mesmo extrajudiciais; 
! guardas noturnos; 
! Presidente da República; 
! inspetores de quarteirão; 
! estagiários de órgãos públicos; 
! jurados (art. 438 do CPP). 
 
Curadores, tutores, síndicos de falência, inventariantes e concessionários de serviços públicos não 
são considerados como funcionários públicos, pois o interesse envolvido é privado e não público. 
 
Funcionários Públicos por Equiparação: 
Os funcionários das entidades paraestatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) e das 
empresas prestadoras de serviço contratadas ou conveniadas para a execução de atividade típica da 
Administração Pública são equiparados a funcionários públicos. 
 
CÓDIGO 
PENAL 
Art. 327 - ........................................................................................................................................... 
 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a 
execução de atividade típica da Administração Pública. (parágrafo único renumerado pela Lei 
nº 6.799, de 23.6.1980 e alterado pela Lei nº 9.983, de 14.07.2000) 
 
Causa de Aumento da Pena: 
A pena do funcionário será aumentada se ele ocupar cargo em comissão ou função de direção ou 
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou 
fundação instituída pelo Poder Público. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 327 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste 
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de 
órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação 
instituída pelo poder público. (parágrafo acrescentado pela Lei nº 6.799, de 23.06.1980) 
 
 
 
 
 
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3 
 
 PPeeccuullaattoo 
 
Noções Iniciais: 
Peculato é a apropriação ou distração de móvel público ou particular, praticado por funcionário 
público que tem a respectiva posse, em razão de seu cargo. 
 
 
Importante: 
No estudo deste Capítulo do Código Penal é muito importante gravar os 
nomes dos crimes a as suas respectivas definições. Além disso, o candidato 
deve estar atento às modalidades de cada crime. No quadro abaixo iremos 
verificar as cinco modalidades do crime de peculato. 
 
Modalidades de Peculato 
Peculato-apropriação art. 312, caput, primeira parte 
Peculato-desvio art. 312, caput, segunda parte 
Peculato-furto art. 312, § 1° FORMAS DOLOSAS 
Peculato mediante erro de 
outrem (peculato-estelionato) 
art. 313 
FORMA CULPOSA Peculato culposo art. 312, § 2° 
 
CÓDIGO PENAL Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, 
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio 
ou alheio: 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a moralidade, a probidade administrativa e secundariamente o interesse patrimonial 
público e privado. 
 
Sujeito Ativo: 
O sujeito ativo é sempre o funcionário público. 
 
 
O particular co-autor responde por peculato. 
Uma vez que as circunstâncias de caráter pessoal são elementares do crime 
(art. 30 do Código Penal), a qualidade elementar de funcionário público é 
comunicável, assim, o co-autor, mesmo que não seja funcionário público 
(extraneus), pratica o crime de peculato. O particular, porém, deve ter 
conhecimento da qualidade de funcionário público de seu parceiro, ou seja, 
sabendo que está atuando junto com funcionário público. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e eventualmente o particular lesado. 
 
 
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Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica do peculato próprio envolve duas formas: 
! peculato apropriação: o funcionário dispõe do bem como se fosse seu e com ânimo de posse 
definitiva (ex.: o funcionário toma para si o dinheiro recolhido do pagamento de uma taxa); 
 
Deve existir nesta hipótese o ânimo de posse definitiva (animus rem sibi habendi), ou seja, o agente 
passa a agir como se fosse dono da coisa. Assim, o peculato de uso pelo entendimento 
jurisprudencial não é punido, pois nesta prática não há o ânimo de posse definitiva (a intenção de 
uso não se confunde com o de apropriação). No peculato de uso, porém, o bem deve ser infungível. 
Se o funcionário utiliza o dinheiro da Administração para efetuar compras pessoais, haverá a 
consumação do crime, mesmo que posteriormenteele venha a repor a quantia usada. 
 
! peculato desvio: o funcionário dá ao bem outra destinação daquela que lhe foi entregue ou 
confiada (ex.: o funcionário empresta para um amigo o dinheiro recolhido do pagamento de 
uma taxa). 
 
Se houver desvio dentro da própria Administração, ocorre o crime descrito no art. 315 do Código 
Penal (emprego irregular de verbas ou rendas públicas). 
 
2) O objeto material do crime é dinheiro, valor, ou qualquer bem móvel público ou particular. Para 
que ocorra o peculato é necessário que o funcionário público tenha a posse e a tenha em razão do seu 
cargo. Quando se tratar de bem particular é necessário que ele esteja sob a posse e custódia da 
Administração Pública. 
 
A atividade humana, como mão de obra e serviços, não se insere do conceito de objeto material do 
crime de peculato. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é o ânimo de apoderamento definitivo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime quando o funcionário passa a se comportar como se dono fosse. No caso do 
peculato-desvio, quando o bem for utilizado para outras finalidades. Admite-se a tentativa. 
 
Peculato Furto: 
O peculato-furto ocorre quando o bem está sob custódia da Administração, porém o funcionário não 
tem a posse do bem e o subtrai ou concorre na subtração praticada por outrem. 
 
Este crime tem como pressuposto a facilidade proporcionada pelo cargo. Se o funcionário agir 
como qualquer outra pessoa será o crime de furto. A colaboração do funcionário para que terceiro 
subtraia o bem deve ser dolosa, caso contrário, configurará o crime de peculato culposo. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 312 – ......................................................................................................................................... 
 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, 
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
 
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5 
 
 
Peculato Culposo: 
Este crime trata de uma modalidade não intencional do peculato. O funcionário, desde que tenha a 
posse ou a detenção do objeto material, é punido quando por negligência, imprudência ou imperícia, 
concorre para a prática de crime de outrem, seja também funcionário ou particular. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 312 – ......................................................................................................................................... 
 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, 
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
 
 
 PPeeccuullaattoo MMeeddiiaannttee EErrrroo ddee OOuuttrreemm 
 
Noções Iniciais: 
Este crime, que tem correspondência com o do art. 169 do Código Penal, ocorre quando o 
funcionário se apropria de bem que recebeu erradamente. É também chamado de peculato-
estelionato. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu 
por erro de outrem: 
 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Neste crime a posse é devida a erro de outrem, ao contrário do peculato-apropriação em que a 
posse anterior é perfeitamente normal e lícita. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a moralidade, a probidade e a integridade da Administração Pública e o interesse 
patrimonial. 
 
