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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - CCJ0003 Semana Aula: 11 HERMENÊUTICA JURÍDICA Tema HERMENÊUTICA JURÍDICA I. Palavras-chave Objetivos Compreender: - os conceitos de hermenêutica e interpretação da norma. - a necessidade do operador promover a devida interpretação da norma na solução do caso concreto. - o fenômeno jurídico da antinomia . - a concepção sistêmica do Direito Distinguir: - as diversas formas de interpretação das leis . - os princípios possibilitadores da resolução dos conflitos a partir da utilização da hermenêutica jurídica, à luz dos princípios constitucionais. os diversos critérios de solução das antinomias. Estrutura de Conteúdo Como sempre, você deve ler, antes da aula, das páginas 159 a 172,capítulo 9. Hermenêutica Jurídica, do livro texto Livro didático de introdução ao estudo do Direito, Solange Ferreira de Moura [organizador]. Rio de Janeiro: Editora Universidade Estácio de Sá, 1ª. Ed. 2014 ESTRUTURA DE CONTEÚDO DESTA AULA HERMENÊUTICA JURÍDICA I Hermenêutica e interpretação 160 A Hermenêutica jurídica 160 A Interpretação 160 Sentido da norma jurídica 161 Teoria subjetiva 161 Teoria objetiva 162 Crítica à busca da vontade do legislador 162 Métodos e processos de interpretação do Direito 163 Processos com base na escola da exegese 163 Processo gramatical, literal ou filológico 163 Processo lógico 164 Processo sistemático 164 Interpretação lógico-sistemática 165 Processos com base na escola histórica 165 Processo histórico-evolutivo 165 Concepção atual 165 ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: Hermenêutica Hermenêutica Jurídica - representa o estudo dos processos de interpretação das normas. A expressão hermenêutica remonta à mitologia grega, na qual o deus Hermes era tido como aquele incumbido de traduzir para os mortais a linguagem dos deuses. Interpretação - é formada pelos procedimentos técnicos, de que lança mão o profissional de direito na busca do sentido e alcance das regras jurídicas. Hermenêutica = interpretação + construção Teoria Subjetiva A concepção subjetivista da interpretação ou teoria subjetiva tem como preocupação central a busca a vontade do legislador (mens legislatoris) e representa a primeira teoria sobre a interpretação das normas, que hoje inclusive não é a predominante no direito. Teoria objetiva Representa a tendência predominante do direito contemporâneo, que vê o ponto de referência principal do processo hermenêutico na vontade da lei (mens legis), como ente dotado de vida própria, cabendo ao intérprete buscar a adaptação da lei à dinâmica social. Há um claro deslocamento do centro gravitacional do processo de interpretação do sujeito criador da norma (legislador), para a norma em si, cujo sentido será dado pelo contexto do momento da sua aplicação e não pelo da sua criação. PROCESSOS COM BASE NA ESCOLA DA EXEGESE Processo gramatical, literal ou filológico Representa o primeiro ponto de contato entre o intérprete e a norma. Muito embora seja apenas a etapa inicial do processo hermenêutico, o processo gramatical é de grande importância, pois a primeira tarefa do intérprete é compreender o texto jurídico em sua literalidade. Processo lógico Relacionado ao plano lógico do conhecimento jurídico, recebe os seus fundamentos da lógica jurídica e trata das operações mentais do intérprete na correlação entre as normas no ordenamento jurídico e entre a norma e o fato. PROCESSOS COM BASE NA ESCOLA HISTÓRICA Processo histórico-evolutivo A Escola Histórica alemã tinha grande preocupação em aplicar ao estudo do direito um método histórico de investigação. Justamente daí deriva este processo de interpretação, que parte da premissa de que a lei surge em função de determinadas circunstâncias, mutáveis com o tempo, que devem ser levadas em consideração no momento de sua interpretação Processo sistemático Parte da premissa de que o ordenamento jurídico é um sistema integrado de normas e que elas não podem ser interpretadas isoladamente. PROCESSOS COM BASE NA ESCOLA HISTÓRICA Processo histórico-evolutivo A Escola Histórica alemã tinha grande preocupação em aplicar ao estudo do direito um método histórico de investigação. Justamente daí deriva este processo de interpretação, que parte da premissa de que a lei surge em função de determinadas circunstâncias, mutáveis com o tempo, que devem ser levadas em consideração no momento de sua interpretação CONCEPÇÃO ATUAL O Processo teleológico ou finalístico enxerga o significado da lei em sua finalidade social, sendo esta obviamente a do presente e não a da época em que a lei entrou em vigor, havendo uma clara convergência entre este procedimento técnico-interpretativo e a teoria objetiva da interpretação, uma vez que no processo teleológico a norma será interpretada em função de sua capacidade de alcançar os resultados esperados a seu respeito pela sociedade. Estratégias de Aprendizagem Indicação de Leitura Específica Aplicação: articulação teoria e prática QUESTÕES OBJETIVAS 1 - Com freqüência o termo hermenêutica jurídica é usado como sinônimo de interpretação da norma jurídica. MIGUEL REALE, por exemplo, fala em "hermenêutica ou interpretação do Direito", em suas Lições Preliminares de Direito. CARLOS MAXIMILIANO, por sua vez, distingue "hermenêutica" e "interpretação"; aquela seria a teoria científica da arte de interpretar; esta seria a aplicação da hermenêutica; em suma, a hermenêutica seria teórica e a interpretação seria de cunho prático, aplicando os ensinamentos da hermenêutica. Outros autores dão ao vocábulo um sentido mais amplo, que abrange a interpretação, a aplicação e a integração do Direito. Com base nessas informações, conclui-se que: (A) Não há necessidade de interpretação quando a norma é "clara, ou seja, "in claris cessat interpretatio" (dispensa-se a interpretação quanto o texto é claro). (B) Um dos elementos que encerra o conceito de interpretação da norma é fixar o seu alcance: significa delimitar o seu campo de incidência; é conhecer sobre que fatos sociais e em que circunstâncias a norma jurídica tem aplicação. (C) Quando se fala em interpretação da norma está-se referindo tão somente às leis, na medida em que somente as leis são utilizadas como fundamentos das decisões judiciais que precisam dessa interpretação jurídica. (D) O trabalho do intérprete apenas é necessário quando as leis são obscuras. A interpretação nem sempre é necessária, a não ser que sejam obscuras ou pouco claras as palavras da lei ou de qualquer outra norma jurídica. (E) A hermenêutica jurídica leva em conta o estado de espírito do intérprete da norma que pode influir nesta interpretação, razão pela qual a hermenêutica não pode ser considerada uma ciência. Considerações Adicionais Recomendar aos alunos que realizem pesquisas no site dos Tribunais Superiores: www.stf.gov.br e www.stj.gov.br, a fim de encontrar acórdãos em que os princípios possibilitadores da resolução dos conflitos, a partir da utilização da hermenêutica jurídica, à luz dos princípios constitucionais, possam ser identificados.
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