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T.A 1 Legislação Social e Trabalhista 2018.1 SemBG

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28/02/2018
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Legislação Social e Trabalhista
Profª Mestra Natalia Branco Lopes Krawczun
Unidade 01
O direito social do trabalho a 
serviço da cidadania
Resumo
Unidade de Ensino: 
O direito social do trabalho a serviço da 
cidadania – Unidade 01
Competência da Unidade de 
Ensino:
Conhecer os fundamentos jurídicos 
relacionados às relações trabalhistas e 
previdenciárias.
Resumo:
A unidade abordará os fundamentos jurídicos 
que estruturam o Direito Social do Trabalho, 
suas fontes, princípios e direitos reguladores 
da relação de trabalho.
Palavras-chave:
Trabalho. Contrato de Trabalho. Empregado. 
Empregador.
Título da teleaula:
O direito social do trabalho a serviço da 
cidadania – Unidade 01
Teleaula nº: 01
Como vocês sabem a economia e a geração de riquezas 
está atrelada à produção e consumo de bens e serviços. 
Como base da estrutura econômica, encontra-se o 
trabalhador, gerando os produtos e serviços em troca de 
uma quantia em dinheiro que lhe possibilita acessar bens 
de consumo. Toda remuneração deve ser
compatível à força empreendida... mas nem sempre foi 
assim! Conhecer esta relação e seus fundamentos jurídicos 
é essencial!
Convite ao estudo
VA Caminho de Aprendizagem
Conhecimentos conceituais prévios necessários:
Saber que todo empregado tem direito a um 
contrato de trabalho;
Saber que existem leis que regulam as relações 
empregatícias;
Distinguir empregador e empregado.
Conhecimentos prévios
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Os direitos trabalhistas só começaram a ser respeitados no
mundo após a revolução industrial. Em maio de 1886, a
industrializada cidade de Chicago, nos Estados Unidos, foi
palco de intensas manifestações para reivindicar redução
da jornada de trabalho, que chegava a 17 horas! Três
momentos marcaram as relações de trabalho no Brasil: a
abolição da escravidão, a implantação da previdência
social e o início da atuação do
sindicalismo. No Brasil, os direitos
trabalhistas passaram a ser garantidos
com a CLT.
Pensando a aula:
situação geradora de aprendizagem
Cápsula 1 “Iniciando o estudo”
Bianca já trabalhou em diversas empresas, mas em
nenhuma delas teve um contrato de trabalho formalizado
com o respectivo registro em carteira de trabalho. A
alegação é a mesma de sempre: apesar de inteligente e
esforçada, não possui qualificação profissional clara e
definida. Bianca não possuí FGTS nunca recebeu 1/3 de
férias ou mesmo o 13º salário no final do ano, ou
qualquer outra gratificação ou parcela salarial a mais.
Será que está situação é legal?
Situação-Problema 1
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Constituição Federal de 1988
CLT
Leis esparsas
Sentenças, acórdãos e jurisprudência.
Instruções normativas de órgãos reguladores;
Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho;
Contrato de trabalho;
Costumes.
Problematizando a Situação-Problema 1
Conceito de Trabalho:
Qualquer forma de prestação de serviço de uma pessoa 
física para outra pessoa.
PESSOA NATURAL ou PESSOA JURÍDICA
Conceito de empregado (Art 3º, CLT):Considera-se 
empregado toda pessoa física que prestar serviços de 
natureza não eventual a empregador, sob a dependência 
deste e mediante salário cumulativamente :
Problematizando a Situação-Problema 1
Prestação pessoal 
de serviços
Não 
eventualidade
Subordinação Onerosidade
Os direitos trabalhistas (sobretudo os de cunho 
constitucionais) são direitos sociais
A observância contrato de trabalho, é obrigatório! A 
ausência de contrato formal, por escrito não 
descaracteriza o vínculo empregatício.
Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017)
Negociado e Legislado
Flexibilização das normas trabalhistas 
Os artigos 611-A e 611B, CLT identifi
cam os temas que podem (e não)
ser reduzidos ou suprimidos por meio
de acordo.
