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estágIOs DA INteRNACIONALIZAÇÃO DAs
Franquias 
brasileiras
Guia de naveGação
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Programa de Mestrado e Doutorado em 
Gestão Internacional - PMDGI
EsTáGIOs DA INTERNACIONALIZAÇÃO 
DAs FRANQUIAs BRAsILEIRAs
Thelma Valéria Rocha
Felipe Mendes Borini
Eduardo Eugênio Spers
Mario Henrique Ogasavara
Daniela Khauaja
Adriana Camargo
Pedro Lucas de Resende Melo
Apoio:
Associação Brasileira de Franchising – ABF
São Paulo
Outubro de 2014
EsPM
e82
estágios da internacionalização das franquias brasileiras / thelma valéria Rocha ... [et al]. – 
são Paulo : esPM, 2014.
84 p. : il., color, tab.
Programa de Mestrado e Doutorado em gestão Internacional – PMDgI
1. Franquias 2. Marketing Internacional 3. estratégia 4. Processo de 
internacionalização I. Rocha, thelma valéria II. Borini, Felipe Mendes III. spers, eduardo 
eugênio Iv. Ogasavara, Mario Henrique. v. Khauaja, Daniela vI. Camargo, Adriana vII. 
Melo, Pedro Lucas de Resende. 
CDu 339.187.44
PreFácio
As marcas brasileiras começam a ganhar o mundo. Visionários, franqueadores 
do País estão superando barreiras culturais, logísticas, tributárias e expandindo as 
operações de suas redes para além das fronteiras nacionais.
Fruto de um valoroso trabalho de pesquisadores da ESPM, esta obra publicada 
bienalmente desde 2010 chega à sua terceira edição comprovando que, gradativa-
mente, estamos avançando na internacionalização das redes brasileiras, um dos 
pilares da Associação Brasileira de Franchising - ABF.
Com este novo estudo, temos a criação de uma série histórica que nos possibi-
lita fazer uma análise comparativa do processo de internacionalização das franquias 
brasileiras ao longo do tempo e dos diferentes estágios em que estão essas empresas.
Dados da entidade mostram que, há quatro anos, 65 marcas nacionais estavam 
internacionalizadas. Já em 2012, o número subiu para 92 franquias e, agora em 
2014, o levantamento atualizado indica que 105 redes genuinamente brasileiras 
marcam presença no exterior, um crescimento de 62% no processo de internacio-
nalização das franquias nacionais no período.
Certamente temos um universo de oportunidades para expandir as marcas 
brasileiras em todo o mundo. Nesse sentido, fiel ao seu compromisso de promo-
ver o desenvolvimento do franchising nacional, a ABF trabalha em parceria com 
a Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos 
e, no campo acadêmico, com a ESPM.
Portanto, parabenizo à ESPM, por meio do Programa de Mestrado e Doutorado 
em Gestão Internacional - PMDGI, por esta importante contribuição, assim como às 
empresas franqueadoras pesquisadas, sem as quais esta obra não poderia ser realizada.
Este livro aprofunda nosso conhecimento e nos oferece mais subsídios para 
que todos avancemos pelo bem da indústria do franchising e, especialmente, pelo 
bem do Brasil.
Cristina Franco
Presidente da Associação Brasileira de Franchising
sumário
Apresentação ........................................................................................................................
1. Introdução ...........................................................................................................................
2. Internacionalização das Franquias Brasileiras ......................................................
2.1 evolução frente aos dados dos estudos anteriores ...................................
3. Aspectos Conceituais ....................................................................................................
3.1 estágios de internacionalização ........................................................................
3.2 O papel do tomador de decisão 
em relação à internacionalização............................................................................
3.3 seleção de franqueados ......................................................................................
4. Resultados do estudo ...................................................................................................
4.1 Resultados da análise qualitativa .....................................................................
4.2 estágios de internacionalização ......................................................................
4.3 seleção de franqueados......................................................................................
5. Recomendações ..............................................................................................................
6. Considerações Finais .....................................................................................................
Referências .............................................................................................................................
Apêndice A. Questionário.................................................................................................
Anexo A. Franquias brasileiras no exterior em junho de 2014 ...........................
27
24
23
17
16
8
7
28
31
32
35
40
47
51
55
57
61
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
7
aPresentação
Este estudo foi desenvolvido entre maio e outubro de 2014, e representa uma con-
tinuidade da parceria firmada em 2010 entre a Associação Brasileira de Franchising 
(ABF), por intermédio de seu Diretor-Executivo, Sr. Ricardo Camargo, e a ESPM, 
por intermédio da professora Dra. Thelma Valéria Rocha, Coordenadora do PMDGI. 
O tema Internacionalização das Franquias Brasileiras tem ganhado espaço no Programa 
de Mestrado e Doutorado em Gestão Internacional (PMDGI) da ESPM desde 2010. 
Em novembro de 2011, o Grupo de Estudos de Internacionalização das Franquias 
Brasileiras (IFB) foi registrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq). Este grupo é formado por professores-doutores de diversas insti-
tuições: Pedro Lucas de Resende Melo, do PPGA-UNIP e PUC-SP, e Moacir de Miranda 
Oliveira Júnior, da FEA/USP, bem como os professores do PMDGI da ESPM, Thelma 
V. Rocha, Felipe M. Borini, Eduardo E. Spers, Mário H. Ogasavara, Daniela Khauaja e 
a doutoranda Adriana Camargo - todos interessados nesse movimento de crescimento.
Este relatório de pesquisa foi desenvolvido por uma parte dos integrantes do 
Grupo de Estudos IFB: os professores Thelma Rocha, Felipe Borini, Eduardo Spers, 
Mário Ogasavara, Daniela Khauaja e Pedro Melo, e a doutoranda Adriana Camargo.
Na coleta de dados, durante a ABF Franchising Expo 2014, realizada no Expo Center 
Norte em São Paulo, participaram também os alunos de mestrado do PMDGI: Juliana 
Chini, Mirella Cais J. de Oliveira, Renato Bulgarão, Alexandre Degani Cantone e Cristiane 
M. de Moura Guedes, e o aluno Victor Ragazzi Isaac, do mestrado do PPGA-UNIP. 
Por parte da ABF, este estudo contou com a participação do Diretor de Inteligência 
de Mercado Rogério Feijó, da Coordenadora de Inteligência de Mercado Vanessa Bretas 
e da Analista de Inteligência de Mercado Kátia Santana.
Este relatório está dividido em seis itens, começando com a introdução. No segundo 
item, são apresentados aspectos associados à internacionalização das franquias brasilei-
ras; no terceiro aborda-se uma visão mais conceitual sobre estágios de internacionali-
zação, o papel do tomador de decisão em relação à internacionalização e os aspectos 
considerados na seleção dos franqueados. No quarto item, são apresentados os resul-
tados do estudo; no quinto, algumas recomendações, e, por fim, no sexto item são 
apresentadas as considerações finais.
1. InTRODuçãO
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
9
O principal objetivo deste estudo é retratar os desafios vivenciados tanto 
pelas franquias brasileiras durante seu processo de internacionalização quantopor aquelas que ainda não se internacionalizaram. 
A amostra foi extraída de uma população de 105 franquias internacionalizadas 
(Anexo A) em junho de 2014, fornecida pela ABF. Foram feitas quatro entrevistas 
em profundidade com gestores de franquias internacionalizadas, além de serem 
preenchidos e validados 60 questionários (Apêndice A) por franquias internacio-
nalizadas e não internacionalizadas, durante a Feira oficial de franquias da ABF. 
Os dados utilizados pela ABF foram apurados junto às empresas franqueadoras.
caracterização do segmento 
de Franquias no brasil
Durante o período entre 2001 e 2013, o segmento de franquias apresentou 
um crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, por exemplo, 
enquanto o PIB teve um aumento de 2,5%, as franquias cresceram 11,9% (Figura 1).
Figura 1. Crescimento do setor de franquias em comparação com o PIB
Fontes: ABF (2013), IBge (2014)
2001 2002 2003 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 20122004 2013
12,0%
1,3%
2,7%
1,1%
5,7%
3,2%
4,0%
6,1%
5,2%
-0,3%
7,5%
2,7%
0,9%
2,5%
12,0%
3,7%
9,0%
13,0%
11,0%
15,6%
19,5%
14,7%
20,4%
16,9% 16,2%
11,9%
PIB Franquias
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
10
O faturamento dessas franquias foi de R$ 115,582 bilhões, em 2013 (ABF, 2014). 
As 20 primeiras franquias somadas representam mais de 23 mil unidades. Os 
principais segmentos contemplados são: Alimentação, Cosméticos/Perfumaria 
e Escolas de Idiomas.
No Brasil, o segmento que mais cresceu em faturamento em 2013, em com-
paração com o ano anterior, foi o de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (23,9%), 
seguido pelo de Hotelaria e Turismo (21,9%) e Acessórios Pessoais e Calçados 
(17,1%), conforme a Tabela 1.