Sujeito Ativo: 
Só pode ser o funcionário público. O particular pode figurar como partícipe. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e o particular lesado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é apropriar-se do bem material, em razão do cargo e que esta apropriação tenha 
origem no erro de alguém. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de apoderar-se do objeto material, sabendo-se tratar de erro de outrem. 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se quando o sujeito age como se dono fosse. Quanto à tentativa, a doutrina não é 
pacífica, em geral considerando-se inadmissível. 
 
 
 
 IInnsseerrççããoo ddee DDaaddooss FFaallssooss eemm SSiisstteemmaa ddee IInnffoorrmmaaççõõeess 
 
Noções Iniciais: 
Este crime foi acrescentado pela Lei n° 8.983, de 14.07.2000, prevendo punição para o funcionário 
que praticar a inserção de dados falsos em banco de dados da Administração Pública. 
 
CÓDIGO PENAL Art 313-A - Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou 
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da 
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para 
causar dano. (artigo acrescentado pela Lei n° 9.983, de 14.07.2000) 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se os sistemas informatizados e os bancos de dados da Administração Pública. 
 
 
Sistema informatizado " É o conjunto de elementos, materiais ou não, 
coordenados entre si, que funcionam como uma estrutura organizada, tendo 
a finalidade de armazenar e transmitir dados, através de computadores.. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público autorizado a operar com os sistemas informatizados ou com bancos de dados 
da Administração Pública. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e eventualmente o particular que tenha sofrido dano. 
 
Tipo Objetivo: 
Em relação aos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública, a conduta 
típica envolve quatro modalidades: 
! inserir (introduzir, incluir) dados falsos; 
! facilitar a inserção de dados falsos; 
! alterar (mudar, modificar) indevidamente dados corretos; 
! excluir (eliminar) indevidamente dados corretos. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de praticar as condutas descritas com o fim de obter vantagem 
indevida para si ou para outrem, qualquer que seja ela, ou para causar dano à Administração Pública. 
 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
É um crime formal. Consuma-se no instante em que as informações falsas passam a fazer parte do 
sistema de informações que se pretendia adulterar. 
 
 
 MMooddiiffiiccaaççããoo oouu AAlltteerraaççããoo NNããoo AAuuttoorriizzaaddaa ddee 
 SSiisstteemmaa ddee IInnffoorrmmaaççõõeess 
 
Noções Iniciais: 
Este crime está relacionado com os delitos de informática, aqueles nos quais o computador é o meio 
utilizado para a prática. Na modalidade prevista pelo art. 313-B do Código Penal, comete o crime 
aquele funcionário que altera ou modifica sistema de informações ou programa de informática sem 
autorização ou solicitação de autoridade competente. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 313-B - Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programas de 
informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (artigo acrescentado pela 
Lei n° 9.983, de 14.07.2000) 
 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Parágrafoúnico - As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou 
alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. (parágrafo 
acrescentado pela Lei n° 9.983, de 14.07.2000) 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Publica, particularmente a incolumidade de seus sistemas de informações 
e programas de informática. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público no exercício do cargo. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e eventualmente o particular que sofrer dano. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica envolve quatro modalidades: 
! modificar (mudar, transformar) sistema de informações ou programa de informática; 
! alterar (adulterar, decompor o sistema original) sistema de informações ou programa de 
informática. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de praticar as condutas previstas. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a modificação ou alteração total ou parcial do sistema de informações ou 
do programa de informática, independente de haver ou não prejuízo efetivo para a Administração 
Pública. 
 
 
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 EExxttrraavviioo,, SSoonneeggaaççããoo oouu IInnuuttiilliizzaaççããoo ddee LLiivvrroo oouu DDooccuummeennttoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do 
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: 
 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a regularidade da atividade administrativa. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público que tem a guarda. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e eventualmente o particular lesado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é extraviar, sonegar ou inutilizar. O objeto material é o livro oficial ou qualquer 
documento, público ou particular. 
 
Se o funcionário público exercer função fiscal configura-se o crime previsto pelo art. 3º, I, da Lei 
8.137/90. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de realizar as condutas descritas no tipo. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a realização das condutas. A tentativa é admissível nas modalidades de 
extravio e inutilização. Na sonegação, contudo, não é possível. 
 
 
 DDeessvviioo ddee VVeerrbbaass 
 
CÓDIGO PENAL Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: 
 
Pena: detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a regularidade da atividade administrativa no que diz respeito à aplicação de verbas e 
rendas públicas. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público que tem o poder de administrar os recursos. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
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9 
 
 
Tipo Objetivo: 
Há duas modalidades de conduta: 
! emprego irregular de verbas públicas (quantia destinada à determinada aplicação); 
! emprego irregular de rendas públicas (dinheiro percebido pela Fazenda Pública) 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é vontade de aplicar as rendas ou verbas públicas indevidamente. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a aplicação efetiva das rendas ou verbas públicas. Admite-se a tentativa. 
 
 
 CCoonnccuussssããoo 
 
Noções Iniciais: 
No crime de concussão o funcionário exige vantagem indevida valendo-se de sua função. Este crime 
guarda semelhança com o crime de extorsão. Difere-se da corrupção passiva pelo fato de que nesta 
há apenas a solicitação ou aceitação de vantagem indevida, não há exigência ou ameaça. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Pública e o patrimônio da vítima ameaçada. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público. O ex-funcionário e o funcionário afastado também pode ser. 
 
A lei 8.137/90 define no art. 3° um crime de concussão especialmente praticado por funcionários 
públicos que lançam impostos. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é exigir (impor, ordenar, intimar) a vantagem indevida sob ameaça. A ameaça pode 
ser implícita ou explícita e deve estar ligada à função pública (ex.: fechamento do estabelecimento, 
prisão). Se o funcionário exige a vantagem indevida ameaçando a vítima de prática sem nexo com a 
função pública (ex.: espancamento, morte) haverá o crime de extorsão e não de concussão. 
 
A vantagem deve ser indevida. Se a vantagem for devida, ocorre crime de abuso de autoridade. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de exigir para si ou para outrem a vantagem indevida. 
 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime no momento em que o sujeito passivo toma conhecimento da exigência. A 
tentativa é possível na forma escrita. 
 
