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Lev Semenovich Vygotsky
Nasceu em 1896 na cidade de Orsha, na Rússia, e morreu em Moscou em 1934, com apenas 38 anos.
O pano de fundo que influenciou decisivamente a sua formação e o seu trabalho: a revolução russa de 1917 e o período de solidificação que se sucede. 
Vygotsky foi um marxista e tentou desenvolver uma Psicologia com estas características. 
A esse respeito é necessário que se estabeleça uma diferença fundamental entre o trabalho de Vygotsky e o trabalho de Piaget - ele não deixou uma teoria acabada e pronta. 
Apontou caminhos a serem seguidos por outros pesquisadores tendo como ponto fundamental a hipótese do egocentrismo de Piaget.
Outro ponto que também diferencia Vygotsky de Piaget foi a sua preocupação com as situações de aprendizagem em sala de aula.
A teoria de Vygotsky chega ao ocidente através de dois livros básicos: Pensamento e Linguagem (1993) e A Formação Social da Mente (1991).
Somente na década de 90 Vygotsky aparece como um teórico da aprendizagem influente no cenário educacional brasileiro. 
Qual a razão da importância crescente de Vygotsky no Brasil?
Uma hipótese levantada é que Vygotsky fornece uma espécie de elo que faltava à teoria Piagetiana.
Piaget foi o principal referencial ao longo da década de 80, no cenário educacional brasileiro com a pedagogia Crítica dos Conteúdos.
Para Vygotsky o homem é um ser social formado dentro de um ambiente cultural historicamente definido. 
Esse é o ponto fundamental da teoria de Vygotsky. 
Vygotsky é um psicólogo experimental. Esta é a característica básica de seu trabalho. 
Todas as suas construções teóricas têm os experimentos como seu ponto de partida. 
Outra característica de Vygotsky é ser um construtivista em oposição aos comportamentalistas do início do século XX, embora já tenha sido apontado como neocomportamentalista. 
As relações entre Pensamento e Linguagem
Um primeiro ponto abordado dentro dos trabalhos de Vygotsky foi a relação entre pensamento e linguagem. 
No momento histórico em que Vygotsky aborda esse ponto, a unicidade da consciência é vista pela Psicologia como um invariante. 
As formas como as funções psíquicas se relacionam entre si não mudam e, por consequência, podemos estudar cada um dos componentes da consciência de forma isolada. 
Esse é o primeiro ponto onde Vygotsky se diverge contra as teorias vigentes no seu tempo apontando para o fato de que as funções da mente não são invariantes (que não apresenta alterações) e mudam. 
Logo, há que se ressaltar o caráter de interdependência das funções psíquicas.
Lev Vygotsky desenvolveu a teoria socio-cultural do desenvolvimento cognitivo.
A sua teoria tem raízes na teoria marxista do materialismo dialético, ou seja, que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na natureza humana.
Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação.
Em vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele debruçou-se sobre o processo em si e analisou a participação do sujeito nas atividades sociais.
Ele propôs que o desenvolvimento não precede a socialização.
Ao invés, as estruturas sociais e as relações sociais levam ao desenvolvimento das funções mentais.
Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um aprendiz mais experiente.
O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de instrumentos ou sinais). 
Quando os signos culturais vão sendo internalizados pelo sujeito é quando os humanos adquirem a capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada.
Ao contrário da imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão do mundo,
Vygostky via o desenvolvimento cognitivo como dependendo mais das interações com as pessoas e com os instrumentos do mundo da criança.
Esses instrumentos são reais: canetas, papel, computadores; ou símbolos: linguagem, sistemas matemáticos, signos.
Um pressuposto básico de Vygotsky é a de que durante o curso do desenvolvimento, tudo aparece duas vezes: 
Primeiro a criança entra em contato com o ambiente social, o que ocorre ao nível interpessoal.
Depois a criança entra em contato com ela própria, num nível intrapessoal. 
Para Vygotsky, a cultura molda o psicológico, isto é, determina a maneira de pensar. 
As funções psicológicas de uma pessoa são desenvolvidas ao longo do tempo e mediadas pelo social, através de símbolos criados pela cultura. 
Para Vygotsky, o que nos torna humanos é a nossa capacidade de imaginar, criar, reorganizar, planejar e utilizar instrumentos simbólicos para complementar nossa atividade, que tem bases biológicas.
