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6ª aula - Avaliação da Cabeça e do Pescoço

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Exame da Cabeça 
e Pescoço
Ms Cristina Wesner
Cabeça
 Posicionamento;
 Equilíbrio;
 Movimentos involuntários;
 Tamanho do crânio, deformidades, protuberâncias;
 Lesões, cistos sebáceos, hematomas ou nódulos;
 Cabelo: distribuição, quantidade, alteração de cor, 
higiene, presença de parasitas, distribuição de perda 
quando houver e descamação.
Alterações
 Alterações na postura – para frente ou para trás –
podem indicar doenças do pescoço ou das meninges;
 Movimentos involuntários ou tremores – Parkinson ou 
Coréia;
 Movimento de confirmação – sincronizado com o 
pulso – insuficiência aórtica;
 Inclinação da cabeça para um lado – pode indicar 
perda unilateral da audição ou da visão;
Face
 Observar expressão e contornos faciais;
 Assimetrias, edema e massas;
 Coloração da pele:
 Pigmentação, palidez, cianose ou icterícia;
 Manchas, eritemas ou rubor;
 Textura, espessura, distribuição de pelos e lesões.
Fácies Típicas
Denomina-se fácies o conjunto de alterações na 
expressão da face que caracteriza uma doença.
Acromegalia
Hormônio do crescimento
Mixedema
Hipotireoidismo
Síndrome nefrótica
Insuficiência Renal Crônica
Síndrome de Cushing
Hormônio supra-renal
Parótida
Parkinsoniana
Basedowiana - Exoftalmia
Hipertireoidismo
Olhos salientes e 
brilhantes; bem 
destacados no 
rosto magro.
Expressão de 
vivacidade ou 
espanto e 
ansiedade 
Olhos
Olhos
 Campos visuais: campos temporais;
 Posição e Alinhamento;
 Sobrancelhas: distribuição, quantidade e descamação;
 Pálpebras: posição, protrusão, abertura e fechamento,
mobilidade, largura das fissuras ou fendas palpebrais,
edema, processos inflamatórios, coloração e lesões;
 Conjuntiva e esclerótica: coloração, padrão vascular,
presença de nódulos ou edema;
Olhos
 Íris: verificar presença de sombra em crescimento
sobre o lado medial da íris;
 Pupilas: tamanho (normais 3 – 5 mm), simetria, reação
pupilar (iluminação e objetos);
 Movimentos extra-oculares: movimento conjugado,
presença de nistagmo, atraso da pálpebra superior
em relação ao globo ocular quando os olhos se
movem para cima e para baixo;
Alterações
 O músculo orbicular é constituído por fibras estriadas,
inervadas pelo nervo facial e funciona como um
esfíncter. Quando se contraí a pálpebra se fecha
(movimento de piscar)
 Lagoftalmo: incapacidade parcial ou total de fechar os
olhos;
 Entrópio: inversão palpebral;
 Ectrópio: eversão palpebral inferior;
 Ptose palpebral: queda da pálpebra
Entrópio e Ectrópio
Ptose palpebral e 
Lagoftalmia
 Os globos oculares podem ser apresentar protrusos –
EXOFTALMIA unilateralmente no caso de tumores, ou 
bilateralmente, no hipertireoidismo.
 A ENOFTALMIA – afundamento dos glóbulos oculares, 
ocorre, por exemplo, na desidratação grave
 EXTRABISMO – desvio
 NISTAGMO – movimento involuntário
 Conjuntiva pálida – anemia;
 Amarelada – icterícia;
 Hiperemiada – processo inflamatório - conjutivite
 Esclerótica com coloração amarelo forte – icterícia, 
encontrada na hepatite ou obstrução/compressão 
dos ductos biliares;
 Esclerótica com sinais de hemorragias – causadas por 
rompimento de vasos;
 Esclerótica com pigmentos marrom – fisiológicas.
 Obstrução do aparelho lacrimal
 Ressecamento da córnea;
 Produção de lesões. 
