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A DIVERSIDADE DE PRÁTICAS GRUPAIS NA COMUNIDADE- RESUMO

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE
NÍCLEO DE CIENCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
A DIVERSIDADE DE PRÁTICAS GRUPAIS NA COMUNIDADE
Aline Santos Pessotti de Oliveira
Ana Angélica Gonçalves Leão Coelho
Barbi Cristina Lima Lopes
Bruna dos Santos Alves
Daniel Cristiano de Sousa
Danielle Taborda de Matos
Priscilla Custódia da Silva Teodoro
Lydia Campani Vilaça Pêgas
GOVERNADOR VALADARES
Junho - 2018
Aline Santos Pessotti de Oliveira
Ana Angélica Gonçalves Leão Coelho
Barbi Cristina Lima Lopes
Bruna dos Santos Alves
Daniel Cristiano de Sousa
Danielle Taborda de Matos
Priscilla Custódia da Silva Teodoro
Lydia Campani Vilaça Pêgas
A DIVERSIDADE DE PRÁTICAS GRUPAIS NA COMUNIDADE
Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Grupos e Relações Humanas I do curso de Psicologia da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE, sob orientação da Profª.: Daena de Cunha Fialho.
Governador Valadares
Junho - 2018
INTRODUÇÃO
	
	Este trabalho visa apresentar o livro “Dinâmicas de grupo - Jogo da vida e Didática do futuro”, de Balduíno A. Andreola. Logo na apresentação da edição utilizada para análise observamos que o autor salienta o fato de ser um livro antigo, sendo assim foi baseado no contexto sócio-cultural da época, no entanto, é possível notar que essa obra continua sendo de grande valor para trabalhar o diálogo, as os valores e a identidade do sujeito.
	O foco do livro não é então apenas ensinar as técnicas de grupo, pelo contrário, as técnicas terão pesos variáveis de acordo com o contexto de cada grupo, sendo assim ela serão instrumento nas mãos do facilitador para trabalhar com o sujeito a fim de desenvolver suas potencialidades, tanto em níveis pessoais como sociais. 
	Assim como foi apresentado no início da obra, podemos então compreender que a intenção do autor é sistematizar por meio de uma lógica filosófica humanista-dialogal, colocar o homem como centro de desenvolvimento por meio do desenvolvimento da consciência pessoal e grupal a fim de conseguir estabelecer relações mais positivas e realistas.
1 DINÂMICA DA HUMANIZAÇÃO 
	Em seu primeiro capítulo o autor apresenta o conceito “dinâmica da humanização”, ao trabalhar essa ideia ele ressalta questões como o drama humano, ressaltando, por exemplo, que ao invés de mudar concepção de que ao mudar o local em que estamos irá solucionar o drama humano. Nesse momento então, ele nos leva a refletir e observar se isso seria a solução, ou se a solução não estaria no homem buscar o encontro consigo mesmo, ou seja, alinhar seus valores e tornar-se sujeito e não objeto, “tornar-se pessoa”, que vive em comunhão com o outro. 
	Reafirma-se então a ideia de que o intuito do autor não é focar no ensino técnicas de grupo, mas sim a visão destas com instrumento que pode ser utilizado nos mais diversos contextos para desenvolver o potencial humano. Um exemplo que temos dessa visão na prática do psicólogo contemporâneo é a psicologia comunitária. Neste modelo vemos que a função do psicólogo é levantar as necessidades e carências do grupo com o qual está trabalhando, ou seja, o psicólogo trabalhará como um analista-facilitador que desenvolvendo tanto a individualidade quanto a coletividade dos sujeitos. Além da psicologia comunitária podemos ver hoje que a ideia de dinâmica de humanização é utilizada por diversos outros profissionais, como por exemplo, da enfermagem e medicina. Como dito por Paulo Freire, “a ética universal do ser humano, (...) a ética da solidariedade humana” é importante quando falamos do trabalho com o sujeito e com os grupos.
	Se pensarmos ainda as abordagens da psicologia que utilizam dessa ideia mais humanizada podemos também falar sobre a psicologia social, que assim como a comunitária busca ver o sujeito em sua totalidade e desenvolver seu potencial.
	É importante salientar também que as dinâmicas de grupo não são restritas apenas a psicologia. Elas advêm da antropologia, ciências da linguagem, da comunicação e do conhecimento. Sendo assim o autor afirma que não se pode dissociar a dinâmica de grupo da ciência política. 
	Ainda falando sobre as ideias do autor do livro, ele nos propõe uma nova forma de ver o caráter narrativo, sendo assim ele propõe que não haverá locutores e ouvintes e sim interlocutores em condições iguais cada um com a palavra sem seu momento. Mudando assim a maneira com a qual nós vemos a didática professor-aluno, profissional-cliente por exemplo. Sendo assim o livro trás diversas técnicas para contribuir com essa linha de pensamento que busca uma nova maneira de trabalho.
