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Diarreia Aguda e Desidratação 1 Diarreia Aguda e Desidratação PREVALÊNCIA 5 A diarreia aguda pode ser definida pelo início abrupto do aumento do volume ou da frequência de evacuações 3 evacuações amolecidas ou líquidas por dia), fora do padrão habitual, com duração máxima de 14 dias. A gastroenterite aguda (diarreia aguda infecciosa) é uma das síndromes mais comuns na pediatria. É adquirida por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados por toxinas ou microorganismos, de transmissão fecal-oral. Os vírus são os principais agentes etiológicos, sendo o rotavírus o mais comum. Em imunodeprimidos e pacientes em uso prolongado de antibióticos, sempre pensar na possibilidade de diarreia aguda por Klebsiella, Pseudomonas, Clostridium difficile, Cryptosporidium e Isospora. De um modo geral, a GEA ocorre devido ao aumento da secreção intestinal de água ou eletrólitos e/ou bloqueio da absorção intestinal, que ocorre nas vilosidades. Na diarreia secretora invasiva ocorre dano ou destruição das superfícies absortivas das vilosidades, aumentando a secreção de água e eletrólitos a partir das células das criptas e gerando perda de leucócitos, hemácias e proteínas (manifesta como disenteria). A principal manifestação clínica da GEA é a diarreia de início súbito, geralmente acompanhada por cólicas abdominais, anorexia e vômitos. Podemos encontrar sintomas gerais, como febre, prostração, mal-estar, cefaleia e mialgia. Nas diarreias bacterianas ou parasitárias é mais comum o encontro de disenteria, caracterizada pela presença de muco e sangue nas fezes em decorrência da lesão da mucosa intestinal. Devido à perda hídrica pronunciada, é importante a avaliação frequente do estado de hidratação nas crianças com diarreia aguda. Os fatores de risco para complicações e desidratação grave na GEA incluem: Idade 2 meses. Vômitos persistentes. Perdas diarreicas volumosas e frequentes. Percepção inadquada dos pais quanto ao estado de hidratação. Diarreia Aguda e Desidratação 2 Presença de comorbidades DM, insuficiência renal ou hepática, desnutrição, doenças crônicas). O diagnóstico da GEA é clínico, sendo indicada a investigação etiológica apenas em pacientes graves hospitalizados, imunodeprimidos, em surtos ou na diarreia persistente. O tratamento é orientado pelo estaod de hidratação do paciente e direcionado para a correção da desidratação. O paciente deve ser hospitalizado na GEA se falha da TRO, na desidratação grave ou na presença de fatores que agravem o quadro, como choque hipovolêmico, alteração do nível de consciência, vômitos incoercíveis e na suspeita de doença cirúrgica associada. Os antibióticos não estão indicados de rotina, mesmo nas disenterias e diarreias bacterianas. Apenas algumas situações específicas indicam a antibioticoterapia: Disenteria com febre e queda do estado geral. Shigella: ciprofloxacino 3 dias ou ceftriaxone 3 a 5 dias ou azitromicina 5 dias. Campylobacter: azitromicina 3 dias. Diarreia por Salmonella em pacientes com alto risco de bacteremia e infecções extraintestinais. Salmonella: ceftriaxone 7 a 10 dias. Diarreia dos viajantes. E. coli enterotóxica: azitromicina 3 dias. Vibrio cholerae: azitromicina 3 dias ou bactrim 3 dias. Diarreia pós-antibiótico moderada a grave. Clostridium diffifcile: metronidazol 10 dias.
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