 Avaliar movimentos oculares, reflexos voluntários ou 
coordenados pelos nervos oculomotores;
 Avaliar acuidade visual;
 Amaurose – perda de visão
Pupilas
 São aberturas contráteis no centro da íris ocular. 
Devem ser esféricas, com tamanho de 3 – 5 mm, 
negras e isocóricas.
Midríase
 Midríase – dilatação pupilar
 Estimulo do simpático, 
 Paralisia do esfíncter
 Alterações:
 Hipertireoidismo;
 Atropinização;
 Traumatismos craniencefálicos graves;
 Meningoencefalites.
Miose
 Miose – contração pupilar 
 Olhar para perto,
 Fotoreação,
 Paralisia do simpático, 
 Contração do músculo dilatador;
 Alterações: 
 Coma urêmico, 
 Intoxicação alcoólica, 
 Uso de morfina
 Fotoreação
 Ausência – lesão do olho ou mesencefálica
Exame oftalmoscópico
 Disco óptico: estrutura oval ou arredondada de
coloração amarelo-alaranjada ou róseo-cremosa;
acompanhar um vaso sanguíneo no sentido medial
para identificá-lo
 Artérias: tamanho pequeno e cor vermelho-claro, com
reflexo luminoso presente;
 Veias: tamanho grande e cor vermelho-escuro, com
reflexo luminoso claro;
 Fóvea e mácula: examinar com o paciente olhando
diretamente para luz
Ouvidos
 Avaliar queixas:
 Dor;
 Prurido;
 Corrimento;
 Hipoacusia;
 Zumbido;
 Tontura;
 Paralisia facial.
Ouvidos
 Observar:
 Forma;
 Tamanho;
 Deformações congênitas ou adquiridas;
 Nódulos;
 Tumorações;
 Hematomas;
 Alterações cutâneas.
Ouvidos
 Pavilhão auricular: deformidade, nódulos, alterações
cutâneas;
 Canal auditivo e tímpano: dor a movimentação do
pavilhão auricular e do trago é sugestiva de otite
externa aguda porém não há dor na otite média, cuja
presença pode se manifestar por hipersensibilidade
álgica atrás da orelha;
 Observar secreção, corpos estranhos, rubor e edema;
 Observar a quantidade de cerume presente no canal 
auditivo – em excesso compromete a audição;
 Podem ser encontrados processos inflamatórios como 
eczema, furuncolose ou lesões micóticas;
 Presença de sangue (otorragia) ou pus (otorréia) é um 
sinal de otite média supurada, com ruptura do 
tímpano, traumatismos ou neoplasias;
Otite Externa
Otorréia, otorragia e 
perfuração do timpano
 Acuidade auditiva: distúrbio de condução ou perda
neurosensorial
 Com a utilização de um diapasão dois testes podem
ser realizados: Teste de Weber e Teste de Rinne
Teste de Weber
 Com a base do diapasão no topo da cabeça
pergunta-se onde o paciente ouve o som – de um
lado ou em ambos os lados. O normal é ser escutado
na linha média ou igualmente em ambos os ouvidos;
 Na perda unilateral de condução o som é percebido
lateralmente ao ouvido comprometido;
 Na perda neurosensorial unilateral o som é percebido
no ouvido íntegro.
http://www.cochlea.eu/po/exploracao-funcional/methodes-subjectives
 No caso de surdez de percepção (neurossensorial), o som
lateraliza para o melhor ouvido (1). Com efeito, como o
estímulo parte do centro do crânio chega ao mesmo
tempo às duas cócleas. A cóclea com melhor limiar
auditivo fará com que a percepção seja lateralizada
para o seu lado. A cóclea com piores limiares não
proporcionará sensação auditiva.
 No caso de surdez de transmissão, o som é mais audível
pelo ouvido lesado (2): O som "não escapa" pela cadeia
ossicular, resultando num falso efeito amplificador no
ouvido afetado comparativamente ao ouvido
contralateral saudável.