2 DINÂMICA DE GRUPO E LIDERANÇA
	Assim como as águas de um rio quando represadas e canalizadas transformam-se em forças produtivas a serviço da vida, a “energia” de um grupo tomará o rumo da comunicação, cooperação e da integração, ou então do conflito, agressividade e desagregação de um grupo, dependendo do tipo de comando ou liderança que nele se exerce. 6
	Em primeiro lugar, para o bom andamento do grupo e da eficácia das técnicas que nele serão aplicadas, faz-se mister que alguns mitos e preconceitos a respeito de liderança se desfaçam:
EXCLUSIVIDADE – Refere-se ao mito de que apenas alguns membros do grupo possuem condições de exercer o papel de líder.
O LÍDER NASCE LÍDER – Afirma que a capacidade para ser líder seria algo inato nas pessoas, uns nascem para serem líderes e outros não, sendo inviável tentar desenvolver a habilidade de liderança.
LIDERANÇA NÃO SE ADQUIRE – Este preconceito aniquila as possibilidades dos indivíduos e dos grupos antes mesmo que essas se revelem.
AS PANELINHAS – Enxergar os subgrupos como algo negativo e visar desmanchá-las, trará efeitos negativos, uma vez que essas “panelinhas” são elementos positivos dentro de um grupo, haja vista que neles a interação afetiva e a comunicação são mais profundas. Deve haver valorização dos subgrupos, bem como a promoção da integração dos subgrupos por meio de atividades como tarefa de casa, pesquisa de campo, sempre respeitando a formação natural dos grupos, pois seria inviável que um grupo contenha integrantes que moram em bairros muito distantes um do outro e que não tenha afinidade entre os membros.
Existem vários tipos de líderes e formas de liderança, que promovem o desenvolvimento ou o desgaste da dinâmica de um grupo. Dentre os tipos de liderança, podemos destacar:
O LÍDER AUTOCRÁTICO – É autoritário, concentra o poder de decisão. Dita sozinho as normas e atividades do grupo.
LÍDER PATERNALISTA – Mantém o grupo dependente por meio da dominação, possui atitudes de superproteção quanto aos integrantes do grupo.
LÍDER DEMOCRÁTICO – Valoriza as ideias e iniciativas do grupo. Coordena, anima, promove a participação e cooperação de todos os membros do grupo.
3 DISTRIBUIÇAO DE PAPÉIS
	Para que haja desenvolvimento das capacidades de comunicação e participação de um grupo e, para que os membros de um grupo cresçam como um todo é primordial que exista distribuição e rodízio de lideranças. A criação de papeis fixos e estereótipos de comportamento (o pai, o chefe, o professor), fortalecem a ideologia autoritária. A escola e família são as instituições que mais personificam o autoritarismo, desempenhando função básica em sua perpetuação em outras instituições da sociedade.
	É necessário confiar nas pessoas e, querê-las bem a fim de não desejar dominá-las. Alguns papéis poderão ser uteis para o bom andamento de um grupo, dentre eles podemos destacar: Coordenador ou animado, expositor (explicitador, conferencista), secretário, cronometrista, recepcionista e avaliador.
	Quanto ao desempenho dos papéis, este pode obedecer às varias necessidades do grupo, por exemplo, quanto à organização das sessões, o animador, ou secretario, ou mesmo o cronometrista conseguiriam ficam responsáveis. É importante destacar que papéis poderão ser criados, ligados a objetivos, necessidades ou técnicas específicas. O modo de distribuição de papéisdentro de um grupo não precisa ser padronizado, esse pode ser por meio de: sorteio de papéis (os papéis podem ser descritos em fichas a fim de serem sorteados); escolha livre, eleição; além dos papéis distribuídos, pode haver o surgimento e desempenho de outros.
4 TÉCNICAS DE SENSIBILIZAÇAO E INTEGRAÇAO
	Todas as atividades e técnicas desenvolvidas no grupo visarão primeiramente à integração dos membros do grupo e, existem técnicas especificas para isto: 
DUPLINHAS ROTATIVAS - Esta técnica se presta muito bem para criar rapidamente o clima de comunicação e integração num grupo, sobretudo em reuniões iniciais. Os membros do grupo estarão sentados em circulo, após a contagem, os números ímpares organizarão um circulo no interior do circulo, formando dupla com o número par seguinte. As duplas sentam frente a frente, com o círculo interno voltado para fora e o externo voltado para dentro. Cada dupla dialogará por dois minutos e após esse tempo os membros do círculo externo avançarão um lugar, ate completarem a volta, desse modo, a cada nova dupla formada, haverá o tempo de dois minutos para diálogo. Completada a volta, reconstituir-se-á o grande círculo a fim de avaliar a técnica, permitindo que os indivíduos expressem livremente suas impressões. 
