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A CRIANÇA COM DIARRÉIA AGUDA E DESIDRATAÇÃO Prof.Enf.Esp. Tailma S. Lino Em âmbito mundial, estudos atuais mostram que , anualmente, ocorre quase 11 milhões de mortes de crianças menores de 5 anos, dos quais 4 milhões acontecem no primeiro mês de vida. Grande parte dessas mortes poderiam ser evitadas, se todas as crianças tivessem acesso as intervenções existentes. Historicamente, a diarréia aguda e a desidratação conseqüente têm se revelado como um dos maiores problemas de saúde pública, particularmente em países em desenvolvimento, o que torna uma das principais causas de morta-mortalidade precoce das populações desses países INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a cada ano ocorram 1.3 milhões de mortes por diarréia em crianças com menos de 5 anos nos países em desenvolvimento. Mundialmente, estima-se que, para cada uma das 149 milhões de crianças nascidas atualmente, existe um média de 7 a 30 episódios de diarréia nos primeiros 5 anos de vida e 11 mil crianças morrem diariamente por esse motivo. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DIARRÉIA NA INFÂNCIA AS DOENÇAS DIARRÉICAS NA INFÂNCIA SÃO RESPOSÁVEIS PELO DESENCADEAMENTO DA DESNUTRIÇÃO COM PREJUÍZOS NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL A distribuição de episódios de diarréia aguda não é homogênea durante o ano, pois mudanças de temperatura e contaminação dos alimentos favorecem a transmissão de agentes patogênicos. Nos meses mais quentes do verão e mais comum a diarréia de etiologia bacteriana, enquanto os vírus tendem a predominar durante o inverno O EMPREGO DA TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL E O CONTROLE DA NUTRIÇÃO SÃO RESPOSÁVEIS PELO AUMENTO DA TAXA DE SOBREVIDA NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO. Existem várias definições de diarréia, sendo que do ponto de vista fisiológico, é definida como a má-absorção de água e sais e do ponto de vista clínico, como aumento do volume, fluidez e da freqüência das evacuações de um indivíduo em relação a seu hábito intestinal. DEFINIÇÃO É A DOENÇA CARACTERIZADA PELA PERDA DE ÁGUA E ELETRÓLITOS QUE RESULTA NO AUMENTO E NO VOLUME DA FREQUÊNCIA DAS EVACUAÇÕES E NA DIMINUIÇÃO DA CONSISTÊNCIA DAS FEZES, QUE PODEM SE APRESENTAR AMOLECIDAS OU LÍQUIDAS, E, POR VEZES COM EXTREMO MAU CHEIRO Em relação ao número de ocorrências, pode-se dizer que três ou mais defecações amolecidas ou líquidas em 24 horas, com volume maior que normal referi-se a um quadro diarréico. A diarréia aguda infecciosa pode ser caudada por um grande número de bactérias (comum nos países em desenvolvimento), vírus (mais comum em países desenvolvidos) e protozoários. Esses agentes são transmitidos por via fecal-oral, sendo o rotavírus pode ainda ser transmitido por aerossol, o que provavelmente explica ser mundialmente o agente mais freqüente. ETIOLOGIA DA DIARRÉIA AGUDA OS VÍRUS AGEM ESTIMULANDO A SECREÇÃO INTESTINAL, LEVANDO AO GRANDE NÚMERO DE EVACUAÇÕES LÍQUIDOS. SENDO RESPONSÁVEL POR 80% DOS CASOS DE DIARRÉIA. OS PRINCIPAIS AGENTES BACTERIANOS CAUDADORES DA DIARRÉIA AGUDA SÃO: ESCHERICHIA COLI, SALMONELLAE, YERSINIA E COMPYLOBACTER. A transmissão ocorre pela via FECAL-ORAL FORMA DIRETA – mãos contaminadas FORMA INDIRETA – alimentos, água e utensílios contaminados. Outra fonte de contaminação são as mãos de doentes ou pessoas que, mesmo sem apresentar a doença, eliminam microorganismos pelas fezes e não tem bons hábitos de higiene. As crianças apresentam suscetibilidade na ocorrência da diarréia aguda DETERMINANTES PROXIMAIS Contato