 
Consumação da concussão. 
O crime não se consuma com a obtenção da vantagem indevida, mas com a 
exigência, desde que esta chegue ao conhecimento da vítima. 
 
Excesso de Exação: 
Exação é a cobrança rigorosa de dívida ou imposto, onde são punidas duas modalidades distintas: a 
exigência indevida de tributo ou contribuição social e o emprego na cobrança meio vexatório ou 
gravoso, que a lei não autoriza. O objeto material é tributo (receitas derivadas que o Estado recolhe 
do patrimônio dos indivíduos, com base em seu poder e nos termos das normas tributárias, podem 
consistir em impostos, taxas e contribuições de melhorias) ou contribuição social. Nesse crime, o 
agente sabe (dolo) ou deveria saber (culpa) que o tributo ou contribuição social são indevidos, 
mesmo sendo devido o tributo ou contribuição social, comete o delito o funcionário que emprega na 
cobrança meio vexatório (meio que expõe o contribuinte a vergonha ou humilhação) ou meio gravoso 
(traz ao contribuinte maiores ônus), que a lei não autoriza. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 316 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, 
ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
(redação dada pela Lei n° 8.137, de 27.12.1990) 
 
Pena: reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (redação dada pela Lei n° 8.137, de 
27.12.1990) 
 
Excesso de Exação Qualificado: 
Nessa modalidade, a conduta típica vem expressa pelo verbo desviar, que significa alterar o destino, 
alterar a aplicação, alterar a direção, o funcionário público, após ter exigido o tributo ou contribuição 
indevida, ou após ter empregado meio vexatório ou gravoso na cobrança indevida, desvia o que 
recebeu irregularmente, em proveito próprio ou de outrem, deixando de recolher aos cofres públicos. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 316 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveitopróprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente 
para recolher aos cofres públicos: 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
 
 CCoorrrruuppççããoo PPaassssiivvaa 
 
Noções Iniciais: 
O crime de corrupção passiva procura coibir o chamado de comércio da função pública. Para o 
Direito Penal brasileiro os termos corrupção e suborno têm igual significado. Em alguns países, 
porém, esta atividade quando cometida pelo particular é chamada de suborno e quando praticada pelo 
funcionário público é chamada de corrupção. 
 
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CÓDIGO PENAL Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem: 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (redação dada pela Lei n° 10.763, de 
12.11.2003) 
 
 
Afronta ao princípio da proporcionalidade: 
A Lei n° 10.763/03 aumentou a pena do crime de corrupção passiva de um a 
oito anos para dois a doze anos, com clara intenção de impossibilitar a 
suspensão condicional do processo. Esta Lei é considerada por muitos 
doutrinadores como uma quebra do princípio da proporcionalidade das 
penas, pois o crime de corrupção passiva passou a ter uma pena maior do que 
a prevista para o crime de concussão (dois a oito anos) que, sem dúvida, 
apresenta uma conduta mais reprovável. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Pública e o interesse patrimonial do envolvido (quando este não é autor 
de corrupção ativa). 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público nos limites das suas atribuições. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é solicitar (pedindo diretamente ou sugerindo) ou receber vantagem, ou aceitar 
promessa, como retribuição por um ato funcional. 
 
A jurisprudência tem considerado que pequenas doações ocasionais, como presentes de natal e 
gorjetas, recebidas por funcionários em razão de suas funções, não constituem o crime de 
corrupção passiva, uma vez que não há por parte do funcionário a consciência de aceitar a 
retribuição por uma ação específica. 
 
 
Solicitação e corrupção ativa. 
Havendo a solicitação pelo funcionário, o particular que entrega a vantagem 
indevida não responderá pelo crime de corrupção ativa, pois a iniciativa foi 
do funcionário público. Assim, nem sempre que houver a corrupção passiva, 
haverá corrupção ativa. 
 
Corrupção Passiva 
PRÓPRIA Quando a vantagem indevida for para a realização de ato estranho às funções do funcionário (ato ilegal). 
IMPRÓPRIA Quando a vantagem indevida for destinada à ato de ofício (ato legal). 
 
 
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Ato de ofício " Ato que está dentro da esfera de atribuição ou da competência do 
funcionário público. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de solicitar ou receber para si ou para outrem a vantagem indevida. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se no momento em que a solicitação chega ao conhecimento do terceiro, ou em 
que o funcionário recebe a vantagem ou aceita a promessa de sua entrega. Há entendimento que só é 
possível a tentativa no caso de haver solicitação por carta e esta ser interceptada. 
 
Causa de Aumento de Pena: 
Ocorre quando o funcionário pratica, retarda ou deixa de praticar o ato em conseqüência da vantagem 
recebida. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 317 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever 
funcional. 
 
Forma Privilegiada: 
Ocorre quando o funcionário age cedendo a pedido. Neste caso, o funcionário não negocia o ato 
funcional em troca de vantagem, mas, antes, deixa de cumprir com seu dever funcional para atender 
um pedido de terceiro, influente ou não. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 317 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever 
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
 
A Lei 8.137/90 (art. 3°, inciso II) prevê hipótese semelhante, quando a conduta do funcionário é 
para diminuir o pagamento de tributo. 
 
 
 FFaacciilliittaaççããoo ddee CCoonnttrraabbaannddoo oouu DDeessccaammiinnhhoo 
 
Noções Iniciais: 
Contrabando é o comércio de mercadoria proibida e descaminho é a fraude no pagamento de 
impostos. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho 
(art. 334): 
 
Pena: reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (redação dada pela Lei n° 8.137, de 
27.12.1990) 
 
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Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público que tem o dever de fiscalizar o contrabando ou de cobrar os impostos 
alfandegários. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é facilitar (tornar viável, auxiliar) o descaminho ou contrabando. A conduta pode ser 
uma ação ou uma omissão. 
 
O elemento normativo do tipo é: “com infração de dever funcional”. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de facilitar o contrabando ou o descaminho com a consciência de violar dever 
funcional. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a realização da conduta, comissiva ou omissiva, de facilitação. A tentativa 
é admitida somente na forma comissiva. 
 
 
 PPrreevvaarriiccaaççããoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e o particular que vier a sofrer prejuízo. 
 
