Concepção de Avaliação de Jussara Hoffmann

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Os problemas que a educação brasileira possui se devem a falta de investimento na Avaliação da Aprendizagem, dentre outros fatores. No Brasil, não temos princípios claros no que se refere à avaliação da aprendizagem, principalmente nas escolas públicas. Nem a LDB é conhecida ou devidamente interpretada pelas escolas e gestores nesse tema da avaliação. Jussara Hoffmann, com 25 de pesquisa em avaliação educacional, traz 12 livros sobre esse tema e se apresenta bastante persistente na pesquisa e aprendizado do que é o aprender. Além disso, numa entrevista com a autora, ela esclarece que o problema na educação parece ser apenas de competência profissional dos professores, sendo que a educação necessita de bastante investimento de verbas públicas. O número de alunos em sala de aula aumentou, as escolas empobreceram em termos de recursos humanos e materiais para atender a demanda dos alunos. As famílias ficaram mais pobres, mais ocupadas, o nível de violência na sociedade está alto. Os professores também foram afetados, ficaram com salários menores e vieram de cursos de formação menos exigentes. Mesmo com tudo isso, o que mais se fala é que os professores não ensinam bem, mas muitos não percebem toda a infraestrutura necessária à escola atual, a questão referente às famílias e à vida delas, das crianças e jovens de hoje, das questões culturais, socioeconômicas que interferem na educação. E é exatamente por isso que Jussara defende a Avaliação da Educação como de fundamental importância tanto para o professor quanto para o aluno. Para que se consiga atingir o objetivo da avaliação: a aprendizagem. 
 Jussara avalia o aprender. O que é o aprender? Pois o que é e sempre foi ensinado nas escolas é o vício do “aprender que”. Aprender que algo tem determinada regra, aprender que algo é definido de determinada forma. E a aprendizagem vai muito além disso. O aprender é muito mais amplo do que o que os professores até hoje conseguiram enxergar. Os professores sempre estiveram mais preocupados em cumprir o conteúdo a ser dado, cumprir com o planejamento, com o processo de ensino e se desligam do processo de aprendizagem, de uma estratégia pedagógica que seja adequada ao interesse e necessidade do aluno. E o professor segue seu conteúdo, sem se importar se o aluno absorveu ou não. Segundo a frase do escritor português José Saramago: “Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara. “ Mais do que o simples olhar, importa reparar no outro, prestar atenção no outro. É dessa forma que o homem se humaniza. Caso contrário, continuará observando os problemas à sua volta passivamente sem nenhuma comoção. Por quê muitos professores seguem seu conteúdo sem se importar se o aluno aprendeu ou não? Como se deve avaliar um aluno? Para Hoffmann, “avaliar é muito mais que conhecer o aluno, é reconhece-lo como pessoa digna de respeito e de interesse. “ O professor precisa se questionar se o que está sendo passado aos alunos está tendo boas compreensões por eles, como eles estão absorvendo, quais as estratégias de pensamento dos alunos, como eles são, quais os perfis que apresentam em sala de aula. Até porque dentro desse contexto dos problemas que a sociedade e educação enfrentam, passar despercebido sem se atentar às questões de aprendizagem e acompanhamento desses alunos significaria ser cruel com a educação e seu exercício. Após se auto avaliar, o professor saberá o que precisa mudar na sua tática e como orientar o aluno.