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Participantes Participaram das avaliações motoras oito crianças em idade escolar de 7 a 11 anos, com média de 8.5 anos, matriculadas no quarto e quinto ano do ensino fundamental. Local e Coleta de dados A coleta de dados foi realizada na residência das crianças, sendo a bateria de avaliação realizada em dois encontros com cada criança e com o consentimento dos pais para a realização da mesma. Instrumento Os dados foram coletados por meio de uma avaliação, a Bateria Psicomotora (BPM), de Vítor da Fonseca. A BPM é um instrumento de avaliação desenvolvido por Vitor da Fonseca e que se baseia num conjunto de tarefas que permite identificar déficits funcionais ou sua ausência em termos psicomotores (NAVE, 2010). A BPM procura captar a personalidade da criança e o grau de integridade dos sistemas funcionais baseado no modelo cerebral de Luria e não tem a intenção de substituir exames neurológicos ou psicológicos (FONSECA, 1995). Segundo Fonseca (1995) a BPM, tem como objetivo analisar qualitativamente a disfunção ou a integridade psicomotora que caracteriza a aprendizagem da criança. É composta por 7 fatores psicomotores distribuídos em 3 unidades funcionais de Luria (FONSECA, 1995) que assim se distribuem: Tonicidade e Equilibração; Lateralização, Noção do corpo, Estruturação espaço-temporal; Praxia Global e Praxia Fina. Cada tarefa realizada é pontuada em uma escala de 1 a 4 pontos, sendo que cada ponto classifica o desempenho da criança. Divide-se o valor total obtido nos subfatores pelo número de tarefas que correspondem a cada fator e obtêm-se valores que variam de um a quatro correspondendo ao perfil psicomotor (NAVE, 2010). Em seguida a pontuação dos sete fatores é somada e obtém-se uma segunda pontuação que permite classificar a criança quanto ao tipo de perfil psicomotor geral. A pontuação máxima da prova será de 28 (4x7 fatores) e a mínima será de 7 (1x7 fatores) e a média 14. O quadro 2 apresenta o perfil psicomotor geral e a intensidade da dificuldade de aprendizagem. O Perfil psicomotor superior e bom é classificado como hiperpráxicos, as crianças que pontuam esse perfil não revelam dificuldades na aprendizagem, não apresentam nenhum fator com pontuação inferior a 3. O perfil psicomotor normal é classificado de eupráxico, geralmente as crianças com esse perfil apresentam dificuldades de aprendizagem significativas, não sendo uma regra. Já a criança que apresenta ligeira dificuldade na aprendizagem apresentando um ou mais sinais desviantes, identifica-se com o perfil psicomotor dispráxico. O perfil psicomotor deficitário, classificado de apráxico, refere-se á crianças que não realizam ou realizam de forma imperfeita e incompleta a maioria das tarefas da Bateria de Observação Psicomotora, essas crianças apresentam dificuldade na aprendizagem do tipo moderada ou severa. Resultados e Discussão Verificou-se dentro da amostra o predomínio do sexo feminino 62,50 % e uma média de idade 8,62 anos. Os resultados da avaliação relativos à terceira unidade, praxia global e praxia fina - da BMP foram analisados individualmente e obtida a pontuação média de 5,91 com desvio padrão de 0,77. Apresentado nos quadros a seguir, os resumos dos dados obtidos de dois Fatores Psicomotores da terceira unidade da BPM. Segundo os resultados do fator praxia global, a maioria (50%) das crianças se encaixou no perfil dispráxico e somente uma (12,5%) criança com perfil hiperpráxico sem revelar dificuldade na aprendizagem, analisando somente o fator praxia global. Segundo os resultados do fator praxia fina, a maioria (75%) das crianças se encaixou no perfil eupráxico, e somente duas (25%) criança com perfil hiperpráxico. Analisando ambos os fatores obteve-se o perfil psicomotor normal ou bom, como mostrado na tabela a seguir. Embora os participantes não tenham demonstrando dificuldades de aprendizagem segundo os dados, não significa que ela não exista, mas também há a possibilidade de que as atividades dessa unidade já tenham sido adquiridas por eles. Visto que cada fator é adquirido em períodos diferentes do desenvolvimento psicomotor. Como demonstrado na tabela, metade das crianças avaliadas com média entre 6,25 e 6,92 possuem um perfil psicomotor bom, e a outra metade um perfil psicomotor com média entre 4,75 a 5,58. � REFERÊNCIAS FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artmed, 1995. FONSECA, V. Temas de psicomotricidade – 5: o papel da motricidade na aquisição da linguagem; FMH, Lisboa, 1995. GALLAHUE, D.L., Ozmun J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte; 2003. MOLINARI, A. M. P.; SENS, S. M. A Educação Física e sua Relação com a Psicomotricidade. Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.85-93, jul. 2003. � Conclusão O objetivo deste estudo consistiu em realizar uma avaliação motora e caracterizar o perfil psicomotor nas tarefas de coordenação motora grossa e fina, de crianças em idade escolar. Como resultado do estudo, foi observado um perfil psicomotor normal e quando analisado isoladamente os subfatores apontaram para uma leve dificuldade de aprendizagem na maioria das crianças avaliadas. Essa avaliação pode favorecer o entendimento do processo de desenvolvimento psicomotor das crianças, no aspecto motor global e fino, permitindo que os profissionais tenham parâmetros de normalidade para comparar crianças atípicas e elaborar suas estratégias.
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