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REPRODUCAO FEMEA 14 CICLO ESTRAL

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Ciclo Estral 
 
3. CICLO ESTRAL 
 
 
 A vaca pertence ao grupo de animais poliéstricos anuais, isto é, depois 
da puberdade e no caso de não estar em gestação, apresenta estro a cada 21 
dias (18 a 24). 
 
 O ciclo estral compreende as seguintes fases, segundo Grunert & Gregory 
(1984): 
 
 
• proestro ⇒ 3 dias 
• estro ⇒ ) 18 horas 
• metaestro ⇒ 3 dias 
• diestro ⇒ 14 dias 
 
 
PROESTRO 
 
 Corresponde ao período de desenvolvimento folicular, realizado em 
sinergismo pelos hormônios FSH e LH. O FSH promove hiperplasia da granulosa e 
teca interna e o LH induz a maturação das células e correspondente síntese de 
estrógenos. À medida que aumenta a quantidade de estrógenos, ocorre a fase de 
proliferação do endométrio uterino e ao mesmo tempo, o miométrio torna-se 
sensível à ação da ocitocina, que liberada durante a monta, provoca contrações 
uterinas responsáveis pelo transporte dos espermatozóides até as trompas, 
local da fecundação do óvulo. Finalmente, os estrógenos na corrente 
circulatória alcançam um nível tal que acabam por desencadear o cio 
propriamente dito ou estro. 
 
 As manifestações psíquicas desta fase passam muitas vezes 
desapercebidas. Entretanto, neste momento, os machos já são capazes de 
reconhecer a proximidade de cio. 
 
 Nesta fase as vacas podem “saltar” sobre as companheiras, sem, no 
entanto, permitirem ser montadas. 
 
 No exame retal observa-se aumento de contractilidade uterina, com 
aumento de turgidez de suas paredes, conseqüente à congestão vascular. 
 
 
ESTRO OU CIO 
 
 Acontece quando os estrógenos atingem um nível máximo na corrente 
circulatória. Os sintomas são os seguintes: 
 
a) o principal sintoma e também o mais evidente, é a disposição de tolerância, 
durante a qual a vaca em cio monta e deixa-se montar por suas companheiras ou 
pelo macho. Antes de montar precede uma oscilação do lombo; 
 
b) pêlos da base da cauda revoltos e eriçados, em decorrência de ter sido 
montada em várias ocasiões. Nos zebuínos este sintoma é de pouco valor, uma 
vez que seus pêlos são rigorosamente finos, curtos e assentados. Segundo a 
Universidade de Cornell, estes dois sintomas (a e b) garantem mais do que 96% 
de segurança na detecção do cio; 
 
c) durante o cio, flui pela vulva um muco fino, claro e cristalino, semelhante 
à clara de ovo. Quando a vaca em cio monta outra, ao elevar-se, o muco flui 
mais abundantemente; 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 68
Ciclo Estral 
 
d) a vaca que não está em cio tem os lábios da vulva secos e cheios de pregas; 
os pêlos são soltos e secos nos ísquios. Ao contrário, as vacas em cio 
apresentam os lábios da vulva inchados, úmidos, desaparecendo as numerosas 
pregas finas, além de apresentarem as pontas das nádegas umedecidas pelo muco 
que acompanha o cio. Freqüentemente esta região permanece suja, pela 
incorporação de poeira; 
 
