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DIARREIA DESIDRATAÇAO

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A CRIANÇA COM DIARRÉIA AGUDA E 
DESIDRATAÇÃO 
Prof.Enf.Esp. Tailma S. Lino 
Em âmbito mundial, estudos atuais mostram que , anualmente, 
ocorre quase 11 milhões de mortes de crianças menores de 5 
anos, dos quais 4 milhões acontecem no primeiro mês de vida. 
 
Grande parte dessas mortes poderiam ser evitadas, se todas as 
crianças tivessem acesso as intervenções existentes. 
 
Historicamente, a diarréia aguda e a desidratação conseqüente 
têm se revelado como um dos maiores problemas de saúde 
pública, particularmente em países em desenvolvimento, o que 
torna uma das principais causas de morta-mortalidade precoce 
das populações desses países 
INTRODUÇÃO 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a cada ano 
ocorram 1.3 milhões de mortes por diarréia em crianças com 
menos de 5 anos nos países em desenvolvimento. 
 
Mundialmente, estima-se que, para cada uma das 149 milhões de 
crianças nascidas atualmente, existe um média de 7 a 30 episódios 
de diarréia nos primeiros 5 anos de vida e 11 mil crianças morrem 
diariamente por esse motivo. 
 
 
 
 
 
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA 
DIARRÉIA NA INFÂNCIA 
AS DOENÇAS DIARRÉICAS NA INFÂNCIA SÃO RESPOSÁVEIS PELO 
DESENCADEAMENTO DA DESNUTRIÇÃO COM PREJUÍZOS NO CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
A distribuição de episódios de diarréia aguda não é homogênea 
durante o ano, pois mudanças de temperatura e contaminação dos 
alimentos favorecem a transmissão de agentes patogênicos. 
 
Nos meses mais quentes do verão e mais comum a diarréia de 
etiologia bacteriana, enquanto os vírus tendem a predominar 
durante o inverno 
O EMPREGO DA TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL E O CONTROLE 
DA NUTRIÇÃO SÃO RESPOSÁVEIS PELO AUMENTO DA TAXA DE 
SOBREVIDA NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO. 
Existem várias definições de diarréia, sendo que do ponto de vista 
fisiológico, é definida como a má-absorção de água e sais e do ponto de 
vista clínico, como aumento do volume, fluidez e da freqüência das 
evacuações de um indivíduo em relação a seu hábito intestinal. 
 
DEFINIÇÃO 
É A DOENÇA CARACTERIZADA PELA PERDA DE ÁGUA E ELETRÓLITOS QUE RESULTA NO 
AUMENTO E NO VOLUME DA FREQUÊNCIA DAS EVACUAÇÕES E NA DIMINUIÇÃO DA 
CONSISTÊNCIA DAS FEZES, QUE PODEM SE APRESENTAR AMOLECIDAS OU LÍQUIDAS, E, 
POR VEZES COM EXTREMO MAU CHEIRO 
Em relação ao número de ocorrências, pode-se 
dizer que três ou mais defecações amolecidas ou 
líquidas em 24 horas, com volume maior que 
normal referi-se a um quadro diarréico. 
A diarréia aguda infecciosa pode ser caudada por um grande número de 
bactérias (comum nos países em desenvolvimento), vírus (mais comum em 
países desenvolvidos) e protozoários. 
 
Esses agentes são transmitidos por via fecal-oral, sendo o rotavírus pode 
ainda ser transmitido por aerossol, o que provavelmente explica ser 
mundialmente o agente mais freqüente. 
ETIOLOGIA DA DIARRÉIA AGUDA 
OS VÍRUS AGEM ESTIMULANDO A SECREÇÃO INTESTINAL, 
LEVANDO AO GRANDE NÚMERO DE EVACUAÇÕES LÍQUIDOS. 
SENDO RESPONSÁVEL POR 80% DOS CASOS DE DIARRÉIA. 
OS PRINCIPAIS AGENTES BACTERIANOS 
CAUDADORES DA DIARRÉIA AGUDA SÃO: 
ESCHERICHIA COLI, SALMONELLAE, YERSINIA E 
COMPYLOBACTER. 
A transmissão ocorre pela via FECAL-ORAL 
FORMA DIRETA – mãos contaminadas 
FORMA INDIRETA – alimentos, água e utensílios contaminados. 
 