Problematizando a Situação-Problema 1
Férias, 13º, FGTS, 
gratificações legais 
são direitos 
irrenunciáveis: 611-B 
e art 7º, CF/88
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É necessário averiguar, na prática, se os elementos 
caracterizadores do contrato de trabalho estão presentes 
em uma relação.
No caso de Bianca, se configurados os elementos 
caracterizadores da relação de emprego, ela poderá 
reclamar seus direitos, nos termos da lei!
Direitos estes que são irrenunciáveis, nos termos do artigo 
611-B da CLT c/c art 7º da CF/88.
Resolvendo a Situação-Problema 1
Cápsula 2 “Participando da aula”
Imagine uma diarista que realiza trabalho de faxina em 
lugares diferentes, seja em residência familiar ou em 
escritório comercial. Seus contratos geralmente são 
verbais. Assim sendo, são todos válidos?
E se a faxineira trabalhasse
em um local, cuja atividade fim fosse 
ilegal? Haveria vínculo empregatício?
Ela teria direitos em razão de seu tra-
balho?
Situação-Problema 2
Direito civil ↔ Direito do trabalho
Contratos: Requisitos de validade (art 104 C.C)
Contrato de trabalho
Trabalho ilícito Trabalho proibido 
Contrato NULO! Contrato ANULÁVEL
DURAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
Problematizando a Situação-Problema 2
Agente capaz Objeto Lícito Forma prescrita em lei
O contrato individual de trabalho poderá ser 
acordado tácita ou expressamente, verbalmente 
ou por escrito, por prazo determinado ou 
indeterminado, ou para prestação de trabalho 
intermitente. 
Contrato por prazo Indeterminado: Continuidade das 
relações empregatícias – regra geral.
Contrato por prazo Determinado:
1. Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a 
predeterminação do prazo;
2. Atividades empresariais de caráter transitório;
3. Contrato de experiência.
Contrato Intermitente 443, §3º CLT:
Prestação de serviços com subordina-
ção – não contínua – alternância de 
períodos de atividade e inatividade.
Problematizando a Situação-Problema 2
De acordo com os artigos 442 e 443 da CLT, o contrato 
individual de trabalho pode ser firmado na forma verbal e 
inclusive tácita. No caso da faxineira que apenas realizou 
um acordo verbal, podemos afirmar que seu contrato 
atende a forma prescrita em lei, sendo plenamente válido!
Caso a faxineira trabalhe em um local, cuja atividade fim
seja ilegal, compreende-se majoritariamente que havendo a 
ilicitude do objeto, não háverá vínculo empregatício.
Resolvendo a Situação-Problema 2
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Cápsula 3 “Participando da aula”
Marco Túlio, engenheiro de materiais trabalha para
uma empresa, visitando suas obras nas localidades 
designadas e elaborando laudos técnicos de sua própria 
casa, cujo envio é realizado por e-mail ao seu chefe. Ele 
possui contrato de trabalho expresso, recebe sua 
remuneração regularmente. 
Será que isso é juridicamente possível?
Ele é um empregado comum?
Há algo de especial em seu
vínculo?
Situação-Problema 3
Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços 
preponderantemente fora das dependências do empregador, com a 
utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua 
natureza, não se constituam como trabalho externo. 
O tele trabalho passa a ser excluído do capítulo “duração
de trabalho”: (art 62, III, CLT), deixando de ter os seguintes
direitos: Horas extras; intervalo intrajornada; Adicional
noturno/hora noturna.
Problematizando a Situação-Problema 3
MELEK (2017, p. 78), pondera que se 
houver controle de jornada, poderão ser 
concedidas horas extras ao empregado, 
caso ocorra comprovação no processo.
O comparecimento do empregado às dependências da empresa 
para a realização de atividades específicas não descaracteriza o 
regime de teletrabalho (Art 75, p.u);
Alteração da modalidade de teletrabalho para o trabalho 
presencial, por determinação do empregador; ou do presencial para 
o teletrabalho, mediante acordo entre aspartes (§ 1º e 2º, art 75 C). 
