Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito Empresarial Direito do Consumidor (1) 1 – Conceito 2 – Principais características 3 – Objetivos 4 – Princípios 5 – Fontes diretas e indiretas/fundamentos constitucionais 6 – Conceitos sobre consumidor 7 – Teorias aplicáveis ao direito consumerista 8 – Diferença entre vulnerabilidade e hipossuficiência 9 – Observações Relações de consumo (2) 1 – Práticas comerciais 2 – Propaganda x publicidade 3 – O que é fornecedor 4 – Produto 5 – Serviço 6 – Responsabilidade civil nas relações de consumo 7 – Observações Proteção contratual dos consumidores (3) 1 – Fundamentação 2 – Princípios 3 – Vulnerabilidade e suas espécies 4 – Observações Política Nacional de Proteção ao Consumidor (4) 1 – Fundamentação/conceito 2 – Princípios 3 – Recursos do CDC protecionistas de consumidores que se foderam 4 – Observações Política de fato e vicio do produto e serviço (5) 1 – Vício x fato 2 – Responsabilidade do fornecedor 3 – Alternativas ao consumidor 4 – Hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica 5 – Observações Oferta (6) 1 – Conceito 2 – Responsabilidade do fornecedor 3 – Alternativas ao consumidor 4 – Observações Direito do Consumidor (1) 1 – Ramo do direito que regulamenta as relações de consumo e estabelece normas de proteção ao consumidor, de ordem pública e interesse social 2 – Transversalidade epistêmica (1) Hipossuficiência do consumidor (2) 2.1: o Direito do Consumidor é fundamentado em diversos ramos do Direito, seja do direito privado ou do direito público, reunindo normas e fundamentos de ambos 2.2: o consumidor é mais fraco e tem menos conhecimento que o fornecedor em uma relação jurídica de consumo, seja falta de condições de produzir provas a seu favor ou de comprovar a veracidade dos fatos que alega. A hipossuficiência é tema processual em relações de consumo, ou seja, deve ser provada no processo, ao contrário da vulnerabilidade que é presumida 3 – Garantir direitos e prazos maiores presentes em outras leis e tratados que sejam aplicados de maneira mais favorável ao consumidor (1) - Assegurar os melhores recursos disponíveis de segurança, igualdade e privacidade em contratações feitas a distância, na Internet e pessoais (2) - Preservar o mínimo existencial do consumidor superendividado, seja reforçando o acesso do consumidor à justiça, garantir um foro privilegiado, sua defesa coletiva e evitar arbitragens compulsórias, nacionais ou internacionais (3) 4 – Precaução (1) Dimensão coletiva (2) Boa-fé (3) – objetiva (1) Incolumidade (4) – física (1); psíquica (2); econômica (3) Confiança (5) Transparência (6) 4.1: principio implícito no CDC que visa resguardar o consumidor de riscos desconhecidos de produtos e serviços que são oferecidos no mercado de consumo 4.2: proteção coletiva, mesmo que em detrimento de outrem, ou seja, o CDC preconiza que o interesse coletivo deverá prevalecer sobre interesses individuais em todas as relações de consumo - Art 4 CDC, caput: A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios 4.3: nas relações de consumo, as partes devem agir com probidade, lealdade, solidariedade e cooperação na execução do objeto do negócio jurídico - 4.3.1: regra padrão de conduta, um princípio ao qual se pode recorrer na falta da lei especifica sobre o tema em questão. Este princípio é maior que a norma 4.4: disposto no Art.6 CDC, que versa sobre a proteção de alguns bens jurídicos - 4.4.1: proteção a vida, saúde e segurança contra riscos decorrentes do fornecimento de produtos e prestação de serviços considerados perigosos e nocivos - 4.4.2: relativo ao consumo adequado dos produtos e serviços e da liberdade de escolha e igualdade nas contratações - 4.4.3: relacionado a riscos de lesão econômica relativos apreço, características de produtos e serviços, práticas abusivas. 