TÉCNICA DO ESPELHO – Esta técnica é muito indicada para grupos onde já existe certo nível de conhecimento e integração. A proposta é que os membros se espelhem uns nos outros, uma vez que quando alguém fala de si, as coisas ouvidas suscitam muitas coisas a nosso respeito. O facilitador sugere que alguém do grupo comece a falar de si e quando alguém lembra algo de si mesmo, relacionado a fala do colega, esse toma a palavra e comunica ao grupo. Desta forma, vai se estabelecendo um clima de apresentação em cadeia.
AUTOBIOGRAFIA – Em grupos bastante integrados, o conhecimento dos membros pode ser aprofundado por meio de autobiografias, onde as pessoas apresentam aspectos mais pessoais da própria vida.
	É importante destacar que as técnicas de sensibilização e integração não se resumem a estas, contudo, as técnicas supracitadas são desses tipos de técnica. 
5 TÉCNICA DE JOGO E SIMULAÇÃO 
	A principal forma que a criança tem de aprender e poder exercitar a sua criatividade, é a partir do brincar, onde o que é abstrato e concreto pode se encontrar e ajuda no desenvolvimento da coordenação motora, no relacionamento com outras crianças e no sentimento de cooperação para alcançar um objetivo. As escolas fogem desse exemplar, apresentando um ambiente mecânico, repleto de ordem e padrão, além de inserir a criança em um ambiente em que o mais importante é apenas produzir em termos quantitativos. O objetivo deste tema é inserir o jogo na aprendizagem e estimular a curiosidade na criança para aprender as disciplinas. Para isso, é necessário incluir alguns elementos para constituir o jogo simulado, sendo eles: as partes envolvidas; os objetivos; competição; estratégia entre as partes; normas; resultados; avaliação do processo e as conclusões.
	A técnica apresentada tem como objetivo de canalizar o impulso competitivo para atividades construtivas e integradoras, educar este impulso, desenvolver habilidades para a solução de problemas, reforçar a motivação para o estudo, dentre muitas outras vantagens para a educação. Os jogos interdisciplinares é o principal método para alcançar estes objetivos, pois com ele é possível aliar problemas em comum nas disciplinas e organizar meios de inserir estas questões em um aprendizado fluido e criativo. As disciplinas de história e geografia, por exemplo, podem-se inserir os contextos históricos com a estrutura geográfica do local ou criar um jogo de turismo, onde os estudantes se organizam em uma suposta “agência de viagem” e buscam meios de aprender sobre o local que está visitando, seja através de filmes ou uma feira cultural.
6 TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE
	Na sociedade, em geral, a busca por passar velhos conhecimentos adiante ainda é muito comum, sendo que este método não estimula na produção de novos conhecimentos e desencoraja quem usa de sua criatividade para resolver os problemas. Com o tempo, as pessoas passam a seguir os padrões impostos, enfraquecendo suas capacidades de buscar meios alternativos para solucionar alguns obstáculos. No entanto, já existem diversas técnicas que podem estimular esta criatividade nas pessoas.
6.1 BRAINSTORMING: TEMPESTADE CEREBRAL, TURBILHÃO MENTAL, EXPLOSÃO OU TEMPESTADE DE IDEIAS
	Para dar início, é preciso propor os objetivos do exercício, afim de estimular o interesse pela aventura de criar algo e criar um clima esportivo e agradável de expectativa. Além disso, é preciso apresentar as regras do jogo, nas quais não se deve julgar ou criticar, eliminar a autocrítica, vale mais errar do que omitir e quanto mais ideias, melhor. Após propor o problema, começa a produção de ideias ou soluções. Após começar o coordenador organiza para que não haja discussões entre os participantes. Pode haver um anotador para escrever as ideias. Ao fim do exercício, as ideias propostas são selecionadas e os participantes se dividem em grupos para executa-las.
6.2 FURO JORNALÍSTICO
	Esta técnica pode servir ara criar um clima de liberdade, desinibição e esportividade. A princípio, faz-se uma apresentação e uma explanação da técnica, onde as pessoas irão se dividir em grupos e construirão alguma coisa que acharem de interessante com eles, com um tempo cronometrado de 10 minutos. Encerrando o tema, os resultados serão apresentados, e, finalmente, convidará para uma sessão de brainstorming.
