Buscar

Material aula 10 Controle de Constitucionalidade parte III

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 164 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 164 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 164 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIONAL
Com a Professora: Nathalia Masson
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
MEDIDA CAUTELAR NO CONTROLE 
CONCENTRADO
 Medida Cautelar no controle concentrado
- É cabível em todas as 4 ações do controle concentrado,
tendo por fundamento constitucional o art. 102, I, p, CF. Os
pressupostos para a concessão são os seguintes: a
probabilidade do direito (FBI) e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo (PIM); ver art. 300 do CPC.
- Fundamentação legal:
* ADI: arts. 10 e 11 da Lei 9.868/99
* ADC: art. 21 da Lei 9.868/99
* ADO: art. 12-F da Lei 9.868/99
* ADPF: art. 5º da Lei 9.882/99
 Medida Cautelar em ADI
- Se o STF não concede a cautelar em ADI, nada se altera no
ordenamento jurídico: a norma continuará fruindo da
presunção relativa de ser constitucional que ela já possuía.
Vale dizer, a não concessão da MC em ADI não me permite
concluir que o STF está reforçando a presunção de
constitucionalidade da norma.
 Medida Cautelar em ADI
- Por outro lado, se o STF conceder a MC em ADI, teremos:
* A possibilidade de a Corte determinar a suspensão dos
processos que tramitam no controle difuso e discutem a
norma objeto da ADI (o intuito é evitar que decisões sejam
prolatadas na via difusa e se apresentem, futuramente, como
contraditórias diante da decisão definitiva do STF em sede de
ADI).
* A suspensão da validade da norma (e não apenas de sua
eficácia).
* Efeito repristinatório (art. 11, § 2° da Lei 9.868/99): se a
norma objeto de ADI é suspensa por MC, a Lei anterior que
havia sido revogada voltará a produzir seus efeitos, de forma
tácita/automática (se não existe uma lei anterior, este efeito
não se aplica).
 Medida Cautelar em ADI
- Quanto aos efeitos da concessão da cautelar, temos:
* “erga omnes”
* vinculante
* “ex nunc”, em regra (é possível que a decisão do STF
possua efeitos retroativos)
 Medida Cautelar em ADI
- Procedimento:
* No recesso: decisão monocrática do relator, “ad referendum” do
Tribunal Pleno.
- Julgando indispensável, o relator ouvirá o Advogado-Geral da
União e o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 dias,
sendo facultada a sustentação oral aos representantes judiciais do
requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela
expedição do ato, na forma do Regimento do Tribunal (art. 10, §§
1º e 2º).
* Fora do recesso: decisão da maioria absoluta (6 Ministros), desde
que o quórum especial do art. 22 (8 Ministros; 2/3) tenha sido
respeitado.
* Vale destacar que o STF já admitiu, fora do recesso, a concessão
da MC em ADI pelo relator “ad referendum” do Tribunal Pleno, em
situação de urgência qualificada (extrema urgência ou perigo de
lesão grave).
 Medida Cautelar em ADI
Obs. O comentário acima destacado mostra que em sede de
ADI a autorização para o relator conceder monocraticamente
a cautelar fora do período de recesso é jurisprudencial. Por
outro lado, essa mesma possibilidade existe em sede de
ADPF, no entanto, em razão de previsão expressa na lei (art.
5º, § 1º, da Lei nº 9.882/99).
Art. 5º, § 1º, Lei nº 9.882/99: Em caso de extrema urgência
ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso,
poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do
Tribunal Pleno.
 Medida Cautelar em ADI
Notícias STF
Segunda-feira, 02 de maio de 2016
Suspenso crédito extraordinário para publicidade da Presidência da
República
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu
liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5513, ajuizada pelo
partido Solidariedade (SD), para suspender parcialmente a vigência da
Medida Provisória (MP) 722/2016, apenas na parte em que abre crédito
extraordinário em favor da Presidência da República, sob as rubricas
Comunicação Institucional (R$ 85 milhões) e Publicidade de Utilidade
Pública (R$ 15 milhões). A decisão será submetida a referendo pelo
Plenário.
Em uma análise preliminar, o relator afirmou que esses créditos
desrespeitam o artigo 167, parágrafo 3º, da Constituição Federal. O
dispositivo prevê que a abertura de crédito extraordinário somente será
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
 Medida Cautelar em ADC
- Art. 21, Lei nº 9868/99.
- Os efeitos da concessão são os mesmos enunciados na MC
em ADI.
- No entanto, o impacto da concessão da medida é mais
restrito: não teremos a suspensão da vigência da norma (com
a consequente possibilidade da incidência do efeito
repristinatório); teremos, somente, suspensão do julgamento
dos processos que tramitam no controle difuso e discutem a
norma que é objeto da ADC.
- Nos termos do parágrafo único do art. 21 da Lei nº 9.868/99,
a cautelar em ADC tem prazo de eficácia de 180 dias.
Todavia, segundo o STF, este prazo pode ser prorrogado
sucessivas vezes, em virtude do acúmulo de trabalho.
 Medida Cautelar em ADC
Rcl. 11.042-SP, Rel. Min. Dias Toffoli: O Plenário deste Tribunal,
ao resolver questões de ordem na referida ADC nº 18/DF,
prorrogou a vigência da medida cautelar deferida por três vez, a
saber: i) em 4/2/09, por 180 dias; ii) em 16/9/09, por 180 dias; iii)
em 25/3/10 por mais 180 dias sendo esta a última prorrogação.
Está no voto do Relator: “Proponho, senhor Presidente e Senhores
Ministros, nesta terceira e última questão de ordem, a prorrogação,
por 180 (cento e oitenta) dias, da eficácia da medida cautelar
deferida nos autos da presente ADC 18/DF” (Relator o Ministro
Celso de Mello, Tribunal Pleno, Dje de 18/6/10, grifos originais).
Após o término do prazo de 180 dias, referente à última
prorrogação, a medida cautelar deferida no sentido de suspender o
julgamento das demandas que envolvessem a aplicação do art. 3º,
§ 2º, inciso I, da Lei nº 9.718/98 perdeu sua eficácia, não
subsistindo qualquer decisão desta Suprema Corte dotada de
efeito vinculante e eficácia erga omnes.
- “Anteriormente à edição da Lei nº 12.063/2009 não se falava
em cabimento de cautelar para a ADO. A lei trouxe, todavia,
possibilidade expressa de concessão da medida no art. 12-F, o
que pacificou o entendimento pelo cabimento tanto em se
tratando de ADO por omissão total quanto em ADO por omissão
parcial.”
- “Segundo a lei, em caso de excepcional urgência e relevância
da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus
membros, desde que presentes pelo menos oito Ministros
(quórum especial do art. 22, Lei nº 9.868/1999), poderá
conceder medida cautelar após a audiência dos órgãos ou
autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, os
quais deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.”
 Medida Cautelar em ADO
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 5ª. ed. Salvador:
Juspodivm, 2017, p. 1239.
- “A oitiva do Procurador-Geral da República, no prazo de três
dias pode ser determinada pelo relator, quando ele julgar
indispensável. Ademais, cumpre noticiar que no julgamento do
pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos
representantes judiciais do requerente e das autoridades ou
órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma
estabelecida no Regimento do Supremo Tribunal.”
- “Quanto aos efeitos, a medida cautelar poderá consistir na
suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado,
no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de
processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou
ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal.”
 Medida Cautelar em ADO
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 5ª. ed. Salvador:
Juspodivm, 2017, p. 1239-1240.
- “O art. 5º da Lei nº 9.882/1999 autoriza a concessãode
cautelar em ADPF, por maioria absoluta dos membros do
Supremo Tribunal (6 Ministros). Em caso de extrema
urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de
recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum
do Tribunal Pleno, conforme se depreende da leitura do art.
5º, § 1º, da lei regulamentadora.”
- “A lei informa, ainda, que o relator poderá ouvir os órgãos
ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem
como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da
República, no prazo comum de cinco dias (art. 5º, § 2º).”
 Medida Cautelar em ADPF
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 5ª. ed. Salvador:
Juspodivm, 2017, p. 1239-1247.
- “Com relação aos efeitos, diz a lei que a liminar poderá
consistir na determinação de que juízes e Tribunais
suspendam o andamento dos processos ou os efeitos de
decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que
apresente relação com a matéria objeto da arguição de
descumprimento de preceito fundamental, salvo se
decorrentes da coisa julgada (art. 5º, § 3º).”
- “Segundo a doutrina, esse efeito envolve diretamente a
ADPF incidental, aquela proposta quando há uma relevante
controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal
e estadual, incluídos os anteriores à Constituição.”
 Medida Cautelar em ADPF
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 5ª. ed. Salvador:
Juspodivm, 2017, p. 1239-1247.
ASPECTOS PROCEDIMENTAIS DAS AÇÕES DO 
CONTROLE CONCENTRADO DE 
CONSTITUCIONALIDADE 
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
- Endereçamento
- Preâmbulo/Qualificação
- Do Objeto da Ação
- Da Competência
- Da Legitimidade
- Requisito específico da peça, se houver
- Do Direito
- Da Medida Cautelar
- Requerimentos e Pedidos
- Valor da causa
- Fechamento da peça
TERMOS QUE O EXAMINADOR USOU PARA INDICAR QUE UMA AÇÃO 
DO CONTROLE CONCENTRADO DEVERIA SER ELABORADA 
VII EXAME
(ADI)
“(...) referida lei afrontaria a CRFB (...)”
