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JECRIM lei 9099/95

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PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO (JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS) 
A Lei n. 9.099/95, além de regulamentar o chamado procedimento sumaríssimo, trata de 
todo o tema referente aos Juizados Especiais Criminais e às infrações de menor 
potencial ofensivo e, por essa razão, ao contrário dos demais procedimentos, nesta parte 
do estudo será feita uma análise de aspectos diversos da referida lei e não somente da 
parte que diz respeito ao rito sumaríssimo. 
 
Art. 98, I, da CF 
 
 
Conceito de infração de menor potencial ofensivo 
Art. 61. Consideram -se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos 
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não 
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
 
Quanto ao montante da pena, há de se ressalvar que a existência de causa de aumento 
de pena que torne a pena máxima superior a 2 anos exclui a competência do juizado. 
Ex.: crime de lesões corporais culposas na direção de veículo automotor (art. 303 do 
CTB) em que o agente não presta socorro à vítima. A pena máxima do crime é de 2 
anos, mas haverá acréscimo máximo de ½ da pena em razão da omissão de socorro, 
perfazendo um total de 3 anos. Assim como a injúria qualificada (racial) art. 140, §3º 
CP 
 
Se o crime praticado envolver violência doméstica ou familiar contra mulher, não 
são aplicáveis os dispositivos da Lei n. 9.099/95, nos termos do art. 41 da Lei Maria da 
Penha (Lei n. 11.340/2006). 
 
Princípios processuais dos juizados criminais 
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar -se -á pelos critérios da 
oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre 
que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não 
privativa de liberdade. 
O princípio da oralidade impõe que os atos realizados no juizado, preferentemente, 
devem ser realizados na forma oral, constando do termo apenas um breve 
resumo das manifestações e decisões, salvo nas hipóteses em que a lei dispuser em 
sentido contrário. Há, pois, um predomínio da forma falada sobre a escrita sem que 
esta, entretanto, fique excluída. É o que ocorre na elaboração dos termos 
circunstanciados, nas tentativas de conciliação e transação, depoimentos etc. 
Pelo princípio da informalidade fica afastado o rigorismo formal nos atos praticados 
perante o juizado. É o que ocorre, por exemplo, quando a lei estabelece que 
os atos não serão considerados nulos se atingirem as finalidades para as quais foram 
realizados (art. 65), que é dispensado o relatório na sentença (art. 81, § 3º) e que, se a 
sentença for confirmada pelos seus próprios fundamentos, a súmula do julgamento 
servirá de acórdão (art. 81, § 5º). 
 
Em face do princípio da economia processual, afastou -se a necessidade de inquérito 
policial para a apuração dos fatos delituosos e instituiu -se que a instrução deve ser 
realizada em um único dia. Além disso, estabeleceu -se que nenhum ato processual deve 
ser adiado. 
Já o princípio da celeridade processual busca reduzir o tempo entre a prática da 
infração penal e a decisão judicial, para dar uma resposta mais rápida à sociedade. 
Esses princípios deverão servir também para pautar as decisões acerca de questões 
não tratadas explicitamente pela lei, servindo de parâmetro para a convicção do juiz. 
No que se refere à reparação do dano, a Lei n. 9.099/95 criou o instituto da 
composição de danos civis nos procedimentos de competência dos juizados, de sorte 
que a homologação do acordo realizado na audiência preliminar ou na própria audiência 
de instrução tem força de título executivo e impede a propositura de nova ação 
reparatória de danos na esfera cível. Essa composição de danos civis, nos crimes de 
ação privada e pública condicionada à representação, implica extinção da punibilidade 
do agente em face da renúncia automática ao direito de queixa ou de representação. 
No caso de ação pública incondicionada, a composição de danos civis não impede a 
propositura da ação penal, mas, conforme já mencionado, torna inviável nova ação 
reparatória de danos na esfera cível. 
 
No que se refere à preferência para a aplicação de pena não privativa de liberdade, 
o legislador criou o instituto da transação, que será adiante analisado, de 
forma que a composição entre a acusação e o autor da infração obsta o início da ação 
penal, pela aplicação imediata de uma pena de multa ou restritiva de direitos, com a 
vantagem de não gerar reincidência, sendo registrada apenas para impedir nova 
transação em um prazo de cinco anos (art. 76, § 4º), e de não constar da folha de 
antecedentes 
criminais (art. 76, § 6º). 
 
Pelo art. 63 da Lei n. 9.099/95, a competência para as infrações de menor potencial 
ofensivo será fixada pelo local em que for praticada a infração penal: “considera- 
-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir -se o resultado”. É o que diz o 
art. 6º do Código Penal que, ao regulamentar o tema “lugar do crime”, adotou a teoria 
da ubiquidade. Trata -se, assim, de exceção à regra dos crimes em geral cuja 
competência territorial é fixada pelo local da consumação (art. 70 do CPP). 
 
A competência territorial do juizado é relativa, estando sujeita às normas de 
prorrogação de competência do Código de Processo Penal. Por isso, se houver conexão 
ou continência entre infração de menor potencial ofensivo e outra mais grave, 
prevalecerá a competência da Justiça Comum, inclusive em relação ao rito processual. 
É o que diz expressamente o art. 60, parágrafo único, da Lei n. 9.099/95, com a redação 
dada pela Lei n. 11.313/2006. 
 