Tabela 1. Faturamento e crescimento do setor por segmento (em R$ bilhões)
segmentos 2012 2013 Variação
esporte, saúde, Beleza e Lazer 17,87 22,14 23,9%
Hotelaria e turismo 5,49 6,69 21,9%
Acessórios Pessoais e Calçados 6,29 7,36 17,1%
Alimentação 20,58 23,99 16,6%
educação e treinamento 6,51 7,59 16,6%
Comunicação, Informática e eletrônicos 1,59 1,83 15,1%
Casa e Construção 5,52 6,26 13,4%
vestuário 8,38 9,39 12,1%
veículos 3,69 4,12 11,5%
Limpeza e Conservação 1,06 1,07 1,6%
Negócios, serviços e Outros varejos 26,3 25,1 -4,6%
Total 103,3% 115,6% 11,9%
Fonte: ABF (2013)
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
11
Apesar de ter apresentado queda em faturamento, o segmento de Negócios, 
Serviços e Outros Varejos continuou sendo o mais representativo (22%), seguido 
pelo de Alimentação (21%) e de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (19%), como 
pode ser observado na Figura 2.
Em relação ao contexto mundial, o Brasil situa-se em sexto lugar na relação 
do setor de franchising por número de franquias (Tabela 2), com 114.409 uni-
dades, o que representa um crescimento de 22,9% em relação a 2012, quando 
o País tinha 93.098 unidades.
Figura 2. Distribuição do faturamento por segmentos de atuação em 2013
Fonte: ABF (2013)
Negócios, Serviços 
e Outros Varejos
Alimentação
Esporte, Saúde, 
Beleza e Lazer
Vestuário
Educação e 
Treinamento
Acessórios Pessoais 
e Calçados
Hotelaria e Turismo
Casa e Construção
Veículos
Comunicação, 
Informática e 
Eletrônicos
Limpeza e 
Conservação
22%
21%
19%
8%
7%
6%
6%
5%
3% 2% 1%
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
12
Em número de marcas, o Brasil ocupa posição de maior destaque: é o ter-
ceiro do mundo, com 2.703 (Tabela 3), quantidade 33% superior a 2012, quando 
ocupava a quarta posição, com 2.031 marcas.
Tabela 2. Posição do Brasil em termos de unidades no mundo
Posição País Total de unidades
1a estados unidos 770.368
2 a China 330.000
3 a Coreia do sul 310.000
4 a Japão 234.146
5 a Filipinas 125.000
6 a Brasil 114.409
7 a Índia 100.000
8 a México 71.221
9 a Austrália 70.000
10 a Alemanha 66.900
Fontes: WFC e ABF (2013)
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
13
Tabela 3. Posição do Brasil em termos de marcas no mundo
Posição País Total de marcas
1 a China 4.000
2 a Coreia do sul 3.034
3 a Brasil 2.703
4 a estados unidos 2.500
5 a turquia 1.843
6 a Índia 1.800
7 a França 1.719
8 a Filipinas 1.300
9 a Japão 1.233
10 a Canadá 1.200
Fontes: WFC e ABF (2013)
As franquias brasileiras estão presentes em 60 países. Os principais mer-
cados de destino são os Estados Unidos e Portugal, com 42 e 24 marcas de 
franquias brasileiras, respectivamente. Um segundo grupo é formado por 
Paraguai e Angola, com 31 e 17 marcas de franquias cada um. A Figura 3 
destaca os destinos das franquias brasileiras.
Na Figura 3, observa-se que são preferidos os países que possuem o 
mesmo idioma nacional, como Portugal e Angola. Outros países como 
Paraguai e Argentina são atrativos para as franquias brasileiras por pos-
suírem maior proximidade cultural e/ou geográfica. Já os Estados Unidos 
são uma tendência de internacionalização das empresas brasileiras de um 
modo geral, já que o país é o primeiro mercado das multinacionais e o 
segundo mercado em volume de exportação.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
14
Na Figura 4, fica evidente o crescimento do número de marcas de fran-
quias brasileiras, nos dois últimos anos, em quase todos os países, especial-
mente nos Estados Unidos (49%, de 29 para 42 marcas), no Paraguai (48%, 
de 21 para 31 marcas), na Argentina (58%, de 12 para 19 marcas) e no Chile 
(55%, de 11 para 17 marcas).
Figura 3. Principais destinos da internacionalização das marcas de franquias brasileiras
Fonte: ABF (2013)
42
Estados
Unidos
31
Paraguai
19
Argentina
34
Portugal
16
México
12
Colômbia
9
Peru
15
Bolívia
11
Uruguai
14
Espanha
9
França
1
Irã
2
Qatar
6
Líbano
7
Austrália
1
Tailândia
11
Japão
1
Coreia
do Sul
1
Mongólia
9
Itália
17
Angola
17
Chile
As Franquias Brasileiras estão presentes em 60 países.
121 Marcas com presença internacional.
Representam 4,8% do total de marcas nacionais.37 outros países
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
15
Figura 4. evolução do número de marcas de franquias brasileiras por país de 
destino: 2012-2013
Fonte: ABF (2013)
Estados Unidos
Portugal
Paraguai
Argentina
Angola
Chile
México
Bolívia
Espanha
Colômbia
Japão
Uruguai
Venezuela
França
Peru
Itália
Costa Rica
Austrália
Líbano
Emirados Árabes
Inglaterra
Arábia Saudita
Outros
2013 2012
454035302520151050
42
34
31
19
17
17
16
15
14
12
11
11
8
9
9
9
8
7
6
2
3
5
37
2. InTERnACIOnALIzAçãO 
DAS FRAnquIAS 
BRASILEIRAS
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
17
A decisão de internacionalização da franquia pode representar um momento de 
desafio para a empresa (FORTE; CARVALHO, 2013). Porém, esse movimento 
vem se tornando cada vez mais crescente e natural para as franquias brasileiras.
Segundo a ABF (2013), apesar de apenas 5% das franquias brasileiras ope-
rarem internacionalmente, na última década este processo de internacionali-
zação cresceu mais de 300%.
As redes de franquias brasileiras possuem operação em mais de 60 países 
de todos os continentes, totalizando mais de 800 unidades franqueadas no 
exterior. Tal movimento permite diferentes explicações sobre os modelos de 
internacionalização adotados (MTIGWE, 2006; TODD, 2006).
O processo de internacionalização, muitas vezes, é estimulado por um 
conjunto de razões que levam as franquias a optarem por entrar de diferentes 
maneiras em mercados estrangeiros distintos.
A busca por novos mercadospode ser considerada uma possibilidade atraente, 
pois permite uma expansão nas vendas. Outra razão para a franquia é que ela 
poderá fazer o uso dos mesmos recursos e competências que lhe conferiram 
vantagem competitiva no mercado original em outro país.
A economia de escala e a busca de recursos no mercado estrangeiro 
é outra motivação da expansão internacional. O conhecimento especia-
lizado e a diversificação permitem diminuir a dependência de um único 
mercado (PENG, 2009).
Khauaja (2010) reforça ainda que outro aspecto a ser ressaltado na interna-
cionalização das franquias consiste na valoração da marca.
2.1 evolução Frente aos 
dados dos estudos anteriores
No primeiro volume deste estudo, Rocha, Borini e Spers (2010) mostraram 
que existem três importantes fatores que contribuem para a internacionalização 
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
18
de franquias: (i) experiência internacional do empreendedor; (ii) rede de con-
tatos de negócio no mercado externo; (iii) desenvolvimento de produto dife-
renciado capaz de ser reconhecido no exterior.
A importância da internacionalização de multinacionais brasileiras tem 
ganhado destaque em estudos na área. Um exemplo é o Observatório de 
Multinacionais Brasileiras da ESPM, que consiste em um centro de pesquisa 
internacional que vem coletando dados de empresas brasileiras com atuação 
no exterior. Segundo os dados do Observatório de Multinacionais Brasileiras 
da ESPM (2014), das 100 multinacionais brasileiras mapeadas, o setor manufa-
tureiro é o mais internacionalizado, representando 69% dos casos observados. 
O setor de prestação de serviços em Tecnologia da Informação e engenharia, 
abrange 26% dos casos e o setor primário/extrativista 5%. Chama a atenção 
a internacionalização acelerada do setor de prestação de serviços e a migra-
ção de empresas que atuavam apenas no setor primário para atividades mais 
intensivas de manufatura.
No primeiro volume, Rocha, Borini e Spers (2010) apontaram que as fran-
quias brasileiras tinham operações recentes no exterior (em média cinco anos 
de experiência internacional), e ainda pequenas, mas que representavam um 
bom desafio para os gestores em termos de lucratividade e crescimento.
No segundo volume, Rocha et al (2012) recomendaram, com base nos resul-
tados, implicações gerenciais para a internacionalização das franquias brasilei-
ras: (1ª) criar um comportamento estratégico focado para atuar no exterior; 
(2ª) conciliar diferentes comportamentos estratégicos por meio de estruturas 
organizacionais diferenciadas; (3ª) revisar o modelo de negócio para atuar no 
exterior; (4ª) definir uma única identidade de marca global e adaptar o com-
posto de marketing; (5ª) investir no reconhecimento do mercado externo; (6ª) 
coordenar e mensurar o resultado das ações de marketing; (7ª) aproveitar o 
momento atual; e (8ª) visualizar a internacionalização além das vendas.