As formas tipicamente humanas de pensar surgem, por exemplo, quando uma criança pega um cabo de vassoura e o transforma em um cavalo, ou em um fuzil, ou em uma árvore... 
A linguagem é capaz de transformar decisivamente os rumos de nossa atividade. 
Quando aprendemos a linguagem específica de nosso meio sociocultural, transformamos radicalmente os rumos de nosso próprio desenvolvimento. 
Vygotsky dá importância à dimensão social, interpessoal, na construção do sujeito psicológico.
“Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará”.
O pensamento humano, com todas as peculiaridades, é o fundamento real do desenvolvimento linguístico.
A linguagem estabelece uma distinção entre o significado de uma palavra, ou expressão, e o seu referente, isto é, o objeto que designa. 
Dominar esse sistema de signos significa aumentar a capacidade de memória, de registro de informações.
A LINGUAGEM
A linguagem é, antes de tudo, social - sua função inicial é a comunicação, expressão e compreensão. Está combinada com o pensamento.
 A comunicação - permite a interação social e, ao mesmo tempo, organiza o pensamento. 
 Para Vygotsky, a aquisição da linguagem passa por três fases: 
- A linguagem social - tem por função denominar e comunicar - primeira linguagem que surge, 
- A linguagem egocêntrica - A progressão da fala social para a fala interna, ou seja, o processamento de perguntas e respostas dentro de nós mesmos – o que estaria bem próximo ao pensamento-é transição da função comunicativa para a função intelectual. Nesta transição, surge a chamada fala egocêntrica. Trata-se da fala que a criança emite para si mesmo, em voz baixa, enquanto está concentrado em alguma atividade. Esta fala, além de acompanhar a atividade infantil, é um instrumento para pensar em sentido estrito, isto é, planejar uma resolução para a tarefa durante a atividade na qual a criança está entretida (Ribeiro, 2005).
	 A fala egocêntrica: uma linguagem para a pessoa mesma, e não uma linguagem social, com funções de comunicação e interação. 
	Esse “falar sozinho” - ajuda a organizar melhor as ideias e planejar melhor as ações. É como se a criança precisasse falar para resolver um problema que, nós adultos, resolveríamos apenas no plano do pensamento / raciocínio. Uma contribuição importante de Vygotsky é o fato de que, por volta dos dois anos de idade, o desenvolvimento do pensamento e da linguagem – que até então eram estudados em separado – se fundem, criando uma nova forma de comportamento. 
	Quando a linguagem começa a servir o intelecto e os pensamentos começam a oralizar-se – a fase da fala egocêntrica – é marcado pela curiosidade da criança pelas palavras, por perguntas acerca de todas as coisas novas (“o que é isso?”) e pelo enriquecimento do vocabulário. 
	 O declínio da vocalização egocêntrica é sinal de que a criança progressivamente abstrai o som, adquirindo capacidade de “pensar as palavras”, sem precisar dizê-las. Aí estamos entrando na fase do discurso interior. Se, durante a fase da fala egocêntrica houver alguma deficiência de elementos e processos de interação social, qualquer fator que aumente o isolamento dacriança, iremos perceber que seu discurso egocêntrico aumentará subitamente. Isso é importante para o cotidiano dos educadores, em que eles podem detectar possíveis deficiências no processo de socialização da criança. (Ribeiro, 2005) 
 Neste momento, a criança faz a maior descoberta de sua vida: todas as coisas têm um nome.
- A linguagem interior, intimamente ligada ao pensamento - O discurso interior é uma fase posterior à fala egocêntrica - quando as palavras passam a ser pensadas, sem que necessariamente sejam faladas - o pensamento é um plano mais profundo do discurso interior, que tem por função criar conexões e resolver problemas, o que não é, necessariamente, feito em palavras. É algo feito de ideias, que muitas vezes nem conseguimos verbalizar, ou demoramos ainda um tempo para achar as palavras certas para exprimir um pensamento. 
	Portanto o pensamento:
 não coincide de forma exata com os significados das palavras. 
capta as relações entre as palavras de uma forma mais complexa e completa que a gramática faz na linguagem escrita e falada.
concentrar todo o conteúdo de uma reflexão em uma frase ou em um discurso. 