e) o estado de cio pode ser acompanhado por mugidos (fêmeas zebuínas não 
parecem exibir este sintoma), micções freqüentes e intranqüilidade. Parece 
ocorrer, ainda, uma flexão da cauda, embora após o serviço, a cauda poderá 
apresentar-se levantada. Segundo o que estamos observando com zebuínos Nelore, 
a vaca em cio fica evidente no lote, pois o touro passa a acompanhá-la, 
ocasião em que acontece a corte: uma série de grunhidos típicos (hãn-hãn-hãn) 
acompanhados de movimentos de intenção de monta por parte do touro, 
antecedidos por pressão mandibular na linha superior da fêmea, que podem 
chegar a uma freqüência de um evento por minuto; posição cabeça com cabeça, 
delicadas chifradas e lambeduras executadas por ambos; várias ocasiões em que 
o touro realiza a monta, mas sem efetivar o serviço, por falta de 
estabelecimento da disposição de tolerância; várias montas realizadas pela 
vaca em cio no touro ou em companheiras que se aproximam ou mesmo em bezerros 
próximos (estes às vezes permanecem todo o tempo fazendo a corte, quando 
tentam montar e inspecionam a região vulvar); várias inspeções vulvares 
realizadas pelo touro; touro e vaca pastam e deitam juntos, chegando a um 
momento em que surge a disposição de tolerância e o serviço é efetivado, 
podendo repetir-se várias vezes (o que parece raro nos zebuínos Nelore). O 
touro pode isolar a ou as vacas em cio do restante do rebanho e também assumir 
a posição de "guarda de posterior". Alguns touros pastam muito pouco, ficando 
absorvidos na corte, enquanto que na vaca o hábito de pastejo parece menos 
alterado; 
 
f) devido à hiperemia funcional durante a fase proliferativa do endométrio 
uterino, em muitos animais surge uma descarga sanguinolenta no 2º ou 3º dia 
após o início do cio. Esta descarga ocasionalmente mancha a ponta da nádega e 
coxas, ou pode ser visível no chão, onde a vaca estava deitada. Esta não é uma 
manifestação de cio, mas indica que o animal passou por um cio, alguns dias 
antes. 
 
 Nos rebanhos em inseminação artificial é importante o estabelecimento de 
um programa de detecção de cio, devendo-se levar em conta alguns fatores 
importantes: 
 
• os horários mais adequados para detecção de cio são no início e final do 
dia, devido a tendência das vacas exibirem cio aparente à noite. Este 
comportamento pode ser, ainda, maior durante as estações quentes. Assim, 
fazer pelo menos duas observações por dia, uma pela manhã e outra à tarde 
(12 horas de intervalo entre ambas); 
 
• cada período de detecção do cio deverá durar cerca de 30 minutos por grupo 
de vacas. Aquelas em cio estarão montando ou sendo montadas, em média, a 
cada 15 ou 20 minutos; 
 
• as vacas não demonstram cio quando estão comendo no cocho. Durante o pastejo 
é freqüente a manifestação de cio, no entanto é de interesse reunir o lote 
em um canto da cerca, visando estimular a exibição dos sintomas. Nesta 
ocasião o campeiro deverá cuidar para que não ocorra alteração na posição 
espacial relativa entre uma vaca e outra, visando impedir o rompimento das 
interações sociais. Isto para não inibir a manifestação plena dos sintomas 
de cio por fêmeas de hierarquia inferior; 
 
• durante o período de observação o indivíduo deverá deslocar-se entre as 
vacas, sempre que possível; 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 69
Ciclo Estral 
 
• a utilização de rufiões com desvio lateral do pênis e chinball marcador é 
muito indicada. Quando houver repasse com touro, o rufião poderá ser 
preparado através de deferectomia. 
 
 Segundo Hurnik & King (1987), 86% das vacas apresentam o reflexo de 
detenção quando montadas por suas companheiras. Outros sintomas como pressão 
mandibular, lambedura e inspeção de odor da genitália, são indicadores de 
menor confiança (TABELA III.3.4). 
 