Teste de Rinne
 Colocar a base do diapasão em vibração sobre o
processo mastóide; quando o paciente não ouvir mais
o som, aproximar o “U” do diapasão do canal auditivo
ipsilateral e observar se o paciente volta a escutar a
vibração;
 Normalmente o som é escutado mais tempo através
do ar do que pelo osso;
O paciente diz em qual das
localizações ouviu o som com
maior intensidade. No caso de
surdez de transmissão o som é
audível com maior intensidade
sobre o mastóide do ouvido
afetado (Condução Óssea)
que por Condução
Aérea (3) pois a cadeia
timpano-ossicular perdeu o seu
efeito amplificador.
http://www.cochlea.eu/po/exploracao-funcional/methodes-subjectives
No caso de audição normal
ou de surdez de percepção
(neurossensorial) a Condução
Aérea é melhor que a
Condução Óssea (4) pois a
cadeia timpano-ossicularmantém a sua função
amplificadora.
http://www.cochlea.eu/po/exploracao-funcional/methodes-subjectives
Nariz
 Forma;
 Tamanho;
 Simetria;
 Presença de deformidades;
 Movimento das asas do nariz – dispneia
Nariz
 O nariz deve ser manipulado o mínimo possível,
especialmente se tiver dor;
 Inclina-se a cabeça do paciente para trás e usa-se
otoscópio e espátula;
 Com um foco de luz e com leve compressão da ponta
do nariz, os vestíbulos podem ser examinados;
 Observar a mucosa nasal quanto à coloração,
edema, sangramento ou presença de exudato
 Verificar a presença de :
 Sangue (epistaxe);
 Secreções mucopurulentas;
 Crostas;
 Integridade da mucosa;
 Septo – desvio de septo
 Rinite Viral
 Mucosa pode estar edemaciada e vermelha
 Rinite Alérgia
 Mucosa pode estar pálida, azulada ou vermelha
Fonte da imagem: Clínica Cóser
 A forma e o tamanho do nariz poderão estar alterados 
em casos de:
 Traumatismos;
 Tumores;
 Doenças endócrinas (acromegalia)
Seios paranasais
 Deve ser verificada a hipersensibilidade dos seios da
face com compressão digital sobre os seios maxilares,
etmoidais e frontais, bilateralmente.
Boca
 Lábios: Observar coloração, umidade, existência de
nódulos, ulcerações e rachaduras;
 Mucosa oral: inspecionada quanto à coloração,
hálito, úlceras, placas e nódulos;
 Gengiva e dentes: observar as margens da gengiva e
as papilas interdentárias quanto à presença de
edema ou ulceração;
 Observar deformações:
 Congênitas – lábio leporino
 Adquiridas – ulcerações, lesões herpéticas ou 
neoplásicas;
 Verificar a presença de:
 Rachaduras – deficiência vitamínica
 Edema – síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca, 
hipertireoidismo, processos alérgicos.
Língua
 Avalie a língua quanto: 
 A cor, características da superfície e umidade - rosa e 
uniforme;
 A superfície dorsal é normalmente rugosa devido às 
papilas;
 Uma fina cobertura branca pode estar presente;
 Peça à pessoa que toque com a língua o céu da boca; 
 Sua superfície ventral parece suave e reluzente e mostra 
veias;
 Saliva está presente;
 Com uma luva * mantenha a língua com uma gaze 
para retração e desvie a língua para ambos os lados;
 Inspecione placas brancas ou lesões (normalmente 
nenhuma está presente). Se alguma ocorrer, palpe 
estas lesões para determinar se estão endurecidas.
 Língua e assoalho da boca: observe simetria, protrusão
assimétrica sugere lesão do XII par craniano (nervo
hipogloso). O câncer de boca é mais frequente no
assoalho. Observar regiões esbranquiçadas ou
avermelhadas, nódulos ou ulcerações. Pesquisar
neoplasia de língua e cavidade oral.
 Coloração avermelhada (hiperemia) e hipertrofia das 
papilas – escarlatina (infecção bacteriana);
 Língua lisa e sem papilas – anemia perniciosa 
(deficiência de B12);
 Língua volumosa – hipertireoidismo;
 Língua seca – desidratação;
 Gengiva e dentes: observar as margens da gengiva e
as papilas interdentárias quanto à presença de
edema ou ulceração. Pesquisar doenças comuns
como cáries, xerostomia (ausência de saliva),
candidíase oral, herpes simples labial, halitose,
sialoadenite (inflamação da glândula salivar).
