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DM dietoterapia

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Diabetes e 
Tratamento 
Dietoterápico
Objetivos da Atenção 
Nutricional
• Melhorar a sensibilidade à insulina;
• Melhorar o controle glicêmico 
promovendo redução de 1,0 a 2,0 % nos 
níveis de hemoglobina glicada;
• Reduzir LDL, TGL e colesterol.
• Controlar o peso
Melhorar os aspectos clínicos e 
metabólicos da doença
SBD, 2011
CONSEQUENTEMENTE
Alimentação no Diabetes 
• Proporção de macronutrientes e
micronutrientes: mesmas recomendações
que para a população geral, em todas as
faixas etárias;
• Oferta calórica : Restrição apenas para
excesso de peso  Prescrição
individualizada com redução energética de
500kcal em relação às necessidades
individuais para manter atividade metabólica
basal e permitir atividade física diária.
SBD, 2009
Lipídeos 
• Envolvidos no balanço
energético e também no
controle metabólico;
• Secreção de insulina 
composição dos ácidos graxos
na membrana  modulação
da sua ação;
• Limitar a ingestão de ácido
graxo saturado (AGS), ácido
graxo trans e colesterol para
reduzir o risco cardiovascular;
• Ácidos graxos monoinsaturados
(MUFA): percentual individual
favorece a perda de peso e o
perfil lipídico.
Inflamação
Sensibilidade à insulina
Principais determinantes 
dietéticos da 
concentração de LDL-C
Mesmas metas dietéticas dos 
indivíduos com doença 
cardiovascular (Gordura trans: até 
2% do total de calorias;
Gordura saturada : até 7% do 
Valor Energético Total (VET).
ADA 2008
Recomendações atuais 
(ADA, 2011)
Retirar dos guias 
alimentares as 
orientações para o 
percentual de 
calorias 
provenientes de 
gordura
Considerar a 
composição 
qualitativa de 
gorduras
Ao orientar para 
a redução de 
gordura saturada, 
definir qual 
nutriente irá 
substituí-lo 
A redução da 
gordura saturada é 
usualmente 
acompanhada por 
aumento do 
consumo de 
carboidratos
A Substituição dos 
AGS por 
monoinsaturados
Susbstituir AGS por 
Acidos graxos 
poliinsaturados 
(PUFA) (2 ou mais 
porções de peixes, 
com exceção do peixe 
frito) 
Substituir AGS por 
carboidratos (CHO)
•Redução de LDL-C;
•Melhora a glicemia de jejum;
•Não promove ganho de peso quando 
isocalórico;
Redução do risco cardiovascular.
•Redução dos triglicérídes;
•Redução da resistência á insulina;
•Redução da inflamação
Redução do risco cardiovascular
•Aumenta a glicemia;
•Aumenta a insulinemia;
•Aumenta trigliceridemia pós prandial;
Aumenta risco cardiovascular
SBD,2009
Recomendações focadas no padrão alimentar são 
mais efetivas para a redução do risco de doenças 
crônicas. O padrão alimentar saudável possui 
naturalmente maior teor de ácidos graxos benéficos, 
minerais, vitaminas, antioxidantes, fitoquímicos e 
fibra dietética, e menor teor de sal, gorduras trans 
(Willet, 2011).
Nutrientes Padrão alimentar
Vitaminas e Minerais
Micronutrientes
Magnésio
Modula o transporte do glicose através das 
membranas;
* Envolvida em diversas ações enzimáticas que 
influem na oxidação da glicose ;
• Sua deficiência contribui para resistência à 
insulina.
• Fontes: couve, espinafre, beterraba; grão de 
bico, lentilha; farelo de trigo; nozes e 
sementes, amêndoas, castanhas, camarão, 
ostras
ADA 2011
Cromo
• Potencializa a ação da insulina por estímulo no 
receptor da insulina ;
• Fonte brócolis, feijão verde, batata, banana, 
maça, carnes, peixes, queijos, cogumelos;
Potássio
• Aumentar o consumo apenas naqueles que fazem 
uso de diuréticos espoliadores de potássio;
• Fonte: ameixa seca, nozes, castanha, damasco 
seco, feijão, banana, lentilha grão de bico, uva 
passa. 
ADA 2011
A Suplementação de vitaminas e 
minerais é necessária? 