XIII EXAME
(ADI)
“(...) procura os seus serviços para impugnar o Decreto
expedido pelo Presidente da República, salientando que o
mesmo viola diretamente a Constituição (...)”
XVI EXAME
(ADI)
“(...) o partido político “Para Frente Brasil” – PFB,
representado unicamente por um Deputado Federal,
procura os seus serviços para objetar contra a Lei Estadual,
por entender que a norma estadual viola diretamente a
Constituição Federal. (...)”
XVII EXAME
(ADI)
“(...) por entender presente a violação de regras da CRFB
(...)”
TERMOS QUE O EXAMINADOR USOU PARA INDICAR QUE UMA AÇÃO 
DO CONTROLE CONCENTRADO DEVERIA SER ELABORADA 
XIX EXAME
(ADO)
“(...) pretende ajuizar, em nome do partido, a medida
judicial objetiva apropriada, visando à regulamentação do
art. 7º, inciso XXIII, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. (...) elabore a peça
processual judicial objetiva adequada (...)”
XX
(ADPF)
“(...) O partido político, após o devido trâmite interno
estabelecido no seu estatuto, conclui que a norma
municipal está em dissonância com a CRFB/88 e decide
adotar providência judicial em relação ao tema. (...)
utilizando-se do instrumento constitucional adequado,
elabore a medida judicial de controle objetivo cabível (...)”
LEGITIMIDADE NOS EXAMES PASSADOS
VII EXAME
(ADI)
Confederação Nacional do Comércio (art. 103, IX, CF/88 C/C art.
2º, IX, Lei 9.868/99)
XIII EXAME
(ADI)
Confederação Sindical dos Engenheiros (art. 103, IX, CF/88 C/C
art. 2º, IX, Lei 9.868/99)
XVI EXAME
(ADI)
“Partido político ‘Para Frente Brasil’ – PFB, representado
unicamente por um Deputado Federal (...)” (art. 103, VIII, CF/88
C/C art. 2º, VIII, Lei 9.868/99)
XVII EXAME
(ADI)
“O Partido Político ‘Z’, que possui apenas três representantes na
Câmara dos Deputados (...)” (art. 103, VIII, CF/88 C/C art. 2º, VIII,
Lei 9.868/99)
XIX EXAME
(ADO)
“Determinado partido político, que possui dois Deputados
Federais e dois Senadores em seus quadros (...)” (art. 103, VIII,
CF/88 C/C art. 12-A, Lei 9.868/99)
XX
(ADPF)
“Partido político Beta, o qual possui representação no Congresso
Nacional (...)” (art. 103, VIII, CF/88 C/C art. 2º, I, Lei 9.882/99)
ESTRUTURA DAS PEÇAS
ADI ADC ADO ADPF
I – DO OBJETO DA 
AÇÃO
I – DO OBJETO DA 
AÇÃO
I – DA OMISSÃO 
INCONSTITUCIONAL
I – DO OBJETO DA 
AÇÃO
II – DA COMPETÊNCIA II – DA COMPETÊNCIA II – DA COMPETÊNCIA II – DA COMPETÊNCIA
III – DA LEGITIMIDADE III – DA LEGITIMIDADE III – DA LEGITIMIDADE III – DA LEGITIMIDADE
IV – DA RELEVANTE 
CONTROVÉRSIA 
JUDICIAL
IV – DA 
SUBSIDIARIEDADE
IV – DO DIREITO V – DO DIREITO IV – DO DIREITO V – DO DIREITO
V – DA MEDIDA 
CAUTELAR
VI – DA MEDIDA 
CAUTELAR
V - DA MEDIDA 
CAUTELAR
(se a omissão for 
parcial – art. 12-F, Lei 
nº 9.868/99)
VI – DA MEDIDA 
CAUTELAR
VI – REQUERIMENTOS 
E PEDIDOS
VII – REQUERIMENTOS 
E PEDIDOS
VI – REQUERIMENTOS 
E PEDIDOS
VII – REQUERIMENTOS 
E PEDIDOS
VALOR DA CAUSA VALOR DA CAUSA VALOR DA CAUSA VALOR DA CAUSA
FECHAMENTO DA 
PEÇA
FECHAMENTO DA 
PEÇA
FECHAMENTO DA 
PEÇA
FECHAMENTO DA 
PEÇA
* Para a propositura válida de ADC, deve-se observar um
requisito formal, qual seja, a comprovação de que existe
uma controvérsia judicial relevante.
* Isso significa que a norma deve ser objeto de diferentes
decisões no Poder Judiciário, que sejam divergentes quanto
à sua constitucionalidade.
* Não é suficiente que exista controvérsia doutrinária e
acadêmica acerca da constitucionalidade da norma.
* Esse requisito é decorrência direta do Princípio da
Presunção de Constitucionalidade das leis.
 Relevante controvérsia judicial em ADC
* Todas as normas que ingressam no ordenamento são
presumivelmente consideradas constitucionais (presunção
relativa), e a ADC não é um instrumento de consulta.
* Referida controvérsia será comprovada pelo legitimado
ativo na petição inicial, por meio da juntada de decisões
judiciais divergentes que acarretem grave incerteza e um
estado de intranquilidade.
* Enquanto a ADI pode ser proposta tão logo haja a
promulgação/publicação da norma, a ADC só é cabível
depois que o tempo passa e a controvérsia se instaura no
Poder Judiciário.
 Relevante controvérsia judicial em ADC
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Endereçamento – Como escrever na petição inicial
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
EXMO. SR. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Esqueleto do preâmbulo/qualificação
AUTOR, (qualificado), vem, perante V. Exa., pelo advogado
(...) infra-firmado, (constituído pela procuração anexa), com
fundamento no art. 102, I, a, CF/88 e nos dispositivos
pertinentes da Lei 9.868/99, ajuizar a presente
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
(com pedido de medida cautelar)
indicando como objeto de impugnação ___________ , ante os
fundamentos jurídicos que seguem:
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Preâmbulo – Como escrever na petição inicial
Partido Político ABC, com representação no Congresso
Nacional, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrito no
CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede em..., por
seu diretório Nacional, vem respeitosamente, por seu
advogado (instrumento de mandato anexo), à presença de
Vossa Excelência, com fundamento no art. 102, I, a e p, da
CF/88 e dispositivos pertinentes da Lei nº 9.868/99, propor
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, com
pedido de medida cautelar, em face da Lei nº ..., editada
pelo..., ante os fundamentos jurídicosque seguem:
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Da Competência – Como escrever na petição inicial
Da Competência
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente,
a guarda da Constituição Federal, sendo sua atribuição,
nos termos do art. 102, I, a, da CF/88, processar e julgar
originariamente a Ação Direta de Inconstitucionalidade, de
Lei ou ato Normativo Federal, Estadual ou Distrital (no
exercício da sua competência estadual) que seja contrário
à Constituição Federal, bem como é competência da Corte
Suprema processar e julgar o correspondente pedido de
medida cautelar previsto no art. 102, I, p, CF/88.
Destarte, revela-se inequívoca a competência desta
Suprema Corte para o julgamento da presente ação direta
de inconstitucionalidade.
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Da Legitimidade Ativa – Capacidade postulatória
- Os legitimados dos incisos I a VII do art. 103, CF/88,
possuem capacidade postulatória.
Art. 103, CF/88: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e
a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Da Legitimidade Ativa – Capacidade postulatória
- Os legitimados dos incisos VIII e IX do art. 103, CF/88,
não possuem capacidade postulatória (o advogado deverá
subscrever a petição inicial).
Art. 103, CF/88: Podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
VIII - partido político com representação no Congresso 
Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional.
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Da Legitimidade Ativa – Pertinência Temática
- O STF dividiu os legitimados em 2 grupos:
(i) universais ou neutros: não precisam comprovar a
pertinência temática, vez que o interesse de agir é
presumido.
(ii) especiais ou interessados: são aqueles que devem
demonstrar na petição inicial a pertinência temática. São os
legitimados dos incisos IV, V e IX do artigo 103, CF/88.
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Da Legitimidade – Como escrever na petição inicial
 Se for legitimado universal
Da Legitimidade
A legitimidade ativa para atuar no controle concentrado de
constitucionalidade foi entregue a um rol taxativo, hoje presente no
art. 103 da CF/88.
Em síntese, (identificar o legitimado) detém legitimidade para
ajuizar a presente ação direta de inconstitucionalidade, em razão do
disposto no art. 103, (colocar o inciso), CF/88 e art. (colocar o artigo
da lei específica).
Tendo em vista que nossa Suprema Corte firmou entendimento
no sentido de que (identificar o legitimado) é um dos legitimados
universais e esses possuem dentre as suas atribuições institucionais
a de defender a ordem constitucional objetiva, o requisito da
pertinência temática não precisa ser comprovado, afinal, o interesse
de agir pode ser presumido.
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Da Legitimidade – Como escrever na petição inicial
 Se for legitimado especial
Da Legitimidade
A legitimidade ativa para atuar no controle concentrado de
constitucionalidade foi entregue a um rol taxativo, hoje presente no art.