Comparando os resultados de 2010 com 2012, na Tabela 4 percebe-se um 
crescimento de 41% no número de franquias internacionalizadas, partindo-se 
de 65 em 2010 para 92 em 2012. Já entre 2012 e 2014, houve uma variação posi-
tiva de 14% e um crescimento total de 62% nos últimos quatro anos.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
19
Considerando a distribuição por número de países, na Tabela 4 houve cres-
cimento no número de franquias em um país, de 28 empresas em 2010 para 
51 em 2014; de 21 empresas para 32 atuando em dois a quatro países; e uma 
variação de 16 para 22 empresas em cinco países ou mais em 2014.
As 22 redes de franquias que operam em cinco ou mais países são listadas 
na Tabela 5 distribuídas por segmento, com a relação dos países onde atua-
vam em 2014 e 2012.
Tabela 4. variação do número de países em que as franquias brasileiras operam no 
exterior
No País Exterior 2010 2012 2014 (2010-2014)
5 ou mais 16 15 22 + 38%
2 a 4 21 27 32 + 52%
Apenas 1 28 50 51 + 82%
Total de Franquias 
Internacionalizadas
65 92 105 + 62%
Fontes: Rocha, Borini e spers (2010); Rocha et al (2012)
Tabela 5. As 22 redes de franquias internacionalizadas em cinco ou mais países
segmento Marca
No Países 
2014
No Países 
2012
Países 
em 2014
Acessórios 
Pessoais e 
Calçados 
via uno 18 25
áfrica do sul, Argentina, 
Chile, Costa Rica, 
Cuba, emirados 
árabes, Filipinas, 
França, guadalupe, 
Itália, Jordânia, México, 
Panamá, Paraguai, Peru, 
Portugal, República 
Dominicana e Curaçau
Bebidas, 
Cafés, Doces 
e salgados 
showcolate 18 9
Chile, México, Peru, 
Panamá, guatemala, 
Portugal, venezuela, 
Omã, Líbano, Arábia 
saudita, Qatar, Kuwait, 
emirados árabes, 
Bahrain, estados 
unidos e Canadá
Continua...
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
20
segmento Marca
No Países 
2014
No Países 
2012
Países 
em 2014
Acessórios 
Pessoais e 
Calçados 
Carmen 
steffens 14 13
áfrica do sul, Angola, 
Argentina, Austrália, 
Bolívia, Canadá, 
espanha, estados 
unidos, França, 
Moçambique, Paraguai, 
Portugal, uruguai e Chile
Acessórios 
Pessoais e 
Calçados 
Dumond 13 10
áfrica do sul, Angola, 
Arábia saudita, 
Canadá, Costa Rica, 
emirados árabes, 
Filipinas, Líbano, Omã, 
Paraguai, Kuwait, 
tunísia e Mongólia
escolas de 
Idiomas CCAA 11 11
Argentina, Austrália, 
Chile, el salvador, 
espanha, estados 
unidos, Inglaterra, 
Itália, Japão, México 
e Portugal
escolas de 
Idiomas 
Wizard 
Idiomas 11 8
China, Colômbia, 
estados unidos, 
guatemala, Inglaterra, 
Irlanda, Japão, 
Paraguai, México, 
Angola e Costa Rica
Bebidas, 
Cafés, Doces 
e salgados 
Fabrica di 
Chocolate 10 9
Austrália, Costa Rica, 
espanha, Inglaterra, 
Japão, México, Portugal, 
República Dominicana, 
venezuela e Kuwait
Comunicação, 
Informática e 
eletrônicos 
tOtvs 10 17
Argentina, México, 
Chile, Paraguai, 
Portugal, uruguai, 
Bolívia, Peru, 
Colômbia, e Angola
Tabela 5. Continuação
Continua...
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
21
Tabela 5. Continuação
segmento Marca
No Países 
2014
No Países 
2012
Países 
em 2014
vestuário Cantão 9 6
Alemanha, Colômbia, 
emirados árabes, 
estados unidos, 
França, Itália, Portugal, 
Austrália e grécia
vestuário Colcci 9 8
guatemala, Arábia 
saudita, Portugal, 
espanha, Japão, 
estados unidos, Ilha 
Reunião, Malta e Chile
vestuário Lilica & tigor 8 3
Bolívia, Colômbia, Peru, 
Chile, Itália, Portugal, 
Costa Rica e Líbano
Cosméticos e 
Perfumaria O Boticário 8 6
Angola, Arábia 
saudita, estados 
unidos, Paraguai, 
Portugal, venezuela, 
Japão e Moçambique
serviços 
Automotivos 
Localiza Rent 
a Car 8 8
Argentina, Bolívia, 
Chile, Colômbia, 
equador, Paraguai, 
Peru e uruguai
Acessórios 
Pessoais e 
Calçados 
It Beach 7 N/D
França, Itália, Israel, 
Portugal, espanha, 
Chile e Argentina
escolas de 
Idiomas escolas Fisk 6 6
Angola, Argentina, 
Bolívia, estados 
unidos, Japão e 
Paraguai
Acessórios 
Pessoais e 
Calçados 
victor Hugo 6 N/D
estados unidos, 
tailândia, emirados 
árabes, Itália, Inglaterra 
e Canadá
Acessórios 
Pessoais e 
Calçados 
Arezzo 5 4
Bolívia, Paraguai, 
Portugal, venezuela 
e China
Continua...
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
22
segmento Marca
No Países 
2014
No Países 
2012
Países 
em 2014
Beleza, saúde 
e Produtos 
Naturais 
Hoken 5 3
espanha, Paraguai, 
Portugal, Bolívia 
e Nigéria
vestuário Hering store 5 4
Bolívia, Paraguai, 
uruguai, venezuela 
e Chile
Acessórios 
Pessoais e 
Calçados 
Maz Brasil 5 5
espanha, estados 
unidos, Israel, Líbano 
e Portugal
Cosméticos e 
Perfumaria 
truss 
Cosmetics 5 5
Angola, equador, 
estados unidos, 
Japãoe venezuela
escolas de 
Idiomas Wise up 5 N/D
Argentina, Colômbia, 
México, estados 
unidos e China
Fonte: ABF (2014)
Notas: N/D - informação não disponível; Novas operações
Tabela 5. Continuação
Na Tabela 5, verifica-se que o segmento de Acessórios Pessoais e Calçados 
apresenta destaque, seguido pelo segmento de Escolas de Idiomas. Ressalta-se 
a permanência de 16 franquias que atuam em cinco ou mais países desde o pri-
meiro estudo em 2010, mostrando o comprometimento de longo prazo com 
as operações no exterior.
3. ASPECTOS COnCEITuAIS
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
24
Os aspectos conceituais abordados neste estudo são: os estágios percorridos 
pelas franquias durante seu processo de internacionalização; o papel do toma-
dor de decisão e a seleção dos franqueados.
3.1 estágios de internacionalização
O estágio de internacionalização da rede de franquia diz respeito ao seu 
grau de maturidade e comprometimento com as operações internacionais. 
Essa teoria foi aplicada ao setor de franquias considerando a realidade ameri-
cana na década de 1990. Os Estados Unidos são o maior mercado de redes de 
franquias e o país com o maior número de redes internacionalizadas.
A estratégia de internacionalização passou a vigorar na agenda das redes 
americanas na década de 1990, conforme aponta o estudo desenvolvido por 
McIntyre e Huszagh (1995).
No começo da década de 1990, somente 20% das redes americanas possuíam 
operações no exterior. Até esse período, havia uma concentração na estratégia 
de crescimento do mercado interno americano e uma preocupação em desenvol-
ver os mecanismos de franchising doméstico. Como mecanismos de franchising, 
consideramos o composto que gera sustentação a uma rede de franquias, com-
preendido pelo: suporte ao franqueado; desenvolvimento da marca; aumento da 
capacidade de controle; monitoramento das unidades; entre outros.
Cavusgil e Nevin (1980) criaram um modelo que descrevia os estágios per-
corridos pelas empresas norte-americanas no momento de internacionalização 
via exportação. McIntyre e Huszagh (1995) adaptaram o modelo considerando 
a realidade das franquias norte-americanas em seus estágios de internaciona-
lização, como mostra a Figura 5.
A escala proposta pelos autores possui quatro gradações. Esses estágios pos-
suem dependência, ou seja, para se alcançar o nível de maior comprometimento 
e entendimento do mercado internacional, a rede de franquias trilha um cami-
nho que gera conhecimento incremental para dar o passo seguinte no exterior.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
25
A Figura 5 apresenta os quatro estágios do processo de internacionaliza-
ção identificados pelos autores como atividades críticas percorridas pelo sis-
tema de franchising.
O estágio inicial compreende as operações do franchising doméstico, em 
que a rede de franquias possui menor complexidade e maior conhecimento das 
características do mercado. Para a rede de franquias, as operações domésticas 
são uma oportunidade de testar o composto de franchising, visto que, quando 
decidir operar internacionalmente, as competências de controle, monitora-
mento, suporte e marca serão demandadas mais intensamente.
Figura 5. estágios percorridos durante a internacionalização de franquias
Fonte: McIntyre e Huszagh (1995, p. 41) adaptado de Cavusgil e Nevin (1980, p. 68-71)
ESTÁGIO 1
Franchising Doméstico
Franchising exclusivamente no mercado doméstico.