Outra fonte de contaminação são as mãos de doentes ou pessoas que, 
mesmo sem apresentar a doença, eliminam microorganismos pelas fezes e 
não tem bons hábitos de higiene. 
 
As crianças apresentam suscetibilidade na ocorrência da diarréia aguda 
DETERMINANTES 
PROXIMAIS 
Contato com 
microrganismos (pela 
acesso à água tratada e 
saneamento básico) e a 
vulnerabilidade fisiológica 
da criança 
DETERMINANTES 
INTERMEDIÁRIOS 
Práticas alimentares, 
em especial o 
aleitamento materno. 
DETERMINANTES 
DISTAIS 
Entram a renda familiar, 
escolaridade dos pais 
O TUBO DIGESTIVO PODE SER COLONIZADO POR DIVERSOS 
PARASITAS, QUE PODEM SOBREVIVER NO ORGANISMO DO 
HÓSPEDE DURANTE LONGOS PERÍODOS, ENTRETANTO OUTROS 
APRESENTAM SINTOMATOLOGIA INTENSA, COMO A ENTAMOEBA 
HISTOLYTICA 
Múltiplos fatores também implicam na determinação da diarréia 
aguda: 
 
CONDIÇÕES DESFAVORÁVEIS DA 
GESTAÇÃO. 
MÁ-NUTRIÇÃO MATERNA. 
BAIXO PESO A NASCER. 
DESMAME PRECOCE. 
CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE 
HABITAÇÃO, SANEAMENTO E 
HIGIENE. 
CONTAMINAÇÃO FECAL DE ÁGUA. 
FALTA DE INFORMAÇÃO E BAIXA 
ESCOLARIDADE DOS PAIS. 
CONDIÇÃO NUTRICIONAL E 
IMUNOLÓGICA DESFAVORÁVEL. 
LESÃO DO TUBO DIGESTIVO. 
ACESSO PRECÁRIO AOS SERVIÇOS 
DE SAÚDE. 
A produção fecal de uma criança é de 5 a 10 g/kg de peso de fezes 
por dia. Durante o episódio diarréico, ocorre um desequilíbrio entre 
os processos de absorção e secreção e, então as fezes ficam 
amolecidas ou liquefeitas, com o aumento do número de 
evacuações. 
 
Os episódios diarréicos ocorrem, em geral, como mecanismos de 
defesa do organismo contra a presença de algum agente agressor ou 
alguma toxina na luz intestinal. 
 
O organismo reage tentando expulsar os agentes invasores, 
desencadeando o aumento súbito do volume e da freqüência das 
evacuações, com conseqüente diminuição da consistência das fezes, 
acarretando perda de água e eletrólitos. 
FISIOPATOLOGIA E SINAIS CLÍNICOS 
DA DIARRÉIA AGUDA 
Os tipos de mecanismos de defesa do organismo que produzem 
diarréia são variados, porém, de maneira geral, podem ser divididos 
em duas categorias. 
 
1. Aqueles que aumentam a secreção intestinal 
2. Aqueles que diminuem a absorção intestinal 
Destaca-se que a diarréia aguda infecciosa é um 
processo AUTOLIMITADO – significa que ela não 
necessita, na maioria dos casos de nenhum 
tratamento medicamentoso. 
 
Entretanto, torna-se primordial o acompanhamento 
de evolução dessa doença, como propósito de 
prevenir as intercorrências quando elas se 
apresentarem - DESIDRATAÇÃO 
CATEGORIA 01 
 