103 da CF/88.
Em síntese, (identificar o legitimado) detém legitimidade para
ajuizar a presente ação direta de inconstitucionalidade, em razão do
disposto no art. 103, (colocar o inciso), CF/88 e art. (colocar o artigo da
lei específica).
É sabido que a Suprema Corte possui entendimento no sentido de
que (identificar o legitimado) somente poderá ajuizar as ações do
controle concentrado se antes comprovar a pertinência temática, sendo
esta a verdadeira projeção do interesse de agir. O Requisito da
pertinência temática encontra-se plenamente atendido, uma vez que ...
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Da Legitimidade Passiva – Como escrever na petição
inicial
A legitimidade passiva é atribuída, nas (colocar o
nome da ação), aos responsáveis pela (edição ou omissão)
da lei ou ato normativo. Assim, em se tratando de lei ... ,
devem figurar no polo passivo...
ADI nº 5212
ADI nº 4126
ADPF nº 372
 Aspectos procedimentais - ADI
 Tópico: Do direito – Comprovação da inconstitucionalidade
Confrontar objeto X Parâmetro
Lei / Ato Normativo X Dispositivo(s) da CF/88
 Aspectos procedimentais - ADI
 Tópico: Do direito – Como escrever na petição inicial
A inconstitucionalidade (material/formal) da norma
impugnada evidencia-se quando seu conteúdo/sua forma
de elaboração mostra-se conflitante com o art. ... da
CF/88 (ou com o princípio...).
Isso porque ...
 Aspectos procedimentais - ADC
 Tópico: Do direito – Comprovação da constitucionalidade
- Demonstrar que a lei ou ato normativo está em
consonância com a CF/88.
 Aspectos procedimentais - ADC
 Tópico: Do direito – Como escrever na petição inicial
Não merecem prosperar os argumentos utilizados
pelos juízes/Tribunais, no sentido da inconstitucionalidade
da norma objeto desta ação declaratória.
Afinal, a norma está em perfeita e inequívoca harmonia
com a CF/88, já que...
 Aspectos procedimentais - ADO
 Tópico: Do direito – Comprovação da inconstitucionalidade
por omissão
- Demonstrar que a norma constitucional de eficácia
limitada (que depende de complementação normativa
posterior para produzir todos os seus efeitos essenciais)
não foi regulamentada, havendo, nesse sentido, uma
omissão inconstitucional.
 Aspectos procedimentais - ADO
 Tópico: Do direito – Como escrever na petição inicial
Tal como a ação direta de inconstitucionalidade
genérica, o processo de controle abstrato da omissão não
possui outra finalidade senão a de defender a ordem
fundamental contra omissões que com ela sejam
incompatíveis, no intuito, sobretudo, de tutelar a
supremacia constitucional.
Esta Corte Suprema firmou entendimento no sentido de
que a norma constitucional “X” possui eficácia limitada,
sendo portanto, dependente de regulamentação ulterior
para produzir todos os seus efeitos essenciais.
 Aspectos procedimentais - ADO
 Tópico: Do direito – Como escrever na petição inicial
Passados quase 30 anos da edição do texto
constitucional de 1988, não se justifica a não confecção,
até o presente momento, do dispositivo infraconstitucional
regulamentador da matéria.
Não se pode, portanto, negar o notório e indiscutível
lapso temporal que comprova a inércia do ... (identificar o
responsável pela edição da norma) em relação ao
cumprimento do inequívoco comando constitucional de
legislar.
 Aspectos procedimentais - ADO
 Tópico: Do direito – Como escrever na petição inicial
Nada obstante existirem diversos projetos de lei em
trâmite no Congresso Nacional, visando a regulamentação
da norma constitucional “X”, a presente ação deve ser
conhecida por esta Suprema Corte, que possui
entendimento no sentido de que a omissão só é
efetivamente sanada quando é produzida e promulgada a
regulamentação normativa.
 Aspectosprocedimentais - ADPF
 Tópico: Do direito – Da norma impugnada
- O objeto da arguição é regido pelo princípio da
subsidiariedade, inscrito no art. 4º, § 1º, Lei 9882/99.
Assim, a ADPF só será cabível se não houver nenhum
outro meio eficaz de sanar a lesividade (em síntese: a
ADPF só pode ser utilizada se a ADI ou a ADC não forem
cabíveis).
- Exemplos:
* Leis / Atos normativos municipais ou distritais editados no
exercício de competência legislativa municipal;
* Normas pré-constitucionais (análise quanto à recepção);
* Atos normativos secundários.
 Aspectos procedimentais - ADPF
 Tópico: Do direito – Como escrever na petição inicial
Uma vez demonstrado o cumprimento dos
pressupostos de admissibilidade da ADPF, impende, no
mérito, expor as razões pelas quais o... (identificar o
legitimado) postula a declaração, com eficácia geral e
vinculante da não recepção pela CF/88 do dispositivo
impugnado na presente ação.
A Lei “A” contraria, inequivocadamente, os Preceitos
Fundamentais inscritos nos artigos “X” e “Z” da CF/88.
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Valor da causa – Identificação
- Deve-se atribuir um valor a causa, visto que o art. 291 do
CPC dispõe que a toda causa deverá ser conferido um
valor certo, ainda que ela não possua conteúdo econômico
imediatamente aferível. No caso das ações do controle
concentrado, não há como mensurar um valor econômico
específico para a ação, de forma que deva ser atribuído
valor ínfimo, para efeitos fiscais.
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Valor da causa – Como escrever na petição inicial
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para
efeitos procedimentais.
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: Valor da causa
COMO A FGV PONTUA O VALOR DA CAUSA
EXAME PEÇA ESPELHO
XX ADPF Valor da causa (0,10)
XIX ADO Valor da causa (0,10)
XVII ADI Não cobrou o valor da causa
XVI ADI Não cobrou o valor da causa
XIII ADI Não cobrou o valor da causa
VII ADI
Valor da causa: Para fins procedimentais. R$ xxxxx,xx
(qualquer valor). (0,25)
 Aspectos procedimentais comuns: ADI/ADC/ADO/ADPF
 Tópico: fechamento da peça – Como escrever na petição
inicial
Termos em que pede deferimento.
Local...
Data...
ADVOGADO...
OAB...
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADI
Lei nº 9.868/99:
- Art. 3º, parágrafo único (documentos: a petição inicial, acompanhada
de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será
apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato
normativo impugnado e dos documentos necessários para comprovar a
impugnação.)
- Art. 6º (o relator pedirá informações aos órgãos ou autoridades das
quais emanam a lei)
- Art. 8º c/c art. 103, §§ 1º e 3º da CF/88 (oitiva do AGU e do PGR)
- Art. 10 e 11 c/c art. 300 do CPC (pedido de liminar – escrever embaixo
desse artigo o art. 300 do CPC, para lembrar dos requisitos da tutela de
urgência da cautelar)
Pedido principal: que a lei seja declarada inconstitucional
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADI
Lei nº 9.868/99:
- Art. 1º c/c art. 102, I, a, CF/88 (cabimento da ADI)
- Art. 2º c/c art. 103 da CF/88 (traz os legitimados)
- Art. 2º, IX c/c art. 7º, § 1º, da Lei nº 9.096/95 (a entidade de classe
somente é considerada de âmbito nacional se estiver presente em, pelo
menos, nove Estados da federação {um terço da federação} - STF na ADI
79-DF - por analogia lei dos partidos políticos {Lei nº 9.096/1995})
- Art. 4º, parágrafo único (cabe agravo da decisão que indeferir a petição
inicial)
- Art. 5º (não admite-se desistência)
- Art. 7º, § 2º (possibilidade de participação do amicus curiae)
- Art. 9º, § 1º (abertura da audiência pública)
- Arts. 22 a 28 c/c art. 102, § 2º CF/88 (fala sobre a decisão proferida em
ADI)
CASO PRÁTICO
O governo brasileiro, preocupado com os índices
crescentes de ataques terroristas no mundo, vinculou-se à
Convenção sobre os Direitos Humanos das Vítimas de
Atividades Terroristas, convenção internacional, de âmbito
multilateral, que estabelece restrições aos direitos dos
presos condenados por crimes resultantes de atividades
terroristas. O Presidente da República assinou o tratado e o
enviou ao Congresso Nacional, conforme disposição do art.
49, I, da Constituição Federal, e não de acordo com o § 3º
do art. 5º dessa Carta, e, em poucos meses, o Congresso
Nacional aprovou o texto do tratado na forma de decreto
legislativo. Após isso, o presidente da República editou
decreto promulgando e ratificando o tratado.
CASO PRÁTICO
Já estando internamente em vigor o referido decreto,
percebeu-se que vários juízes, em todo o território nacional,
aplicavam plenamente o art. 22 do tratado, no qual se lê:
“as presas condenadas por crimes resultantes de atividades
de terrorismo, logo após darem à luz, deverão deixar seus
filhos sob a responsabilidade de entidade pública de
assistência social até que cumpram integralmente a pena”.
Visando impossibilitar, de algum modo, a aplicação do
referido artigo, sob o argumento de sua
inconstitucionalidade, o presidente de um partido político
com representação no Congresso Nacional procurou, em
nome do partido, os serviços advocatícios de um(a)
profissional, ...