ESTÁGIO 2
Envolvimento Experimental
Avanço preliminar da expansão internacional, 
levando ao envolvimento mínimo.
ESTÁGIO 3
Envolvimento Ativo
Exploração sistemática da expansão internacional 
da atividade de franchising.
ESTÁGIO 4
Envolvimento com Alto Comprometimento
Comprometimento de longo prazo com o franchising 
em mercados internacionais.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
26
Por meio da distribuição doméstica, as empresas adquirem conhecimento de 
marketing e das características dos consumidores que podem ser transferidas para 
outras localizações geográficas, facilitando um ‘crescimento lateral’ e o estabele-
cimento de operações em novos ambientes ( JOHANSON;VAHLNE, 1977, p. 28).
O estágio 2 envolve as redes de franquias em estágios experimentais, ou 
seja, que possuem uma ou poucas unidades no exterior, baixo comprometi-
mento financeiro da rede e poucos mercados de atuação. Geralmente, o prin-
cipal objetivo é testar o mercado internacional e o composto de franchising. 
Esse teste inicial é útil na decisão sobre o comprometimento futuro com as 
operações internacionais.
De acordo com McIntyre e Huszagh (1995), no estágio 2 o interesse do 
executivo principal aparece como um dos fatores cruciais na decisão de inter-
nacionalização. Alguns franqueadores testam o novo mercado com unidades 
próprias antes de iniciar o modelo de franchising, adquirindo conhecimento 
no mercado. Neste estágio de experimentação, algumas empresas desistem 
das operações internacionais principalmente por falta de recursos financeiros 
e gerenciais para manter a operação.
No estágio 3, encontram-se as redes de franquias que possuem envolvimento 
ativo no exterior, ou seja, apresentam crescimento internacional contínuo.
Após entrar no mercado estrangeiro, o sucesso das unidades interna-
cionais torna-se um catalisador para novas iniciativas. Neste estágio ativo, a 
maioria das franquias expande suas operações com ritmo lento e constante de 
forma a atender aos requisitos legais e administrativos de cada novo mercado 
(MCINTYRE; HUSZAGH, 1995). Geralmente, essas empresas tendem a bus-
car mercados internacionais que possuam proximidades psíquicas e culturais 
a fim de reduzir os riscos e aumentar as chances de sucesso dessas operações.
O estágio 4 corresponde ao envolvimento com alto comprometimento no 
exterior. Neste estágio, as empresas percorreram as etapas anteriores e possuem 
capacidade financeira e gerencial para crescer internacionalmente. Essas redes 
apresentam diversificação de países em que atuam e um número relevante de 
unidades em cada país. Os investimentos feitos no exterior são significativos e 
demonstram comprometimento em manter e ampliar a operação no exterior.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
27
Na parte empírica deste estudo, foi solicitado para as empresas entrevis-
tadas que indicassem seu estágio de internacionalização. Além disso, em fun-
ção do número de países em que atuam, classificamos as empresas brasileiras 
internacionalizadas nos quatro estágios.
3.2 o PaPel do tomador de decisão 
em relação à internacionalização
Conforme McIntyre e Huszagh (1995), o interesse do executivo sênior apa-
rece como um dos fatores principais na decisão de internacionalização. Sendo 
assim, neste item observa-se o papel do gestor principal em relação à decisão 
de internacionalização.
No mundo globalizado, a internacionalização não deve ser vista como única 
solução para todos os desafios enfrentados pelas empresas. No entanto, ainda 
que a expansão internacional seja apenas uma entre as possíveis estratégias de 
crescimento (ANSOFF, 1991), em muitos casos é uma condição necessária não 
somente para o reforço da posição competitiva, mas também para a sobrevi-
vência da empresa (CASSANO, 2007).
O processo de internacionalização de uma organização necessita ser pensado 
e planejado previamente para que sejam minimizados possíveis problemas na sua 
entrada em uma nova realidade cultural, social, política e econômica. Alguns aspec-
tos precisam ser analisados cuidadosamente, entre os quais as decisões que levaram 
a organização a entrar em determinado país e o modo de entrada escolhido por ela.
Existem duas decisões interdependentes para a entrada da organização em 
outro país: a localização e o modo de controle. A primeirarefere-se à escolha do 
país e, mais especificamente, de sua região. Em outras palavras, refere-se ao ques-
tionamento: para onde internacionalizar? Há duas estratégias genéricas: diversi-
ficação de mercados e concentração de mercado (BRADLEY; GANNON, 2000).
Ao diversificar, o objetivo é alcançar um alto retorno com baixo compro-
metimento de recursos em muitos mercados. Ao concentrar, a empresa dedica 
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
28
alto nível de esforço de marketing para cada um dos poucos mercados na ten-
tativa de obter uma participação significativa neles. A empresa somente entra 
em outros mercados após ter construído uma posição forte no mercado inicial.
O modo de controle, por sua vez, está relacionado à definição do pro-
cesso, que pode ser: i) exportação, com a localização da organização em 
seu país de origem e controlada administrativamente; ii) licenciamento ou 
franchising, com a localização fora do país de origem e contratualmente 
controlada; iii) alianças e joint-ventures; iv) investimento direto, com a orga-
nização localizada e administrativamente controlada fora de seu país de 
origem (BUCKLEY; CASSON, 1998).
O franqueador entende a internacionalização e seu processo não como 
algo único, mas como uma estratégia constituída de partes, ou seja, variáveis 
que as descrevem ou as influenciam (LANCASTER, 1966). Outro aspecto que 
está relacionado e influencia o tomador de decisão da franquia, nas decisões 
que envolvem seu processo de internacionalização, é a dificuldade em se ava-
liar todas as variáveis que seriam relevantes.
O pensamento racional é a ausência de erros de percepção na tomada de 
decisões. Como o gestor da franquia não consegue pensar em todas as variá-
veis, seu processo de escolha e julgamento não está livre de vieses, ou seja, 
decisões puramente racionais (baseadas no pensamento lógico, estatístico, 
matemático e probabilístico).
A racionalidade limitada (SIMON, 1957) não implica em algo negativo, ape-
nas justifica que existe uma lógica de decisão própria que varia de franqueado 
para franqueado. Identificar e avaliar essas diferenças foi o objetivo principal 
da pesquisa qualitativa realizada neste estudo.
3.3 seleção de Franqueados
O pensamento racional ou irracional do gestor também influencia a forma 
como ele seleciona os franqueados.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
29
A franquia vem sendo amplamente utilizada como um modo de operação 
no processo de internacionalização de empresas do setor do varejo.
O sistema de franquia beneficia tanto o franqueador como o franqueado. 
O franqueado obtém acesso a uma marca e conceito de negócio já reconhe-
cido no mercado, bem como treinamentos, publicidade e sistema de gestão 
para iniciar suas atividades. Já o franqueador obtém acesso ao mercado e con-
segue expandir seus negócios com menor investimento.
A escolha de qual mercado a empresa irá instalar sua nova unidade é uma 
decisão importante a ser tomada pelo franqueador. Anne Doherty, pesquisadora 
da Universidade de Glamorgan (Inglaterra), destaca que um aspecto central a 
ser considerado pelo franqueador antes da escolha do mercado de operação 
consiste na seleção adequada do franqueado (DOHERTY, 2009).
Isso vem ao encontro da pesquisa dos americanos Thani Jambulingam, da 
Universidade de Saint Joseph, e John Nevin, da Universidade de Wisconsin, que 
realizaram um estudo em franquias nos Estados Unidos ( JAMBULINGAM; 
NEVIN, 1999). A pesquisa mostrou que a aplicação de uma seleção criteriosa 
do franqueado é um importante controle estratégico e que os aspectos consi-
derados na escolha do parceiro explicam boa parte do sucesso das operações 
das unidades franqueadas.
Os principais aspectos para uma seleção adequada do franqueado envolvem, 
de acordo com Jambulingam e Nevin (1999), Grewal et al (2011) e Brookes (2011):
•	 Aspectos financeiros – relacionados principalmente com a capacidade 
financeira do parceiro (franqueado) em investir recursos próprios no inves-
timento da franquia. Adicionalmente, podem estar associados à sua capa-
cidade de obtenção de financiamento externo, uma vez que, para obter 
recursos externos, há necessidade de garantia patrimonial do franqueado;
•	 Aspectos pessoais – características pessoais do franqueado ligadas a uma ati-
tude empreendedora e inovadora e à sua iniciativa, bem como ao comprome-
timento pessoal e entusiasmo com a operação da franquia. Também abrange o 
sentimento pessoal de compartilhar objetivos e aspirações similares à marca ou 
ao franqueador, o que está associado à chamada ‘química certa’ entre parceiros;
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
30
•	 Aspectos gerenciais – relacionam-se com as experiências e habilidades 
gerenciais do franqueado em lidar com a administração de empresas. Tais 
habilidades envolvem a prévia experiência em operar em uma atividade 
similar à da franquia, outro tipo de negócio, ter ocupado algum cargo de 
gestão, ou mesmo ter sido um profissional autônomo;
•	 Aspectos mercadológicos – referem-se à habilidade mercadológica do fran-
queado para a operacionalização do negócio. Abrange o conhecimento do 
mercado local escolhido para a franquia iniciar suas atividades e dos poten-
ciais clientes e concorrentes. E ainda a capacidade adquirida com a experiên-
cia em lidar com vendas, atendimento ao público e gestão de marketing.