	Sendo assim, podemos concluir que o pensamento não se reflete na palavra; realiza-se nela, a medida em que é a linguagem que permite a transmissão do seu pensamento para outra pessoa (Vygotsky, 1998) 
Finalmente, cabe destacar que o pensamento não é o último plano analisável da linguagem. Podemos encontrar um último plano interior: a motivação do pensamento, a esfera motivacional de nossa consciência, que abrange nossas inclinações e necessidades, nossos interesses e impulsos, nossos afetos e emoções. Tudo isso vai refletir imensamente na nossa fala e no nosso pensamento. (Vygotsky 1998) 
Pensar é conceber, fragmentar e sequenciar – ao mesmo tempo – uma dada situação. As palavras são mediadores entre pensamento e mundo externo. 
 Para Vygotsky, a relação entre pensamento e linguagem é estreita. A linguagem (verbal, gestual e escrita) é nosso instrumento de relação com os outros e, por isso, é importantíssima na nossa constituição como sujeitos. 
A linguagem escrita representa um salto no desenvolvimento da pessoa. 
Não é só pela linguagem falada que o indivíduo encontra formas de se relacionar com o mundo. 
A linguagem humana tem para Vygotsky duas funções básicas: 
 - a de intercâmbio social ( coletivo)
 - a de pensamento generalizante ( individual)
A linguagem serve ao propósito de comunicação entre indivíduos.
A linguagem pode fazer com que o individuo simplifique ou generalize a experiência vivida.
A linguagem ordena as instâncias do mundo real em categorias conceituais cujo significado é compartilhado pelos usuários da linguagem.
As sociedades criam sistemas de signos ao longo da história que modificam e influenciam seu desenvolvimento social e cultural.
Para Vygotsky é pela interiorização de sistemas de signos, produzidos culturalmente, que se dá o desenvolvimento cognitivo. 
O domínio de linguagens abstratas (fala, matemática, mapas, gráficos, etc) permite o afastamento de um contexto concreto. 
Isso leva ao desenvolvimento do pensamento conceitual e proposicional. 
A fala é um marco no desenvolvimento cognitivo. 
Função objetiva para controlar e regular o comportamento (“ferramentas do pensamento”)
Para Piaget, a fala egocêntrica na criança reflete o pensamento egocêntrico. Para Vygotsky ela evolui em direção a fala internalizada. 
A internalização da fala leva à independência em relação à realidade concreta e permite o pensamento abstrato flexível. 
APRENDIZAGEM
“O desenvolvimento individual consiste, em boa parte, no acesso progressivo a esses signos e sistemas de signos ou, em outras palavras, na aprendizagem progressiva dos signos e sua utilização”
A estrutura cognitiva desenvolve-se pelo uso de signos. 
Quanto mais instrumentos e signos se aprende, mais se amplia a gama de atividades que o sujeito pode aprender. 
“Parceiro mais capaz”
A aprendizagem de signos ocorre com a participação em situações de interação social com pessoas mais competentes no uso desses sistemas de símbolos.
Desta forma, o desenvolvimento passa por uma fase externa. 
“Lei da Dupla Formação de Vygotsky”
No desenvolvimento toda função aparece duas vezes – primeiro em nível social, e, depois, em nível individual.
Primeiro entre pessoas (interpessoal) e depois no interior do próprio interior da pessoa (intrapessoal).
Desta forma, Vygostky enfoca a interação social; enquanto que Piaget enfoca o indivíduo como unidade de análise. 
IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO
Vygotsky caracteriza a aprendizagem como um processo que lida com dois tipos de conceitos:
 conceitos espontâneos adquiridos no contexto cotidiano a partir de referentes concretos
 conceitos científicos adquiridos, por meio do ensino, pela atribuição de significados em uma estrutura conceitual
Os conceitos científicos são construídos pela explicitação das suas relações com outros conceitos já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz (os conceitos prévios)
 Temos aqui novamente a ideia de que o aluno aprende a partir do que já sabe!
Para Vygotsky, o bom ensino é aquele que está à frente do desenvolvimento cognitivo. 
O professor deve apresentar, dentro de certos limites, desafios e informações cuja utilidade o aluno possa começar a perceber. 
O professor reage às tentativas do aprendiz, incentivando, corrigindo, fazendo novas perguntas e exigências, em função de sua percepção do que ele pode ou não fazer. 