CASO PRÁTICO
... pretendendo uma solução urgente e uniforme para o
caso, de modo que, com apenas uma ação, sejam
alcançados efeitos para todos os indivíduos no território
brasileiro.
Na qualidade de advogado(a) contratado(a) pelo partido
político, redija a peça processual judicial objetiva mais
adequada ao caso, de acordo com a jurisprudência
majoritária do Supremo Tribunal Federal, atentando,
necessariamente, para os seguintes aspectos: a)
competência do órgão julgador; b) legitimidade ativa e
passiva; c) possibilidade de contestação judicial da
constitucionalidade do referido tratado; d) requisitos formais
da peça judicial proposta.
CONSTRUINDO A PETIÇÃO
Item 1: Ler, compreender e resumir o caso
- Partido Político com representação no Congresso Nacional
quer impossibilitar a aplicação do art. 22, do tratado com
apenas uma ação, alcançado efeito para todos os indivíduos
no território brasileiro.
Item 2: Identificar o problema jurídico
- O art. 22 do Tratado vai de encontro com o art. 5º, L, da
CF/88, que preceitua ser direito das presas permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação.
CONSTRUINDO A PETIÇÃO
Item 3: Identificar o legitimado ativo/passivo e reunir os
dados informados pelo examinador
- Legitimado ativo: Partido Político com representação no
Congresso Nacional (art. 103, VIII, da CF e art. 2º, VIII, Lei
nº 9.868/99)
- Legitimado passivo: Presidente da República e Congresso
Nacional
Item 4: Definir a ação que soluciona o problema
- ADI
Item 5: Determinar o órgão competente
- Supremo Tribunal Federal - art. 102, I, a, CF/88
ELABORAÇÃO DA PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
PARTIDO POLÍTICO, com representação no Congresso Nacional,
pessoa jurídica de direito privado, por seu Diretório Nacional, inscrito no
CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., nº...,
bairro..., cidade..., UF, CEP..., por seu advogado (instrumento de
mandato anexo), com escritório profissional na Rua... (endereço
completo), onde receberá as comunicações processuais (art. 77, V,
CPC), vem à presença de Vossa Excelência, com supedâneo no art.
102, I, a e p da Constituição Federal, e Lei nº 9.868/99, propor AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, com pedido de MEDIDA
CAUTELAR, em face do art. 22, da Convenção sobre os Direitos
Humanosdas Vítimas de Atividades Terroristas, que foi internalizada
pelo Presidente da República e pelo Congresso Nacional por meio do
Decreto..., pelos motivos a seguir expostos.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
I – DO OBJETO DA AÇÃO
O governo brasileiro, preocupado com os índices crescentes de ataques
terroristas no mundo, vinculou-se à Convenção sobre os Direitos Humanos
das Vítimas de Atividades Terroristas, convenção internacional, de âmbito
multilateral, que estabelece restrições aos direitos dos presos condenados
por crimes resultantes de atividades terroristas.
O Presidente da República, após assinar o tratado, o enviou ao
Congresso Nacional, que aprovou o texto do tratado na forma de decreto
legislativo. Na sequência o Presidente da República editou decreto
promulgando e ratificando referido tratado.
O art. 22 do tratado preceitua que: “as presas condenadas por crimes
resultantes de atividades de terrorismo, logo após darem à luz, deverão
deixar seus filhos sob a responsabilidade de entidade pública de assistência
social até que cumpram integralmente a pena”. Esse artigo tem sido
plenamente aplicado por vários juízes, em todo o território nacional.
Referida norma, como será demonstrado no decorrer dessa petição, viola
o conteúdo de dispositivo da Constituição Federal e, por esta razão, deverá
ser declarada inconstitucional.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
II – DA COMPETÊNCIA
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição Federal, sendo sua atribuição, nos termos do art. 102, I, a,
CF/88, processar e julgar originariamente a Ação Direta de
Inconstitucionalidade, de Lei ou ato Normativo Federal, Estadual ou Distrital
(no exercício da sua competência estadual) que seja contrário à Constituição
Federal, bem como é competência da Corte Suprema processar e julgar o
correspondente pedido de medida cautelar previsto no art. 102, I, p, CF/88.
Destarte, revela-se inequívoca a competência desta Suprema Corte para
o julgamento da presente ação direta de inconstitucionalidade que visa
impugnar o art. 22, da Convenção sobre os Direitos Humanos das Vítimas
de Atividades Terroristas.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
III – DA LEGITIMIDADE
A legitimidade ativa para atuar no controle concentrado de
constitucionalidade foi entregue a um rol taxativo, hoje presente no art.
103 da CF/88.
Em síntese, o Partido Político com representação no Congresso
Nacional detém legitimidade para ajuizar a presente ação direta de
inconstitucionalidade, em razão do disposto no art. 103, VIII, da CF e do
art. 2º, VIII, da Lei nº 9.868/99.
Tendo em vista que nossa Suprema Corte firmou entendimento no
sentido de que o Partido Político com representação no Congresso
Nacional é um dos legitimados universais e esses possuem dentre as suas
atribuições institucionais a de defender a ordem constitucional objetiva, o
requisito da pertinência temática não precisa ser comprovado, afinal, o
interesse de agir pode ser presumido.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Vale ressaltar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é
firme no sentido de que a representação no Congresso Nacional se aufere
no momento de propositura da ação, tornando-se irrelevante a
modificação desse estado no decorrer do processo, que, aliás, em função
de seus contornos objetivos, não admite desistência, conforme determina
o art. 5º da Lei nº 9.868/99.
A legitimidade passiva é atribuída, nas ações diretas de
inconstitucionalidade, aos responsáveis pela edição da lei ou ato
normativo. Assim, em se tratando de decreto de internalização de tratado
internacional, devem figurar no polo passivo o Presidente da República e o
Congresso Nacional.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
IV – DO DIREITO
Primeiramente, insta destacar que a Convenção sobre Direitos das
Vítimas de Atividades Terroristas, embora compreenda uma convenção
internacional sobre direitos humanos, tem status de norma supralegal,
visto que foi integrada em nosso ordenamento jurídico pelo rito ordinário,
estando, portanto, sujeita ao controle de constitucionalidade.
Destaca-se também que o procedimento de incorporação dos
tratados e convenções internacionais ao direito brasileiro é feito mediante
dois procedimentos distintos, quais sejam: I) após a celebração do
tratado ou convenção internacional, feito exclusivamente pelo Poder
Executivo, conforme o art. 84, VIII, da CF, este o submete à aprovação do
Congresso Nacional, o que é feito por intermédio de Decreto Legislativo;
II) após a expedição do Decreto Legislativo, há a promulgação do
Decreto Presidencial, a partir do qual o tratado ou convenção
internacional adquire força normativa no direito positivo interno.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
A inconstitucionalidade material evidencia-se quando o conteúdo do
ato normativo entra em conflito com regras ou princípios estabelecidos na
Constituição Federal. Tal inconstitucionalidade encontra-se presente no
art. 22 da Convenção sobre os Direitos Humanos das Vítimas de
Atividades Terroristas, visto que o referido dispositivo vai de encontro
com o art. 5º, L, da CF.
De acordo com o art. 5º, L, da CF, às presidiárias serão asseguradas
condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação. Nesse sentido, não há dúvida que o art. 22 da
Convenção é inconstitucional, pois afronta dispositivo expresso na CF, ao
dispor que “as presas condenadas por crimes resultantes de atividades
de terrorismo, logo após darem à luz, deverão deixar seus filhos sob a
responsabilidade de entidade pública de assistência social até que
cumpram integralmente a pena”.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Comprovada está a inconstitucionalidade do art. 22 da Convenção, e,
portanto, dos decretos legislativo e presidencial, cuja integração dá força
e validade à convenção, diante do disposto no art. 5º, L, da CF.
Por fim, demonstrada a inconstitucionalidade do art. 22 da
Convenção sobre Direitos das Vítimas de Atividades Terroristas e dos
decretos referenciados, deve-se admitir a presente ADI, para que no
mérito seja julgada procedente, declarando-se a inconstitucionalidade do
referido dispositivo, assim como dos decretos que o convalidaram.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
V – DA MEDIDA CAUTELAR
Em conformidade com o que preceitua o art. 102, I, p e os arts. 10 e
11 da Lei nº 9.868/99, é cabível medida cautelar em sede de ADI a fim de
sustar os efeitos da norma legal impugnada (art. 22 da Convenção),
diante de sua afronta ao art. 5.º, L, da CF.
No caso, estão presentes os pressupostos legitimadores e
autorizadores da concessão da medida – a saber, a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, já que
são relevantes os fundamentos do pedido, pois envolvem o exercício de
um direito assegurado pela Constituição (direito da gestante presa de
permanecer com seu filho durante o período de amamentação) que está
sendo cerceado pela norma impugnada, bem como há o fundado receio
de que, privando os recém-nascidos do contato materno, sobretudo na
fase de amamentação, o dano seja irreparável.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Desse modo, deve ser suspensa de imediato a norma objeto da
presente impugnação, bem como deve haver a determinação de que
todos os processos que tramitam no controle difuso e tenham esta norma
como objeto de discussão sejam igualmente suspensos.