com microrganismos (pela acesso à água tratada e saneamento básico) e a vulnerabilidade fisiológica da criança DETERMINANTES INTERMEDIÁRIOS Práticas alimentares, em especial o aleitamento materno. DETERMINANTES DISTAIS Entram a renda familiar, escolaridade dos pais O TUBO DIGESTIVO PODE SER COLONIZADO POR DIVERSOS PARASITAS, QUE PODEM SOBREVIVER NO ORGANISMO DO HÓSPEDE DURANTE LONGOS PERÍODOS, ENTRETANTO OUTROS APRESENTAM SINTOMATOLOGIA INTENSA, COMO A ENTAMOEBA HISTOLYTICA Múltiplos fatores também implicam na determinação da diarréia aguda: CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS DA GESTAÇÃO. MÁ-NUTRIÇÃO MATERNA. BAIXO PESO A NASCER. DESMAME PRECOCE. CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE HABITAÇÃO, SANEAMENTO E HIGIENE. CONTAMINAÇÃO FECAL DE ÁGUA. FALTA DE INFORMAÇÃO E BAIXA ESCOLARIDADE DOS PAIS. CONDIÇÃO NUTRICIONAL E IMUNOLÓGICA DESFAVORÁVEL. LESÃO DO TUBO DIGESTIVO. ACESSO PRECÁRIO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE. A produção fecal de uma criança é de 5 a 10 g/kg de peso de fezes por dia. Durante o episódio diarréico, ocorre um desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção e, então as fezes ficam amolecidas ou liquefeitas, com o aumento do número de evacuações. Os episódios diarréicos ocorrem, em geral, como mecanismos de defesa do organismo contra a presença de algum agente agressor ou alguma toxina na luz intestinal. O organismo reage tentando expulsar os agentes invasores, desencadeando o aumento súbito do volume e da freqüência das evacuações, com conseqüente diminuição da consistência das fezes, acarretando perda de água e eletrólitos. FISIOPATOLOGIA E SINAIS CLÍNICOS DA DIARRÉIA AGUDA Os tipos de mecanismos de defesa do organismo que produzem diarréia são variados, porém, de maneira geral, podem ser divididos em duas categorias. 1. Aqueles que aumentam a secreção intestinal 2. Aqueles que diminuem a absorção intestinal Destaca-se que a diarréia aguda infecciosa é um processo AUTOLIMITADO – significa que ela não necessita, na maioria dos casos de nenhum tratamento medicamentoso. Entretanto, torna-se primordial o acompanhamento de evolução dessa doença, como propósito de prevenir as intercorrências quando elas se apresentarem - DESIDRATAÇÃO CATEGORIA 01 OS MECANISMOS QUE AUMENTAM A SECREÇÃO INTESTINAL SÃO ACIONADOS POR ENTEROTOXINAS O AUMENTO DA SECREÇÃO INTESTINAL ACONTECE POR CAUSA DA PERDA DE ÁGUA E ELETRÓLITOS, QUE, POR SUA VEZ, PROVOCA VÁRIAS RESPOSTAS COMPENSATÓRIAS. ESSE É UM TIPO DE RESPOSTA NORMAL QUE ACONTECE EM CERCA DE 95% DOS CASOS DE DIARRÉIA, GERALMENTE PRODUZ DESIDRATAÇÃO HIPOTÔNICA E ISOTÔNICA (DESIDRATAÇÃO HIPONATRÊMICA). CATEGORIA 02 A DIMINUIÇÃO DA ABSORÇÃO INTESTINAL, É RESPOSTA PATOLÓGICA OU COMPENSATÓRIA NOCIVA QUE ACONTECE NO NÍVEL DO INTESTINO, INDUZINDO A MÁ ABSORÇÃO, QUE SE AGRAVA COM A REDUÇÃO NA INGESTA DE ALIMENTOS, PROVOCADA PELA ANOREXIA Quadro diarréico geralmente se caracteriza : • Fezes líquidas, com grande quantidade de água e sódio; • Vômito; • Desidratação (repercussão clínica imediata mais de séria da diarréia aguda); • Disenteria (presença de muco e/ou sangue, resultante de processo infeccioso). CLASSIFICAÇÃO DA DIARRÉIA POR EVOLUÇÃO E TEMPO DE DURAÇÃO • DIARRÉIA AGUDA: OCORRE POR MENOS DE 2 SEMANAS (ATÉ 14 DIAS), PRINCIPALMENTE DETERMINADA POR PROCESSOS INFECCIOSOS. • DIARRÉIA PERSISTENTE OU PROTRAÍDA: PROLONGA-SE POR UM PERÍODO QUE VARIA DE 15 A 30 DIAS E DECORRE DAS ALTERAÇÕES SECUNDÁRIAS FUNCIONAIS E/OU MORFOLÓGICAS DO TRATO GASTRINTESTINAL. • DIARRÉIA CRÔNICA: OCORRE POR MAIS DE 30 DIAS E É A SITUAÇÃO MAIS FREQUENTE