Dessa forma, controlar a qualidade dos franqueados, utilizando critérios 
apropriados de seleção de parceiros, impacta de maneira significativa o sucesso 
do negócio.
A forma como as franquias brasileiras selecionam seus franqueados, tanto 
no Brasil como no exterior, foi avaliada na parte empírica deste estudo.
4. RESuLTADOS 
DO ESTuDO
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
32
Neste item são apresentados os resultados da pesquisa de campo. Foram empre-
gadas duas abordagens: uma quantitativa e outra qualitativa, com a triangu-
lação dos resultados.
A pesquisa qualitativa foi desenvolvida pelo método de entrevistas em pro-
fundidade. Foram entrevistados quatro gestores de franquias indicados pela 
ABF, responsáveis pelos seus processos de internacionalização.
Na pesquisa de natureza quantitativa, foi utilizado o método survey e desenvol-
vido um questionário (Apêndice A), que foi respondido por 60 gestores de franquias 
internacionalizadas e não internacionalizadas, com o objetivo de mensurar o estágio 
de internacionalização dessas empresas e seu processo de seleção de franqueados.
A coleta de dados contou com o preenchimento de questionários e foi 
direcionada aos gestores das franquias. Nesse caso, 60 questionários foram 
preenchidos durante a Feira da ABF, em junho de 2014, e após a Feira na ver-
são online enviada por e-mail.
A partir de uma população de 105 redes de franquias brasileiras internacio-
nalizadas relacionadas no mailing da ABF em junho (2014), listadas no Anexo 
A, foram preenchidos e validados 20 questionários, correspondendo a uma 
amostra de 19% do total das redes de franquias brasileiras internacionalizadas 
e uma amostra de 40 redes de franquias com operação doméstica.
A escala Likert, com cinco pontos, foi utilizada para avaliar o estágio de 
internacionalização e o processo de seleção de franqueados.
Em todo o processo de pesquisa foi assegurado o sigilo quanto à identi-
dade da franquia e dos entrevistados, de modo que os dados serão apresen-
tados de forma agrupada e os respectivos respondentes denominados apenas 
como ‘entrevistados’ neste relatório.
4.1 resultados da análise qualitativa
Para avaliar o processo decisório em relação aos desafios e benefícios da 
internacionalização, foi realizada pesquisa qualitativa com entrevistas em pro-
fundidade com quatro franquias.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras33
Dados qualitativos das pesquisas anteriores referentes ao processo de inter-
nacionalização de outras franquias também foram explorados na análise.
Embora o número de entrevistados seja pequeno, as entrevistas foram 
em profundidade e baseadas em técnicas como cadeias-meio fim, que visam 
identificar valores pessoais envolvidos na decisão e a técnica de configuração 
e imagem de produto, que busca avaliar os atributos centrais e periféricos - 
no caso, do processo de internacionalização e seus benefícios. Portanto, não 
é possível inferir que os resultados aqui encontrados servem para todas as 
franquias, mas o que podemos apresentar é que tais resultados foram encon-
trados e considerados relevantes para as franquias entrevistadas, e que pode-
rão ser úteis às demais franquias que estejam no mesmo estágio do processo 
de internacionalização.
A seguir são apresentados alguns aspectos relevantes dos resultados obtidos:
Desafios da internacionalização
Entre as dificuldades da internacionalização mencionadas pelos entre-
vistados na pesquisa qualitativa, estão de um lado questões mais operacio-
nais, como burocracia, tributação, logística, legislação de cada país e obten-
ção de insumos, este último especialmente para empresas que dependem 
de importação de produtos. E, por outro lado, as questões relacionadas às 
estratégias de marketing, isto é, o entendimento e a adequação à cultura de 
cada país, os diferentes idiomas, a busca por bons operadores e a escala para 
atuar no exterior, entre outros.
Gestão da marca no exterior
Uma das preocupações observadas, principalmente por quem atua no exte-
rior há mais tempo, é a questão do monitoramento do padrão da loja e con-
sequente proteção ao posicionamento da marca.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
34
Uma frase que pode ser destacada nesse sentido por um dos entrevistados: 
“... é preciso manter o DNA da marca no exterior...”. Outra fala que merece 
destaque é a de que a franquia “deve explorar o potencial total no Brasil para 
depois se lançar no exterior”.
Benefícios da internacionalização
Entre os benefícios descritos advindos da internacionalização, estão: a con-
solidação da marca, ganhos em escala, diluição do risco, valorização do negó-
cio, aprendizado, experiência, multiplicação (crescimento), inovação, lucro, 
importação de conhecimento, entre outros.
Processo de internacionalização
O processo de internacionalização pode ser planejado em maior e menor 
grau. No caso do processo mais planejado, apareceram variáveis mais estra-
tégicas, como as financeiras e as relacionadas com a estrutura societária da 
empresa no exterior. Já em relação ao processo de internacionalização não 
planejado, geralmente advindo de uma oportunidade de mercado ou par-
ceria repentina, apareceram questões relacionadas à flexibilização, como a 
necessidade de se adaptar a situações inesperadas que poderiam ser plane-
jadas ou contingenciadas, e de relacionamento, advindas principalmente de 
comportamentos oportunísticos do franqueado.
Na pesquisa apareceram relatos de falta de comprometimento do par-
ceiro no exterior ou a não adequação aos padrões da loja, principalmente 
por aquelas franquias que não tiveram tempo de amadurecer a relação com 
o franqueado no exterior.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
35
Percepções sobre o mercado brasileiro
A busca por visibilidade, novidade, tecnologia e inovação aparecem como 
as variáveis relevantes para quem busca introduzir produtos importados no 
formato de uma franquia no Brasil.
O consumidor brasileiro ainda tem o comportamento de valorizar o que 
é produzido lá fora.
Um dos aspectos considerados positivos destacado nas entrevistas foi a per-
cepção positiva da imagem do Brasil no mercado internacional por conta da 
Copa do Mundo e das Olimpíadas. Segundo um dos entrevistados, “o Brasil 
está na moda”. Após o sucesso do modelo de franquia no Brasil, é possível fazer 
o caminho inverso, ou seja, exportar a franquia para o exterior.
Devido ao seu dinamismo e crescimento, o mercado brasileiro pode ser 
uma boa alternativa para empresas fabricantes de produtos no exterior expan-
direm. E uma oportunidade para empreendedores brasileiros que queiram 
montar franquias no Brasil com produtos importados.
4.2 estágios de internacionalização
Os quatro estágios de internacionalização que utilizamos neste estudo 
foram adaptados por McIntyre e Huszagh (1995) para a realidade das 
empresas de franchising americanas na década de 1990, a partir dos está-
gios criados por Cavusgil e Nevin (1980) para a realidade das empresas 
americanas exportadoras.
Os quatro estágios são: 1) Franchising Doméstico; 2) Envolvimento 
Experimental; 3) Envolvimento Ativo e 4) Envolvimento de Longo Prazo, 
como mostra a Figura 6.
O estágio 1, denominado Franchising Doméstico, corresponde ao estágio 
vivenciado pelas redes de franquias que não possuem operação no exterior.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
36
De acordo com os dados da ABF, em dezembro de 2013, o Brasil possuía 2.703 
redes de franquias, sendo 206 franquias estrangeiras, ou seja, 2.497 redes de fran-
quias brasileiras. Destas, 121 tinham operação no exterior, ou seja, 5% do total.
Assim, 95% das redes de franquias brasileiras (2.376 redes em dezembro de 
2013) estão nesse estágio, no qual as preocupações centrais das franquias são 
crescer no país e consolidar sua operação no mercado local.
No estágio de Franchising Doméstico, as operações domésticas são uma 
oportunidade de testar o composto de franchising, visto que, quando decidir 
operar internacionalmente, as competências de controle, monitoramento, 
suporte e marca serão demandadas mais intensamente.
Figura 6. estágios percorridos durante a internacionalização de franquias
Fonte: teoria proposta por McIntyre e Huszagh (1995, p. 41), adaptado de Cavusgil e Nevin 
(1980, p. 68-71) com os dados da realidade brasileira
ESTÁGIO 1
Franchising Doméstico
Franchising exclusivamente no mercado doméstico.
ESTÁGIO 2
Envolvimento Experimental
Avanço preliminar da expansão internacional, 
levando ao envolvimento mínimo.
ESTÁGIO 3
Envolvimento Ativo
Exploração sistemática da expansão internacional 
da atividade de franchising.
ESTÁGIO 4
Envolvimento com Alto Comprometimento
Comprometimento de longo prazo com o franchising 
em mercados internacionais.
95%
2.376 redes 
brasileiras 
(dez/2013)
49%
51 redes 
no exterior
30%
32 redes 
no exterior 
21%
22 redes 
no exterior 
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
37
Para medir a pretensão de se internacionalizar, 40 gerentes de redes 
domésticas responderam às questões dos itens 1 e 2 no Apêndice A. Destes, 
30% disseram estar planejando crescer internacionalmente, 77% disseram 
que têm produtos e serviços que podem ser franqueados internacional-
mente, mas apenas 18% disseram que sempre procuram oportunidade em 
Franchising Internacional.