Responsabilidade pela aquisição, manutenção fornecimento dos
equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária para a
prestação do trabalho, bem como eventual reembolso de despesas
arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato.
Problematizando a Situação-Problema 3
Art 6º CLT: Não se distingue entre o trabalho realizado
no estabelecimento do empregador, o executado no 
domicílio do empregado, desde que caracterizados, os
Pressupostos da relação de emprego, quais sejam:
Problematizando a Situação-Problema 3
PESSOA 
JURÍDICA
PESSOALIDADE
ONEROSIDADE
NÃO 
EVENTUALIDADE
SUBORDINAÇÃO
O tele trabalho passa a ser excluído do capítulo “duração
de trabalho”: (art 62, III, CLT), deixando de ter os seguintes
direitos: Horas extras; intervalo intrajornada; Adicional
noturno/hora noturna.
Problematizando a Situação-Problema 3
MELEK (2017, p. 78), pondera que 
se houver controle de jornada, 
poderão ser concedidas horas 
extras ao empregado, caso ocorra 
comprovação no processo.
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No caso de Marco Túlio, observa-se que parte de
suas atribuições são cumpridas em seu domicílio, 
persistindo a obrigatoriedade do envio dos laudos e parte, 
deve ser cumprida nas obras, mediante a realização das 
visitas designadas. Havendo assim, pessoalidade, bem 
como a subordinação.
O empregado cumpre suas funções de maneira não 
eventual (visto que cumpria prazos pré estabelecidos) e 
mediante remuneração!
Há vínculo empregatício!
Resolvendo a Situação-Problema 3
Cápsula 4 “Participando da aula”
Imagine um conglomerado de empresas nacionais 
e multinacionais, ou mesmo com sistema 
gerencial administrativo difuso: Imagine que você 
trabalha num determinado local, mas a sede fica 
em outra cidade... Imagine que cada unidade, cada 
“parte” tenha um empregador diferente. 
Estaríamos falando da mesma empresa?
Seria este “conglomerado”um grupo, um consórcio, 
ou o quê?
Situação-Problema 4
CONCEITO DE EMPREGADOR:
Art 2º CLT: Considera-se empregador a
empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os 
riscos da atividade econômica, admite, assalaria e 
dirige a prestação pessoal de serviço.
Problematizando a Situação-Problema 4
Art 2º, §2º§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, 
embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, 
estiverem sob a direção, controle ou administração de 
outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua 
autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis 
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de 
emprego.
Problematizando a Situação-Problema 4
§3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade 
de sócios, sendo necessárias, para a configuração do 
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva 
comunhão de interesses e a atuação conjunta das 
empresas dele integrantes.
GRUPO ECON. GRUPO. ECON. HORIZONTAL
VERTICAL
Problematizando a Situação-Problema 4
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As empresas integrantes, se de fato configurarem um
grupo econômico, serão responsáveis solidariamente
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Todavia, com a inserção do §3º, art 2º da CLT, é
importante fazer uma análise para averiguação de
alguns requisitos essenciais para fins de
configuração de grupo econômico, pois para isso, é
essencial que haja “demonstração do interesse
integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das
empresas dele integrantes”.
Resolvendo a Situação-Problema 4
Cápsula 5 “Participando da aula”
Pense comigo: É possível que uma Organização Não 
Governamental, sem fins lucrativos, como por exemplo 
àquelas destinadas à proteção e cuidado de animais 
abandonados, possa ser considerada empregadora?
E seus voluntários, podem ser considerados como 
empregados?
Provocando novas situações
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO COM 
ASSOCIAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. Confirmada 
existência da relação de emprego entre as partes, uma 
vez presentes os requisitos previstos nos artigos 2º e 
3º da CLT.
(TRT-1 - RO: 19578820115010263 RJ, Relator: Ivan da 
Costa Alemão Ferreira, Data de Julgamento: 
07/05/2013, Quarta Turma. Data 
de Publicação: 05-06-2013).
https://trt-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24927084/recurso-ordinario
-ro-19578820115010263-rj-trt-1/inteiro-teor-113652823?ref=juris-tabs
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