VI – REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se que:
a) seja concedida a medida cautelar, após intimação do Sr. Presidente da
República e do Sr. Presidente do Congresso Nacional, no prazo de cinco
dias, para se manifestarem, consoante estabelece o art. 10 da Lei nº
9.868/99, no sentido de suspender a vigência do art. 22 da Convenção
sobre Direitos das Vítimas de Atividades Terrorista, até a decisão final da
presente ação,bem como de suspender os processos que tramitam e
que tenham referido art. 22 como objeto de discussão;
ELABORAÇÃO DA PEÇA
b) sejam intimados o Sr. Presidente da República e o Sr. Presidente do
Congresso Nacional para, em 30 dias, prestarem as informações que
julgarem necessárias, de acordo com o que prevê o art. 6º, da Lei nº
9.868/99;
c) seja citado o Advogado-Geral da União, no prazo de 15 dias, após o
prazo das informações, conforme o art. 103, § 3º, da CF/88 e o art. 8º da
Lei nº 9.868/99;
d) seja ouvido o Procurador-Geral da República, após a manifestação do
AGU, também no prazo de 15 dias, conforme o art. 103, § 1º, da CF/88 e
o art. 8º da Lei nº 9.868/99;
e) seja determinada a juntada dos documentos, conforme o art. 3º,
parágrafo único, da Lei nº 9.868/99;
ELABORAÇÃO DA PEÇA
f) ao final, seja confirmada a liminar deferida, e no mérito seja julgada
procedente a presente ADI, declarando-se a inconstitucionalidade do art.
22 da Convenção sobre os Direitos Humanos das Vítimas de Atividades
Terroristas, suspendendo-se, definitivamente, a vigência dos atos
normativos impugnados (Decreto Legislativo e Decreto Presidencial), que
incorporaram referida Convenção ao direito interno.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para efeitos
procedimentais.
Requer-se, ainda, que as intimações dos atos e termos da presente
ação sejam feitas exclusiva e diretamente à pessoa do patrono
constituído: Advogado... inscrito na OAB ... nº ..., com escritório na ..., nº
..., Município ..., Estado ..., CEP ...
Termos em que pede deferimento.
Local...
Data...
ADVOGADO...
OAB...
PEÇA COBRADA NO VII EXAME
O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade
dos estacionamentos privados vinculados a
estabelecimentos comerciais, como supermercados,
hipermercados, shopping centers, determinando multas
pelo descumprimento, estabelecendo gradação nas
punições administrativas e delegando ao PROCON local a
responsabilidade pela fiscalização dos estabelecimentos
relacionados no instrumento normativo. Tício, contratado
como advogado Junior da Confederação Nacional do
Comércio, é consultado sobre a possibilidade de
ajuizamento de medida judicial, apresentando seu parecer
positivo quanto à matéria, pois a referida lei afrontaria a
CRFB. Em seguida, diante desse pronunciamento, a
Diretoria autoriza a propositura da ação judicial constante
do parecer.
PEÇA COBRADA NO VII EXAME
Gabarito comentado
A ação referida no parecer, consoante jurisprudência assente, é a Ação
Direta de Inconstitucionalidade.
O autor será a Confederação Nacional do Comércio, legitimada pela norma
do art. 103, IX, da CRFB, que deve comprovar a pertinência temática que
está caracterizada nesse caso.
Serão interessados o Governador do Estado e a Assembleia Legislativa
estadual.
A competência será do Supremo Tribunal Federal.
O fundamento constitucional assente nesse caso é a violação da
competência legislativa para o Direito Civil privativa da União Federal, pelo
Congresso Nacional (CRFB, art. 22, I), pois ocorre violação ao direito de
propriedade (CRFB, art. 5º, XXII).
Há necessidade de medida liminar vez que estão preenchidos os
pressupostos legais.
Os requisitos formais da peça são os previstos no art. 282, do CPC,
ressaltando o requerimento de intervenção do Ministério Público e da
Advocacia Geral da União.
O fundamento legal para a cautela é o art. 10 da Lei n. 9868/99.
PEÇA COBRADA NO XIII EXAME
O Presidente da República editou o Decreto nº 5555, estabelecendo a
obrigatoriedade, como exigência à obtenção do diploma de graduação em
engenharia, de um elevado aproveitamento nas disciplinas do curso, e,
para inscrição nos Conselhos Regionais, a conclusão de uma pós-
graduação com carga horária mínima de 480 horas de aula. A medida tem
por objetivo conferir maior controle sobre a formação do profissional, num
momento de expansão das obras de infraestrutura no país. A
Confederação Sindical dos Engenheiros, entidade que reúne 18 (dezoito)
Federações de sindicatos em diferentes Estados, cada uma com ao menos
10 (dez) sindicatos, procura os seus serviços para impugnar o Decreto
expedido pelo Presidente da República, salientando que o mesmo viola
diretamente a Constituição, sendo certa a urgência na obtenção de um
provimento judicial favorável, tendo em vista a aproximação do final de
ano, época em que, tradicionalmente, são formados milhares de bacharéis
em todo o território nacional.
Considerando a hipótese acima, formule a peça adequada.
PEÇA COBRADA NO XIII EXAME
Gabarito comentado
A peça a ser elaborada consiste em uma petição inicial de Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADIn), a qual terá, por objeto, o Decreto expedido
pelo Presidente da República, e, como parâmetros, diversos dispositivos
da Constituição da República.
De início, deve-se destacar que os decretos do Chefe do Poder
Executivo podem ser regulamentares ou autônomos. Na jurisprudência
do STF, somente se admite a propositura de ação direta tendo por objeto
decreto autônomo, aquele que inova autonomamente na ordem jurídica,
e não o decreto que tenha por escopo regulamentar a lei. Isso porque o
decreto regulamentar não possui autonomia normativa. Se o decreto
apenas fere a lei, ou desborda dos limites regulamentares, abrir-se-á a
via do controle de legalidade, e não do controle de constitucionalidade.
Desse modo, o examinando deve destacar a autonomia normativa do
Decreto em questão, tendo em vista a ausência de lei da qual decorra
aquele ato normativo.
PEÇA COBRADA NO XIII EXAME
Gabarito comentado
A competência para julgamento da Ação Direta é do Supremo Tribunal
Federal, e para essa corte deve ser endereçada a petição inicial.
Somente possuem legitimidade para propositura da Ação Direta de
Inconstitucionalidade aqueles explicitados no rol do artigo 103 da
Constituição. No caso em análise, a Confederação Sindical dos
Engenheiros tem legitimidade com base no inciso IX do citado
dispositivo: entidade de classe de âmbito nacional. Deve ser
demonstrado o preenchimento dos requisitos constantes dos Artigos 533
a 535 da CLT (“as Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3
Federações” e “é facultado aos Sindicatos, quando em número não
inferior a 5, desde que representem a maioria absoluta de um grupo de
atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se
em federação”), uma vez que tais requisitos são exigidos pela
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
PEÇA COBRADA NO XIII EXAME
Gabarito comentado
Ainda em relação à legitimidade, o examinando deve identificar que o
Supremo Tribunal Federal erigiu o requisito da pertinência temática – que
se traduz na relação de congruência que necessariamente deve existir
entre os objetivos estatutários ou as finalidades institucionais da entidade
autora e o conteúdo material da norma questionada em sede de controle
abstrato – à condição de pressuposto qualificador da própria legitimidade
ativa ad causam para efeito de instauração do processo objetivo de
fiscalização concentrada de constitucionalidade. O examinando deve
demonstrar, assim, a pertinência temática, na medida em que a
Confederação sindical atuará na defesa do interesse de uma classe
diretamente atingida pelo decreto impugnado. O Presidente da
República, que editou a norma impugnada, deve ser indicado no polo
passivo da ação. O examinando deve formular pedido de concessão da
medida cautelar, a fim de suspender a vigência do decreto cuja
inconstitucionalidade arguiu.
PEÇA COBRADA NO XIII EXAME
Gabarito comentado
Os pressupostos à concessão da medida são o fumus boni iuris e o
periculum in mora. O primeiro é demonstradopela direta e frontal
violação às normas constitucionais que estabelecem o princípio da
separação de poderes, o princípio da legalidade e a liberdade de
exercício de profissão; o segundo, pela proximidade da conclusão do
curso de milhares de bacharéis, que restarão impossibilitados de concluir
o curso e/ou obter a inscrição nos Conselhos Regionais com base em
exigência sem previsão legal.
No mérito, o examinando deve demonstrar que o Decreto, a um só
tempo, viola o princípio da separação de poderes (pois ingressa em
atividade legislativa não autorizada pela Constituição, em violação à
separação constitucional de funções entre cada um dos Poderes) e o
princípio da legalidade (pois restringe direitos e disciplina matéria sujeita
à lei em sentido formal).
PEÇA COBRADA NO XIII EXAME
Gabarito comentado
O examinando deve demonstrar, ainda, que o Decreto viola o princípio da
liberdade de exercício de atividades ou profissões, inscrito no artigo 5º, XIII
da CRFB, que estabelece ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Por
fim, deve ser apontada a violação ao princípio da
razoabilidade/proporcionalidade, pois a medida prevista na lei, ainda que
adequada à finalidade declarada, falha nos subprincípios da necessidade
(que impõe a utilização, dentre as possíveis, da medida menos gravosa para
atingir determinado objetivo) e da proporcionalidade em sentido estrito (que
impõe a análise da relação custo-benefício da norma avaliada, de modo que
o ônus imposto pela norma seja inferior ao benefício por ela engendrado, sob
pena de inconstitucionalidade).