4.5: evidencia a expectativa dos consumidores, pois ninguém contrata algo acreditando que irá se foder, e sim que a coisa ou serviço contratado será benéfico 4.6: deve ser observado no momento da formação do vínculo contratual, de forma a informar o consumidor sobre os riscos do negócio, para que o consumidor aja conscientemente 5 – Fontes diretas (1) – Art 5, inc.XXXII CF (1); Art 170, inc.V CF (2); Art 48 ADCT (3) Fontes indiretas (2) – Art 1, inc.III CF (1); Art 3, inc.I CF; Art 5 caput CF 5.1.1: o Estado, na forma da lei, promoverá a defesa do consumidor 5.1.2: principio da defesa do consumidor legitimado no Art. 170 CF 5.1.3: de acordo esse artigo da ADCT, o congresso nacional dentro de 120 dias de promulgação da Constituição Federal criará o Código de Defesa do Consumidor 5.2.1: determinado como fundamento do país, a dignidade humana é inerente ao cosnsumidor 5.2.2: é objetivo do país construir uma sociedade livre, justa e solidária, sendo essencial p/ isso as relações de consumo, pois a partir da mesma que se movimenta a economia do país, consagrando o fundamento dos valores sociais do trabalho 5.2.3: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qq natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, de acordo com os termos seguintes 6 – Padrão/contratual (1) -> Art 2 CDC caput Por equiparação (2) -> Art 2 CDC, parágrafo único 6.1: toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final 6.2: equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Também serão considerados consumidores por equiparação aqueles que, de acordo com o Art.17 CDC, forem vítimas de fato de produto ou serviço e nos termos do Art.29 CDC, aqueles que estão expostos as práticas comerciais 7 – Fática/econômica (1) Maximalista (2) Finalista (3) -> atualmente aplicada pelo STJ 7.1: de acordo com essa teoria, a aquisição do produto ou serviço deve ser destinada a atender necessidades pessoais ou familiares do adquirente. Não há destinação final quando o uso do bem adquirido é atribuído para exercício de atividade econômica, profissional ou lucrativa - Ex: táxi, caminhoneiro, transportadora, ferroviária, etc 7.2: para essa teoria, é apenas necessário que haja destinação final fática, ou seja, basta que o produto adquirido seja consumido, sendo irrelevante a destinação econômica do bem adquirido. Teoria totalmente objetiva 7.3: destinatário final é o destinatário fático e econômico do bem ou serviço adquirido. Entretanto, ainda que a aquisição tenha sido direcionada para fins lucrativos ou profissionais, o CDC será aplicável, se evidenciada a vulnerabilidade no caso concreto, ou seja que o adquirente com fim lucrativo passou pelas mesmas dificuldades que consumidores em geral - A teoria finalista restringe a figura do consumidor a aquele que usa um produto/serviço para uso próprio e de sua família, exclui-se o uso profissional 8 – A vulnerabilidade é presumida nas relações de consumo, pois o consumidor está em desvantagem contra o fornecedor nessa relação, pois não é exigível que o primeiro tenha pleno conhecimento do bem que irá consumir, enquanto o segundo tem total conhecimento do bem. Já a hipossuficiência é quando o consumidor não tem como provar processualmente, pelos próprios meios, aquilo que está alegando 1 – Vulnerabilidade é presumida, hipossuficiência deve ser provada 2 – Vulnerabilidadeé tema de direito material, hipossuficiência, direito processual 3 – Vulnerabilidade traz a proteção contratual ao consumidor, hipossuficiência ocasiona inversão judicial do ônus da prova 9 – CDC é de ordem pública e interesse social (1) - Microssistema multidisciplinar (2) - Norma principiológica, ou seja traz normas que são fundamentos essenciais do direito brasileiro (3) - Indisponibilidade e irrenunciabilidade dos direitos atribuídos pelo CDC (4) - Normas do CDC devem ser aplicadas de ofício pelo juiz (5) Relações de consumo (2) 1 – Oferta (1) – Art 30 a 35 CDC Publicidade (2) – Art 36 a 38 CDC Práticas abusivas (3) – Art 39 a 41 CDC Cobrança abusiva de dividas (4) – Art 42 e 42-A CDC Banco de dados e cadastro do consumidor (5) – Art 43 e 44 CDC 1.1: oferecimento de produtos e serviços no mercado, q obriga o fornecedor, que a veicular em qualquer forma ou meio de comunicação ou dela vier a se utilizar, a cumpri-la. Para ser exigível o cumprimento dessa oferta, a publicidade ou info veiculada deve ser suficientemente precisa - A oferta de produtos e serviços devem garantir informações corretas, claras, precisas e ostensivas em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores - Fabricantes e importadores devem garantir a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não