Tipo Objetivo: 
1) Existem três modalidades de conduta: 
! retardar ato de ofício, que significa protelar, procrastimar, atrasar o ato que deve executar 
(conduta omissiva); 
 
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! deixar de praticar ato de ofício, que significa omitir-se na realização do ato que deveria 
executar (conduta omissiva); 
! praticar ato de ofício contra disposição expressa em lei, que significa executar o ato de ofício 
de maneira irregular, ilegal (conduta comissiva). 
 
Existem certos casos nos quais não há o crime de prevaricação: 
! se o funcionário deixa de adotar ato de ofício contra si mesmo,não está prevaricando - “ninguém 
está obrigado a fazer prova contra si mesmo”; 
! se houver por parte do agente erro de interpretação da norma, não há crime; 
! se houver uma certa discricionariedade, também não há crime. 
 
2) O objeto material é ato de ofício. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de retardar, deixar de praticar ou praticá-lo contra disposição 
expressa de lei. É necessário que o agente saiba que está agindo indevidamente e com a finalidade de 
satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 
Interesse neste caso deve ser relacionado à uma vantagem patrimonial ou moral, sem contudo, 
configurar o recebimento de vantagem indevida, o que seria caso de corrupção passiva. Sentimento 
pessoal pode ser amor, ódio, raiva, vingança, amizade ou inimizade. 
 
 
Prevaricação e corrupção passiva privilegiada. 
Não se confundem. Na prevaricação não há pedido ou influência de outrem, o 
funcionário age por conta própria. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a omissão, retardamento ou a realização do ato. A tentativa é admitida 
somente na forma comissiva. 
 
 
 CCoonnddeesscceennddêênncciiaa CCrriimmiinnoossaa 
 
Noções Iniciais: 
É uma modalidade especial de prevaricação em que o chefe protege o subordinado que cometeu 
infração no exercício do cargo, ou quando lhe falte competência, não leva o fato ao conhecimento da 
autoridade competente. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu 
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente: 
 
Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Pública. 
 
 
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Sujeito Ativo: 
É o funcionário público hierarquicamente superior. 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é: 
! deixar de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo; 
! não levar o fato cometido pelo subordinado, quando a iniciativa da apuração de sua 
responsabilidade não é de sua competência, a conhecimento da autoridade competente. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente dirigida às condutas omissivas. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a simples conduta negativa. Não é admitida a tentativa. 
 
 
 AAddvvooccaacciiaa AAddmmiinniissttrraattiivvaa 
 
CÓDIGO PENAL Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, 
valendo-se da qualidade de funcionário: 
 
Pena: detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 
 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a moralidade e o bom andamento dos serviços da Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é patrocinar interesse privado, podendo ser de forma explícita ou dissimulada. Pode 
ser também direto (quando feito pelo próprio funcionário) ou indireto (quando existe uma terceira 
pessoa). 
 
A Lei 8.137/90 (art. 3.°, inciso III) prevê conduta específica na esfera tributária (a pena é maior) e a 
Lei 8.666/93 prevê conduta semelhante na área das licitações. 
 
 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de patrocinar interesse privado junto à Administração Pública. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com a realização do primeiro ato de patrocínio, independentemente do 
funcionário obter algum resultado pretendido. Admite-se a tentativa. 
 
 
 
 VViioollêênncciiaa AArrbbiittrráárriiaa 
 
Noções Iniciais: 
Este crime pune o funcionário público que pratica violência, no exercício de função ou a pretexto de 
exercê-la. Com o advento da Lei 4.898/65 (Lei de Abuso de Autoridade), parte da doutrina 
(Damásio, Mirabete e Fragoso) entende que foi revogado este artigo. O entendimento do STF, porém, 
é de que este artigo não foi revogado. 
 
Orientação Jurisprudencial 
O art. 322 do Código Penal não mais pode servir de suporte condenatório porque se acha revogado pela 
Lei No. 4.898/65. Trata-se de lei que regulou inteiramente a punição dos crimes de abuso de poder, classe 
a que pertence o denominado delito de violência arbitrária (TACRIM-SP). No mesmo sentido: RT 
405/417, 397/277, 394/297. 382/206, 376/246, 401/297; JUTACRIM 14/372, 11/152 E 248. 
Contra - STF: “O crime de violência arbitrária, previsto no art. 322 do Código Penal, não foi revogado 
pela Lei n° 4.898, de 1965” (RT 449/504). TJSP: “Não foi extinta pelo crime de abuso de autoridade, 
previsto no art. 3º, i, da Lei No. 4.898/65, a figura da violência arbitrária definida no Art. 322 do Código 
Penal” (RT 511/332). 
 
CÓDIGO PENAL Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: 
 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da pena correspondente à violência. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o Estado e a incolumidade física da vítima. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e a pessoa sujeita ao abuso do funcionário. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é praticar violência, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de praticar o ato violento com a consciência da ilegitimidade da 
conduta. 
 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a prática da violência (vias de fato, lesão corporal ou homicídio). Admite-
se a forma tentada. 
 
 
 AAbbaannddoonnoo ddee FFuunnççããoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: 
 
Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a continuidade e regularidade da Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público em exercício de cargo público. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é abandonar (retirar-se, afastar-se) totalmente, porém, só estará configurado o crime 
se houver prejuízo para a Administração. O prazo para configuração é o relativo ao momento em que 
é verificado o dano para a Administração. 
 
O elemento normativo é encontrado na expressão: “fora dos casos permitidos em lei”. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de abandonar o efetivo exercício do cargo público, abrangendo 
o conhecimento da irregularidade da conduta e da probabilidade do dano à Administração Pública. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com o afastamento do exercício do cargo público por tempo juridicamente 
relevante. Não admite tentativa. 
 
Formas Qualificadas: 
 
CÓDIGO PENAL Art. 323 - ......................................................................................................................................... 
 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
 
Pena:detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
 
Pena: detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
 
 
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 EExxeerrccíícciioo FFuunncciioonnaall IIlleeggaallmmeennttee AAnntteecciippaaddoo oouu PPrroolloonnggaaddoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou 
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, 
removido, substituído ou suspenso: 
 
Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a moralidade e regularidade da Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é entrar no exercício de função antes de satisfeitas as exigências (nomeação) ou 
continuar na função pública depois de saber oficialmente estar exonerado, substituído, suspenso ou 
removido. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de antecipar o início da atividade funcional ou prosseguir no 
exercício da função pública. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a realização do primeiro ato de ofício indevido. Admite-se a tentativa. 
 