Cárie Gengivite
Herpes simples de palato Líquen de língua
Imagens extraídas do site: http://www.massimodaversa.it/oralpat.htm
Carcinoma 
de língua em 
fase inicial
 Faringe: Peça para o paciente bocejar para testar a
integridade do X nervo craniano (vago). Observe a
coloração e a simetria do palato mole, pilares
anteriores e posteriores, úvula e amígdalas.
Amigdalite
Viral
Bacteriana
Faringite Viral
Pescoço
 Realizar inspeção do pescoço verificando simetria,
massas ou cicatrizes;
 Glândulas parótidas e submandibulares devem ser
observadas quanto ao aumento de volume;
 Gânglios linfáticos devem ser palpados utilizando as
pontas dos dedos indicador e médio, movendo a pele
sobre o tecido subjacente e o pescoço deve estar
ligeiramente fletido;
Linfonodos
 Pré auricular: em frente a orelha
 Auriculares posteriores: superficiais e sobre o processo
mastóideo
 Occipitais: na base do crânio e posteriores
 Amigdalianos: no ângulo da mandíbula
 Submandibulares: a meio caminho entre o ângulo e a
ponta da mandíbula
 Sumentonianos: na linha média atrás da ponta da
mandíbula
 Cervicais superficiais: superficiais ao esternomastóideo
 Cervicais posteriores: ao longo da borda anterior do
trapézio
 Cadeia cervical profunda: profundamente ao
esternomastóideo
 Supraclaviculares: profundos, no ângulo entre a clavícula
e mastóideo.
 Atenção para o aumento de linfonodo
supraclavicular, especialmente o esquerdo que é
sugestivo de metástase de doença maligna torácica
ou abdominal.
 Os linfonodos devem ser observados quanto ao
tamanho, formato, delimitação, mobilidade,
consistência e qualquer sensibilidade.
 Linfonodos pequenos, móveis e indolores são
frequentemente palpados em pessoas normais.
 Adenomegalias aumentadas e dolorosas exigem um
novo exame das regiões que drenam para eles, e uma
avaliação cuidadosa dos linfonodos de outras regiões,
com intenção de diagnosticar linfadenopatia regional
ou generalizada.
Traquéia 
 Devem ser identificadas no pescoço a cartilagem
tireóide e cricóide, bem como a traquéia abaixo
delas.
 A inspeção da traquéia deve atentar para desvios da
linha média, assim como a sua palpação que deve
encontrar a mesma distância entre os lados da
traquéia e o esternocleidomastoideo.
Tireóide
 Para visualização da tireóide, a cabeça deve ser
inclinada para trás, com iluminação tangencial dirigida
para baixo, o paciente deve deglutir um pouco de água
para que seja inspecionada a movimentação da
glândula para cima;
 Observar simetria, presença de nódulos, elasticidade e
dor;
 O tamanho normal dos lobos laterais deve ser igual à
falange distal do polegar.
 FIGUEIREDO, Ricardo R.; FABRI, Magdala L.; MACHADO, Walter S.. Otite externa 
difusa aguda: um estudo prospectivo no verão do Rio de Janeiro. Rev. Bras. 
Otorrinolaringol., São Paulo, v. 70, n. 2, Apr. 2004 . 
 BARROS, Alba L.B.L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de 
enfermagem no adulto. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
 JARVIS, Carolyn. Exame físico e avaliação de saúde. Rio de Janeiro : Elsevier, 2012.
 POTTER , Patricia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de enfermagem. 7ª 
edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
 ANDRIS, Deborah A. Semiologia - Bases para a Prática Assistencial. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2006 
 BAIKIE , Peggy. Sinais e sintomas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
 COIMBRA, Filipe; COSTA, Raquel; LOPES, Otília; BARBOSA, Elisabete; FELINO, 
António; Carcinoma do bordo da língua em fase inicial. Apresentação de dois 
casos clínicos. Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac.. 2011;52:77-82

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