Das formalidades e das nulidades 
Art. 65. 
a) Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades 
para as quais foram realizados, mesmo que a forma utilizada não seja aquela 
prevista na legislação (art. 65, caput). Adotou -se o princípio da instrumentalidade 
das formas. 
b) Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo (art. 65, § 1º). 
Do termo circunstanciado 
O art. 69 da Lei n. 9.099/95, visando dar maior celeridade ao procedimento 
investigatório, dispensou a instauração do inquérito policial para apurar as infrações de 
O referido termo, portanto, deve apontar as circunstâncias do fato criminoso e 
os elementos colhidos quanto à autoria, para que o titular da ação possa formar a 
opinio delicti. 
O termo, sempre que possível, deverá conter: 
a) a qualificação (dados pessoais, endereço etc.) do pretenso autor da infração; 
b) a qualificação da vítima; 
c) a maneira como os fatos se deram, com a versão das partes envolvidas; 
d) a qualificação das testemunhas, bem como o resumo do que presenciaram; 
e) os exames que foram requisitados (não é necessário o resultado dos exames, 
mas tão somente que conste quais foram requisitados); nos crimes de lesões 
corporais deverá constar ao menos um boletim médico acerca das lesões (art. 77, 
§ 1º, da Lei n. 9.099/95); 
f) assinatura de todos os que participaram da elaboração do termo circunstanciado. 
Com efeito, 
o art. 41 da Lei n. 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, estabelece 
que, nos crimes em que haja violência doméstica ou familiar contra mulher, independentemente 
da pena, não se aplicam as regras da Lei n. 9.099/95, havendo, naquela lei, 
medidas protetivas específicas (e em maior número) para as vítimas do sexo feminino. 
Assim, quando se tratar de violência doméstica contra a mulher, ainda que a pena do 
crime não seja superior a 2 anos, deverá ser instaurado inquérito policial e não lavrado 
termo circunstanciado, já que para estes não incidea Lei n. 9.099/95. 
 
Da audiência preliminar 
Esta audiência é realizada no mesmo dia em que cometida a infração de menor 
potencial ofensivo quando o autor da infração for apresentado de imediato ao Juizado 
após a lavratura do termo circunstanciado ou, quando isso não for possível, no dia 
designado pelo juiz após receber o termo. Neste último caso, do mandado de intimação 
do autor da infração deverá constar a necessidade de seu comparecimento acompanhado 
de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser -lhe -á designado 
defensor público (art. 68 da Lei n. 9.099/95). 
Ação pública incondicionada 
O juiz inicialmente esclarecerá sobre a possibilidade de composição dos danos 
civis e da proposta de aplicação imediata de pena por meio do instituto da transação. 
Deverá também alertar que a composição acerca dos danos civis não impedirá a 
propositura 
da ação penal por se tratar de delito de ação pública incondicionada. Dessa 
forma, dará início à tentativa de conciliação, que será conduzida por ele próprio ou por 
conciliador sob sua orientação. Efetivada a composição civil e sendo ela homologada 
pelo magistrado, será reduzida a termo e valerá como título executivo judicial. 
Em seguida, o Ministério Público terá oportunidade de se manifestar, podendo 
requerer o arquivamento do feito, se entender que não existem indícios suficientes de 
autoria e materialidade, ou propor a imediata aplicação da pena de multa ou restritiva 
de direitos (transação penal). O art. 76, § 2º, da Lei n. 9.099/95, todavia, dispõe que 
não se admitirá a proposta de transação se ficar comprovado: 
I — ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena 
privativa de liberdade, por sentença definitiva. Como a lei não faz qualquer ressalva, 
fica a impressão de que não há limitação temporal, ou seja, de que a pessoa 
condenada à pena de prisão nunca mais terá direito à transação. Contudo, em virtude 
do princípio de que as penas não podem ter efeitos perpétuos, prevalece o entendimento 
de que a transação, em tese, volta a ser cabível após o decurso do prazo de 5 
anos, a contar do cumprimento da pena privativa de liberdade, nos termos da regra 
do art. 64, I, do Código Penal. 
 
Recursos 
Na Lei n. 9.099/95 existem algumas regras próprias quanto ao sistema recursal. 
Assim, nos itens abaixo analisaremos as questões mais relevantes pertinentes ao 
tema. 
Embargos de declaração 
A Lei n. 9.099/95 fixou o prazo de interposição de 5 dias a contar da ciência da 
decisão (pela legislação comum o prazo é de 2 dias) e estabeleceu que eles poderão 
ser opostos por escrito ou oralmente (art. 83, § 1º, da Lei n. 9.099/95). 
De acordo com o art. 83, caput, da Lei n. 9.099/95, os embargos de declaração 
serão cabíveis quando a sentença contiver dúvida (possibilidade de duas interpretações 
quanto a alguma parte dela), obscuridade (falta de clareza que impede que se 
entenda qual a intenção do magistrado), omissão (quando o juiz deixa de enfrentar 
questão que era indispensável) ou contradição (quando uma parte da sentença entra 
em conflito com outra). 
 
Rejeição da denúncia ou queixa 
O recurso cabível é o de apelação (art. 82, caput, da Lei n. 9.099/95). A interposição 
pode ser feita somente por petição (art. 82, § 1º, da lei) e o prazo é de 10 dias. 
As razões do recurso, ademais, devem ser apresentadas juntamente com a petição. 
Posteriormente, a outra parte também terá 10 dias para contra -arrazoar (art. 82, § 2º, 
da lei). 
Nas infrações penais comuns o recurso cabível é o em sentido estrito (art. 581, 
I, do CPP). 
 
Recurso em sentido estrito 
Apesar de a Lei n. 9.099/95 somente fazer menção aos recursos de apelação e 
embargos de declaração, não fica excluída a possibilidade do recurso em sentido estrito, 
uma vez que o Código de Processo Penal se aplica subsidiariamente à legislação 
especial. Ex.: contra a decisão que reconhecer a prescrição de infração de menor 
potencial ofensivo no Juizado (art. 581, IX, do CPP). 
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