 
 VViioollaaççããoo ddee SSiiggiilloo FFuunncciioonnaall 
 
CÓDIGO PENAL Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em 
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: 
 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
 
§ 1º - Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (parágrafo acrescentado pela Lei n° 
9.983, de 14.07.2000) 
 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer 
outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados 
da Administração Pública; (alínea acrescentada pela Lei n° 9.983, de 14.07.2000) 
 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (alínea acrescentada pela Lei n° 9.983, de 
14.07.2000) 
 
§ 2º - Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (parágrafo 
acrescentado pela Lei n° 9.983, de 14.07.2000) 
 
 
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Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o sigilo dos atos administrativos. 
 
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público em razão do cargo. 
 
Se um funcionário escuta por acaso o fato, não configura crime, por este não saber em razão do 
cargo. Se o funcionário sabe em razão do cargo e depois de exonerado fala configura o crime do 
art. 154 e não este (o mesmo não acontece com o aposentado e o colocado em disponibilidade que 
praticam este crime). 
 
Tipo Objetivo: 
 
1) A conduta é revelar (contar para alguém), ou facilitar a revelação. 
 
2) O objeto material é fato que deva permanecer em segredo: aquilo que tem relativo interesse 
público, que se revelado causa dano à administração. 
 
A Lei 7.160/83 (Lei de Segurança Nacional), trata em seus arts. 13, 14 e 21 a quebra de segredo que 
ofende a segurança nacional. A Lei 6.453/77 trata da quebra de sigilo no âmbito de energia nuclear. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o crime com o ato da revelação do segredo ou de sua facilitação. 
Só há tentativa se houver a interceptação da transmissão do segredo por escrito de pessoa que já 
tenha conhecimento do mesmo. 
 
 
 VViioollaaççããoo ddoo SSiiggiilloo ddee PPrrooppoossttaa ddee CCoonnccoorrrrêênncciiaa 
 
Noções Iniciais: 
Este crime está atualmente regulado pela Lei 8.666/93, no seu art. 94. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o 
ensejo de devassá-lo: 
 
Pena: Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
 
 
 
 
 
 
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 2211..22 –– OOss CCrriimmeess PPrraattiiccaaddooss ppoorr PPaarrttiiccuullaarr CCoonnttrraa 
aa AAddmmiinniissttrraaççããoo eemm GGeerraall 
 
 
 UUssuurrppaaççããoo ddee FFuunnççããoo PPúúbblliiccaa 
 
Noções Iniciais: 
Usurpar é desempenhar indevidamente uma atividade pública. Neste crime, o agente executa atos 
inerentes ao ofício sem que tenha sido aprovado em concurso ou nomeado para a função. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a normalidade do funcionamento da Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, até mesmo o funcionário público, desde que pratique função alheia ao seu 
cargo. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e o particular. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é usurpar, ocupar indevidamente. 
Quatro situações que podem elidir o crime: 
a) autorização legal para proceder ato de ofício - ex.: prisão em flagrante por particular; 
b) colaborando com o funcionário competente para o ato; 
c) a função pública não existe; 
d) discussão quanto à legitimidade da investidura no cargo. 
 
Se no fato o agente apenas se apresentar como funcionário público, sem praticar ato de ofício, 
configura contravenção penal (art. 45). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade de usurpar a função pública. Porém, o dolo é afastado se não há o animus de 
usurpar ou se ocorre erro de tipo. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a realização do ato de ofício. Admite-se a tentativa. 
 
 
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Forma qualificada de usurpação e estelionato. 
Estas duas modalidades são diferentes. Aplica-se o parágrafo único do art. 
328 se o agente se identificar como funcionário público e praticar um ato de 
ofício. Será caso de estelionato quando o agente se identifica como funcionário 
público, porém, não pratica nenhum ato de ofício (é acrescentado o art. 45 da 
Lei de Contravenções Penais). 
 
 
 RReessiissttêênncciiaa 
 
CÓDIGO PENAL Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
 
Pena: detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos. 
 
Vide art. 4o da Lei 1.579/52 (impedir ou tentar impedir mediante violência ou grave ameaça 
regular funcionamento de CPI ou membro desta), a pena será a mesma do art. 329 do Código 
Penal. Vide também o art. 326 do ECA. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Pública (prestígio, autoridade). 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o funcionário público e terceiro se estiver colaborando com este. 
 
Nos termos do art. 301 do Código de Processo Penal o particular pode efetuara prisão em 
flagrante, porém, se ele a fizer desacompanhado e contra ele for empregada violência ou grave 
ameaça, não haverá o crime de resistência, já que não é funcionário público. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é opor-se mediante violência ou ameaça que crie obstáculo à execução de ato legal. 
É necessário haver violência que pode ser: vias de fato, lesão corporal, tentativa de homicídio ou 
homicídio. A resistência passiva não caracteriza este crime. 
 
Resistência passiva é aquela que mesmo tendente a evitar a execução do ato legal, não se reveste de 
violência ou ameaça a pessoa (ex: recusa em entrar no carro da polícia, deitar no chão ou se 
agarrar em um poste para não ser preso). Esta forma não configura o crime de resistência, mas 
pode ser outro (aquele que foge, ou tenta fugir, sem violência ou ameaça, pratica o crime de 
desobediência). 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a finalidade de obstar-se. 
 
 
 
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Consumação e Tentativa: 
É um crime formal, se consuma com a mera violência ou ameaça empregada. 
A tentativa é admissível. 
 
Forma Qualificada e Concurso de Crimes: 
 
CÓDIGO PENAL Art. 329 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência 
 
 
 DDeessoobbeeddiiêênncciiaa 
 
CÓDIGO PENAL Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
 
Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o prestígio e a dignidade da Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. Porém no caso de funcionário público há três entendimentos: 
! nunca pode ser; 
! pode ser sempre; 
! só poderá ser se estiver fora do exercício da função. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e o próprio funcionário público. 
 
Tipo Objetivo: 
 
1) A conduta típica é a ação de desobedecer à ordem legal de funcionário público. 
 