Tabela 6. Pretensão de se internacionalizar para empresas estágio 1 – Franchising 
Doméstico
Está planejando crescer a franquia 
internacionalmente.
30% concordaram
Tem produtos ou serviços que podem ser 
franqueados internacionalmente.
75% concordaram
sempre procura oportunidades em franchising 
internacional.
18% concordaram
Fonte: Dados coletados na Feira ABF (2014)
Tabela 7. Barreiras para a internacionalização
Envolve maiores custos do que crescer no Brasil. 77% concordaram
Envolve maiores riscos do que crescer no Brasil. 67% concordaram
É menos lucrativo do que crescer no Brasil. 79% concordaram
Fonte: Dados coletados na Feira ABF (2014)
Os dados da Tabela 6 apontam que um terço das redes que operam no mer-
cado doméstico está planejando crescer internacionalmente, pois acreditam 
ter produtose serviços que podem ser franqueados.
Porém, muitas dessas redes (77%) não buscam oportunidades no exterior, 
pois acreditam que a operação envolva maiores custos do que crescer no Brasil. 
Para 67%, essa operação envolve maiores riscos do que crescer no Brasil e 79% 
acreditam que é menos lucrativo do que crescer no Brasil.
Assim, destaca-se que a percepção de maiores custos, maiores riscos e 
menores lucros são os fatores que influenciam a não realização do processo 
de internacionalização por franquias brasileiras.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
38
Para separar a base de franquias internacionalizadas nos estágios 2 a 4, foi uti-
lizado o número de países onde elas atuam como proxy, sendo estágio 2 aquelas 
que atuam em um país no exterior, estágio 3 as que atuam em dois a quatro paí-
ses e estágio 4 as que atuam em quatro países ou mais, como mostra a Tabela 6.
Para verificar se essa classificação estava correta, foram cruzadas as respostas 
dos entrevistados internacionalizados sobre qual estágio de internacionalização 
sua empresa se encontrava (ver questionário no Apêndice A) com o número 
de países onde atuavam. A única divergência ocorreu com as empresas que 
atuam em quatro países. Metade destas possui apenas uma unidade por país 
onde atuam no exterior e tem mais características do estágio 3, com cresci-
mento ativo e ritmo mais lento. A outra metade está crescendo mais rápido 
e apresenta características de atuar com comprometimento de longo prazo, 
passando do estágio 3 para o 4.
Assim, as redes de franquias que operam em um país são classificadas como 
estágio 2, de Envolvimento Experimental. As redes que operam em dois a 
quatro países são classificadas no estágio 3, com Envolvimento Ativo, e as 
que operam em cinco ou mais países são classificadas como estágio 4, com 
Envolvimento de Alto Comprometimento.
Vale ressaltar que a distribuição percentual de redes de franquias brasileiras 
em cada estágio tem se mantido estável no período em que este estudo tem 
sido realizado, considerando a realidade de 2010, 2012 e 2014, sendo o estágio 
2 em torno de 49% das redes internacionalizadas, estágio 3 em torno de 30% 
e estágio 4 em torno de 21% como mostra a Figura 7.
Figura 7. Distribuição das redes de franquias brasileiras nos estágios 2, 3 e 4
Fonte: Autores (2014)
Estágio 2 -
Envolvimento Experimental
Estágio 3 -
Envolvimento Ativo
Estágio 4 -
Envolvimento com Alto Comprometimento
30%
49%
21%
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
39
O estágio 2 envolve as redes de franquias em estágios experimentais, ou 
seja, redes que estão experimentando operar no exterior, com baixo comprome-
timento financeiro da rede e em poucos mercados de atuação.
Muitas redes de franquias que se encontram neste estágio possuem como 
principal objetivo testar o mercado internacional e o composto de franchising. 
Esse teste inicial tem sua utilidade na decisão sobre o comprometimento futuro 
com as operações internacionais. E o resultado financeiro dessa operação ini-
cial muitas vezes incentiva as redes a continuarem ou não no exterior.
No caso do Brasil em 2014, são 51 empresas, 50% do total das internacio-
nalizadas. Vale destacar que nesse estágio ocorre uma experimentação, na qual 
novas redes iniciam, e algumas vezes outras interrompem suas ações no exte-
rior. Por exemplo, entre 2012 e 2014, 16 novas redes iniciaram sua operação, 
e 10 redes deixaram de atuar no exterior. Deve-se considerar a tentativa de ir, 
e voltar, como uma forma de aprendizado para no futuro tentar novamente.
Tabela 8. evolução da participação de franquias internacionalizadas: 2010–2014
Estágio de 
Internacionalização
Número de 
países em 
que operam
2010 2012 2014
Franquias Participação Franquias Participação Franquias Participação
envolvimento 
experimental
Apenas 
1 país 28 43% 50 54% 51 49%
envolvimento
Ativo
2 a 4 
países 21 32% 27 29% 32 30%
envolvimento 
com Alto 
Comprometimento
5 ou mais 
países 16 25% 15 16% 22 21%
total de Franquias 
Internacionalizadas 65 100% 92 100% 105 100%
Fonte: Autores (2014)
No estágio 3 encontram-se as redes de franquias que possuem Envolvimento 
Ativo no exterior, sendo redes que apresentam crescimento contínuo em outros paí-
ses e já possuem reconhecimento administrativo e legal destes, entretanto tendem 
a limitar-se a mercados internacionais que possuam proximidades psíquicas e cultu-
rais, a fim de reduzir os riscos e aumentar as chances de sucesso dessas operações.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
40
No caso do Brasil em 2014, são 32 empresas, 30% do total das internacionali-
zadas que atuam entre dois a quatro países. Vale destacar que após entrar no mer-
cado estrangeiro, o sucesso das unidades internacionais torna-se um catalisador 
para novas iniciativas. Nesse estágio ativo, a maioria das franquias expande suas 
operações com um ritmo lento e constante de forma a atender aos requisitos 
legais e administrativos de cada novo mercado (MCINTYRE; HUSZAGH, 1995).
No estágio 4 encontram-se as redes de franquias com Envolvimento com 
Alto Comprometimento no exterior. Estas redes cumpriram as etapas ante-
riores, estando engajadas internacionalmente, e apresentam diversificação de 
países em atuação e concentração de unidades em cada um, ou seja, não pos-
suem somente um grande número de países em atuação, mas um desenvolvi-
mento em cada país (MCINTYRE; HUSZAGH, 1995).
No caso do Brasil em 2014, são 22 empresas, 19% do total das internacio-
nalizadas que atuam em cinco países ou mais. A listagem dessas empresas está 
disponível na Tabela 5. Estas redes atuam no exterior há mais tempo e muitas 
iniciaram sua operação em outro país na década de 1990. A preocupação des-
sas empresas costuma estar associada à gestão da marca no exterior, e a opera-
cionalização das atividades encontra-se de forma mais coordenada e integrada 
nos diversos países em que atuam.
4.3 seleção dos Franqueados
Com base nos aspectos conceituais relacionados à seleção dos franquea-
dos, a pesquisa de campo teve como objetivo responder à seguinte pergunta: 
“Quando uma franquia é internacionalizada, existe um rigor maior na seleção 
do parceiro quanto aos aspectos financeiros, pessoais, gerenciais e mercadoló-
gicos do que uma franquia doméstica?”.
Esta análise foi elaborada a partir das respostas às questões 3, 4 e 5 do 
Apêndice A, respondidas por 60 redes de franquias, sendo 40 domésticas e 20 
brasileiras internacionalizadas.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
41
Aspectos financeiros
A Figura 8 mostra cada uma das questões inerentes aos aspectos financei-
ros e a pontuação média obtida pelo grupo das franquias brasileiras interna-
cionalizadas e as franquias domésticas.
Ambos os grupos realizam uma análise minuciosa da situação de crédito 
do franqueado e de seu patrimônio - as franquias geralmente preferem fran-
queados que utilizam recursos próprios.
Observa-se, na Figura 8, que de modo geral as franquias internacionaliza-
das têm um rigor maior quanto ao aspecto financeiro na seleção do parceiro 
internacional, porém em nenhum dos casos essa diferença é estatisticamente 
significativa, de tal forma pode-se inferir que:
Quanto aos aspectos financeiros, o rigor na seleção do parceiro de uma 
franquia internacionalizada não é maior quando comparado com a 
franquia doméstica.
Figura 8. Aspectos financeiros
Fonte: Autores (2014)
Antes de selecionar o franqueado, 
sua franquia realiza uma análise 
minuciosa da situação de crédito
Antes de selecionar o franqueado, 
sua franquia realiza uma análise 
minuciosa de patromônio
Sua franquia não tem preferência 
quanto à fonte de origem do capital 
a ser investido pelo franqueado
Sua franquia prefere franqueadosque 
utilizem linhas de financiamento externo
Sua franquia prefere franqueados 
que utilizem recursos próprios
Aspectos Financeiros
4,80
4,60
4,30
4,30
4,20
4,10
3,10
3,00
2,40
2,20
Internacionalizada Doméstica
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
42
O resultado mostra que é comum para as franquias dos dois grupos que o 
aspecto financeiro mais importante na hora da seleção seja o patrimônio e as con-
dições de crédito do parceiro. Em termos da fonte de recursos, os franqueadores 
preferem os parceiros que disponham de recursos próprios para o investimento.