O examinando deve formular, expressamente, pedido de concessão da
medida cautelar (a fim de suspender a vigência e a eficácia do decreto
impugnado, pena de restar consolidada a violação) e, ao final, pedido de
declaração da inconstitucionalidade do Decreto. Deve ser requerida a oitiva
do Ministério Público e da AGU.
PEÇA COBRADA NO XVI EXAME
A Assembleia Legislativa do Estado Y edita, em 1º de março de 2015, a
Lei nº 8888, que estabelece que a concessionária exploradora do serviço
de fornecimento de energia elétrica no território do Estado fica obrigada a
remover, sem qualquer ônus para os interessados, os postes de
sustentação à rede elétrica que estejam causando transtornos aos
proprietários e aos promitentes compradores de terrenos.
Ressalta-se que não há qualquer Lei Complementar que autorize
excepcionalmente ao Estado Y dispor sobre a questão, sendo certo que,
ao contrário, no âmbito federal existe norma expedida pela agência
reguladora que autoriza a remoção desses postes de energia, cujo serviço
fica às expensas dos usuários interessados. Há notícia também de que o
Governador do Estado Y vetou integralmente o projeto de Lei Estadual,
mas restou superado pela vontade da Assembleia Legislativa do Estado,
que, ao final, promulgou a referida Lei.
PEÇA COBRADA NO XVI EXAME
Diante da relevância e da urgência da questão, o partido político “Para
Frente Brasil” – PFB, representado unicamente por um Deputado Federal,
procura os seus serviços para objetar contra a Lei Estadual, por entender
que a norma estadual viola diretamente a Constituição Federal.
Considerando os dados acima, formule a peça adequada, fazendo introito
sobre a legitimidade ativa e observando que o partido entende ser urgente
a questão. (Valor: 5,00)
Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
PEÇA COBRADA NO XVI EXAME
Gabarito comentado
O enunciado indica que a peça adequada a ser redigida é a Ação Direta
de Inconstitucionalidade - ADI a ser proposta perante o Supremo Tribunal
Federal (art. 102, I, “a”, da Constituição Federal). A petição deve ser
endereçada ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal.
O objeto da referida ADI será a Lei Estadual atacada e terá como
parâmetro diversos dispositivos constitucionais. O Partido Político possui
legitimidade para propor a ADI (art. 103, VIII, da Constituição Federal) e
deve figurar como autor da ação, pois é representado por Deputado
Federal no Congresso Nacional. É considerado legitimado universal para
propor ADI e não se sujeita ao exame da pertinência temática, pois seu
papel institucional já o autoriza a promover tal ação em qualquer hipótese,
conforme entendimento pacificado no STF: “Partido político. Ação direta.
Legitimidade ativa. Inexigibilidade do vínculo de pertinência temática. Os
partidos políticos, desde que possuam representação no Congresso
Nacional, ...
PEÇA COBRADA NO XVI EXAME
... podem, em sede de controle abstrato, arguir, perante o STF, a
inconstitucionalidade de atos normativos federais, estaduais ou distritais,
independentemente de seu conteúdo material, eis que não incide sobre as
agremiações partidárias a restrição jurisprudencial derivada do vínculo de
pertinência temática.” (ADI 1.407-MC, rel. min. Celso de Mello, julgamento
em 7-3-1996, Plenário, DJ de 24-11-2000.)
A Assembleia Legislativa do Estado deve ser indicada no polo passivo da
ação e o Governador do Estado intimado a prestar informações sobre o
processo legislativo.
Os fundamentos da Ação Direta de Inconstitucionalidade devem ser:
a) Desencontro entre o dispositivo da legislação e estadual e o art. 21, XII,
“b”, da Constituição Federal.
A imposição, por meio de ato normativo estadual, da obrigação de
remover, sem custo para o usuário, postes de sustentação da rede elétrica
que estejam causando transtornos ou ...
PEÇA COBRADA NO XVI EXAME
... impedimentos a particulares configuraria intervenção indevida do poder
estadual em domínio da União para explorar, diretamente ou mediante
autorização, concessão ou permissão os serviços e instalações de energia
elétrica. Trata-se de campo de distribuição constitucional de competência.
É a denominada competência administrativa da União.
b) Vulneração ao art. 22, IV, da Constituição Federal, pela lei estadual,
pois a Carta da República reserva à União a competência privativa para
dispor legislativamente sobre energia o que demarca primazia federal
sobre o tema a e não abre espaço para a atuação dos Estados e dos
Municípios.
c) Afronta ao art. 175, parágrafo único, inciso III, da Constituição Federal
pela lei estadual. A lei estadual ao dispor que a remoção dos postes fica a
cargo da concessionária do serviço público, se imiscui na tarefa da União
para definir, por meio de lei, ...
PEÇA COBRADA NO XVI EXAME
... a política tarifária a ser observada na exploração deste serviço no que
tange aos elementos definidores do equilíbrio econômico-financeiro de
contratos de concessão, isto é, na ingerência na política tarifária do
serviço público.
O examinando deve formular pedido de concessão de medida cautelar,
com amparo no art. 10, da Lei nº 9.868/99, a fim de suspender a vigência
da lei estadual que entende ser inconstitucional. Os pressupostos da
medida cautelar devem ser apontados, ou seja, o fumus boni iuris e o
periculum in mora. O primeiro demonstrado a partir da violação das
normas constitucionais e o segundo porque a lei estadual criou, para as
concessionárias de serviço público, uma obrigação de alto custo a ser
prestada em hipóteses extremamente vagas para o proveito de interesses
individuais. Trata-se, de norma estadual que instituiu verdadeiro direito
potestativo, a ser exercido ao alvedrio pessoal de titulares de direito real
sobre terrenos, ...
PEÇA COBRADA NO XVI EXAME
... impondo-lhes encargos extraordinários, não previstos nos contratos de
concessão celebrados com o poder concedente, e, com isso, alterou a
matriz de custos da prestação do serviço e rompeu com os parâmetrosestipulados pela agência federal do setor elétrico para a remoção de
postes de energia.
No mérito, o examinando deve demonstrar que a Lei estadual fere
dispositivos constitucionais, a repartição de competências, ao princípio da
razoabilidade/proporcionalidade.
Por derradeiro, o examinando deve formular, expressamente, pedido de
concessão de medida cautelar e, ao final, pedido de declaração de
inconstitucionalidade.
Devem ser requeridas as oitivas do Advogado Geral da União, a fim de
defender o ato normativo estadual e também do Ministério Público.
PEÇA COBRADA NO XVII EXAME
O Partido Político "Z", que possui apenas três representantes na Câmara
dos Deputados, por entender presente a violação de regras da CRFB, o
procura para que, na qualidade de advogado especialista em Direito
Constitucional, se posicione sobre a possibilidade de ser obtida alguma
medida judicial em face da Lei Estadual "Y", de janeiro de 2015, que contém
3 (três) artigos.
De acordo com a exposição de motivos do projeto que culminou na Lei
Estadual “Y”, o seu objetivo é criar, no âmbito estadual, ambiente propício às
discussões políticas de âmbito nacional, e, para alcançar esse objetivo,
estabelece, em sua parte dispositiva, novas regras eleitorais, sendo
estabelecidas, em seu artigo 1º, regras temporais sobre a criação de
partidos políticos; em seu artigo 2º fica retirada a autorização para que
partidos políticos com menos de cinco Deputados Federais possam ter
acesso gratuito ao rádio e à televisão na circunscrição do Estado; e, por fim,
em seu artigo 3º fica estabelecida a vigência imediata da referida legislação.
Elabore a peça adequada, considerando a narrativa acima. (Valor: 5,00)
PEÇA COBRADA NO XVII EXAME
Gabarito comentado ADI
O examinando deverá elaborar uma petição inicial de Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Lei nº 9868/1999). A petição deve ser direcionada
ao Presidente do Supremo Tribunal Federal. A ação deve ser ajuizada pelo
Partido Político “Z”, representado pelo presidente de sua Comissão
Executiva Nacional.
A legitimidade ativa decorre do fato de o Partido Político “Z” possuir
representação no Congresso Nacional. O examinando deverá argumentar
que a Lei Estadual “Y” afronta o disposto no art. 22, I e IV, da Constituição
da República Federativa do Brasil [art. 22. Compete privativamente à
União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho (...) IV - águas,
energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; (grifos)].
Em relação à inconstitucionalidade material, o examinando deverá
demonstrar a afronta ao princípio da proporcionalidade ou razoabilidade,
como também ao art. 1º, V (pluralismo político) ...
PEÇA COBRADA NO XVII EXAME
... e ao art. 17, caput e § 3º, da Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 [(art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, (...) § 3º Os partidos políticos têm direito
a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma da lei (grifos)].