a fabricação ou a importação do produto não cessar - Fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável por atos de seus prepostos ou representantes autônomos 1.2: A publicidade de produto ou serviço deve ser veiculada de forma q o consumidor a identifique facilmente como tal, sendo vedada toda e qualquer publicidade ou propaganda enganosa e abusiva - O fornecedor ao publicar seus produtos e serviços manterá em seu poder para informação de todos legítimos interessados, dados fáticos técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem 1.3: aquelas que são vedadas que o fornecedor pratique, sob pena deste ter que indenizar o(a) consumidor(a) lesado(a) nos termos da lei. Nestes artigos, se evidencia claramente o princípio da proteção ao consumidor, haja vista que é vedado ao fornecedor elevar preço de seus produtos e serviços sem aviso prévio, bem como o consumidor fica isento de responder por qualquer ônus ou acréscimos oriundos de contratações de serviços de terceiros que ñ estavam previstos no orçamento prévio, dentre outras vedações descritas na lei 1.4: não é admitido a exposição ao ridículo, constrangimentos ou ameaças, bem como quaisquer ofensas a honra e a dignidade do consumidor que está inadimplente - O consumidor q for cobrado em quantia indevida, tem direito a repetição do indébito no valor igual ao dobro do que pagou indevidamente, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável 1.5: o consumidor terá acesso a informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as respectivas fontes - Esses cadastros devem ser claros, verdadeiros e dispostos em linguagem de fácil compreensão, e é proibida a presença de informações negativas referentes ao(a) consumidor(a) em período superiores a 5 anos da data consulta. A abertura do cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deve ser comunicada por escrito ao consumidor, quando este não a solicitar 2 – Propaganda (1) Publicidade (2) 2.1: divulgação de idéias, podendo estas serem de crenças sociais, políticas, econômicas, etc. A propaganda nem sempre é paga e terá fins comerciais, ao contrário da publicidade 2.2: venda e divulgação de produtos, tem fins comerciais e é paga, sendo identificado o(a) patrocinador(a) da mesma 3 – Toda pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, pública ou privada, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, construção, importação, exportação e o caralho a quatro - Não é exigível que a atividade praticada tenha fins lucrativos, para que o CDC incida sobre - P/que seja considerado(a) fornecedor(a), exige-se que a pessoa pratique a atividade com habitualidade e profissionalismo - Fornecedor por equiparação = consumidor que trabalha como auxiliar, ajudante ou intermediário do fornecedor principal, e devido a isso fica sujeito aos mesmos deveres e responsabilidades do segundo. - Há uma corrente minoritária que se aplica ao CDC, de que o Poder Público também pode ser fornecedor, e também estará sujeito a todas as regras do código. Já a corrente majoritária afirma que só se considerará fornecedor o ente público, quando este prestar serviço de utilidade pública, direta ou indiretamente, que seja remunerado por tarifa ou preço público I-> Ex: transporte, serviços rodoviários, energia, etc. 4 – Todo bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial, que se dividem em 2 categorias: duráveis (1) não duráveis (2) 4.1: aqueles que não se extinguem com o uso. roupa, geladeira, serra elétrica, retroescavadeira, etc 4.2: aqueles que se extinguem com o uso. Comida, bebida, remédios, rojões, bombas, etc - A garantia contra vícios aparentes ou de fácil identificação é de 90 dias para produtos duráveis e 30 dias p/produtos não duráveis. Se o vicio não for aparente ou de fácil constatação, vício oculto, inicia-se o prazo a partir do momento da detecção da porra do vício 5 – Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, através de remuneração, inclusive as de natureza financeira, de crédito, bancária e securitária, exceto as decorrentes das relações de caráter trabalhista - Aplica-se o CDC as instituições financeiras, empresas de previdência privada abertas e planos de saúde - Não se aplica