DE MA ABSORÇÃO INTESTINAL O objetivo do tratamento da diarréia é recuperar o balanço hidroeletrolítico e prevenir a desnutrição. O tratamento baseia-se em três princípios fundamentais. • PREVENÇÃO E CORREÇÃO DOS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS E METABOLÍCOS. NA CRIANÇA HIDRATADA é necessário aumentar a oferta hídrica e manter a alimentação.Nos lactentes menores de 6 meses, deve- se manter o aleitamento materno exclusivo. A solução de reidratação oralda OMS deve ser oferecida após cada episódio de evacuação. NA CRIANÇA DESIDRATADA Como primeira opção de tratamento a terapêutica de reidratação oral. Em caso de desidratação grave, choque hipovolêmico, alteração no nível de consciência, deve-se estabelecer a intensidade de desidratação. • SUPORTE NUTRICIONAL E DETECÇÃO DE INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES A realimentação deve ser iniciada mais precocemente possível e sinais de intolerância devem ser pesquisados. Os lactentes com caso grave de diarréia podem necessitar de fórmulas alimentares isentas de lactose. • VIGILÂNCIA QUANTO AO APARECIMNETO DE INECÇÕES SISTÊMICAS As crianças mais suscetíveis a infecções sistêmicas são os lactentes com hospitalização prolongada ou em utilização de nutrição parenteral. O uso de antibióticos só está indicado para as infecções extra-intestinais comprovadas. DISFUNÇÕES HIDROELETROLÍTICAS Os lactentes e as crianças pequenas têm maior necessidade hídrica do que o adulto e, devido às características fisiológicas inerentes ao seu desenvolvimento, estão mais vulneráveis a alterações do equilíbrio hidroeletrolítico. O enfermeiro deve estar capacitado para os cuidados básicos voltados à manutenção do equilíbrio hidroeltrolítico, bem como para o reconhecimento e manejo das alterações que representam risco de vida. A proporção do total de água no corpo muda conforme o crescimento da criança. A água corporal total é distribui-se dentro e fora das células. LIC – INTRACELULAR LEC – EXTRACELULAR No recém-nascido, o LEC representa 45% do peso e no adulto, 20 %. Essa diferença , somada ao fato do LEC ser mais vulnerável a alterações rápidas de volume, explica o fato da criança ser mais vulnerável à desidratação. Prematuro 90% do peso corporal de água Recém-nascido 80% do peso corporal de água Maiores de 2 anos 60% do peso corporal de água DISFUNÇÕES HÍDRICAS A água está dividida no organismo em compartimento com diferentes composições iônicas, há constantes troca entre eles. O compartimento extracelular está subdividido: • Plasma (intravascular): ele é diretamente influenciado pelos ganhos e perdas no organismo, então para se manter a homeostase é necessário um equilíbrio entre o ganho hídrico (ingestão) e a eliminação de água (excreção urinária, fezes e perdas insensíveis dos pulmões e pele. • Líquido linfointersticial. • Líquidos transcelulares (suco gastrointestinal, suor) FUNÇÕES DA ÁGUA: MANTER O VOLUME SANGUÍNEO. REGULAÇÃO DA TEMPERATURA. TRANSPORTE DE SUBSTÂCIAS. MEIO PARA OMETABOLISMO CELULAR No início, a desidratação estimula os centro de SEDE do cérebro, o que faz o indivíduo ingerir ais líquido. Quando a ingestão de água não consegue compensar a perda, a desidratação torna-se mais grave. A SUDORESE DIMINUI E UMA MENOR QUANTIDADE DE URINA É PRODUZIDA. Quando a desidratação não melhora, os tecidos corpóreos começam a secar. AS células começam a se contrair e a funcionar inadequadamente, em principal as células cerebrais, de modo que um dos sintomas é a CONFUSÃO MENTAL que pode evoluir para COMA. Provoca a perda de água e eletrólitos, em especial o SÓDIO e o