• Não há evidências suficientes quanto ao
benefício da suplementação de vitaminas e
minerais em pessoas com DM que não
possuem deficiência desses nutrientes;
• Estudos longitudinais são necessários para
avaliar a segurança e os benefícios da
suplementação de cromo, magnésio,
antioxidantes e outras terapias no manejo
do DM;
• Em alguns grupos (como idosas, gestantes,
ou lactentes, vegetarianos restritos ou
aqueles em restrição calórica) a
suplementação de multivitamínicos pode ser
necessária.
ADA, 2011
Conduta nutricional
• Deficiência de cromo, potássio, magnésio
e zinco podem agravar a intolerância à
glicose;
• Porém, a alimentação balanceada deve
ser preferencial para o suporte adequado
desses nutrientes.
Fibras 
Entretanto...
• Não há razão para recomendá-las em maior 
quantidade às pessoas com DM; 
• Recomendação de fibras: 25 g/dia (Guia 
alimentar para a População Brasileira)
Absorção da glicose alimentar 
Picos glicêmicos pós –prandiais
menores 
SBD 2009; BRASIL, 2008
Fibras 
Alimentos funcionais-
Antioxidantes 
Radicais livres: responsáveis pelo 
estresse oxidativo e a carcinogênese
Os antioxidantes evitam a ação dos 
radicais livres= mantendo a 
funcionalidade 
Fontes: Vitaminas (A,C,E e
carotenos) polifenóis
isoflavonóides
ADA 2009 SBD (2009
Antioxidantes
• DM: Aumenta o estresse oxidativo  interesse 
na terapia com oxidantes;
• Alguns estudos mostram benefícios de 
alimentos funcionais com potenciais efeitos 
antioxidantes, tais como café, chá, cacau e 
canela;
• Porém, não há estudos suficientes entre as 
pessoas com diabetes.
A suplementação rotineira de antioxidantes com 
vitaminas E,C caroteno não é recomendada, devido à 
carência de estudos sobre a eficácia e segurança a 
longo prazo.
Atenção Nutricional no 
DM tipo II e DM tipo I 
insulino dependente.
Contagem de carboidratos 
• Método chave no tratamento nutricional do DM1
(American Dietetic Association);
• Estratégia para individualizar e flexibilizar a ingestão
alimentar para obter bom controle glicêmico ;
• Método: Contabilizar os carboidratos da dieta para ajuste
das doses de insulina;
Conversão dos nutrientes à glicose (GLC)
Carboidratos Quase 100% convertida à GLC 
Tempo: 15 min a 2h
Proteínas 35% a 60% convertido á GLC 
Tempo: 3 a 4 h
Lipídeos 10% convertido à GLC Tempo: 
5h ou mais
Quantidade de CHO que determina a 
resposta glicêmica pós-prandial
Como funciona na prática 
• Prioridade do planejamento dietético deve ser a
quantidade total de CHO;
• Método 1: Usar lista de equivalentes – um
substituto de carboidratos corresponde a 15g de
carboidratos contidos em um alimento;
• Método 2: Usar lista de contagem em gramas de
CHO- somar os gramas de carboidratos de cada
alimento por refeição obtendo-se informações em
tabelas e rótulos dos alimentos;
• Método1: simples, mas não tão preciso.
• Método 2: para bom ajuste é necessário a pesagem
dos alimentos. Preciso, mas trabalhoso.
Qual o melhor método ?
SBD 2009b
Exemplo
* Considerando a distribuição de 60% de CHO 
nessa dieta , temos 1080 calorias para esse 
nutriente. Logo, 270g de CHO a serem 
distribuídos ao longo do dia.
A partir da anamnese define-se a quantidade de 
carboidrato/refeição.
Considerando uma pessoa com DM tipo 2 com
necessidade calórica diária de 1800 Kcal, como
realizamos a contagem de carboidratos?
Exemplo de café da manhã: Métodos 1 e 2
Alimentos
Lista de equivalentes -
Substituição de 
Carboidrato 
(Cada equivalente corresponde
a 15 gramas de CHO)
Lista de contagem 
em gramas de 
Carboidratos (g)
1 copo (240 ml) 
de leite desnatado
1 12
1 pão de Francês 2 28
2 colheres de chá 
de margarina
0 0
½ Mamão Papaia 1 11
1 xícara de café 
com adoçante
0 0
Total 4 51
Exemplo do café da manhã 
• No método 1 o total é de 60g. Relativos
a 4 substituições x 15
• No método 2, o total é de 51g.
• Esta variação não implica erros,mas
deverá ser considerada na prescrição
do tratamento. Sendo a monitoração
primordial para o sucesso da terapia.