Deve ser pedida a medida cautelar, de modo a suspender a eficácia da Lei
até que seja definitivamente julgada a presente Ação Direta de
Inconstitucionalidade. O examinando deve demonstrar que a tutela
jurisdicional cautelar se faz necessária, pois estão suficientemente
demonstrados os requisitos do fumus boni iuris, pela clareza dos vícios de
inconstitucionalidade apontados, e do periculum in mora, isso em razão do
constrangimento decorrente do impedimento ao exercício de atividade
lícita e constitucional dos partidos políticos.
PEÇA COBRADA NO XVII EXAME
Deve ser formulado o pedido de declaração de inconstitucionalidade da
Lei Estadual “Y”.
Devem ser solicitadas informações ao Governador e à Assembleia
Legislativa do Estado, órgãos responsáveis pela edição do ato normativo e
ouvidos o Advogado Geral da União e o Procurador Geral da República.
A petição deve ser datada e assinada pelo advogado.
PEÇA COBRADA NO XVII EXAME
Gabarito comentado Parecer
O examinando deverá elaborar um parecer com o objetivo de responder à
consulta formulada. O parecer deve possuir uma ementa que contenha as
palavras chaves relacionadas à temática abordada. O relatório do parecer
deve descrever a consulta formulada e a indicação do respectivo
consulente. Na fundamentação do parecer, o examinando deve sustentar,
em primeiro lugar, a inconstitucionalidade da Lei Estadual “Y”. Deve
argumentar que a Lei Estadual “Y” afronta o disposto no art. 22, I e IV, da
Constituição da República Federativa do Brasil [art. 22. Compete
privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal,
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho (...) IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão; (grifos)], logo, padece de inconstitucionalidade formal. Em
relação à inconstitucionalidade material, o examinando deverá demonstrar
a afronta ao princípio da proporcionalidade ou razoabilidade, como
também ao Art. 1º, V (pluralismo político) e ao art. 17, caput e § 3º, da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 [(art. 17. É livre a
criação, fusão, (...)
PEÇA COBRADA NO XVII EXAME
(...) incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, (...) § 3º
Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei (grifos)]. Ainda na
fundamentação, o examinando deve posicionar-se sobre o cabimento da
ação direta de inconstitucionalidade para a realização do controle
concentrado de constitucionalidade da Lei Estadual “Y”, que deve ser
ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal. Deve ser igualmente
ressaltada a legitimidade ativa do Partido Político “Z”, representado pelo
presidente de sua Comissão Executiva Nacional, por possuir
representação no Congresso Nacional, tal qual dispõe o art. 103, VIII, da
Constituição da República Federativa do Brasil e o art. 2º, VIII, da Lei nº
9.868, de 1999. Por fim, a fundamentação deve expor o cabimento da
medida cautelar, de modo a suspender a eficácia da Lei até que seja
definitivamente julgada a ação direta de inconstitucionalidade. O
examinando deve demonstrar que a tutela jurisdicional cautelar se faz
necessária, (...)
PEÇA COBRADA NO XVII EXAME
(...) pois estão suficientemente demonstrados os requisitos do fumus boni
iuris, pela clareza dos vícios de inconstitucionalidade apontados, e do
periculum in mora, isso em razão do constrangimento decorrente do
impedimento ao exercício de atividade lícita e constitucional dos partidos
políticos. Na conclusão do parecer, o examinando deve sustentar a
inconstitucionalidade da Lei Estadual “Y” e a possibilidade de ser ajuizada
a ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal
Federal, inclusive com a formulação do requerimento de media cautelar. O
parecer deve ser datado e assinado pelo advogado, com indicação de sua
inscrição na OAB.
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADC
Lei nº 9.868/99:
- Art. 14, parágrafo único (juntada de documentos)
- Art. 6º (fazer remissão desse artigo: informações às
autoridades que elaboraram a lei)
- Art. 19 (trata do papel do PGR)
- Art. 21 c/c art. 300 do CPC (medida de urgência)
Pedido final: que a lei seja declarada constitucional.
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADC
Lei nº 9.868/99:
- Art. 13 c/c art. 102, I, a, 102, § 2º e 103, I a IX, todos da 
CF/88 (legitimidade e cabimento) 
- Art. 14,III (a existência de controvérsia judicial relevante)
- Art. 16 (impossibilidade de desistência)
CASO PRÁTICO
Relevante controvérsia judicial repousa sobre dispositivos
da Lei Complementar X, mais especificamente as alíneas “c”,
“d”, “e”, “f”, “g”, “h”, “i”, “j”, “k”, “l”, “m”, “n”, “o”, “p” e “q”,
introduzidas no art. 1º, I, da Lei Complementar Y, os quais
estabelecem uma série de inelegibilidades.
A LC “X” foi editada pelo Congresso Nacional em 2010 e,
basicamente, visa tutelar a moralidade administrativa. No
entanto, juízes e Tribunais têm julgado a lei inconstitucional,
divergindo de outras posições também expressivas, ao
argumento de que as hipóteses de inelegibilidade decorrem
de rol taxativo, presente na Constituição Federal, de tal
modo que a Lei infraconstitucional não está autorizada a
regular a matéria.
CASO PRÁTICO
O PPD, Partido Político Democrático, devidamente
representado no Congresso Nacional, pretende propor a
medida judicial capaz de interromper os julgamentos em
desfavor da norma, visando obter pronunciamento com efeito
vinculante e erga omnes para declarar a constitucionalidade
de todas as hipóteses de inelegibilidades trazidas pelas
mencionadas alíneas.
Na condição de advogado contratado pelo PPD, redija a
peça processual judicial objetiva mais adequada, atentando-
se para: a) competência do órgão julgador; b) legitimidade
ativa e passiva; c) requisitos específicos da medida judicial
proposta; d) pedidos.
CONSTRUINDO A PETIÇÃO
Item 1: Ler, compreender e resumir o caso
- Acirradas discussões surgiram no cenário jurisprudencial
sobre a Lei Complementar X. O PPD, Partido Político
Democrático, devidamente representado no Congresso
Nacional, pretende propor a medida judicial visando obter
pronunciamento com efeito vinculante e erga omnes para
declarar a constitucionalidade de todas as hipóteses de
inelegibilidades trazidas pelas mencionadas alíneas.
Item 2: Identificar o problema jurídico
- Acirradas discussões surgiram no cenário jurisprudencial
sobre a Lei Complementar X.
CONSTRUINDO A PETIÇÃO
Item 3: Identificar o legitimado ativo/passivo e reunir os
dados informados pelo examinador
- Legitimado ativo: PARTIDO POLÍTICO DEMOCRÁTICO –
PPD com representação no Congresso Nacional (art. 103,
VIII, da CF e art. 2º, VIII, Lei nº 9.868/99)
- Responsável pela elaboração da norma: Congresso
Nacional
Item 4: Definir a ação que soluciona o problema
- Ação declaratória de constitucionalidade - ADC (cuidado
para não errar o nome da ação e colocar “ação direta de
constitucionalidade”)
Item 5: Determinar o órgão competente
- Supremo Tribunal Federal - art. 102, I, a, CF/88
ELABORAÇÃO DA PEÇA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
PARTIDO POLÍTICO DEMOCRÁTICO – PPD, representado por seu
Diretório Nacional, pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF
sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., nº..., bairro...,
cidade ..., UF, CEP ..., por seu advogado (instrumento de mandato
anexo), com escritório profissional na Rua... (endereço completo), onde
receberá as comunicações processuais (art. 77, V, CPC), vem à
presença de Vossa Excelência, com supedâneo no art. 102, I, a da
Constituição Federal, e Lei nº 9.868/99, propor AÇÃO DECLARATÓRIA
DE CONSTITUCIONALIDADE, com pedido de MEDIDA CAUTELAR, em
favor da Lei Complementar X, editada pelo Congresso Nacional, que
inseriu as alíneas “c”, “d”, “e”, “f”, “g”, “h”, “i”, “j”, “k”, “l”, “m”, “n”, “o”, “p” e
“q”, no art. 1.º, inciso I, da Lei Complementar Y, cuja cópia integral segue
acostada aos autos, pelos motivos a seguir expostos.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
I – DO OBJETO DA AÇÃO
Visando tutelar a moralidade administrativa, o Congresso
Nacional editou, em 2010, a Lei Complementar X, que inseriu
diversas alíneas (“c”, “d”, “e”, “f”, “g”, “h”, “i”, “j”, “k”, “l”, “m”, “n”, “o”,
“p” e “q”) no art. 1º, I da Lei Complementar Y, estabelecendo novas
hipóteses de inelegibilidades.
Desde então, acirradas discussões surgiram no cenário
jurisprudencial, gerando incontestável controvérsia judicial.
Muitos juízes e Tribunais têm julgado a lei inconstitucional ao
argumento de que as hipóteses de inelegibilidade decorrem de rol
taxativo, e não poderiam ser ampliadas por lei infraconstitucional.
De outro lado, há expressiva parcela de juízes em defesa da
norma, cenário que alimenta a insegurança jurídica e atenta contra
a presunção de constitucionalidade da norma.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Referida norma, como será demonstrado no decorrer dessa petição,
não viola o conteúdo de dispositivo da Constituição Federal e, por esta
razão, deverá ser declarada constitucional.