o CDC em: locações imobiliárias, relação entre condôminos e condomínios, cliente e advogado, associação civil e seus associados e FIES, este último é política pública de inclusão do ensino superior 6 – Responsabilidade pela reparação de danos causados a consumidores, independente de culpa, do fabricante, produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) e do importador por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Essa responsabilidade também é aplicável ao fornecedor/prestador de serviços, devendo este reparar, independente de culpa, os danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre seus riscos - Hipóteses de exoneração de responsabilidade do fabricante, produtor, importador ou construtor (1) - Hipóteses de responsabilidade do comerciante equiparada aos 4 citados anteriormente (2) 6.1.1: não colocou o produto no mercado 6.1.2: embora haja colocado o produto no mercado, o defeito não existe 6.1.3: culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Decorre do uso indevido ou negligente do produto, consumidor se expõe a risco desnecessário por conta própria 6.2.1: fabricante, construtor, produtor ou importador não puderem ser identificados 6.2.2: produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador 6.2.3: não conservar adequadamente os produtos perecíveis - Aquele que ressarcir o consumidor lesado, poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, de acordo com sua participação na ocorrência do evento danoso 7 – Culpa concorrente do consumidor (1) -> Corrente minoritária (1); corrente majoritária (2)Amostra grátis (2) 7.1.1: a culpa do consumidor na ocorrência do dano é irrelevante, o fornecedor é responsável de qualquer maneira 7.1.2: ñ exclui a responsabilidade do fornecedor no evento, porém prevê que a responsabilidade do fornecedor no dano ao consumidor não será total, admitindo que este também pode contribuir para que o dano ocorra. A culpa concorrente da vítima deve ser valorada no momento da fixação da indenização 7.2: São equiparadas a produtos e serviços, quando entregues ou remetidos ao(a) consumidor(a) sem solicitação prévia Deste(a), não havendo nessa hipótese, obrigatoriedade de pagamento Proteção contratual dos consumidores (3) 1 – O princípio da proteção contratual aos consumidores é fundamentado na desigualdade de condições entre fornecedores e compradores nas relações de consumo. P/diminuir essa desigualdade, o legislador criou meios de equilibra-la, de forma que ainda que o consumidor seja a parte mais fraca da relação, este não será prejudicado por essa desigualdade material. - A proteção contratual do consumidor visa erigir a igualdade material ao seu mais alto grau, garantindo os direitos mínimos e básicos daquele que consome - Os dispositivos que versam sobre a proteção contratual aos consumidores estão dispostos principalmente entre os artigos 46 e 54 do Código de Defesa do Consumidor 2 – Interpretação pró-consumidor (1) -> Art.47 CDC Vinculação (2) -> Art.48 combinado com Art.30 CDC Garantias contra vício (3) -> Art.50 CDC Nulidade de cláusulas abusivas (4) -> Art.51 CDC 2.1: cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor, ainda que não sejam ambíguas e nem contraditórias 2.2: declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos I-> Significa que qualquer oferta, recibo, pré-contrato ou escrito particular obriga o fornecedor junto ao comprador, e enseja a execução forçada. A promessa feita pelo fornecedor cria legitima expectativa no consumidor, de modo que este não pode ser frustrado por uma filhadaputice do fornecedor - Obs: em casos que a oferta tiver erro patente/notório na veiculação, o fornecedor não fica vinculado I-> Ex: divulgação de oferta de passagens aéreas de São Paulo para o Kiribati por R$ 20,00 2.3: A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito - Garantia legal de 30 dias para bens perecíveis/não duráveis e 90 dias para não perecíveis/duráveis, não sendo necessário para esta nenhum termo escrito - Garantia contratual é ato de liberalidade do fornecedor 2.4: cláusulas contratuais que são nulas de pleno direito. Abaixo, as 2 mais importantes - Art.51, inciso IV: estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade I-> Ex: cláusulas de revisão de contrato de empréstimos - Art.51, inciso XV: estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor Obs 1: é abusiva qualquer cláusula que consista em renúncia de direitos que o consumidor possui Obs 2: a existência de uma cláusula abusiva normalmente não anula o contrato, salvo se acabados os meios de integração, ou seja, a retirada da mesma significar ônus excessivo para uma das partes 3 – Como se sabe, a vulnerabilidade é presumida nas relações de consumo, pois o consumidor está em desvantagem em relação ao fornecedor. Essa vulnerabilidade é dividida em 4 aspectos fática (1) técnica (2) cientifica/jurídica (3) informacional (4) hipervulnerabiliade (5) 3.1: decorrente da dependência que os consumidores tem com os fornecedores 3.2: desconhecimento/ignorância do consumidor das técnicas de produção e execução dos serviços 3.3: habitual desconhecimento do consumidor sobre seus direitos e sobre matemática aplicada e finanças 3.4: decorre da insuficiência do consumidor na obtenção de informações relevantes sobre o produto e/ou serviço 3.5: condição de certos grupos de consumidores que tem um grau ainda maior de fragilidade nas relações de consumo, e por isso precisam de maior proteção estatal. De acordo com a corrente majoritária da doutrina, esses grupos são 5, que serão citados abaixo idosos (1) crianças (2) portadores de necessidades especiais/deficientes (3) doentes/enfermos/fodidos (4) grávidas (5) - 3.5.1: idosos são considerados hipervulneráveis para o CDC, em matéria de empréstimos consignados, planos de saúde, e medicamentos. Considera-se que é fácil de enganá-los - 3.5.2: de acordo com entendimento do STJ, toda publicidade direcionada ao público infantil é abusiva. A criança por si só já é vulnerável, devido a isso ainda mais suscetível não são capazes de compreender o conteúdo publicitário e a finalidade do mesmo - 3.5.3: devido a vulnerabilidade natural em que se encontram, esta se potencializa através da veiculação de propagandas e conteúdos publicitários - 3.5.4: vulnerabilidade aumentada devido ao estado de saúde 4 – Itens obrigatórios no contrato: linguagem simples letras em tamanho de fácil leitura destaque nas cláusulas que limitem os direitos do consumidor Política Nacional de Proteção ao Consumidor (4) 1 – Dispositivos legais que tem como objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a dignidade, saúde e segurança deste, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, assim como a transparência e harmonia das relações de consumo, conforme os princípios seguintes 2 – Dispostos no Art. 4 CDC vulnerabilidade do consumidor (1) ações de proteção governamental ao consumidor (2) harmonização (3) conscientização de direitos e deveres, do fornecedor e consumidor (4) solução alternativa de conflitos de consumo (5) repressão de abusos e a concorrência desleal (6) racionalização e melhoria de serviços públicos (7) estudo constante das modificações do mercado de consumo (8) 2.2: iniciativa direta incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas presença do Estado no mercado de consumo garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho 3 – Responsabilidade objetiva (1) Responsabilidade solidária (2) Maior prazo prescricional (3) Art.27 CDC Desconsideração da personalidade jurídica (4) Art.28 CDC Proibição da cláusula de não indenizar (5) Art.25 CDC (1); Art.51 CDC (2) Equiparação a consumidores de todas as vítimas do evento (6) Art.17 CDC 3.1: o fornecedor responde independentemente de culpa, basta a prova do dano e o nexo causal. Exceção dessa regra são os profissionais liberais, que tem responsabilidade subjetiva (obrigação de meio), sendo necessária nesses casos que se prove a culpa do profissional pela inexecução da obrigação, pois a relação é de caráter personalíssimo (intuitu personae) 3.2: havendo mais de um prestador de serviço, fabricante, produtor ou diversidade entre os causadores do dano, qq um deles pode ser responsabilizado pelo pagamento integral da indenização - O Art.88 prevê que o comerciante que for responsabilizado pela indenização pode ajuizar ação de regresso em processo Autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide - Admite-se que o fornecedor que