 
TABELA III.3.4. Freqüência de apresentação de vários sintomas de estro 
 
 
 Apresenta o sintoma: 
Atividade em pelo menos em pelo menos 
 1 estro 2 estros 
 
 
 ←⎯⎯⎯%⎯⎯⎯→ 
Montando 81 60 
Sendo montada e permanecendo imóvel 93 86 
Pressionando a mandíbula 50 19 
Recebendo pressão de mandíbula 50 24 
Lambendo 62 29 
Sendo lambida 71 45 
Cheirando 31 14 
Sendo cheirada 33 14 
 
Hurnik & King, 1987 
 
 
 A freqüência de monta durante a fase de receptividade indicou, neste 
estudo, que apenas 20% dos estros foram caracterizados por vacas sendo 
montadas mais do que 10 vezes e contrariamente, 27% o foram apenas 1 vez. Isto 
representa um sério obstáculo para a detecção fácil de estro, pelo campeiro. 
Em 24% de todos os estros, a passagem pela fase de receptividade ocorreu sem 
que a vaca montasse qualquer companheira de rebanho (pelo menos no caso de 
baias, uma vez que este estudo foi realizado sob condições de confinamento e 
acompanhamento por vídeo). A baixa freqüência ou falha para manifestar a 
atividade de monta, durante o estro, pode dever-se, pelo menos em parte, às 
condições de alojamento empequenos grupos (4 ou 5 vacas) e à subsequente 
baixa probabilidade de sincronização natural do estro. Isto porque, as montas 
recíprocas ocorrem em fêmeas nas fases de estro e periestrais (final do pró-
estro e início do metaestro). Segundo os autores, pode também indicar baixa 
intensidade de estro, manifestada em vacas com bezerro ao pé. Neste 
particular, já observamos que algumas fêmeas Nelore em estro, também com 
bezerro ao pé, não montaram nenhuma companheira, pelo menos durante um período 
de 12 horas de observação. Contrariamente, outras o fizeram com grande 
freqüência. Cabe, aqui, salientar que a hierarquia social pode inibir tais 
manifestações de monta, embora Hunik, 1987 (in: Albrich, 1993) tenha relatado 
que a hierarquia social é temporariamente ignorada, porque vacas e novilhas 
montam companheiras às quais elas são subordinadas, em circunstâncias normais. 
 
 Outro ponto importante, no estudo de Hurnik & King (1987), é que a 
disposição de tolerância atingiu um pico durante a primeira hora de cio, 
declinando, gradualmente, a seguir (FIGURA III.3.1) 
 
 Ainda, as atividades relacionadas ao estro aconteceram intimamente 
sincronizadas com a fase de receptividade (FIGURA III.3.2). O período médio em 
que a fêmea começa a montar suas companheiras, inicia-se 2 horas antes e 
termina 30 minutos depois da fase de receptividade. A pressão mandibular e a 
inspeção de odores estão mais intimamente sincronizadas com a fase de 
receptividade. 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 70
Ciclo Estral 
 
 O proestro tende a ser mais longo quando três ou mais vacas exibem 
atividade sexual ao mesmo tempo, conforme observações de Lamonthe et al., 1995 
(TABELA III.3.5). 
 
 
 
FIGURA III.3.1 
 
 
 
 
 
FIGURA III.3.2 
 
 
 
 
 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 71
 
 
Ciclo Estral 
 
 
TABELA III.3.5. Duração das fases do ciclo estral em relação ao número de fêmeas ativas ao mesmo 
 tempo e às estações de chuva e de seca - zebuínos no México 
 
 
Chuvas Seca 
 
 
 
 
 
Nº de Proestro, Es o, Metaestro, Nº de vacas Proe Es o, Metaestro
 
 
vacas 
 
h 
tr
h h 
 stro, 
h 
tr
h , 
h 
 
 
UMA 9,4 9,2 2,6 UMA 0,6 10,9 0,03 
TRÊS ou + TRÊS ou + 
 al,, 1995 
 
DUAS 11,5 12,8 4,0 DUAS 6,6 7,1 4,4 
23,8 9,2 2,1 8,1 11,4 3,6 
 
Lamonthe et
 
 
 