6.3 DESENHO COOPERATIVO
	Os participantes irão, um por um, fazer um traço apenas, em um quadro. Assim, irão manter a expectativa de saber qual será o desenho final a ser formado. Esta técnica pode ser usada como exercício de recreação, integração e reuniões.
6.4 LIQUIDIFICADOR MENTAL
	Esta técnica tem como função revisar e fixar conteúdos estudados, auxilia ainda na fixação das palavras-chave de uma determinada disciplina, de um curso ou aula, além de desenvolver a capacidade de descobrir e estabelecer novas relações entre conceitos. Para a sua execução, é pedido aos participantes que preparem 3 (três) bilhetes, e cada qual deve escrever 3 conceitos-chave acerca do assunto tratado. Estes bilhetes são recolhidos e depois serão misturados – liquidificador. Deste modo, cada membro do grupo deve retirar 3 bilhetes, e dentro de um determinado tempo a ser decidido pelo coordenador, deve dissertar acerca destes conceitos separadamente, de modo que relacione-os entre si.
	Para adequar-se de acordo com o momento, é possível que a técnica seja utilizada logo no início, para servir como motivação do curso/disciplina, ou para determinador encontro. O uso de materiais para consultar é permitido, bem como a concepção de um tempo para a produção de uma resposta escrita.
6.5 MINI-AULA OU AULINHA
	A função desta técnica é sair da rotina de uma aula expositiva, almejando maior interesse e participação. A realização dessa técnica dá-se por um tema que é subdivido por uma série de itens – está a critério do professor a quantidade, escritos em fichas e enumerados por uma sequência. A partir disso, o professor fará uma breve explanação do tema, e, respectivamente, os alunos serão convidados a falarem sobre o que sabem. É possível que haja perguntas ou debates acerca do tema exposto. Uma sugestão é que seja apresentado aos alunos o tema da aula seguinte e que o professor peça aos alunos para trazerem contribuições em cima do que pesquisarem em artigos, livros, etc., e cada qual terá até três minutos para falar acerca do tema exposto.
6.6 PAINEL PROGRESSIVO
	O objetivo desta é aprofundar o estudo de um tema, valorizar a contribuição de todos e integrar os membros de um grupo em torno de um tema comum, além de amadurecer, aperfeiçoar ideias ou conclusões, A realização é feita por pequenos grupos que estudam/debatem em um tempo delimitado. Em seguida, as equipes juntam-se em grupos maiores e discutem entre si para elaboraremuma síntese perfeita. Desse modo, elaboram uma nova síntese e, finalmente, assembleia geral.
6.7 CAIXINHA DE PERGUNTAS
	Almeja motivar o estudo de um texto ou tema, a fim de estimular a participação de todos no grupo, para proporcionar troca de informações, comunicação e integração do grupo. Para dar início, o professor apresenta rapidamente o tema, e distribui ao grupo um texto para ser discutido, durante um tempo determinado. Tão logo passará uma caixinha com perguntas. Em seguida, começa o jogo. Para isso, coloca-se uma música de fundo e a caixinha vai passando pela roda. No momento em que a música cessar, quem está com a caixinha deve retirar um bilhete e terá um tempo de um minuto para responder – se preciso, com auxílio do texto. Do contrário, perderá pontos ou pagará prenda; E assim ocorrerá o jogo. Caso haja alguém que já tenha respondido, o colega anterior que responderá.
7 TÉCNICAS DE DEBATE
7.1 PAINEL DUPLO
	Possui como objetivo o desenvolvimento do raciocínio, da organização lógica do pensamento, além da possibilidade de ver um tema sob muitos ângulos e debater as ideias. A priori, será apresentada uma situação a ser discutida e em seguida, a constituição de grupos que sejam a favor ou contra o exposto. Em seguida, os dois grupos debaterão o tema, durante o tempo previsto. Após a conclusão, haverá uma auto e “hétero-avaliação” de cada subgrupo.
7.2 GRUPOS DE QUESTIONAMENTO
	Esta técnica visa à estimulação do esforço individual e coletivo no estudo de um tema, suscitando a emulação, espírito crítico, análise e precisão de ideias. O desenvolvimento decorre da apresentação do tema a ser estudado, formação de grupos, distribuição do texto ou indicação de consultas. Haverá um estudo do tema e formulação das questões a serem propostas. Os grupos devem responder a estas questões com precisão e por fim, serão avaliada as respostas de cada grupo. Por conseguinte, haverá um sorteio para ver qual dos grupos será questionado, e em decorrência, cada grupo apresentará verbalmente as questões que lhe coube. Todos os membros devem tomar parte.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREOLA, Balduíno A. Dinâmica de Grupo: Jogo da vida e Didática do Futuro. 23ª ed.. Rio de Janeiro. Petrópolis: Vozes. 2003.

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