2) O objeto material é ordem: 
! a ordem deve ser individualizada, expressa e dirigida a quem tenha de cumpri-la; 
! o ordenamento deve exigir o seu cumprimento; 
! quanto à ordem que tem por fundo não uma lei, mas uma portaria, regulamento, aviso ou 
edital, o entendimento dominante é de que não há crime; 
! se a norma extra-penal determinar sanção administrativa ou civil, o sujeito só poderá ser 
processado por desobediência se a norma extra penal ressalvar esta possibilidade (ex.: art. 219 
do CPP). 
 
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Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de desobedecer à ordem do funcionário público, abrangendo o 
conhecimento de sua legalidade. 
 
Consumação e Tentativa: 
Existem duas formas: 
! por omissão: se consuma quando escoar o prazo para o cumprimento da ordem, não há 
tentativa (quando não houver prazo para o cumprimento, entende-se o tempo razoável e 
juridicamente relevante); 
! por ação: há possibilidade de tentativa. 
 
 
 DDeessaaccaattoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o prestígio, dignidade e a presunção de autoridade da Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, porém, no caso de funcionário público, existem na jurisprudência quatro 
correntes: 
! o funcionário público não comete desacato nunca; 
! quando o funcionário está despido desta qualidade ou fora do exercício funcional comete o 
crime; 
! há desacato somente na ofensa de inferior contra superior hierárquico; 
! o funcionário público comete o crime em qualquer hipótese. 
A doutrina adota duas correntes: 
! Nelson Hungria diz que há desacato somente na ofensa de inferior contra superior hierárquico 
e caso aconteça o contrário (superior hierárquico ofende o inferior), constitui o crime de abuso 
de função; 
! a doutrina mais recente (Mirabete, Fragoso, Damásio) adota a tese em que o funcionário 
público comete o crime em qualquer hipótese. 
 
Advogado na defesa de causa em juízo: não responde este por crime de difamação e injúria, mas 
responde por crime de desacato, embora haja a Lei 8.906/94, art. 7o, § 2o, que acrescenta a 
imunidade, esta se encontra suspensa pela ADIn n° 1.127/8. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e o funcionário público. 
 
 
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Tipo Objetivo: 
1) A conduta típica é ofender, desacatar, humilhar; e seja relacionada à atividade funcional. 
Pode ser uma violência moral ou física. 
 
Se o desacato for praticado por vias de fato, lesão corporal, injúria, difamação ou ameaça, tudo fica 
absorvido pelo crime de desacato. Não se absorve, porém, a lesão corporal grave (acumula) e a 
calúnia (tratamento diferenciado). Mesmo se a ofensa for dirigida a vários funcionários públicos, 
há um só crime de desacato. Se a ofensa é dirigida à instituição e não funcionário público, o fato 
não configura o crime de desacato. 
 
2) O objeto material do crime é o funcionário público. Só há o crime de desacato se for na presença 
do funcionário público, se este não estiver presente há o crime de injúria e não desacato. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é específico e somente pode ser afastado em razão de: 
! estado anímico do agente: só há dolo se for ânimo calmo e refletido, quando em estado de 
cólera, não há dolo; 
! reação justificada em face da situação do fato: quando o ato do funcionário público for ilegal 
ou injusto, quando o funcionário público der causa a reação ou quando o ato funcional for 
irregular; 
! embriaguez: quanto a esta, há três correntes, a primeira diz que não há dolo, a segunda diz que 
não afasta o dolo, mas a culpabilidade (art. 28 do CP) e a terceira diz que só a embriaguez 
voluntária ou culposa que tire completamente a capacidade volitiva do agente. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se no momento em que o sujeito realiza o ato ofensivo. 
Não há tentativa (mesmo que a agressão seja só tentada, o crime se consuma). 
 
 
 TTrrááffiiccoo ddee IInnfflluuêênncciiaa 
 
CÓDIGO PENAL Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: 
(redação dada pela Lei nº 9.127, de 16.11.1995) 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (redação dada pela Lei nº 9.127, de 
16.11.1995) 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem 
é também destinada ao funcionário. (redação dada pela Lei nº 9.127, de 16.11.1995) 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
 
 
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Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é exigir, cobrar, solicitar ou obter vantagem ou promessa a pretexto de influir em 
funcionário público. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente dirigida à conduta ou ao engano da vítima, fazendo crer a ela 
que irá influenciar na atitude do funcionário, abrangendo a pretensão de obtenção de vantagem ou a 
promessa de sua obtenção. 
 
Consumação e Tentativa: 
Nos verbos solicitar, exigir e cobrar o crime é formal, atingindo a consumação com a simples ação do 
sujeito. No verbo obter, o crime é material, consumando-se no momento em que o sujeito obtém a 
vantagem ou sua promessa. 
 
 
 CCoorrrruuppççããoo AAttiivvaa 
 
CÓDIGO PENAL Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a 
praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (redação dada pela Lei n° 10.763, de 
12.11.2003) 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a moralidade da Administração Pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
 
1) A conduta típica é oferecer (propor algo) ou prometer (obrigar-se a fazer) vantagem a funcionário 
público, com o fim de determiná-lo a realizar, omitir ou deixar de praticar ato de ofício. 
 
Só há crime de corrupção ativa se a pessoa entregou o dinheiro espontaneamente, ou no máximo 
atendendo a pedido ou sugestão do funcionário (são incompossíveis os arts. 316 e 333 do Código 
Penal). Também só haverá o crime se o oferecimento ou promessa for antes que o funcionário 
público pratique o ato. 
 
 
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2) O objeto material é a vantagem de qualquer natureza (material ou moral) que se destina ao 
funcionário público. 
 
Tipo Normativo: 
Encontra-se na qualidade da vantagem: deve ser indevida. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de oferecer ou prometer a vantagem ao funcionário público, 
com conhecimento de que é indevida. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se no momento em que o funcionário toma conhecimento da oferta ou da 
promessa. Admite-se a tentativa na forma escrita. 
 
 
 CCoonnttrraabbaannddoo oouu DDeessccaammiinnhhoo 
 
Noções Iniciais: 
O crime de descaminho consiste na introdução no território nacional de mercadoria que não seja 
proibida, com a fraude do pagamento dos tributos devidos, salientando-se, porém, que a mercadoria 
não deve ter introdução proibida, pois nesse caso trata-se de crime de contrabando 
 
CÓDIGO PENAL Art. 334 - Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento 
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: 
 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o erário público e secundariamente a indústria brasileira. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. O funcionário público que participa do fato, facilitando-o com infração de 
dever de ofício, comete o delito do art. 318 do CP. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
 
1) Há no tipo duas condutas incriminadas: 
! contrabando: exportação ou importação de mercadoria proibida; 
! descaminho: exportação ou importação de mercadoria permitida, porém fraudando-se o 
pagamento do tributo devido. 
 