 Frente aos problemas envolvidos na detecção de estro, Williamsom et al. 
monitorar o LH aumenta rapidamente no estro; 
temperatura corporal cai alguns dias antes, atingindo um mínimo dois dias 
 
temperatura do leite ⇒ aumenta 0,3ºC ou mais em 84% dos estros; 
resistência do muco vaginal a impedância diminui, atingindo um mínimo 11 
 
odores ⇒ cães treinados (relativo sucesso nos EU); 
biossensores no futuro?; 
monitores com mais de uma variável ⇒ solução? 
transmissores na garupa, sensíveis à pressão e ligados a computadores, via 
 
Portanto, o problema da detecção do cio com 100% de acerto fica, ainda, 
 
 12,9 0,69 horas Nelore 
il 
 
Pinheiro et al. (1998) relatou 10,9 ± 1,4 horas no Nelore. 
(1972), verificaram que mesmo com observação contínua, 21% das vacas em 
condições de serem inseminadas não foram identificadas em estro e 5% o foram 
erradamente. Em zebuínos, suspeita-se da ocorrência de sintoma de cio 
conseqüente a um comportamento de imitação, principalmente após a 
sincronização (Lamonthe et al., 1995). Assim, o desenvolvimento de métodos 
mais seguros seria necessário, embora de pouca aplicabilidade nos sistemas 
extensivos. Dentre estes métodos, encontram-se apenas algumas tentativas: 
 
⇒• 
 
⇒• 
antes e depois aumenta no dia do cio, para depois cair novamente; a 
diferença mínima é de 0,2-0,5ºC e o problema é a dificuldade de aplicação, 
além de que outros fatores também alteram a temperatura; 
• 
 
⇒• 
a 15 horas após seu início; o mínimo é cerca de 25 horas após a ovulação; 
• 
 
⇒• 
 
• 
 
• 
satélite ou via antena próxima 
 
 
por resolver. 
 
Quanto à duração do cio, sabe-se ser muito variável, alcançando umas 18 
horas (3-24 horas) nas raças européias. Nos zebuínos é mais curto e segundo 
Sanchez (1973) a duração média foi de: 
 
• ± ⇒
• 14,8 ± 1,43 horas ⇒ Indubras
• 17,5 ± 1,43 horas ⇒ Zebu leiteiro 
 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 72
Ciclo Estral 
 
 Grunert & Gregory (1984), encontraram períodos bastante curtos para os 
Segundo Hurnk & King (1987) a duração do estro aumenta com o número de 
TABELA III.3.6. Duração do estro em relação ao número 
 
 
zebuínos, em torno de 3 horas. 
 
 
ciclos que ocorrem no pós-parto (TABELA III.3.6). 
 
 
 de estros após o parto 
Estro pós-parto Duração, horas 
 
 
 
 
1º 3,9 
2º 4,2 
3º 4,8 
 
Hurnik & Kin 987 
 
Em vacas leiteiras, Shipke (2000) demonstrou que a intensidade do estro 
TABELA III. 3.7. Intensidade de expressão dos estros pós-parto de acordo com a 
 
g 1,
 
 
é bastante reduzida na primeira ovulação pós-parto. Encontrou, também, que 
cerca de 42% das primeiras ovulações pós-parto são silenciosas. Os dados deste 
autor são precisos, uma vez que foram obtidos por radiotelemetria (TABELA 
III.7) 
 
 
ordem de ovulação 
 
% de cios silenciosos identificados 
por: 
 
Ovulação pós-
lização Radiotelemetria 
ro de 
 
parto 
 
Visua
Núme
montas 
 
Duração de 
cada monta, 
segundos 
 
 
 
 
1ª 94,7 42,1 1,1 2,6 
 
2ª 
 
50,0 
 
12,5 
 
3ª 32,3 6,7 3,8 3,4 
 
 
Shipke, 2000 
 
A presença do touro pode abreviar a duração do estro, enquanto condições 
ETAESTRO 
 
 
 Naturalmente que em bovinos de corte os cios silenciosos deverão ser 
mais freqüentes, como também as montas de menor intensidade, face à inibição 
dos sintomas de estro, determinada pela presença do bezerro. 
 
 
alimentares e ambientais desfavoráveis tendem a aumentá-la, segundo Sambraus 
(1978). Este efeito nutricional não foi confirmado por outros autores, segundo 
revisão de Allrich (1993). 
 