POTÁSSIO. FISIOPATOLOGIA SINAIS CLÍNICOS DA DESIDRATAÇÃO A desidratação é definida como a diminuição do LEC por perdas hidroeletrolíticas ou baixo aporte de líquidos. Vômitos e diarréia são as causas mais comuns de desidratação na criança devido à grande perda hidroeletrolítica. Dependendo do tipo de líquido perdido e da capacidade de compensação do organismo, vários tipos de distúrbios hidroeletrlíticos e ácido-básicos podem estar associados ao déficit de volume hídrico. Classificação da desidratação, conforme o nível sérico de sódio: • Desidratação hipotômica ou hiponatrêmica: há perda proporcional maior de sódio em relação à água. • Desidratação isotômica ou isonatrêmica: ocorrem perdas proporcionais de água e sódio. • Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica: a perda de água é proporcionalmente maior que a de sódio. CUIDADOS COM A CRIANÇA COM DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO Como as doenças diarréicas são prevalentes na infância, as estratégias para seu diagnóstico, tratamento e controle encontram-se bastante difundidas no Brasil. A terapia de reidratação oral (TRO) , foi incorporada pelo Ministério da Saúde (MS), a partir de 1982, como medida de controle das doenças diarréicas e considerada por esse órgão, como principal estratégia para redução da mortalidade da diarréia aguda e desidratação na infância. INTRODUÇÃO A TRO faz parte do programa de Controle de Doenças Diarréicas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além da administração da solução de sais, necessários à manutenção do equilíbrio orgânico, enquanto a doença segue seu curso natural (autolimitado), essa terapia inclui as seguintes orientações e intervenções quanto a: PREVENÇÃO DA DESIDRATAÇÃO TRATAMENTO DA DESIDRATAÇÃO MANUTENÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DURANTE E APÓS O EPISÓDIO DIARRÉICO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS MEDIDAS DE HIGIENE PESSOAL E AMBIENTAL. O uso dessa terapia é fundamentada no acúmulo de conhecimento científicos sobre a fisiopatologia da doença diarréica aguda e dos mecanismos relacionados com o movimento de água, da glicose e e eletrólitos, através da mucosa intestinal. Quando bem administrada, essa terapia possibilita o equilíbrio hidroeletrolítico prejudicado nos processos diarréicos agudos. A solução de SRO está indicada na prevenção da desidratação em episódios diarréicos, no tratamento de desidratação leve, moderada e das graves não complicadas (sem prostração intenso, vômitos excessivos. A solução de SRO é distribuída para todos os serviços de saúde, ou preparo da solução caseira, que só é recomendado se for realizado com a colher –medida. 1. Lavar bem as mãos antes de começar 2. Encher bem um copo grande de 200 ml com água limpa, fervida ou tratada 3. Colocar uma medida pequena e rasa de sal 4. Colocar duas medidas grandes e rasas de açúcar 5. Mexer bem a solução e dar à criança, em colheradas ou com o próprio copo 6. A validade da solução caseira á m mesma da solução de SRO, ou seja, 24 horas Observação: a colher-medida é indispensável e deve estar disponível em todas as unidades básicas de saúde ou nas sedes locais da Pastoral da Criança. Como ela é de extrema importância, os pais devem ter uma em casa. Explicando ao cuidador como preparar o SRO Pontos importantes Mostrar todo o material de que irá necessitar • o pacote de SRO • jarra de 1 litro • água fervida ou filtrada • uma colher de cabo longo ou qualquer agitador que tenha cabo longo • um copo ou uma colher para administrar o soro. • todo o material deve estar bem lavado com água e sabão e bem