II – DA COMPETÊNCIA
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição Federal, sendo sua atribuição, nos termos do art. 102, I, a,
da CF/88, processar e julgar originariamente a ação declaratória de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, bem como é
competência da Corte Suprema processar e julgar o correspondente
pedido de medida cautelar previsto no art. 21, da Lei nº 9.868/99.
Destarte, revela-se inequívoca a competência desta Suprema Corte
para o julgamento da presente ação declaratória de constitucionalidade,
que visa, em última análise, pôr fim à controvérsia judicial e tornar
absoluta a ora relativa presunção de constitucionalidade da lei federal.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
III – DA LEGITIMIDADE
A legitimidade ativa para atuar no controle concentrado de
constitucionalidade foi entregue a um rol taxativo, hoje presente no art.
103 da CF/88.
Em síntese, o Partido Político com representação no Congresso
Nacional detém legitimidade para ajuizar a presente ação declaratória de
constitucionalidade, em razão do disposto no art. 103, VIII, da CF/88.
Tendo em vista que nossa Suprema Corte firmou entendimento no
sentido de que o Partido Político com representação no Congresso
Nacional é um dos legitimados universais e esses possuem dentre as
suas atribuições institucionais a de defender a ordem constitucional
objetiva, o requisito da pertinência temática não precisa ser comprovado,
afinal, o interesse de agir pode ser presumido.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Vale ressaltar que a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal é firme no sentido de que a representação no Congresso
Nacional se aufere no momento de propositura da ação, tornando-
se irrelevante a modificação desse estado no decorrer do processo,
que, aliás, em função de seus contornos objetivos, não admite
desistência, conforme determina o art. 16º da Lei nº 9.868/99.
Para parcela da doutrina, não há que se falar em legitimidade
passiva da ação declaratória de constitucionalidade, especialmente
porque não se qualifica a acusação por um ato ou omissão ilegais,
inconstitucionais, dado que os responsáveis pela edição da lei ou
ato normativo, em tese, afiguram-se tão interessados na declaração
de constitucionalidade quanto o próprio autor, inexistindo a clássica
oposição do processo civil, consistente na dedução de uma
pretensão resistida pelo réu.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
IV – DA RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL
A Lei nº 9.868/99, em seu art. 14, III, incumbe o autor de
demonstrar a existência de controvérsia judicial relevante, sob
pena de sua ação sequer ser conhecida pela Excelsa Corte. In
casu, juízes e Tribunais têm julgado a lei inconstitucional,
divergindo de outras posições também expressivas (conforme
documentos anexos), criando-se cenário que alimenta a
insegurança jurídica e atenta contra a presunção de
constitucionalidade da norma, cujo objetivo é, repita-se, tutelar um
valor caríssimo ao Estado Democrático de Direito, a moralidade
administrativa (art. 37 da CF).Estando, pois, comprovada a existência de controvérsia
judicial relevante, esta ação declaratória de constitucionalidade
deve ser conhecida pela Corte Suprema.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
V – DO DIREITO
Não merecem prosperar os argumentos utilizados pelos
juízes e Tribunais, no sentido de que as hipóteses de
inelegibilidade decorrem de rol taxativo, presente na
Constituição Federal, de tal modo que a Lei
infraconstitucional não está autorizada a regular a matéria.
O art. 14, § 9º, da Constituição Federal diz claramente
que Lei Complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade, além daqueles que ela própria prevê, em rol
meramente exemplificativo. Confira-se:
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Constituição Federal
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante:
(...)
§ 9.º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada
pela Emenda Constitucional de Revisão n.º 4, de 1994)
ELABORAÇÃO DA PEÇA
É bem verdade que a Constituição Federal estatuiu a
observância de Lei Complementar, hierarquicamente similar à lei
ordinária, mas com processo de aprovação por maioria absoluta,
isto é, exige-se a manifestação favorável de mais da metade dos
membros da Casa legislativa para sua aprovação.
Entretanto, como se nota, não é essa a discussão que se
estabeleceu no judiciário. Mesmo com a observância de iniciativa,
espécie legislativa, quórum de aprovação etc., discute-se a
constitucionalidade de uma lei que observou expressa e
estritamente todas as determinações constitucionais. Quer-se
apontar um vício formal onde não há qualquer pecha de
inconstitucionalidade.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Ademais, o objeto da presente ação busca tutelar a moralidade
administrativa (art. 37, caput, CF/88), valor em desuso por boa
parte dos que ocupam cargos eletivos e dizem representar a
sociedade brasileira em defesa do interesse coletivo. A imposição
de rigor no processo eleitoral, se de acordo com os princípios e
normas constitucionais, se em defesa da moralidade e
transparência, é certamente bem acolhida pela sociedade e pela
Lei Maior, eis que, longe de inviabilizar a participação política,
promove um filtro moral e avança contra muitos que fazem de
suas prerrogativas funcionais privilégios, inadmitidos num sistema
democrático e republicano (art. 1º, CF/88).
ELABORAÇÃO DA PEÇA
VI – DA MEDIDA CAUTELAR
Estão presentes os pressupostos legitimadores da concessão da
medida cautelar nesta ação. Há probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo, afinal diversos juízes e
Tribunais têm divergido fortemente acerca da constitucionalidade da lei,
prolatando decisões contraditórias que colocam em risco a segurança
jurídica e também a confiança no Poder Judiciário.
Assim, deve ser a medida de urgência concedida, no intuito de que
os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que
envolvam a aplicação da lei objeto da presente ação declaratória.
Portanto, pede-se a esta Excelsa Corte que, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, conceda, nos termos do art. 21, da Lei nº
9.868/99, a medida cautelar, fazendo-se publicar em seção especial do
Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez
dias.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
VII – REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se que:
a) concessão da medida cautelar para suspender os processos que
envolvam a aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação até seu
julgamento definitivo, de acordo com o que prevê o art. 21, da Lei nº
9.868/99;
b) Intimação do Congresso Nacional para informações, conforme o art.
6º, da Lei nº 9.868/99;
c) oitiva do Procurador-Geral da República, no prazo de 15 dias,
conforme o art. 19 da Lei nº 9.868/99;
d) a juntada da Lei que se pretende ver declarada constitucional,
conforme o art. 14, parágrafo único, da Lei nº 9.868/99;
e) que ao final seja declarada a constitucionalidade da norma.
ELABORAÇÃO DA PEÇA
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para efeitos
procedimentais.
Requer-se, ainda, que as intimações dos atos e termos da presente
ação sejam feitas exclusiva e diretamente à pessoa do patrono
constituído: Advogado... inscrito na OAB ... nº ..., com escritório na ..., nº
..., Município ..., Estado ..., CEP ...
Termos em que pede deferimento.
Local...
Data...
ADVOGADO...
OAB...
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADPF
Lei nº 9.882/99:
- Art. 3º, parágrafo único (a petição inicial, acompanhada de instrumento
de mandato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo
conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários para
comprovar a impugnação)
- Art. 5º, § 2º (o relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades
responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da
União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco
dias.)
- Art. 5º, § 3º c/c art. 300, CPC (medida de urgência)
- Art. 6º, caput (pedido de informações as autoridades responsáveis pela
prática do ato)
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADPF
Lei nº 9.882/99:
- Art. 6º, § 1º (poderá o relator ouvir as partes nos processos que
ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito
ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou
ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas
com experiência e autoridade na matéria)
- Art. 7º, parágrafo único (participação do PGR nas arguições que não
houver formulado)
- Pedido final: dependerá do objeto da ação
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADPF
Lei nº 9.882/99:
- Art. 1º c/c 102, § 1º, CF/88 (preceitos fundamentais: arts. 1º a 17, 34,
VII, 37, caput, e o 60, § 4º, 170, 196, 205, 220, 225, CF/88; a separação
e independência entre os Poderes; o princípio da igualdade; o princípio
federativo; a garantia de continuidade dos serviços públicos; art. 167, VI
e X, CF/88 (princípios e regras do sistema orçamentário); arts. 34, V e
158, III e IV, CF/88; 159, §§ 3º e 4º, CF/88; art. 160, CF/88 (o regime de
repartição de receitas tributárias); art. 100, CF/88 (a garantia de
pagamentos devidos pela Fazenda Pública em ordem cronológica de
apresentação de precatórios)
- Art. 2º, I c/c art. 103, I a IX, CF/88 (legitimidade)
- Art. 3º, I a V (estrutura da ADPF: é preciso abrir um tópico para falar do
preceito fundamental que foi violado, um tópico para falar sobre o objeto,
um tópico para falar da natureza residual)
- Art. 4º, § 1º (trata da natureza residual da ADPF)
PRINCIPAIS ARTIGOS PARA CONSTRUÇÃO DA PETIÇÃO 
INICIAL EM ADPF
Lei nº 9.882/99:
- Art. 6º, § 2º (poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação
oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no
processo/ por analogia ao art. 7º, § 2º da Lei 9.868/99)
- Art. 11 (modulação temporal dos efeitos)
- Art. 12 (decisão irrecorrível)
- Art. 13 (cabimento de reclamação ao descumprir a decisão proferida
pelo STF)
CASO PRÁTICO
A Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67), formulada na época do
Regime Militar, continua vigente, mesmo após a promulgação
da atual Constituição da República. Tal legislação viola diversos
princípios constitucionais, como, por exemplo,

Continue navegando