OS MECANISMOS QUE AUMENTAM A 
SECREÇÃO INTESTINAL SÃO 
ACIONADOS POR ENTEROTOXINAS 
O AUMENTO DA SECREÇÃO 
INTESTINAL ACONTECE POR CAUSA 
DA PERDA DE ÁGUA E ELETRÓLITOS, 
QUE, POR SUA VEZ, PROVOCA VÁRIAS 
RESPOSTAS COMPENSATÓRIAS. ESSE É 
UM TIPO DE RESPOSTA NORMAL QUE 
ACONTECE EM CERCA DE 95% DOS 
CASOS DE DIARRÉIA, GERALMENTE 
PRODUZ DESIDRATAÇÃO HIPOTÔNICA 
E ISOTÔNICA (DESIDRATAÇÃO 
HIPONATRÊMICA). 
CATEGORIA 02 
 
A DIMINUIÇÃO DA ABSORÇÃO 
INTESTINAL, É RESPOSTA PATOLÓGICA 
OU COMPENSATÓRIA NOCIVA QUE 
ACONTECE NO NÍVEL DO INTESTINO, 
INDUZINDO A MÁ ABSORÇÃO, QUE SE 
AGRAVA COM A REDUÇÃO NA 
INGESTA DE ALIMENTOS, 
PROVOCADA PELA ANOREXIA 
Quadro diarréico geralmente se caracteriza : 
 
• Fezes líquidas, com grande quantidade de água e sódio; 
• Vômito; 
• Desidratação (repercussão clínica imediata mais de séria da 
diarréia aguda); 
• Disenteria (presença de muco e/ou sangue, resultante de 
processo infeccioso). 
CLASSIFICAÇÃO DA DIARRÉIA POR EVOLUÇÃO E TEMPO DE DURAÇÃO 
• DIARRÉIA AGUDA: OCORRE POR MENOS DE 2 SEMANAS (ATÉ 14 DIAS), 
PRINCIPALMENTE DETERMINADA POR PROCESSOS INFECCIOSOS. 
• DIARRÉIA PERSISTENTE OU PROTRAÍDA: PROLONGA-SE POR UM PERÍODO 
QUE VARIA DE 15 A 30 DIAS E DECORRE DAS ALTERAÇÕES SECUNDÁRIAS 
FUNCIONAIS E/OU MORFOLÓGICAS DO TRATO GASTRINTESTINAL. 
• DIARRÉIA CRÔNICA: OCORRE POR MAIS DE 30 DIAS E É A SITUAÇÃO MAIS 
FREQUENTE DE MA ABSORÇÃO INTESTINAL 
O objetivo do tratamento da diarréia é recuperar o balanço 
hidroeletrolítico e prevenir a desnutrição. O tratamento baseia-se 
em três princípios fundamentais. 
 
• PREVENÇÃO E CORREÇÃO DOS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS 
E METABOLÍCOS. 
 
NA CRIANÇA HIDRATADA 
 é necessário aumentar a oferta 
hídrica e manter a alimentação.Nos 
lactentes menores de 6 meses, deve-
se manter o aleitamento materno 
exclusivo. A solução de reidratação 
oralda OMS deve ser oferecida após 
cada episódio de evacuação. 
NA CRIANÇA DESIDRATADA 
Como primeira opção de tratamento 
a terapêutica de reidratação oral. Em 
caso de desidratação grave, choque 
hipovolêmico, alteração no nível de 
consciência, deve-se estabelecer a 
intensidade de desidratação. 
• SUPORTE NUTRICIONAL E DETECÇÃO DE INTOLERÂNCIAS 
ALIMENTARES 
 
A realimentação deve ser iniciada mais precocemente possível e sinais 
de intolerância devem ser pesquisados. Os lactentes com caso grave de 
diarréia podem necessitar de fórmulas alimentares isentas de lactose. 
 
• VIGILÂNCIA QUANTO AO APARECIMNETO DE INECÇÕES SISTÊMICAS 
 
As crianças mais suscetíveis a infecções sistêmicas são os lactentes com 
hospitalização prolongada ou em utilização de nutrição parenteral. O 
uso de antibióticos só está indicado para as infecções extra-intestinais 
comprovadas. 
DISFUNÇÕES HIDROELETROLÍTICAS 
Os lactentes e as crianças pequenas têm maior necessidade hídrica do 
que o adulto e, devido às características fisiológicas inerentes ao seu 
desenvolvimento, estão mais vulneráveis a alterações do equilíbrio 
hidroeletrolítico. 
 