2) O objeto material é mercadoria, coisa móvel de qualquer natureza. 
 
 
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A Lei 10.826/03, Estatuto do Desarmamento, prevê modalidade específica de tráfico internacional 
de arma de fogo. 
 
ESTATUTO DO 
DESARMAMENTO 
Tráfico internacional de arma de fogo 
 
Art. 18 - Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, 
de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: 
 
Pena: reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de praticar o contrabando ou descaminho. 
 
Consumação e Tentativa: 
Há duas hipóteses distintas do momento consumativo: 
! alfândega: no momento em que a mercadoria é liberada; 
! outro local: no momento em que a mercadoria entra ou sai do território nacional. 
 
Contrabando ou Descaminho por Assimilação: 
 
CÓDIGO PENAL § 1º - Incorre na mesma pena quem: (redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.07.1965) 
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; 
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho; 
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio 
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência 
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe 
ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por 
parte de outrem; 
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial 
ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, 
ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. 
 
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de 
comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em 
residências. 
 
Transporte Aéreo: 
Aumenta-se a pena nesta hipótese em razão da maior dificuldade de fiscalização. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 323 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em 
transporte aéreo. (parágrafo acrescentado pela Lei nº 4.729, de 14.07.1965) 
 
 
 IImmppeeddiimmeennttoo,, PPeerrttuurrbbaaççããoo oouu FFrraauuddee ddee CCoonnccoorrrrêênncciiaa 
 
Noções: 
Os tipos penais do art. 335 do CP estão hoje definidos nos arts. 93 e 95 da Lei 8.666 de 21.06.93 que 
lhes deram nova redação. 
 
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CÓDIGO PENAL Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, 
promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar 
ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou 
oferecimento de vantagem: 
 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da 
vantagem oferecida. 
 
 
 IInnuuttiilliizzaaççããoo ddee EEddiittaall oouu ddee SSiinnaall 
 
CÓDIGO PENAL Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar editalafixado por ordem de 
funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por 
ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: 
 
Pena: detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o regular funcionamento da Administração Pública e prestígio do ato oficial. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e o terceiro interessado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é rasgar, inutilizar (destruir), conspurcar (sujar ou emporcalhar) edital. Violar (abrir, 
romper) ou inutilizar selo ou sinal. O crime só ocorrerá dentro do prazo de validade do selo, sinal ou 
edital. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de inutilizar ou conspurcar o edital, ou violar ou violar ou 
inutilizar selo ou sinal. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime consuma-se com a ação. Admite-se a tentativa. 
 
 
 SSuubbttrraaççããoo oouu IInnuuttiilliizzaaççããoo ddee LLiivvrroo oouu DDooccuummeennttoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento 
confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público: 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
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Objetividade Jurídica: 
Protege-se o regular funcionamento da administração pública. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa, exceto o funcionário público com função de guarda (art. 314 do Código 
Penal) e o advogado ou procurador (art. 356 do Código Penal). Se há intenção de lucro, o crime é o 
do art. 356. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e todos os terceiros interessados no documento. 
 
Tipo Objetivo: 
 
1) A conduta típica é subtrair ou inutilizar. 
 
2) O objeto material é livro oficial, processo ou documento público ou particular. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de realizar a conduta de subtrair ou inutilizar os objetos 
materiais, nas condições descritas no tipo. Não há a necessidade de finalidade especial. 
 
Consumação e Tentativa: 
Se consuma o delito no momento em que o objeto material sai da esfera de vigilância do funcionário 
público ou particular, ingressando na disponibilidade do sujeito. Na modalidade de inutilização, com 
a sua efetivação, total ou parcial. Admite-se a forma tentada. 
 
 
 SSoonneeggaaççããoo ddee CCoonnttrriibbuuiiççããoo PPrreevviiddeenncciiáárriiaa 
 
CÓDIGO PENAL Art. 337-A - Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, 
mediante as seguintes condutas: (artigo acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14.07.2000) 
 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela 
legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador 
autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (alínea acrescentada pela Lei nº 
9.983, de 14.07.2000) 
 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias 
descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (alínea 
acrescentada pela Lei nº 9.983, de 14.07.2000) 
 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou 
creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: (alínea 
acrescentada pela Lei nº 9.983, de 14.07.2000) 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
§ 1° - É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida 
em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (parágrafo acrescentado pela Lei nº 
 
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9.983, de 14.07.2000) 
 
§ 2° - É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for 
primário e de bons antecedentes, desde que: (parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.983, de 
14.07.2000) 
 
I – (vetado) 
 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções fiscais. (alínea acrescentada pela Lei nº 9.983, de 14.07.2000) 
 
§ 3° - Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 
1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade 
ou aplicar apenas a de multa. (parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.983, de 14.07.2000) 
 
§ 4° - O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos 
mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. (parágrafo acrescentado pela 
Lei nº 9.983, de 14.07.2000) 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a regular escrituração contábil, inclusive obrigações acessórias, em relação à previdência 
social. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é suprimir (impedir que apareça, esconder ou omitir completamente o fato gerador) 
ou reduzir (ocultar parcialmente o fato gerado ou os montantes da operação, diminuir a base de 
cálculo) contribuição social devida à Previdência Social (e não qualquer outra), através da omissão, 
nas folhas de pagamento, registros contábeis ou quaisquer outros documentos, de segurado ou do 
valor a ele efetivamente pago ou dele descontado, bem como de receita ou lucro auferidos ou 
qualquer outro fato gerador. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de realizar a conduta de suprimir ou reduzir, nas condições 
descritas no tipo. 
 
Consumação e Tentativa: 
O crime se consuma com a supressão ou redução das contribuições. A tentativa não é admitida. 
 