Aspectos pessoais
A Figura 9 mostra cada uma das questões inerentes ao aspecto pessoal e a 
pontuação média obtida pelo grupo das franquias brasileiras internacionali-
zadas perante as com operação doméstica.
Observa-se que de modo geral as franquias internacionalizadas têm um 
rigor maior quanto ao aspecto pessoal na seleção do parceiro internacional, 
em especial quanto ao fato de desejar que esse parceiro tenha iniciativa, for-
mação de nível superior e orientação empreendedora. Nesses três casos, existe 
uma diferença significativa. Logo,
Figura 9. Aspectos pessoais
Fonte: Autores (2014)
Sua franquia tem preferência pelo 
franqueado que tenha iniciativa
Sua franquia tem preferência pelo 
franqueado que demonstra forte 
entusiasmo e comprometimento
Sua franquia tem preferência 
pela franqueado que tenha 
orientação empreendedora
Sua franquia tem preferência 
pelo franqueado que tenha 
nível superior de formação
Sua franquia tem preferência 
pelo franqueado com objetivos e 
aspirações similares aos da franquia
Aspectos Pessoais
5,00
4,73
5,00
4,88
4,98
4,65
4,78
4,58
4,11
3,63
Internacionalizada Doméstica
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
43
Quanto aos aspectos pessoais, as franquias internacionalizadas têm 
preferência maior para franqueados que possuam iniciativa, formação 
superior e orientação empreendedora.
Esse resultado está fortemente alinhado com as conclusões do grupo de 
estudos de franquias da ESPM, que ao longo das pesquisas realizadas eviden-
ciou que a inovação faz parte do perfil da franquia e do franqueador no exterior.
Aspectos gerenciais
Ao analisar esse aspecto para os franqueados nacionais e internacionais, 
a Figura 10 mostra cada uma das questões inerentes ao aspecto gerencial e a 
pontuação média obtida pelo grupo das franquias brasileiras internacionali-
zadas perante as com operação doméstica.
Observa-se que de modo geral as franquias internacionalizadas têm um 
rigor maior quanto ao aspecto gerencial na seleção do parceiro internacional, 
Figura 10. Aspectos gerenciais
Fonte: Autores (2014)
4,56
4,45
3,61
3,08
3,11
2,73
3,06
2,60
2,28
2,58
Sua franquia tem preferência pelo 
franqueado que irá gerenciar 
pessoalmente o negócio no dia a dia
Sua franquia tem preferência 
pelo franqueado que já ocupou 
algum cargo gerencial
Sua franquia tem preferência 
pelo franqueador que foi 
profissional autônomo
Sua franquia tem preferência 
pelo franqueado que possui outro 
tipo de negócio além da franquia
Sua franquia tem preferência pelo 
franqueado que possui experiência em 
negócio similar ao da franquia
Aspectos Gerenciais
Internacionalizada Doméstica
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
44
exceto para o fato da preferência de um outro negócio. Contudo, a diferença 
em todos os aspectos não é significativa. Logo,
Quanto aos aspectos gerenciais, o rigor na seleção do parceiro de uma 
franquia internacionalizada não é maior quando comparado com a 
franquia doméstica.
O resultado mostra que é comum, para as franquias dos dois grupos, 
que o aspecto financeiro mais importante na hora da seleção seja a dispo-
nibilidade do franqueado gerenciar o dia a dia da franquia. É importante 
que o franqueado tenha ocupado cargo gerencial ou possua experiência 
em negócio similar.
Aspectos mercadológicos
Ao analisar esse aspecto para os franqueados nacionais e internacionais, a 
Figura 11 mostra cada uma das questões inerentes ao aspecto mercadológico 
e a pontuação média obtida pelo grupo das franquias brasileiras internaciona-
lizadas perante as com operação doméstica.
Observa-se que de modo geral as franquias internacionalizadas têm um 
rigor maior quanto ao aspecto mercadológico na seleção do parceiro interna-
cional, contudo a diferença nos aspectos não é significativa, exceto quanto à 
experiência em marketing, onde existe uma diferença marginal. Logo,
Quanto aos aspectos mercadológicos, o rigor na seleção do parceiro de 
uma franquia internacionalizada não é maior quando comparado com 
a franquia doméstica.
O resultado mostra que as internacionalizadas preferem, com leve ten-
dência superior, parceiros com experiência em marketing e vendas. Quanto 
ao conhecimento do mercado e público, as duas atuam de maneira parecida.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
45
Aspectos relacionais
Na relação com o parceiro ou franqueado no Brasil ou no exterior, são ava-
liadas as dimensões de parceria ou trabalho conjunto, troca de informações e 
flexibilidade no contrato ou propensão à negociação (Figura 12).
Figura 11. Aspectos mercadológicos
Fonte: Autores (2014)
4,38
4,11
4,33
4,00
3,60
3,39
2,88
Sua franquia tem preferência pelo 
franqueado que possui conhecimento 
sobre o mercado local
Sua franquia tem preferência pelo 
franqueado que tem experiência 
em atendimento ao público
Sua franquia tem preferência 
pelo franqueado que tem 
experiência em vendas
Sua franquia tem preferência pelo 
franqueado que tem experiência 
em gerência de marketing
Aspectos Mercadológicos
4,44
Internacionalizada Doméstica
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
46
Figura 12. Aspectos relacionais
Fonte: Autores (2014)
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00
Na relação com os parceiros,
existe flexibilidade nas
mudanças em contratos
Na relação com os parceiros, as partes 
envolvidas estão comprometidas com 
melhorias que podem beneficiar
a relação como um todo e não
somente as partes individuais
Na relação com os parceiros, a troca
de informações é frequente e
informal e não somente o que
foi especificado em contrato
Na relação com os parceiros,
qualquer informação que pode ajudar 
uma ou outra parte será provida
Na relação com os parceiros, os 
problemas são tratados pelas partes 
como conjuntos ao invés de 
responsabilidades individuais
Aspectos Relacionais
Internacionalizada Doméstica
3,39
3,15
4,88
4,68
4,22
4,28
4,28
4,18
4,50
4,28
Para todas as questões, a concordância é praticamente a mesma, sendo 
a concordância para as internacionalizadas um pouco superior às nacionais.
5. RECOMEnDAçõES
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
48
As recomendações apresentadas neste estudo estão divididas pelos estágios em 
que as redes de franquias se encontram no seu processo de internacionalização.
Para as redes que atuam no Estágio 1 – Franchising Doméstico, sugere-se 
que estejam mais alertas para as oportunidades no exterior. Elas podem consi-
derar as operações no exterior com maior risco, com maiores custos e menos 
lucrativas, mas é preciso estar aberto para experimentar esse novo processo 
de internacionalizar a empresa.
A sugestão inclui a elaboração de um plano, com a escolha de um país 
onde gostariam de começar a atuar e ir conhecer a realidade desse país mais 
a fundo, a cultura, os hábitos, e montar um plano de entrada, sem se esque-
cer de observar qual poderá ser a importância de seu produto para o mercadodeterminado como alvo.
O financiamento para essa iniciativa pode ser próprio, via BNDES ou com 
outras instituições financeiras. Conseguir um parceiro no exterior que concorde 
em participar nesse processo de entrada também pode ser uma boa estraté-
gia. Vale lembrar que a ida ao exterior representará muito aprendizado para 
a empresa, e que este poderá ser assimilado pelo negócio no Brasil, trazendo 
também melhorias significativas para a operação local.
Para as redes que atuam no Estágio 2 – Envolvimento Experimental, a 
recomendação é que seja escolhido um país, montado um plano de atuação 
e estudado muito bem o mercado onde pretende-se atuar, de forma a com-
preender a legislação específica para franquias, bem como para seu produto 
ou serviço. Cuidado com a formulação de contratos e com os oportunistas.
É importante, também, conhecer a cultura, por meio de visitas periódicas 
às unidades no exterior no mínimo a cada três meses, com objetivo de acom-
panhar como sua marca está sendo usada. Nesta fase, as opções são muito 
baseadas nos interesses dos empreendedores e até em seus sonhos de ver sua 
empresa operando em determinado país.
Questões como contratação de pessoas e aquisição de insumos são estra-
tégicas, e os entrevistados demonstraram maior preocupação. É importante 
nesta fase conseguir recursos para crescer, assim as operações devem ser eco-
nomicamente viáveis para se sustentarem, pois é esse resultado que permitirá 
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
49
à sua empresa caminhar para outros estágios. No caso da operação não ser 
bem-sucedida financeiramente, não se desespere. Muitas empresas começam 
tentando e aprendendo com os acertos e erros, por essa razão a fase explora-
tória de visitas constantes ao mercado é importante. Não é porque a empresa 
experimentou e não foi bem-sucedida que não se deve tentar mais. Deve sim, 
planejar mais e tentar novamente com mais maturidade.
Para as redes que atuam no Estágio 3 – Envolvimento Ativo, a recomen-
dação é que compreendam que o crescimento pode ser em ritmo lento nesta 
fase, e que vale mais a pena criar mais unidades em um mesmo país do que 
começar a atuar em outro.