O enfermeiro deve estar capacitado para os cuidados básicos voltados 
à manutenção do equilíbrio hidroeltrolítico, bem como para o 
reconhecimento e manejo das alterações que representam risco de 
vida. 
A proporção do total de água no corpo muda conforme o crescimento 
da criança. 
 
 
 
 
A água corporal total é distribui-se dentro e fora das células. 
LIC – INTRACELULAR 
LEC – EXTRACELULAR 
 
No recém-nascido, o LEC representa 45% do peso e no adulto, 20 %. 
Essa diferença , somada ao fato do LEC ser mais vulnerável a alterações 
rápidas de volume, explica o fato da criança ser mais vulnerável à 
desidratação. 
Prematuro 90% do peso corporal de água 
Recém-nascido 80% do peso corporal de água 
Maiores de 2 anos 60% do peso corporal de água 
DISFUNÇÕES HÍDRICAS 
A água está dividida no organismo em compartimento com diferentes 
composições iônicas, há constantes troca entre eles. 
O compartimento extracelular está subdividido: 
• Plasma (intravascular): ele é diretamente influenciado pelos ganhos e 
perdas no organismo, então para se manter a homeostase é 
necessário um equilíbrio entre o ganho hídrico (ingestão) e a 
eliminação de água (excreção urinária, fezes e perdas insensíveis dos 
pulmões e pele. 
• Líquido linfointersticial. 
• Líquidos transcelulares (suco gastrointestinal, suor) 
FUNÇÕES DA ÁGUA: MANTER O VOLUME SANGUÍNEO. 
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA. TRANSPORTE DE SUBSTÂCIAS. 
MEIO PARA OMETABOLISMO CELULAR 
No início, a desidratação estimula os centro de SEDE do cérebro, o que 
faz o indivíduo ingerir ais líquido. 
Quando a ingestão de água não consegue compensar a perda, a 
desidratação torna-se mais grave. 
 
A SUDORESE DIMINUI E UMA MENOR QUANTIDADE DE URINA É 
PRODUZIDA. 
 
Quando a desidratação não melhora, os tecidos corpóreos começam a 
secar. AS células começam a se contrair e a funcionar 
inadequadamente, em principal as células cerebrais, de modo que um 
dos sintomas é a CONFUSÃO MENTAL que pode evoluir para COMA. 
 
Provoca a perda de água e eletrólitos, em especial o SÓDIO e o 
POTÁSSIO. 
FISIOPATOLOGIA SINAIS CLÍNICOS DA 
DESIDRATAÇÃO 
A desidratação é definida como a diminuição do LEC por perdas 
hidroeletrolíticas ou baixo aporte de líquidos. 
 
Vômitos e diarréia são as causas mais comuns de desidratação na 
criança devido à grande perda hidroeletrolítica. 
 
Dependendo do tipo de líquido perdido e da capacidade de 
compensação do organismo, vários tipos de distúrbios hidroeletrlíticos 
e ácido-básicos podem estar associados ao déficit de volume hídrico. 
Classificação da desidratação, conforme o nível sérico de sódio: 
 
• Desidratação hipotômica ou hiponatrêmica: há perda proporcional 
maior de sódio em relação à água. 
 
• Desidratação isotômica ou isonatrêmica: ocorrem perdas 
proporcionais de água e sódio. 
 
• Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica: a perda de água é 
proporcionalmente maior que a de sódio. 
CUIDADOS COM A CRIANÇA COM 
DIARRÉIA E DESIDRATAÇÃO 
Como as doenças diarréicas são prevalentes na infância, as 
estratégias para seu diagnóstico, tratamento e controle 
encontram-se bastante difundidas no Brasil. 
 
