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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC Estimulantes da salivação: Pilocarpina, Cevimelina e Saliva Artificial ACADÊMICAS: Barbara Thalia; Isabel Peterle; Heloísa Nesello; Julia Bressiani; Larissa Galiassi Morfo-Fisiologia III 2017 Saliva A saliva humana é um fluido complexo, produzido pelas glândulas salivares. Este fluido tem muitas funções, sendo importante para a lubrificação oral, para a mastigação, para a digestão, para a mineralização dos dentes e para o controlo da flora microbiana na cavidade oral; A estimulação salivar é mediada pelo sistema nervoso parassimpático, através de receptores muscarínicos M3; O controle da secreção salivar é regulado pelo sistema nervoso autônomo parassimpático (colinérgico) e simpático (adrenérgico); Secreções diminuídas de saliva podem dar origem a complicações, como queixas de dor ou ardor da mucosa oral, cáries dentárias, candidíase oral, sialadenite bacteriana e úlceras da mucosa oral; As secreções diminuídas da saliva, xerostomia, podem ter diversas causas, incluindo a ansiedade, as doenças auto-imunes que atacam as glândulas salivares tais como a síndrome, a radiação à cabeça ou o pescoço de Sjögren durante o tratamento contra o câncer, ou como um sintoma de determinados problemas médicos tais como o diabetes, respiração predominantemente bucal, uso excessivo de fumo; Estimulantes salivares A estimulação das glândulas salivares é ideal quando há alguma função residual das glândulas salivares e pode ser feita com medidas simples, como a realização de refeições mais frequentes, a mastigação de alimentos que necessitam de mastigação vigorosa e outros, aumentando o fluxo salivar que ajuda na remoção de restos de alimentos e promove a função de remineralização dos dentes; Pode-se também usar fármacos que estimulam diretamente as glândulas salivares (sialogogos), pilocarpina e cevimelina; Quando a saliva não pode ser estimulada, o uso de lubrificantes orais ou substitutos de saliva são ideais, as salivas artificiais são substitutos de saliva que agem fundamentalmente com a humidificação e lubrificação da mucosa oral desidratada; Pilocarpina Ação medicamentosa: atua nos receptores muscarínicos não-seletivos, é um agonista parassimpático mimético dos receptores muscarínicos M3 da acetilcolina; Efeito medicamentoso: A pilocarpina é um fármaco parassimpaticomimético, ativando o sistema parassimpático para aumentar a produção de secreções das glândulas exócrinas no organismo; Não são conhecidas interações medicamentosas. Posologia: A dose recomendada para o uso de Pilocarpina é de 5mg, três vezes ao dia, 30 min antes das refeições (via oral); Efeitos adversos típicos são sudorese, cefaléia, náusea, dor abdominal discreta, aumento de freqüência urinária, calafrios e sintomas semelhantes ao resfriado, corrimento nasal, lacrimejamento, rinite e palpitações. O uso desse medicamento deve ser evitado em pacientes com doenças respiratórias como asma, bronquite crônica entre outras. Marca comercial Cevimelina Ação medicamentosa: é o agonista muscarínico mais seguro, com menores taxas de efeitos colaterais e de interrupção de tratamento por ter ação mais seletiva sobre receptores M37 é um anti-colinérgico que se liga a receptores muscarínicos; Efeito medicamentoso: A cevimelina é um sialogogo que possui a capacidade de incrementar o fluxo salivar e a diminuir os sintomas de boca seca em pacientes com o síndrome de Sjogren; Não são conhecidas interações medicamentosas; Posologia: A dose recomendada de cevimelina é de 30mg, três vezes ao dia. Ainda não existe informação suficiente para permitir o uso de doses acima de 90mg/dia (via oral); Efeitos colaterais da cevimelina são caracterizados por sintomas parassimpáticos. Esses incluem dor de cabeça, lacrimejamento, sudorese, náuseas, vômitos, diarréia e tremores, a cevimelina pode causar distúrbios visuais, especialmente à noite. A Cevimelina tem uma semivida mais longa, uma duração de ação maior e menos efeitos colaterais que a pilocarpina. É rapidamente absorvida possuindo um pico de concentração que varia de uma hora e meia a duas horas; Quando administrada junto com alimentos ocorre uma redução da sua absorção, com decréscimo de aproximadamente 17,3% de sua dose. Marca comercial Saliva Artificial Efeito medicamentoso : Pretendem aliviar os sintomas da xerostomia e proteger a integridade da cavidade oral; Deve apresentar: Ter capacidade de proporcionar lubrificação suficiente para manter os tecidos orais úmidos e protegidos da agressão químico-mecânica; Ter