O aluno evolui porque sempre está recebendo novas informações e desafios, que exigem que ela vá um pouco além do que já sabe.
O DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento é sustentado pelas interações de um sujeito com o outro, ou melhor, da criança com o adulto. 
Não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro do indivíduo.
O desenvolvimento vai se atualizando conforme o tempo passa e é pensado como um processo, onde estão presentes:
a maturação do organismo.
o contato com a cultura produzida pela humanidade.
as relações sociais que permitem a aprendizagem. 
Os conceitos científicos são formais, organizados, sistematizados, testados pelos meios científicos.
Em geral são transmitidos pela escola e que aos poucos vão sendo incorporados ao senso comum. 
Vygotsky trabalha com a ideia de zonas de desenvolvimento. 
Todos temos uma zona de desenvolvimento real, composta por conceitos que já dominamos. 
Exemplo:
Vamos imaginar que numa escala de zero a 100, estamos no 30. Esta é a zona de desenvolvimento real nossa. 
Para os outros 70, sendo o nosso potencial, Vygotsky chama de ZONA de DESENVOLVIMENTO PROXIMAL. 
"a zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã". 
Ou seja: aquilo que nesse momento uma criança só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ela certamente conseguirá fazer sozinha . 
o que a criança faz hoje em conjunto com outros poderá fazer sozinha amanhã. 
Depois que Vygotsky elaborou o conceito, há mais de 80 anos, a integração de crianças em diferentes níveis de desenvolvimento passou a ser encarada como um fator determinante no processo de aprendizado. 
Um bom exemplo de atuação na ZDP é uma mãe ensinando um filho a falar. 
Ela sempre reage às tentativas da criança, incentivando, corrigindo, fazendo novas perguntas e exigências, em função de sua percepção do que a criança pode ou não fazer.
A criança evolui porque sempre está recebendo novas informações e desafios, que exigem que ela vá um pouco além do que já sabe. 
Aos poucos, o que acontecia na ZDP passa a ser feito pela criança sozinha, e a mãe pode elevar novamente o nível de seus desafios e exigências.
Em determinado momento a Zona de Desenvolvimento Proximal passa a ser Zona de Desenvolvimento Real. Estabelece três estágios na aquisição desses conceitos: 
1º estágio - denominado formação de conjuntos sincréticos 
Os objetos são agrupados, pelas crianças, em nexos baseados em ligações vagas e subjetivas.
Esses nexos são instáveis enão relacionados aos atributos relevantes dos objetos. 
2º estágio - denominado de pensamento por complexos.
As ligações entre os componentes que formam os objetos são concretos e factuais e não abstratas e lógicas.
Qualquer conexão factualmente ao componente que forma o objeto pode incluir um elemento em um “complexo”, sem a lógica devida.
A formação de complexos exige a combinação de objetos com base em: 
- similaridade
- na unificação de impressões diversas quanto os contatos 
nas relações que de fato existem entre os elementos. 
3º estágio denominado formação dos conceitos propriamente ditos.
A criança agrupa os objetos conforme um único atributo.
É capaz de abstrair características isoladas, da totalidade e da experiência concreta.
Ainda é necessário abstrair, isolar, e examinar os elementos abstratos separadamente da totalidade da experiência concreta de que fazem parte.
Para a formação de conceitos, é igualmente importante unir e separar: a síntese deve combinar-se com a análise.
O percurso genético para o desenvolvimento conceitual não é linear, pois o terceiro estágio, por exemplo, não aparece necessariamente, após o segundo estágio.
Os conceitos são construídos e internalizados de maneira não linear e diferente para cada pessoa.
Para Vygotsky, a cultura molda o psicológico, isto é, determina a maneira de pensar. 
Os conceitos são construídos no processo histórico e o cérebro humano é resultado da evolução. 
A palavra é o início de tudo e tem vários significados, ou seja, é polissêmica.
A mente vai sendo substituída historicamente pela pessoa, que é sujeito do seu conhecimento.
A ideia central para a compreensão da concepção sobre o desenvolvimento humano como processo sócio histórico é a ideia de mediação.
 Como sujeito do conhecimento, o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado.
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. 
É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento.