• A partir das gramas de carboidrato
estabelecidas por refeição, define-se a
quantidade de insulina a ser aplicada.
Pacientes em terapia intensiva 
com múltiplas doses de insulina 
• É possível definir a quantidade de insulina
rápida em função da quantidade de
carboidratos por refeição;
• Algumas regras para estabelecer a razão
carboidrato versus insulina:
Adultos: 1UI de insulina rápida ou ultra-
rápida cobre 15g ou uma substituição de
CHO.
Crianças e adolescentes: 1UI de insulina
para 20-30g de CHO.
As tabelas de substituição e mais informações sobre a 
contagem de carboidratos podem ser consultadas no 
material abaixo:
Terapia Nutricional na Diabetes 
Gestacional 
• As necessidades nutricionais durante a
gestação e a lactação são similares para
mulheres com ou sem DM.
• Recomendação dos edulcorantes: São
recomendados para gestantes acesulfame
K, neotame, sacarina e sucralose.
(Padilha et al, 2010) 
Atualização: 
Evidência Científica na 
Terapia Nutricional do DM
Legenda 
• A: estudos experimentais e observacionais
de melhor consistência;
• B: Estudos experimentais e observacionais
de menor consistência;
• C: Relatos de casos = estudos não
controlados;
• D: Opinião desprovida de avaliação crítica
baseada em consenso, estudos fisiológicos
ou modelos animais; SBD 2009
Orientação Nutricional Grau de 
Recomendação
Incentivar o consumo de carboidratos presentes em
hortaliças, leguminosas, grãos integrais, frutas e leite
desnatado
A
Como para todas as pessoas o consumo de fibras
alimentares deve ser encorajado, mas não há razão
para recomendar às pessoas com DM maior consumo
de fibras
A
Adoçantes não nutritivos (sem calorias) são seguros
quando consumidos até o nível diário aceitável de
ingestão estabelecida pelo FDA
A
Ácido graxo saturado (presentes, principalmente, em
alimentos de origem animal – carne, leite integral,
banha, manteiga): atingir menos de 7% do total de
calorias
A
O método de contagem de carboidratos é
considerado a chave do tratamento nutricional do
DM
A 
SBD, 2009
Orientação Nutricional Grau de 
Recomendação
Não há evidências suficientes quanto ao benefício da
suplementação de vitaminas e minerais em pessoas com
DM que não possuem deficiência desses nutrientes
A
Não se verificam evidências suficientes para recomendar
o uso de alimentos de baixo índice glicêmico como
estratégia primária
B
Consumo de 2 ou mais porções de peixe por semana B
Os ácidos graxos trans (presentes em biscoitos
industrializados, margarinas, pratos congelados) devem
ter seu consumo reduzido
D
A ingestão do colesterol alimentar é inferior a 200 mg D
Recomenda-se que o total de sacarose não ultrapasse
10% do valor calórico total
D
Limitar o consumo de sal: 6g por dia D
As necessidades nutricionais na gestação/lactação e para
crianças/adolescentes são similares de outros indivíduos
da mesma idade
D
SBD, 2009
Referências
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física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil.
Cad Saude Publica v. 20. n. 2004
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Familiar (POF) 2008/2009. Rio de Janeiro , 2010. Acessado em 20 de março
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2009.
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2010. 152p.
• Siqueira AFA, Almeida-Pititto B, Ferreira SRG. Doença Cardiovascular no
Diabetes Mellitus; análise dos fatores de risco clássicos e não clássicos e não-
clássicos. Arq Bras Endocrino Metab , 2007; 51(2) 257-267.
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Diabetes. São Paulo, 2009.
Referências
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Enfermagem 2008; 16(2):238-244.
• Lusis Aj, Altie AD . Reue K. Metabolic syndrome: from epidemiology to
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• RICCARDI, G.: GIACCO, R.: RIVELLESE, A.A Dietary fat, inuslin sensitivity
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456.
• WILLET, WC, THE great fat Debate; total fat and hearth, American
Dietetic Association, v.111, n.5, p.660-1,2011.
• American Diabetes Associatiom. Nutrition recommendations and
interventions for diabetes Association. A position statement of the
american diet Association. Alexandria. Diabetes care. V.31 suppl 1.p
s61-78. jan. 2008.
• Pardilha PC, et al, Terapia nutricional na diabetes gestacional Rev. Nutr.
Campinas, 23(1)-95-105, jan/feve.2010.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Guia
alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação
saudável. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.210 p.

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