enxaguado. • lavar as mãos antes de iniciar a demonstração. • se a água for fervida, esperar até que ela esteja fria. • nunca usar água quente nem gelada para preparar o soro. • Quando a solução estiver pronta para o uso, manter a jarra tampada. • a solução de soro deve ser utilizada somente no dia do preparada. Desprezar o que não for utilizado. • manter o soro em local fresco. Nunca na geladeira. • os sais não podem ser diluídos em outro líquido que não seja a água, nem acrescidos de açúcar ou ouras substâncias visando melhorar o sabor COMO DAR O SORO À CRIANÇA PONTOS IMPORTANTES • o soro pode ser dado à criança em copo ou colher. • oferecer soro à criança: sempre que vomitar (aguardar 10 minutos e só depois oferecer o soro, bem lentamente); sempre que as fezes estiverem líquidas; sempre que demonstrar sede ou aceitar espontaneamente. • manter a alimentação com o que a criança está acostumada, de acordo comsua idade. • usar sempre a forma com que a criança estiver mais acostumada. • colocar a criança sentada no colo durante a administração. • a quantidade de soro a ser oferecida deve ser regulada pela própria criança. Nunca forçar a criança a tomar mais do que deseja. • oferecer as doses em intervalos de 10 a 15 minutos. • o número de evacuações aumenta durante o processo de hidratação, o que é previsto em conseqüência do aumento do volume de líquido no intestino. • se a criança adormecer, espere até que acorde para dar o soro. • não suspender a alimentação, pois se a criança tiver diarréia e vômitos e não alimentar, poderá ficar mais fraca. PESO <6kg 6 a < 10kg 10 a < 12 kg 12 a 19kg IDADE Até 4 meses 4 a 11 meses 12 a 23 meses 2 a 5 anos SRO (ml) 200 a 400 400 a 700 700 a 900 900 a 1.400 SOMENTE UTILIZAR A IDADE DA CRIANÇA QUANDO SE DESCONHECER O PESO. A QUANTIDADE APROXIMADA DE SRO NECESSÁRIA (em mL) TAMBÉM PODE SER CALCULADA MULTIPLICANDO-SE P PESO DA CRIANÇA (em kg) por 75. A implementação da TRO, nas duas últimas décadas, tem sido apontada como responsável por certo decréscimo nas taxas de letalidades de crianças por diarréia aguda com desidratação. Além da TRO, é fundamental destacar que a adoção de outras intervenções menos específicas, como o incentivo o ao aleitamento materno, práticas adequadas de introdução da alimentação complementar, imunização, saneamento básico e medidas de higiene pessoal e ambiental vêm desempenhando importante controle da diarréia aguda. PESO: um grama de peso é equivalente a 1ml do líquido corporal. Perdas acima de 50g/dia no lactente e maior que 200 g/dia na criança maior requerem atenção. TEMPERATURA:inicialmente, a criança com déficit de volume tente à elevação da temperatura corporal. FREQUÊNCIA CARDÍACA E PULSO: a taquicardia está presente no início da desidratação e a contínua perda de líquidos torna o pulso rápido e fraco. RESPIRAÇÃO: alterações da F.R. e da expansibilidade pulmonar são encontradas nos distúrbios àcido-básicos e distúrbios hidroeletrolíticos. TURGOR: diminuição do turgor da pele está presente na criança com déficit de volume. PARÂMETROS MAIS SIGNIFICATIVOS DA AVALIAÇÃO DA CRIANÇA COM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO MUCOSA: o grau de secura da mucosa oral fornece subsídios para avaliação do grau de hidratação. OLHOS: choro sem lágrimas na criança acima de meses é um sinal de déficit de volume, assim como o aspecto de olhos fundos. FONTANELA: depressão da fontanela indica déficit de volume, enquanto seu abaulamento pode estar associado a excesso de volume. URINA: avaliar a perda urinária comparando ao valor esperado: 1 ml/kg/hora. A mensuração da densidade urinária é um bom indicador do status hídrico. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: alterações comportamentais podem ser observadas em crianças com disfunção hidroeletrolítica, letargia, sonolência, cefaléia, vômitos, irritabilidade e convulsões. CLASSIFICAÇÃO AVALIAÇÃO CUIDADO DIARRÉIA SEM DESIDRATAÇÃO CERTIFICAR-SE DE QUE A CRIANÇA NÃO APRESENTA SINAIS SUFICIENTES PARA CLASSIFICAR COMO DESIDRATAÇÃO OU DESIDRATAÇÃO GRAVE. O tratamento da diarréia pode ser realizado em casa • reposição com líquidos adicionais. • continuidade da alimentação. • orientações à mãe quanto aos sinais de piora e quando retornar. • ensinar a mãe a preparar e dar SRO. • informar a mãe a quantidade de líquido: -Até 1 ano : 50 a 100 ml depois de cada evacuação aquosa - 1 ano a mais: 100 a 200ml depois de cada evacuação. AVALIAÇÃO E CUIDADOS DA CRIANÇA COM DIARRÉIA SEGUNDO A AIDPI CLASSIFICAÇÃO AVALIAÇÃO CUIDADO DESIDRATAÇÃO OBSERVAR SE A CRIANÇA APRESENTA 2 DOS SEGUINTES SINAIS: • INQUIETAÇÃO OU IRRITAÇÃO • OLHOS FUNDOS • BEBE ÁGUA AVIDAMENTE • SINAL DE PREGA (PELE VOLTA LENTAMENTE AO ESTADO ANTERIOR. O tratamento é com SRO, incentivando, também a reposição com líquidos adicionais, além de uma alimentação apropriada e manutenção do aleitamento materno. • crianças com desidratação deverão permanecer no serviço até a reidratação completa, num período de 4 horas. Após esse período, é preciso reavaliar a criança e classificá-la quando ao grau desidratação. CLASSIFICAÇÃO AVALIAÇÃO CUIDADO DESIDRATAÇÃO GRAVE OBSERVAR SE A CRIANÇA APRESENTA DOIS DOS SEGUINTES SINAIS: • LETARGIA OU INCONSCIÊNCIA • OLHOS FUNDOS • BEBE MUITO MAL • SINAL DE PREGA (PELE VOLTA MUITO LENTAMENTE AO ESTADO ANTERIOR) ENVOLVE UM TRATAMENTO EFICAZ, COM OBJETIVO DE REPOR ÁGUA E SAIS MINERAIS RAPIDAMENTE, AMINISTRATRADO POR VIA INTRAVENOSA OU SONDA NASOGÁSTRICA, EM SERVIÇO AMBULATORIAL OU HOSPITALAR. TRATAMENTO INTRAVENOSO PARA DESIDRATAÇÃO GRAVE HIDRATAÇÃO VENOSA fase de expansão(rápida) fase de manutenção e reposição FASE DE EXPANSÃO OBJETIVO: reversão rápida da evolução ao choque SOLUÇÃO RECOMENDADA: partes iguais de soro glicosado a 5% e soro fisiológico VOLUME: 100ml/kg para a infusão TEMPO: 2 horas EXEMPLO: uma criança com 5kg e desidratação grave deve tomar: Soro glicosado 5% - 250ml Soro fisiológico 0,9% - 250ml CRIANÇA CONTINUA DESIDRATADA: ADMINISTRAR DE 25 A 50ml por kg de peso , em duas horas ACESSO VENOSO: adequar agulhas calibrosas, dois acessos venosos simultâneos, para que garantam a infusão do volume total prescrito num período máxima de 4 horas QUANDO HÁ MELHORA CLINICA DA CRIANÇA, VERIFICA-SE DESAPARECIMENTO DOS SINAIS DE DESIDRATAÇÃO. NESSA FASE, É MUITO IMPORTANTE A REAVALIAÇÃO DA CRIANÇA, PELO MENOS A CADA HORA FASE DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO OBJETIVO: cobrir as pernas normais, e a fase de reposição deve compensar s perdas anormais decorrentes da diarréia e de vômitos. VOLUME A SER ADMINISTRADO: é o resultado da soma dos volumes da manutenção e reposição. VIA ORAL: a criança deve ser alimentada normalmente e tomar SRO, testando-se a aceitação e tolerância da via oral. A quantidade administrada por via venosa deverá ser reduzida progressivamente, à medida que aumentar a ingestão de alimento e SRO. PESO ATÉ 10 kg 100 Ml/kg PESO DE 10 a 20 kg 1000+ 50mL/kg de peso acima de 10 kg PESO ACIMA DE 20 kg 1.500+ 20mL/kg de peso acima de 20 kg Para cada 100ml de líquido: soro glicosado 5% - 80mL; soro fisiológico – 20 mL; KCL a 10% - 2mL ou KCL a 19,1% - 1mL. MANEJO DO PACIENTE COM DIARRÉIA
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