contrate seguro de responsabilidade civil faça o chamamento ao processo da seguradora 3.3: em ações indenizatóriasde relações de consumo, o prazo prescricional é de 5 anos, com a contagem começando a partir da ciência do dano e de sua autoria 3.4: poderá ser desconsiderada pelo juiz, a personalidade jurídica da sociedade empresária quando, em detrimento do consumidor houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação estatutária ou contrato social. A desconsideração também será efetivada qdo houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração 3.5.1: é proibida a estipulação de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação do fornecedor de indenizar 3.5.2: cláusulas nulas de pleno direito, as contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços 3.6: equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento Política de fato e vicio do produto e serviço (5) 1 – Vício (1) – produto (1); serviço (2) Fato (2) 1.1: haverá vicio do produto qdo o defeito atingir a integridade econômica do consumidor e qdo não oferece a segurança que o consumidor pode legitimamente esperar. O produto será considerado defeituoso nas hipóteses abaixo 1.1.1: sua apresentação 1.1.2: uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam 1.1.3: a época em que foi colocado em circulação 1.2: haverá vicio do serviço qdo o defeito atingir a integridade econômica do consumidor e qdo não oferece a segurança que o consumidor pode legitimamente esperar. O serviço será considerado defeituoso nas hipóteses abaixo 1.2.1: modo de seu fornecimento 1.2.2: resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam 1.2.3: época em que foi fornecido 1.2: quando o defeito além de atingir a integridade econômica do consumidor, se estender a integridade física e psíquica. O fato deve causar um dano que extrapola a esfera do produto ou serviço 2 – Vício (1) – produto (1); serviço (2) Fato (2) – produto (1); serviço (2) 2.1.1: solidária, por vícios de qualidade que tornem o produto inadequado ou impróprio ao consumo a que se destinam ou diminuam o valor, bem como por aqueles decorrentes de disparidade de infos da embalagem ou veiculação publicitária do produto, respeitadas as variações naturais do mesmo solidária, por vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas suas variações naturais, o conteúdo líquido for inferior às indicações da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária 2.1.2: responde por vícios de qualidade q os tornem impróprios ao consumo ou diminuam o valor, bem como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária 2.2.1: fabricante, produtor, construtor (br ou estrangeiro) e importador, independente de culpa, pela reparação de danos causados a consumidores por defeitos de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento dos produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre o uso e riscos Obs: o comerciante é igualmente responsável quando I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificado II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis Obs 2: se o produto for importado, o fornecedor também responderá 2.2.2: responde independente de culpa, na reparação de danos causados aos consumidores por defeitos de prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 3 – Vício (1) – produto (1); serviço (2) 3.1: I – o abatimento proporcional do preço; II – complementação do peso ou medida; III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; IV – a restituição da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos 3.2: I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II – a restituição da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III – o abatimento proporcional do preço. 