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Maringá, 20 de abril de 2018 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Centro de Ciências Exatas Departamento de Química PREPARAÇÃO DO CLORETO DE PENTAMINCLOROCOBALTO (III) Acadêmicos: Camilla C. O. Utumi RA: 99562 Daíse Miranda Ávila 94364 Nathália da Silva Malaco 99330 Curso: Química Bacharelado Disciplina: Química Inorgânica Experimental I Docente: Eduardo Radovanovic 1. Introdução A estabilidade de um complexo depende da diferença de energia entre os reagentes e produtos. Um composto estável terá uma energia consideravelmente menor em seus possíveis produtos. A labilidade de um composto depende da diferença de energia entre o composto e o complexo ativado. Se sua energia de ativação é grande, a reação será lenta. Essas propriedades permitem que os compostos de coordenação sofram de reações de substituição de ligantes, adição, dissociação e redox. 1.1 Reação de Adição Na reação de Adição, ocorre um acréscimo do número de ligantes, geralmente em metais com um baixo número de coordenação inicial. Como o exemplo da figura 1.1.1 Figura 1.1.1 - Exemplo de Reação de adição onde os orbitais d vazios do cobre interagem com os orbitais p do nitrogênio para formar uma nova ligação. 1.2 Reação de Dissociação Na reação de dissociação ocorre um decréscimo do número de ligantes e, algumas vezes, do número de coordenação. Figura 1.2.1 – Exemplo de reação de dissociação em que número de coordenação é diminuido, formando um complexo tetraédrico. 1.3 Reação de Substituição de ligantes Esse tipo de reação pode ocorrer pelo mecanismo dissociativo, associativo ou intertroca. No mecanismo dissociativo, há primeiramente a saída de um ligante, formando um complexo com menor número de coordenação, possibilitando a entrada de outro ligante. Esse tipo de reação é favorecida pelo efeito estérico dos seus ligantes, como ilustra a figura 1.3.1 Figura 1.3.1 – Substituição do ligante amônia por uma molécula de água favorecida pela diminuição do efeito estérico. Na reação de associação, o complexo intermediário possui um número de coordenação maior do que o inicial, pois possibilita a entrada de um ligante antes da saída de outro, como mostra a figura 1.3.2. Figura 1.3.2 – Exemplo de reação associativa. 1.4 Reação Redox de Compostos Coordenados As reações de redox envolvem mudanças no estado de oxidação do íon central. Podem ocorrer por dois mecanismos, o de esfera interna e o de esfera externa. No primeiro, ocorre a troca de elétrons pelo ligante. No segundo a troca de elétrons ocorre de forma direta, como a figura 1.4.1. Figura 1.4.1 – Demonstração dos mecanismos de esfera interna e externa. 2. Objetivo O objetivo da prática consiste na preparação do cloreto de pentaminclorocobalto(III) a partir do nitrato de pentamincarbonatocobalto(III) para posterior caracterização. 3. Procedimento experimental Primeiramente, foi dissolvido 2,5 g de nitrato de pentamincarbonatocobalto(III) preparado na aula anterior em 50 mL de água destilada em um béque de 250 mL. O béquer foi levado para dentro da capela e após a dissolução, adicionou-se aos poucos e com agitação constante, alíquotas de 1,0 mL de HCl concentrado, até o momento em que não liberou mais CO2(g), perfazendo 4,0 mL. Para neutralizar a solução, foi adicionado 6,0 mL de NH4OH concentrado, e para confirmar a neutralização fez-se o uso de papel indicador. Em seguida, foi acrescentado 2,5 mL de NH4OH, e então colocou-se a solução em aquecimento durante 20 minutos sobre a chapa com agitação usando uma barra magnética, mas cuidando para que a solução não entrasse e ebulição violenta. Após o aquecimento, deixou-se a solução esfriar por 10 minutos e então foi adicionado 38 mL de HCl. Posteriormente, sem ferver e com agitação, aqueceu-se novamente a solução até que fosse observada a mudança de cor, de rosa para roxo. Novamente a solução foi resfriada por aproximadamente 10 minutos e então levada para banho de gelo também por 10 minutos. Passado esse tempo, a solução resultante foi filtrada em um funil de vidro sinterizado e o sólido lavado com 5 mL de água destilada gelada e depois com 20 mL de etanol. O funil foi etiquetado com o número da prática, nome do professor e nome da equipe e guardado para a posterior caracterização. 4. Resultados e discussões O cloreto de pentaminclorocobalto foi preparado a partir do nitrato de pentamincarbonatocobalto (III), ou seja, já se partiu do Co3+, por este motivo, não foi necessária a adição de um oxidante. Com a adição de HCl concentrado notou-se a liberação de um gás. Isto acontece, pois, a ligação entre o oxigênio do grupo carbonato ligado ao cobalto e o carbono do carbonato é rompida, liberando o CO2, e o oxigênio ligado ao cobalto é protonado devido ao ácido presente no meio, formando o ligante água. Este mecanismo foi comprovado pela técnica de espectrometria de massas, que mostra os isótopos do íon molecular, e o 18O só poderia ser proveniente do ligante carbonato. Figura 4.1 – Reação do nitrato de pentamincarbonatocobalto (III) com ácido clorídrico. O NH4OH é adicionado para neutralizar a solução e também colocado em excesso para que não ocorra a troca dos outros ligantes do complexo de NH3 por H2O. Figura 4.2 – Inserção de NH4OH no produto formado anteriormente. Por fim, ácido clorídrico em excesso foi adicionado para garantir que houvesse a troca dos ligantes através de uma reação de substituição, como mostra a figura 4.3. Após aquecido, o produto foi resfriado e notou-se a formação de um precipitado que apresentava coloração purpura. O precipitado foi filtrado em funil de vidro sinterizado e, o produto final pode ser observado na figura 4.4. Figura 4.3 – Troca dos ligantes OH e H2O por cloretos. Figura 4.4 – Precipitado filtrado de cloreto de pentaminclorocobalto(III). 5. Conclusão O objetivo da prática de preparação do cloreto de pentaminclorocobalto(III) a partir do nitrato de pentamincarbonatocobalto(III) foi atingido. Como já era esperado, visto que estava descrito na literatura, a coloração do precipitado resultante foi a desejada (purpura). Essa mudança de coloração é uma das características indicativas dos metais de transição utilizados na prática, pelo preenchimento parcial do bloco d. 6. Referências [1] MECANISMOS DE REAÇÕES INORGÂNICAS. UFC. Disponível em: <http://www.pgquim.ufc.br/wp-content/uploads/2012/03/Mec.-de- Rea%C3%A7%C3%B5es-Inorg..pdf>. Acesso em: 19 de Abril de 2018. [2] Lee, J. D.; Química Inorgânica não tão Concisa, 5ª ed., Edgard Blücher: São Paulo. [3] COMPOSTOS ORGANOMETÁLICOS. USP. Disponível em: <http://www2.iq.usp.br/docente/amdcferr/disciplinas/QFL2129/Aula_11_- _Reatividade_Comp_Coordenacao.pdf>. Acesso em: 19 de Abril de 2018.
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