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Aula 3 Educação Profissional Concepções e Racionalidades

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Aula 3- Educação Profissional: Concepções e Racionalidades
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Analisar as questões da racionalidade na Educação Profissional, a partir do material apresentado nesta aula, para concluir;
2. Refletir a Educação Profissional a partir dos textos e demais materiais sugeridos, satisfatoriamente;
3. Concluir e explicar a razão pela qual a Educação Profissional, no Brasil, gera um processo condicionado e determinado na qualidade social, por meio das atividades apresentadas, com um bom desempenho.
Como formações históricas determinadas, que articulam de diferentes modos os processos produtivos e as relações sociais, definindo padrões de racionalidade específicos, aqui se ressalta as concepções e racionalidades no mundo de trabalho que atuam como pano de fundo nas questões presentes hoje no rumo da Educação Profissional.
Concepção Racionalista
Na concepção racionalista, a aprendizagem é fruto da capacidade interna do sujeito. Ele é ou não inteligente porque já nasceu com a capacidade ou não de aprender. Sua aprendizagem também estará relacionada à maturação biológica, só podendo aprender determinados conteúdos quando tiver a prontidão necessária para isso.
O sujeito já traz uma capacidade inata para aprender. Quando não aprende, é considerado incapaz.
Se aprende, diz-se que tem um bom grau de quociente intelectual. Nesta concepção, o papel do professor e da sociedade em si, nos diversos campos de atuação, é de organizar o conteúdo e as ações, levando em consideração a idade do indivíduo.
De acordo com as pesquisas na área cognitiva de aprendizagem, quando uma pessoa apresenta uma deficiência de aprendizado em algum assunto específico, é provável que as ferramentas mentais como:
Análise
Percepção
Memória
Analogia
Imaginação
e organização mental das informações não estarão desenvolvidas apropriadamente.
É necessário preparar essas competências mentais para desenvolver o aprendizado mais sistêmico antes de aplicar o conteúdo em si no aluno ou a tarefa para o indivíduo. Essa capacidade inata de aprender é vista como variável, porque, dependendo do seu sistema mental, o indivíduo pode tê-lo desenvolvido muito bem ou não. Caso negativo, uma orientação especial é capaz de desenvolver esses pontos mais precários de aprendizagem.
Por esse motivo, a concepção racionalista é de cunho preconceitual. Ela se fecha num ponto estático de uma situação e não aborda os elementos possíveis e cabíveis para o desenvolver intelectual e cognitivo que toda mente humana pode desenvolver.
À medida que a racionalização elimina as condições para as orientações morais em relação ao trabalho, sua dimensão subjetiva, associada à dignidade e ao reconhecimento social do trabalhador, também se enfraquece. Caminha-se assim para um processo de não envolvimento com o trabalho, acreditando que este não pode mais significar o fundamento ético da sociedade nem oferecer o eixo em torno do qual fixa a identidade e os projetos de vida.
A outra corrente sinaliza o surgimento de espaços para a expressão subjetiva no trabalho que pode traduzir o desenvolvimento de uma consciência do seu significado. Essa abordagem indica a possibilidade de revalorização do trabalho a partir das brechas de participação mais autônomas e criativas em seus espaços.
Segundo Karla Régnier “(...) a racionalidade dos modelos Taylorista, Fordista e Toyotista se desenvolve no bojo de contextos que combinam, por um lado o grau de desenvolvimento das forças produtivas no interior das empresas nas quais surgem e por outro o seu "em torno", ou seja, o meio ambiente circundante a estas empresas (tipo de organização e de atuação política da classe trabalhadora e empresarial, natureza da relação da classe empresarial com o Estado, etc.(que tanto favorece quanto impõe limites à elaboração e disseminação de um projeto racional (nem sempre orientado somente em relação aos ganhos econômicos) de mudança nas formas de organização dos processos produtivos e nas relações sociais (ditando novas formas de comportamento e de consumo, interferindo nos padrões de moralidade, etc)".
“Portanto, discorrer sobre a racionalidade de cada modelo em particular requer, antes de mais nada, que se contextualizem historicamente estes modos específicos de organizar o processo produtivo, de gerir o trabalho, de influir e de ser influenciado por outros atores sociais, modos estes que posteriormente vieram a ser conhecidos como ‘modelos’.”
Embora o modelo fordista seja normalmente associado a uma evolução nos princípios e práticas tayloristas, a forma como cada um deles se apropria, interpreta e atua junto ao meio ambiente circundante apresenta diferenças substanciais.
O modelo fordista busca, de forma muito mais enfática, alterar e construir um meio ambiente que lhe seja favorável que permita a realização de um determinado projeto econômico. Dessa forma, ele não se limita apenas aos espaços produtivos, mas busca construir novas relações, novos padrões de consumo e de valores sociais que possam dar sustentação a um determinado "modo de produzir“
Modelo taylorista, grosso modo, as circunscrições do meio ambiente entram como um "dado" a ser considerado na busca de fins econômicos (tornando o modelo de racionalidade mais voltado para aspectos internos da empresa).
A característica do modelo fordista, uma vez que ela é gerada no âmbito do modelo taylorista tem outra característica, pois, o fordismo aprofunda e radicaliza. Sabel denomina esses modelos como sistemas de "pouca confiança", em contraste com os sistemas de "muita confiança" onde o trabalhador mantém a compreensão da lógica constitutiva do seu trabalho" (SABEL, Charles F. op. cit., p. 293.).
Entre outras coisas, o estabelecimento dessas medidas visa diminuir a taxa de rotatividade da mão de obra, além de estar caracterizada por trabalhadores de baixa faixa etária, não detém a experiência ou o conhecimento do saber-fazer dos mais velhos.
Dessa forma, ao fixar o trabalhador numa empresa, torna-se viável o investimento em treinamentos que permitam a aquisição do saber-fazer, bem como minimizam as inseguranças quanto ao futuro.
“O salário por antiguidade, por sua vez, dada à formação estrutural da mão de obra, possibilitava o pagamento de salários mais baixos aos mais jovens: ‘permitia às empresas diminuir o custo dos trabalhadores empregados, na medida em que, como já se disse, as faixas etárias jovens eram super-representadas durante as décadas de 50 e 60" (CORIAT, Benjamin. Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e organização. UFRJ: Revan, 1994).
Neste breve texto, encontra-se a reflexão feita por Sílvia Manfredi, em sua obra, Educação Profissional no Brasil, que dá embasamento à elaboração solicitada: “A Educação Profissional em si não gera diretamente trabalho nem emprego, conforme avalia com muita pertinência a autora, constituindo-se como um processo condicionado e determinado de qualidade social (2002).

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