Contribuições da teoria de Vygotsky para os professores
A escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. 
É papel do professor provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona proximal.
Fator relevante para a educação está na importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo.
Os processos pedagógicos precisam ser intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção a construção de conceitos. 
O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de um sistema organizado de conhecimentos.
Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o aprendizado no sentido de adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando - o real. 
O ambiente influencia a internalização das atividades cognitivas no indivíduo, de modo que o aprendizado gere o desenvolvimento, ou seja o ensino deve passar do grupo para o indivíduo.
Destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de sociointeracionista e Piaget interacionista.
Vygotsky destaca as contribuições da cultura, da interação social e a dimensão histórica do desenvolvimento mental.
 A proposta de Vygotsky é que se intervenha de forma decidida e significativa nos processos de desenvolvimento da criança no sentido de: 
1.ajudar a superar eventuais dificuldades
2. recuperar possíveis defasagens cognitivas
3.auxiliá-la a ativar áreas potenciais imediatas de crescimento e desenvolvimento.
Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. 
Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento. 
Síntese das ideias da Vygotsky
Para Vygotsky, a cultura molda o psicológico, isto é, determina a maneira de pensar. 
Pessoas de diferentes culturas têm diferentes perfis psicológicos. 
As funções psicológicas de uma pessoa são desenvolvidas ao longo do tempo e mediadas pelo social, através de símbolos criados pela cultura. 
A linguagem representa a cultura e depende do intercâmbio social. 
Os conceitos são construídos no processo histórico e o cérebro humano é resultado da evolução. 
Em todas as culturas, os símbolos culturais fazem a mediação. Os conceitos são construídos e internalizados de maneira não linear e diferente para cada pessoa.
Toda abordagem é feita de maneira holística (ampla) e o cotidiano é sempre em movimento, em transformação - a Dialética.
A palavra é o microcosmo, o início de tudo e tem vários significados.
A mente vai sendo substituída historicamente pela pessoa, que é sujeito do seu conhecimento.
Vygotsky desenvolveu um grande trabalho, reconhecido pelos estudiosos sobre a formação de conceitos. 
Os conceitos espontâneos ou do cotidiano, também chamados de senso comum, são aqueles que não passaram pelo crivo da ciência. 
Os conceitos científicos são formais, organizados, sistematizados, testados pelos meios científicos, que em geral são transmitidos pela escola e que aos poucos vão sendo incorporados ao senso comum. 
Trabalha com a idéia de zonas de desenvolvimento. 
Todos temos uma zona de desenvolvimento real, composta por conceitos que já dominamos. 
ZONA DE DESENVOLVIMENTO REAL ou potencial – o que já dominamos de conceitos.
ZONA de DESENVOLVIMENTO PROXIMAL - conceitos ampliados porque estamos sempre adquirindo conceitos novos. 
O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro.
Estabelece três estágios na aquisição desses conceitos.
conjuntos sincréticos
pensamento por complexos
formação dos conceitos propriamente ditos.
A palavra é o início de tudo e tem vários significados, ou seja, é polissêmica.
A mente vai sendo substituída historicamente pala pessoa, que é sujeito do seu conhecimento.
A ideia central para a compreensão da concepção sobre o desenvolvimento humano como processo sócio histórico é a ideia de mediação.
 Como sujeito do conhecimento, o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado.
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. 
É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento.
A PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL DE VYGOTSKY
 
Pontos importantes (proposições) sobre o processo de formação de conceitos: 
Relação entre pensamento e linguagem;
Mediação cultural no processo de construção de significados por parte do indivíduo; 
Processo de internalização;
Papel da escola na transmissão de conhecimento de natureza diferente da aprendizagem da vida cotidiana.   
Pressuposto Básico:
O ser humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro social.
A cultura torna-se parte da natureza humana num processo histórico que ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda o funcionamento psicológico do homem.
Deu grande importância ao substrato material do desenvolvimento psicológico, especificamente o cérebro.
O funcionamento do cérebro humano fundamenta na ideia de que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo da história social do homem.
Vygotsky rejeitou a ideia de funções mentais fixas e imutáveis.
Trabalhoucom a noção do cérebro como um sistema aberto, de grande plasticidade.
A estrutura cerebral e os modos de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento individual.