Extinção da Punibilidade: 
O parágrafo 1o prevê a extinção da punibilidade. Ao contrário da extinção para o crime de 
Apropriação Indébita Previdenciária, não há necessidade de pagamento. Basta que o agente, 
espontaneamente, declare e confesse as contribuições, importâncias ou valores e preste as 
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início 
da ação fiscal. 
 
 
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Causa de Diminuição de Pena: 
Os parágrafos 2o e 3o prevêem a circunstância de diminuição de pena, podendo o juiz reduzir a pena 
ou aplicar multa, caso o agente seja primário e de bons antecedentes e preencha o requisito do inciso 
II do parágrafo 2o, ou caso o empregador não seja pessoa jurídica e a folha de pagamento não 
ultrapasse o valor fixado. 
 
 
 
 
 
 
 2211..33 –– OOss CCrriimmeess PPrraattiiccaaddooss ppoorr PPaarrttiiccuullaarr CCoonnttrraa 
aa AAddmmiinniissttrraaççããoo PPúúbblliiccaa EEssttrraannggeeiirraa 
 
 
 NNooççõõeess GGeerraaiiss 
 
Noções Iniciais: 
A Lei n° 10.467, de 11.06.2002, incluiu novas figuras penais relativas ao comércio internacional. 
Estes crimes têm como objeto jurídico a proteção da lealdade nocomércio internacional, procurando 
afastar as práticas corruptas que têm conseqüências prejudiciais às empresas e à economia nacional. 
 
Funcionário Público Estrangeiro: 
 
CÓDIGO PENAL Art. 337-D - Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em 
entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro. (artigo incluído pela 
Lei nº 10.467, de 11.06.2002) 
 
Parágrafo único - Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego 
ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país 
estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. 
 
Corrupção Ativa em Transação Comercial Internacional: 
Trata-se de um crime de corrupção passiva transnacional, onde o funcionário público estrangeiro é o 
receptor da corrupção. 
 
CÓDIGO PENAL Art. 337-B - Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário 
público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício relacionado à transação comercial internacional: (artigo incluído pela Lei nº 10.467, de 
11.06.2002) 
 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou 
promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica 
infringindo dever funcional. 
 
 
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Tráfico de Influência em Transação Comercial Internacional: 
 
CÓDIGO PENAL Art. 337-C - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário 
público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial 
internacional: (artigo incluído pela Lei nº 10.467, de 11.06.2002) 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem 
é também destinada a funcionário estrangeiro. 
 
 
 
 
 
 
 2211..44 –– OOss CCrriimmeess CCoonnttrraa aa AAddmmiinniissttrraaççããoo ddaa 
JJuussttiiççaa 
 
 
 RReeiinnggrreessssoo ddee EEssttrraannggeeiirroo EExxppuullssoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: 
 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento 
da pena. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se o prestígio, a autoridade e a eficácia do ato de expulsão. 
 
Sujeito Ativo: 
É o estrangeiro, admitindo-se a participação de terceiro nacional, ainda que não expulso. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta típica é reingressar, voltar, entrar de novo no território nacional, após a expulsão. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de penetrar em nosso território sabendo estar expulso. 
 
Consumação e Tentativa: 
Se consuma no instante em que o estrangeiro expulso penetra no território. 
Admite-se a tentativa. 
 
 
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 DDeennuunncciiaaççããoo CCaalluunniioossaa 
 
CÓDIGO PENAL Art. 339 - Dar causa a instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de 
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, inquérito 
civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe 
inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 19.10.2000) 
 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a administração da Justiça. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa (advogado investido em mandato não responde). 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado e a vítima. 
 
Tipo Objetivo: 
 
A conduta típica é a imputação certa e determinada (dados que permitam a identificação do autor do 
fato). A conduta não precisa de formalidade, podendo ser feita oralmente. 
 
A conduta pode ser direta ou indireta: 
! direta: por ofício ou oralmente; 
! indireta: através da mídia, denúncia anônima, terceiro de boa fé ou maquinação astuciosa 
(fraude: cria uma situação falsa de crime para que a pessoa seja presa, por exemplo, “A” 
coloca um pacotinho com droga no paletó de “B” e chama a polícia). 
 
Se o réu mente acusando outrem no interrogatório, não pratica este crime, pois se encontra em 
estado de necessidade. Se for testemunha, porém, responderá pelo crime de falso testemunho. 
 
Configura o crime: 
! quando o fato for falso; 
! quando o fato for verdadeiro, mas a autoria é falsa; 
! quando se imputa um crime mais grave do que o agente praticou (se for apenas qualificadora, 
não pratica); 
! quando for fato típico e antijurídico. 
 
Não configura o crime: 
! o fato atípico, excludente da antijuridicidade ou causa de extinção da punibilidade; 
! se o fato dá origem somente a sindicância, inquérito administrativo ou representação da 
corregedoria; 
 
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! o requerimento para a instauração de inquérito por estelionato de cheque sem fundo pré-
datado. 
 
A retratação, assim como o dolo superveniente (ex: o agente fica posteriormente sabendo que o 
acusado é inocente e permanece em silêncio), não elide o crime. 
 
Tipo Subjetivo: 
O dolo é a vontade livre e consciente de denunciar caluniosamente a vítima, sabendo ser inocente. 
 
Consumação e Tentativa: 
Consuma-se o delito com a instauração da investigação policial ou o processo penal. Admite-se a 
tentativa. 
 
Forma Qualificada e Privilegiada: 
 
CÓDIGO PENAL Art. 339 - .......................................................................................................................................... 
 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 
 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
 
 
 CCoommuunniiccaaççããoo FFaallssaa ddee CCrriimmee oouu ddee CCoonnttrraavveennççããoo 
 
CÓDIGO PENAL Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verificado: 
 
Pena: detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 
 
Objetividade Jurídica: 
Protege-se a administração da Justiça. 
 
Sujeito Ativo: 
Pode ser qualquer pessoa. 
 
Sujeito Passivo: 
É o Estado. 
 
Tipo Objetivo: 
A conduta é comunicar a ocorrência de crime ou de contravenção. A comunicação pode ser verbal, 
ou por escrito, anônima ou com nome imaginário e deve ser falsa (não deve ter ocorrido). 
 
Se acontecer um roubo e o sujeito aponta um furto, não há crime, porém, será crime se o fato 
apontado é essencialmente diferente (ex.: estupro e furto). 
 
 
 
 
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