A terapia de reidratação oral (TRO) , foi incorporada pelo 
Ministério da Saúde (MS), a partir de 1982, como medida de 
controle das doenças diarréicas e considerada por esse órgão, 
como principal estratégia para redução da mortalidade da diarréia 
aguda e desidratação na infância. 
INTRODUÇÃO 
A TRO faz parte do programa de Controle de Doenças Diarréicas da 
Organização Mundial da Saúde (OMS). Além da administração da 
solução de sais, necessários à manutenção do equilíbrio orgânico, 
enquanto a doença segue seu curso natural (autolimitado), essa 
terapia inclui as seguintes orientações e intervenções quanto a: 
 
 PREVENÇÃO DA DESIDRATAÇÃO 
 TRATAMENTO DA DESIDRATAÇÃO 
 MANUTENÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DURANTE E APÓS 
O EPISÓDIO DIARRÉICO 
 USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS 
 MEDIDAS DE HIGIENE PESSOAL E AMBIENTAL. 
O uso dessa terapia é fundamentada no acúmulo de conhecimento 
científicos sobre a fisiopatologia da doença diarréica aguda e dos 
mecanismos relacionados com o movimento de água, da glicose e 
e eletrólitos, através da mucosa intestinal. 
 
Quando bem administrada, essa terapia possibilita o equilíbrio 
hidroeletrolítico prejudicado nos processos diarréicos agudos. 
 
A solução de SRO está indicada na prevenção da desidratação em 
episódios diarréicos, no tratamento de desidratação leve, 
moderada e das graves não complicadas (sem prostração intenso, 
vômitos excessivos. 
A solução de SRO é distribuída para todos os serviços de saúde, ou 
preparo da solução caseira, que só é recomendado se for realizado 
com a colher –medida. 
1. Lavar bem as mãos antes de começar 
2. Encher bem um copo grande de 200 ml com água limpa, fervida ou tratada 
3. Colocar uma medida pequena e rasa de sal 
4. Colocar duas medidas grandes e rasas de açúcar 
5. Mexer bem a solução e dar à criança, em colheradas ou com o próprio copo 
6. A validade da solução caseira á m mesma da solução de SRO, ou seja, 24 horas 
Observação: a colher-medida é indispensável e deve estar disponível em todas as 
unidades básicas de saúde ou nas sedes locais da Pastoral da Criança. Como ela é de 
extrema importância, os pais devem ter uma em casa. 
Explicando ao cuidador como preparar o SRO Pontos importantes 
Mostrar todo o material de que irá necessitar 
• o pacote de SRO 
• jarra de 1 litro 
• água fervida ou filtrada 
• uma colher de cabo longo ou qualquer 
agitador que tenha cabo longo 
• um copo ou uma colher para administrar o 
soro. 
• todo o material deve estar bem lavado com 
água e sabão e bem enxaguado. 
• lavar as mãos antes de iniciar a 
demonstração. 
• se a água for fervida, esperar até que ela 
esteja fria. 
• nunca usar água quente nem gelada para 
preparar o soro. 
• Quando a solução estiver pronta para o uso, 
manter a jarra tampada. 
• a solução de soro deve ser utilizada somente 
no dia do preparada. Desprezar o que não for 
utilizado. 
• manter o soro em local fresco. Nunca na 
geladeira. 
• os sais não podem ser diluídos em outro 
líquido que não seja a água, nem acrescidos de 
açúcar ou ouras substâncias visando melhorar 
o sabor 
COMO DAR O SORO À CRIANÇA PONTOS IMPORTANTES 
• o soro pode ser dado à criança em copo ou 
colher. 
• oferecer soro à criança: sempre que vomitar 
(aguardar 10 minutos e só depois oferecer o 
soro, bem lentamente); sempre que as fezes 
estiverem líquidas; sempre que demonstrar 
sede ou aceitar espontaneamente. 
• manter a alimentação com o que a criança 
está acostumada, de acordo comsua idade. 
• usar sempre a forma com que a criança 
estiver mais acostumada. 
• colocar a criança sentada no colo durante a 
administração. 
• a quantidade de soro a ser oferecida deve 
ser regulada pela própria criança. Nunca 
forçar a criança a tomar mais do que deseja. 
• oferecer as doses em intervalos de 10 a 15 
minutos. 
• o número de evacuações aumenta durante o 
processo de hidratação, o que é previsto em 
conseqüência do aumento do volume de 
líquido no intestino. 
• se a criança adormecer, espere até que 
acorde para dar o soro. 
• não suspender a alimentação, pois se a 
criança tiver diarréia e vômitos e não 
alimentar, poderá ficar mais fraca. 
PESO <6kg 6 a < 10kg 10 a < 12 kg 12 a 19kg 
IDADE Até 4 meses 4 a 11 meses 12 a 23 meses 2 a 5 anos 
SRO (ml) 200 a 400 400 a 700 700 a 900 900 a 1.400 
SOMENTE UTILIZAR A IDADE DA CRIANÇA QUANDO SE 
DESCONHECER O PESO. 
A QUANTIDADE APROXIMADA DE SRO NECESSÁRIA (em mL) 
TAMBÉM PODE SER CALCULADA MULTIPLICANDO-SE P PESO DA 
CRIANÇA (em kg) por 75. 
A implementação da TRO, nas duas últimas décadas, tem sido 
apontada como responsável por certo decréscimo nas taxas de 
letalidades de crianças por diarréia aguda com desidratação. 
 