longa durabilidade; Impedir a colonização de bactérias cariogênicas; Desvantagens da Saliva Artificial Apresentam curta durabilidade; O sabor e a capacidade de provocar náusea; Custo elevado. Não tem contraindicação pelo uso frequente. Atenção na utilização de produtos com baixo pH e sem flúor podem promover a desmineralização dentária. Composição da Saliva Artifical Consiste numa solução aquosa de sais minerais encontrados na saliva humana, como Cálcio e Fosfato; São baseados em mucinas de origem animal ou em derivados de carbometilcelulose, para aumentar a viscosidade; Capacidade antimicrobiana: lactoferrinas, lisozimas e lactoperoxidases; Agentes de sabor: açúcares não cariogênicos (sorbitol ou xilitol). Ph das salivas artificiais comercializadas apresenta geralmente valores entre 4-7. Marcas comerciais Atualmente existem vários tipos de saliva artificial comercializados, nomeadamente: Xialine® (goma xantana); Saliva Orthana® (mucinas naturais); Saliave®; Glandosane®, Caphosol® e Saliform® (carbometilcelulose), Bioténe®; Luborant®; Oralube®; Xerostom®; Oral Balance® e Bioxtra®; Zedium Saliva®, Salivix Pastille®; Salivan®. As formas mais comuns: soluções de bochecho, em gel, em pastilhas ou em forma de spray. Posologia: depende da forma utilizada. Inreração medicamentosa do Salivan®: Não devem ser utilizados enxaguatórios bucais contendo metais ou soluções ácidas. 16 Referências Noaiseh G, Baker JF, Vivino FB. Comparison of the discontinuation rates and side-effect profiles of pilocarpine and cevimeline for xerostomia in primary Sjogren’s syndrome. Clinical and Experimental Rheumatology. 2014;32:575–7. Brimhall J, Jhaveri MA, Yepes JF. Efficacy of cevimeline vs. pilocarpine in the secretion of saliva: a pilot study. Special Care in Dentistry: Official Publication of the American Association of Hospital Dentists, the Academy of Dentistry for the Handicapped, and the American Society for Geriatric Dentistry. 2013;33:123–7. DINIZ, Margareth De Fátima Formiga Melo; PEREIRA, Giuseppe Anacleto Scarano; BARRETO, Rosimar De Castro; VASCONCELOS, Laurylene César De Souza; VELOSO, Dejanildo Jorge; CUNHA, Paula Angela S. Montenegro Almeida; GHERSE, Eloísa Lorenzo De Azevedo; GHERSE, herbert. Principais drogas com as possíveis interações medicamentosas prescritas na clínica odontológica.2009. Disponivel em: <http://periodicos.ufpb.br/index.php/rbcs/article/viewFile/3707/3639>. Acesso em: 27 ago.2017. FÁVARO, Rodrigo Aluízio Athayde Fávaro; FERREIRA, Thiago Nunes Ribeiro Ferreira; MARTINS ,Wilson Denis. XEROSTOMIA: etiologia, diagnóstico e tratamento. Revisão Current concepts on aetiology, diagnosis and treatment of xerostomia. A review. 2006. Disponivel em: <file:///C:/Users/ADM/Downloads/aor-1200%20(1).pdf>.Acesso em: 27 ago.2017. ALMEIDA, Juliana Pereira; KOWALSKI, Luiz Paulo. Pilocarpina no tratamento de xerostomia em pacientes submetidos à iodoterapia: estudo piloto.2010.Disponivel em: <http://www.radarciencia.org//doc/pilocarpina-no-tratamento-de-xerostomia-em-pacientes-submetidos-a-iodoterapia-estudo-piloto >.Acesso em: 27 ago.2017. AMBRÓSIO , Lucas Macedo Batitucci ; ROVAI, Emanuel da Silva ; FUKUSHIMA , Henrique; SILVA, Henrique Aparecido Bueno da ; ABREU, Ieda Santos ; VIVAS, Priscila; LOURENÇO, Silvia Vanessa; HOLZHAUSEN ,Marinella. Aspectosrelevantes da síndrome de Sjögren para o Cirurgião-Dentista.2016.Disponivel em: <http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0004-52762016000300011&script=sci_arttext&tlng=pt >.Acesso em: 27 ago.2017. SOUSA, Nielsen Barros; FREITAS, Heloíza Viana; JUNIOR ,Lauber José dos Santos Almeida; LOPES, Fernanda Ferreira; CRUZ, Maria Carmen Fontoura Nogueira Da. Abordagem crítica sobre as terapias de estimulação do fluxo salivar.2014. Disponivel em: <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahuufma/article/view/3058 >.Acesso em: 27 ago.2017. BROCHADO, Joana Isabel Viana. Xerostomia e produção de saliva artificial na doença oncológica.2014. Disponível em: <http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4861/1/PPG_23440.pdf >. Acesso em: 27 ago.2017. CABRAL ,Serena. Saliva Natural vs Saliva Artificial: Composição Bioquímica .2014. Disponível em: < file:///C:/Users/ADM/Downloads/saliva%20artificial.pdf >. Acesso em: 27 ago.2017. COIMBRA , Filipe. Xerostomia. Etiologia e Tratamento.2009. Disponível em: <http://www.elsevier.pt/pt/revistas/revista-portuguesa-estomatologia-medicina-dentaria-e-cirurgia-maxilofacial-330/pdf/S1646289009701177/S300/ >.Acesso em: 27 ago.2017. Obrigada pela atenção!!!
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