4 – Observar 4.3.4 5 – Serviços essenciais (1) 5.1: ñ estão expressos no CDC, porém o Art.22 versa sobre, e dispõe que os órgãos públicos, ou suas empresas e as concessionárias, permissionárias ou qualquer outra forma de empreendimento devem prestar de modo continuo os serviços essenciais, que estão dispostos no Art.10 Lei 7.783/89, descritos abaixo I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos IV - funerários V - transporte coletivo VI - captação e tratamento de esgoto e lixo VII - telecomunicações VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais X - controle de tráfego aéreo XI - compensação bancária É vedado ao prestador de serviço público essencial a interrupção do mesmo, msm q haja inadimplência do consumidor. para que o serviço seja interrompido, é necessário demonstrar que o consumidor pode pagar pelo serviço, mas não o faz, e a partir daí, requisitar judicialmente a interrupção do serviço em questão Oferta (6) 1 – Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados 2 – Vincula o fornecedor ao que este ofertar e integra o contrato a ser celebrado. A oferta, salvo em caso de erros evidentes de divulgação, tem força de execução obrigatória 3 – Art 35 CDC I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente III - rescisão contratual, com restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e perdas e danos 4 – O CDC considera como consumidor todas pessoas determináveis ou não, que estejam expostas as práticas publicitárias do fornecedor Observações gerais 1 – Teoria do Diálogo das Fontes 2 – CDC como norma principiológica 3 – Súmula 381 STJ 4 – Serviços bancários x serviços públicos 5 – Práticas abusivas vedadas pelo Art.39 CDC ---------------------------------------- //---------------------------------------- 1 – Os meios de proteção dos consumidores não se esgotam no CDC, sendo possível a aplicação conjunta de normas que sejam mais favoráveis ao consumidor. Encontra-se no CC, CPC e outros diplomas legais, aplicação de regras que são mais favoráveis ao consumidor 2 – O CDC trouxe ao ordenamento jurídico BR, o princípio da proteção ao consumidor, esse estipulado no próprio código e também consagrado em outros diplomas legais e em princípios constitucionais, e devido a isso entende-se que o CDC tem supremacia sobre normas gerais e especificas sobre normas conflitantes com as suas. Tem status de norma supralegal 3 – Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de oficio, a abusividade das cláusulas 4 – Serviços bancários (1) Serviços públicos (2) 4.1: STF pacificou a questão sobre a incidência do CDC sobre serviços bancários. De acordo com o tribunal, regras do código são aplicáveis a esse tipo de serviço, haja vista que há uma relação jurídica entre fornecedor (neste caso os bancos e qualquer instituiçao financeira, securitária, etc) e consumidor, que adquire o serviço com a legitima expectativa que seja bem feito. É responsabilidade do Estado fiscalizar e normatizar as atividadesdo sistema financeiro, bem como promover a proteção ao consumidor, e no caso em questão evitar práticas abusivas de instituições bancárias 4.2: De acordo com o Art.22 CDC, a pessoa jurídica de direito público é considerada fornecedora Em relação a este tema, estão sobre a égide do CDC, todas as empresas públicas e privadas que prestam serviços de caráter público, devendo estas prestar o serviço com máxima eficiência A CF em seu Art.175 dispõe sobre a prestação de serviços públicos, que pode ser através de concessão ou permissão sempre sendo feita licitação neste caso Súmula 297 STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável as instituições financeiras 5 – Condicionar fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos (venda casada) recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço I-> Se feito, equivale a amostra grátis e não será permitida cobrança do produto ou serviço aproveitar-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva executar serviços sem orçamento prévio e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes I-> Haja vista que costumes são fonte do direito do consumidor, é permitida cobrança pela elaboração de orçamento e por visita técnica. As partes também podem transacionar de maneira informal, se a prática entre as mesmas for costumeira I-> Orçamento tem validade de 10 dias a partir da data de recebimento pelo consumidor, porém as partes podem estipular os próprios prazos nesta hipótese repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos I-> esculachar o consumidor para outras empresas aumentar sem justa causa o preço de produtos e serviços deixar de estipular prazo para cumpir a obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido
Compartilhar