Além da TRO, é fundamental destacar que a adoção de outras 
intervenções menos específicas, como o incentivo o ao aleitamento 
materno, práticas adequadas de introdução da alimentação 
complementar, imunização, saneamento básico e medidas de 
higiene pessoal e ambiental vêm desempenhando importante 
controle da diarréia aguda. 
PESO: um grama de peso é equivalente a 1ml do líquido corporal. 
Perdas acima de 50g/dia no lactente e maior que 200 g/dia na 
criança maior requerem atenção. 
TEMPERATURA:inicialmente, a criança com déficit de volume tente 
à elevação da temperatura corporal. 
FREQUÊNCIA CARDÍACA E PULSO: a taquicardia está presente no 
início da desidratação e a contínua perda de líquidos torna o pulso 
rápido e fraco. 
RESPIRAÇÃO: alterações da F.R. e da expansibilidade pulmonar são 
encontradas nos distúrbios àcido-básicos e distúrbios 
hidroeletrolíticos. 
TURGOR: diminuição do turgor da pele está presente na criança 
com déficit de volume. 
PARÂMETROS MAIS SIGNIFICATIVOS DA AVALIAÇÃO 
DA CRIANÇA COM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO 
MUCOSA: o grau de secura da mucosa oral fornece subsídios para 
avaliação do grau de hidratação. 
OLHOS: choro sem lágrimas na criança acima de meses é um sinal 
de déficit de volume, assim como o aspecto de olhos fundos. 
FONTANELA: depressão da fontanela indica déficit de volume, 
enquanto seu abaulamento pode estar associado a excesso de 
volume. 
URINA: avaliar a perda urinária comparando ao valor esperado: 1 
ml/kg/hora. A mensuração da densidade urinária é um bom 
indicador do status hídrico. 
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: alterações comportamentais podem ser 
observadas em crianças com disfunção hidroeletrolítica, letargia, 
sonolência, cefaléia, vômitos, irritabilidade e convulsões. 
CLASSIFICAÇÃO AVALIAÇÃO CUIDADO 
DIARRÉIA SEM 
DESIDRATAÇÃO 
CERTIFICAR-SE DE QUE A 
CRIANÇA NÃO APRESENTA 
SINAIS SUFICIENTES PARA 
CLASSIFICAR COMO 
DESIDRATAÇÃO OU 
DESIDRATAÇÃO GRAVE. 
O tratamento da diarréia 
pode ser realizado em casa 
 