O cérebro, dada às imensas possibilidades da realização humana, e graças à plasticidade, pode servir a novas funções, criadas na história do homem, sem que sejam necessárias transformações morfológicas no órgão físico.
As postulações de Vygotsky sobre o substrato biológico do funcionamento psicológico evidenciam a forte ligação entre os processos psicológicos humanos e a inserção do indivíduo num contexto sócio-histórico específico. 
O sujeito biológico e o sujeito social
As funções psicológicas têm um suporte biológico e são moldadas ao longo da história da espécie e do indivíduo (biogênese e ontogênese)
O sujeito biológico converte-se em sujeito humano pela interação social (sóciogênese)
Diferentemente de Piaget, que supõe a equilibração como um princípio básico para explicar o desenvolvimento cognitivo, Vygotsky parte da premissa de que esse desenvolvimento deve ser entendido com referência ao contexto social e cultural (microescala) no qual ocorre. 
os processo mentais superiores (pensamento, linguagem, comportamento volitivo, atenção consciente, memória voluntária, etc) têm origem em processos sociais e são a conversão de relações sociais em funções mentais.
Mas como as relações sociais se convertem em funções psicológicas?
 instrumentos e signos como mediadores destes processos
INSTRUMENTOS E SIGNOS 
Um instrumento é algo que pode ser usado para fazer alguma coisa. Os animais também usam instrumentos em sua interação com o ambiente. 
Um signo é algo que significa uma outra coisa e é também um instrumento mediador.
A combinação do uso de instrumentos e signos permite o desenvolvimento de funções mentais superiores.
Signo é algo que significa alguma coisa. Os significados de palavras e gestos são construídos socialmente.
Exemplos: “mesa” = o que há de regularidade em uma variedade infinita de um tipo de objeto
“pesquisa” = em português se aplica a atividade científica, em espanhol se aplica a investigação policial.
Há três tipos de signos:
 indicadores – são aqueles que têm uma relação de causa e efeito com aquilo que significam (ex. fumaça indica fogo)
 icônicos – são imagens ou desenhos daquilo que significam
 simbólicos – têm uma relação abstrata com o que significam – p. ex. signos matemáticos
	Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento. As principais delas, em resumo, são as seguintes:
	QUANTO AO PAPEL DOS FATORES INTERNOS E EXTERNOS NO DESENVOLVIMENTO
	PIAGET
	VYGOSTSKY
	- Piaget privilegia a maturação biológica; 
	- Vygotsky, o ambiente social,
	- Piaget aceita que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios.
	- Vygotsky, salienta o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. 
- Neste sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano.
	QUANTO À CONSTRUÇÃO REAL
	PIAGET
	VYGOTSKY
	Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. 
- A visão particular e peculiar (egocêntrica) que as crianças mantêm sobre o mundo vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva
	Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. 
Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. 
A construção do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. 
- Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do desenvolvimento.
	Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento. As principais delas, em resumo, são as seguintes:
	QUANTO AO PAPEL DOS FATORES INTERNOS E EXTERNOS NO DESENVOLVIMENTO
	PIAGET
	VYGOSTSKY
	- Piaget privilegia a maturação biológica; 
	- Vygotsky, o ambiente social,
	- Piaget aceita que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios.
	- Vygotsky, salienta o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. 
- Neste sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano.
	QUANTO AO PAPEL DA APRENDIZAGEM
	PIAGET
	VYGOTSKY
	Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. 
- Com isso, ele minimiza o papel da interação social.
	Vygotsky, ao contrário, postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento. 
	QUANTO AO PAPEL DA LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO E A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E PENSAMENTO
	PIAGET
	VYGOTSKY
	Segundo Piaget, o pensamento aparece antes da linguagem, que apenas é uma das suas formas de expressão.
- A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensorimotores e não da linguagem.
	Para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida. 
- A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação. 
	QUANTO AO PAPEL DA LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO E A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E PENSAMENTO
	PIAGET
	VYGOTSKY
	Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se, pois, aos processos de pensamento. 
A linguagem possibilita à criança evocar um objeto ou acontecimento ausente na comunicação de conceitos.
- Piaget, todavia, estabeleceu uma clara separação entre as informações que podem ser passadas por meio da linguagem e os processos que não parecem sofrer qualquer influência dela. 
	A linguagem sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento.

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