O objetivo neste estágio é ganhar escala, com um volume de unidades no 
mesmo país que pague a operação, e depois abrir nova unidade em outro. Isso 
facilita o controle da operação e permite menores custos de adaptação de pro-
dutos e peças de comunicação.
Nesta fase, a marca começa a ser relevante, e quantas unidades mais a 
rede de franquia tiver, maiores serão as preocupações com a gestão da marca 
nesses países. O controle das operações no exterior é fundamental, e a reco-
mendação é que as empresas tenham um departamento dedicado ao exte-
rior, um responsável por essas unidades, e que mantenha essa estrutura ao 
longo do tempo.
Neste estudo, as redes de franquias que mantiverem o mesmo gestor para 
a operação ao longo dos anos conseguirão melhores resultados com a opera-
ção, pois todo processo é de aprendizado, e o que acontecer em um país serve 
de lição para quando for iniciar em outro. Sendo assim, quando há troca de 
gestores, muito dessa experiência se perde.
Para as redes que atuam no Estágio 4 – Alto Comprometimento, 
recomenda-se que tenham maior atenção para: gestão da marca no exterior; 
padronização do mix de produto ou serviço; integração das atividades das ope-
rações no exterior e coordenação de forma integrada das unidades.
As grandes empresas dividem o mundo em regiões e fazem a gestão do 
marketing e suas peças de comunicação de forma padronizada por região. A 
sugestão é que as franquias mais internacionalizadas pensem dessa forma e 
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
50
construam a marca em um país, depois em uma região, e depois estruturem 
as marcas globais.
Outro aspecto que cresce em importância nessa fase é a padronização das 
operações. Conforme o volume de unidades aumenta, as operações precisam 
ser mais padronizadas, para poderem ser replicadas, e a questão da logística e 
sistemas cresce em importância. A integração das unidades também passa a 
ser relevante e a gestão da empresa aumenta de complexidade, levando à busca 
pela maior profissionalização do time executivo.
Lembre-se de que o gradualismo é uma das principais características do 
crescimento das redes de franquias no exterior, e que quanto mais tempo 
elas mantenham essas operações, mais aprendem sobre os mercados onde 
começam a atuar.
6. COnSIDERAçõES FInAIS
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
52
Ao se observar as redes de franquias no exterior ao longo dos últimos quatro 
anos (veja os estudos de 2010 e 2012), percebe-se um bom crescimento em 
direção à internacionalização das franquias. Em 2010, na primeira versão deste 
estudo, eram 68 marcas de redes de franquias internacionalizadas. Em 2012, 
esse número aumentou para 92 redes, e em 2014 para 105. Esse crescimento 
de 62% em quatro anos é expressivo e precisa ser considerado.
A divisão dessas empresas pelos estágios vivenciados nos processos de inter-
nacionalização permite enxergá-las em quatro grupos, com características dis-
tintas. Entre as empresas do Estágio 1 - Franchising Doméstico, 30 % querem 
ir para o exterior, mas muitas vezes nem sabem como fazer. Consideram o 
custos, alto risco e em baixa lucratividade. Para elas, uma aproximação com a 
ABF e a APEX pode ser benéfica, bem como a escolha de um país para come-
çar a operar, com expectativas alinhadas com a realidade e com planejamento 
– sempre tomando cuidado com os contratos e os oportunistas. Elas repre-
sentam 95% das redes de franquias brasileiras, e são 2.376 empresas. Uma ava-
liação aprofundada desse grupo mais a fundo pode ser um tema interessante 
para estudos futuros, fazendo-se análises mais detalhadas por setor e maturi-
dade de atuação no mercado interno.
As 105 redes de franquias internacionalizadas podem ser divididas em três 
grupos. O Estágio 2 representa o grupo de empresas que está atuando com 
Envolvimento Experimental no exterior. São 51 empresas em 2014 e existe 
uma troca de 16 novas em comparação com a relação de empresas de 2012, 
sendo que 10 saíram no período. É a maior característica desta fase: experimen-
tar e continuar se for bem-sucedida . Cuidar das unidades fora, dos produtos, 
aprender outras culturas, outros idiomas, mesmo operando em um país só, 
já é um bom desafio. Para crescer, será preciso montar um modelo replicável, 
que ganhe escala no país.
O Estágio 3 representa o grupo de empresas que já está no exterior em 
dois a quatro países, sendo 32 no Brasil, em 2014. Essas empresas buscam con-
solidar as operações nesses países que escolheram e aumentar sua margem 
com a operação no exterior. O controle da operação, a padronização e gestão 
exigem que a empresa aloque uma estrutura responsável, que irá monitorar 
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
53
a evolução e tentar torná-la lucrativa. A preocupação com a marca e a estru-
tura de capital começa a aparecer de forma mais clara para as empresas que 
atuam em quatro países, e que possuem maior volume de unidades por país. 
O Estágio 4 representa o grupo de 22 empresas que já estão atuando no 
exterior desde a década de 1990 e operando em cinco ou mais países. Essas 
empresas precisam crescer e criar uma marca no mercado regional. Os desafios 
são o de continuarem crescendo para poder construir operações globais e levar 
a marca para mais e mais países. Esse movimento foi vivenciado pelas empre-
sas americanas nas décadas de 1990 e 2000.Quando observa-se a Starbucks, 
percebe-se não só a capacidade de padronização do negócio, mas também a 
capacidade de construção da marca no contexto global e a cultura dos países 
sendo levada globalmente.
Apesar de haver grupos muito sólidos no Brasil,como Gerdau, Votorantim 
e Odebrecht, e marcas amplamente consolidadas, como Havaianas, Brahma e 
O Boticário, o Brasil parece lento na corrida para a construção de marcas valio-
sas. Na publicação do ranking das 100 marcas globais mais valiosas, divulgado 
pela Millward Brown, em 2014, ficou explicitado que o valor do conjunto das 
marcas brasileiras teve uma queda de 16% em relação ao anterior. Esse con-
junto tem um valor total de pouco mais de US$ 29 bilhões.
Enquanto isso, no mesmo período, as marcas chinesas tiveram um acrés-
cimo de 10%, totalizando quase US$ 272 bilhões. Ou seja, as marcas brasilei-
ras mais valiosas representam pouco mais de 10% do valor das chinesas. Vale 
ressaltar que nenhuma marca brasileira tem valor suficientemente alto para 
figurar entre as 100 mais valiosas, tanto no ranking da Millward Brown quanto 
da Interbrand. Além das chinesas, surgem marcas de outros países emergen-
tes, como Coreia do Sul e Austrália (MBGLOBAL, 2014).
Se a máxima de que as empresas são compostas principalmente por mar-
cas e pessoas estiver correta, é preciso reagir rápido para modificar esse cená-
rio e garantir a competitividade das empresas brasileiras. O setor de franquias, 
com seu grande potencial para construção de marcas fortes, exerce importante 
papel neste momento (INTERBRAND, 2014).
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
54
Como consideração final, ressalta-se que o número de franquias estran-
geiras que operam no Brasil cresceu de 130 para 206 nos últimos dois anos.
Isso representa um crescimento de 58% no período e, observando-se na 
listagem dessas empresas o número de países em que atuam, pode-se dizer 
que muitas delas chegam ao Brasil no Estágio 4 –Alto Comprometimento, 
pois já atuam em mais de cinco países, com diversas unidades em cada um. 
Assim, a concorrência no mercado local tende a aumentar, e portanto ter mais 
empresas brasileiras crescendo no exterior é necessário para poder competir 
de igual para igual.
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
55
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Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
57
aPêndice a. questionário
Prezado Franqueador, estas questões foram criadas pela ESPM em parceria 
com a ABF para você responder em poucos minutos. Elas nos ajudarão a 
mapear a Internacionalização das Franquias Brasileiras, e suas respostas 
serão usadas apenas de forma agrupada.
Nome da Franquia: ..................................................................................................................................
Nome do Respondente: .........................................................................................................................
Cargo do Respondente: .........................................................................................................................
AssINALE ABAIXO O ITEM QUE REFLETE O EsTáGIO DE 
INTERNACIONALIZAÇÃO EM QUE sUA EMPREsA EsTá EM 2014:
Franchising apenas no Brasil (doméstico) ( )
envolvimento experimental, com apenas 
poucas unidades no exterior ( )
envolvimento Ativo, com crescimento 
recente no exterior ( )
envolvimento com Comprometimento de 
Longo Prazo e expansão no exterior ( )
AssINALE As FRAsE ABAIXO DE ACORDO COM sEU GRAU DE CONCORDâNCIA, 
sENDO 1 DIsCORDO TOTALMENTE E 5 CONCORDO TOTALMENTE.
1) Com relação a sua empresa (franquia):
1 - discordo 
totalmente
5 - concordo 
totalmente
a) tem produtos ou serviços que podem 
ser franqueados internacionalmente 1 2 3 4 5
b) está planejando explorar a 
franquia internacionalmente 1 2 3 4 5
c) está planejando crescer a 
franquia internacionalmente 1 2 3 4 5
d) sempre procura oportunidades 
em franchising internacional 1 2 3 4 5
Estágios da Internacionalização das Franquias Brasileiras
58
2) Com relação ao franchising internacional:
1 - discordo

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