• reposição com líquidos 
adicionais. 
• continuidade da 
alimentação. 
• orientações à mãe quanto 
aos sinais de piora e quando 
retornar. 
• ensinar a mãe a preparar e 
dar SRO. 
• informar a mãe a 
quantidade de líquido: 
-Até 1 ano : 50 a 100 ml 
depois de cada evacuação 
aquosa 
- 1 ano a mais: 100 a 200ml 
depois de cada evacuação. 
AVALIAÇÃO E CUIDADOS DA CRIANÇA COM 
DIARRÉIA SEGUNDO A AIDPI 
CLASSIFICAÇÃO AVALIAÇÃO CUIDADO 
DESIDRATAÇÃO OBSERVAR SE A CRIANÇA 
APRESENTA 2 DOS SEGUINTES 
SINAIS: 
• INQUIETAÇÃO OU 
IRRITAÇÃO 
• OLHOS FUNDOS 
• BEBE ÁGUA AVIDAMENTE 
• SINAL DE PREGA (PELE 
VOLTA LENTAMENTE AO 
ESTADO ANTERIOR. 
O tratamento é com SRO, 
incentivando, também a 
reposição com líquidos 
adicionais, além de uma 
alimentação apropriada e 
manutenção do aleitamento 
materno. 
• crianças com desidratação 
deverão permanecer no 
serviço até a reidratação 
completa, num período de 4 
horas. Após esse período, é 
preciso reavaliar a criança e 
classificá-la quando ao grau 
desidratação. 
CLASSIFICAÇÃO AVALIAÇÃO CUIDADO 
DESIDRATAÇÃO GRAVE OBSERVAR SE A CRIANÇA 
APRESENTA DOIS DOS 
SEGUINTES SINAIS: 
• LETARGIA OU 
INCONSCIÊNCIA 
• OLHOS FUNDOS 
• BEBE MUITO MAL 
• SINAL DE PREGA (PELE 
VOLTA MUITO LENTAMENTE 
AO ESTADO ANTERIOR) 
ENVOLVE UM TRATAMENTO 
EFICAZ, COM OBJETIVO DE 
REPOR ÁGUA E SAIS 
MINERAIS RAPIDAMENTE, 
AMINISTRATRADO POR VIA 
INTRAVENOSA OU SONDA 
NASOGÁSTRICA, EM SERVIÇO 
AMBULATORIAL OU 
HOSPITALAR. 
TRATAMENTO INTRAVENOSO PARA 
DESIDRATAÇÃO GRAVE 
 HIDRATAÇÃO VENOSA 
 
 
fase de expansão(rápida) fase de manutenção e reposição 
 
FASE DE EXPANSÃO 
OBJETIVO: reversão rápida da evolução ao choque 
SOLUÇÃO RECOMENDADA: partes iguais de soro glicosado a 5% e soro fisiológico 
VOLUME: 100ml/kg para a infusão 
TEMPO: 2 horas 
EXEMPLO: uma criança com 5kg e desidratação grave deve tomar: 
Soro glicosado 5% - 250ml 
Soro fisiológico 0,9% - 250ml 
CRIANÇA CONTINUA DESIDRATADA: ADMINISTRAR DE 25 A 50ml por kg de peso , em duas 
horas 
ACESSO VENOSO: adequar agulhas calibrosas, dois acessos venosos simultâneos, para que 
garantam a infusão do volume total prescrito num período máxima de 4 horas 
QUANDO HÁ MELHORA CLINICA DA CRIANÇA, VERIFICA-SE DESAPARECIMENTO DOS 
SINAIS DE DESIDRATAÇÃO. NESSA FASE, É MUITO IMPORTANTE A REAVALIAÇÃO DA 
CRIANÇA, PELO MENOS A CADA HORA 
 
FASE DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO 
OBJETIVO: cobrir as pernas normais, e a fase de reposição deve compensar s perdas 
anormais decorrentes da diarréia e de vômitos. 
VOLUME A SER ADMINISTRADO: é o resultado da soma dos volumes da manutenção e 
reposição. 
VIA ORAL: a criança deve ser alimentada normalmente e tomar SRO, testando-se a aceitação 
e tolerância da via oral. A quantidade administrada por via venosa deverá ser reduzida 
progressivamente, à medida que aumentar a ingestão de alimento e SRO. 
PESO ATÉ 10 kg 100 Ml/kg 
PESO DE 10 a 20 kg 1000+ 50mL/kg de peso acima de 10 kg 
PESO ACIMA DE 20 kg 1.500+ 20mL/kg de peso acima de 20 kg 
Para cada 100ml de líquido: 
 soro glicosado 5% - 80mL; 
 soro fisiológico – 20 mL; 
 KCL a 10% - 2mL ou KCL a 19,1% - 1mL. 
MANEJO DO PACIENTE COM DIARRÉIA

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