 Durante a monta ocorre liberação de ocitocina, a qual iniciará as 
contrações do miométrio uterino (já previamente sensibilizado à ocitocina 
pelos estrógenos), fazendo com que os espermatozóides cheguem ao oviduto num 
prazo de 3 a 10 minutos. 
 
 
M
 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 73
Inicia-se a partir do momento em que desaparece a tolerância à monta. 
Após o término do cio ou estro, as grandes quantidades de LH liberadas pela 
hipófise provocam o rompimento do folículo de Graaf e o óvulo é liberado, 
ocorrendo, assim, a ovulação, num período de 6 a 12 horas após o final da 
receptividade à cobrição, segundo Grunert & Gregory (1984). Outros autores 
comunicam ovulação 12 horas (10 a 16) após o desaparecimento do cio. Nas raças 
Ciclo Estral 
 
zebuínas, segundo Sanchez (1973), a ovulação ocorre de 13,6 a 13,9 horas após 
o término do estro e 15,7 horas na raça Nelore, conforme Pinheiro et al., 
1998. 
 
 
� momento ótimo para a cobrição ou inseminação artificial
 
 O óvulo, captado pelo infundíbulo, passa para o oviduto. Provavelmente 
atravessa a metade do oviduto dentro de 6 horas. Depois de atravessar a metade 
do oviduto, o óvulo perde rapidamente sua fertilidade. 
 
 A vida fértil do óvulo não dura mais do que 10 horas. Após este período 
Com base nessas médias de tempo, parece que a fertilidade satisfatória 
Acontece que os espermatozóides terminam sua maturação no oviduto, num 
• cio observado até 9h ⇒ inseminação das 17 às 20h do mesmo dia 
. 
 
Segundo Hunter (1985), é imperativo evitar as inseminações tardias, 
aumentamas probabilidades de abortos precoces e embriões anormais. 
 
 
seria resultante de inseminações realizadas até 22 horas (10 + 12) após o 
término do cio. Contudo, a experiência mostra que a fertilidade não é 
satisfatória no caso de cobrições efetuadas 16 horas depois do período de cio. 
 
 A pergunta que ocorre seria a seguinte: se os espermatozóides são 
transportados em poucos minutos para a porção superior do oviduto, porque as 
inseminações precisam ser feitas pelo menos 6 horas antes do fim da vida 
fértil do óvulo? 
 
 
período de 4 a 6 horas, quando desenvolvem plena capacidade para fertilizar o 
óvulo. 
 
 Seu tempo de vida no trato reprodutivo da fêmea é cerca de 24 horas. 
Assim, em vacas normais, pode-se esperar uma fertilidade satisfatória quando a 
inseminação é realizada num momento entre a metade do período de cio até cerca 
de 10 horas após o fim do estro. Entretanto, a fertilidade mais elevada é 
alcançada quando a inseminação é realizada na segunda metade do cio. Isto 
possibilita a capacitação dos espermatozóides, tornando-os aptos para 
fertilizar o óvulo, quando este é liberado do ovário. Haverá, assim, um 
momento ótimo para a inseminação (TABELA III.3.8). 
 
 É comum o seguinte procedimento, na prática: 
 
• cio observado até 19h ⇒ inseminação das 5 às 8h do dia seguinte
 Na monta a curral, para evitar o risco de que no momento do serviço a 
vaca encontre-se já nas últimas fases do cio, ou que o mesmo tenha finalizado 
e a monta não aconteça, é conveniente permitir um serviço imediatamente após 
encontrada em cio e um segundo, caso aceite, umas 8 a 10 horas depois. 
 
 
desde que o óvulo envelhece muito mais rapidamente no oviduto da fêmea do que 
os milhões de espermatozóides introduzidos. Assim, tendo em vista a grande 
variação na duração do cio e a insegurança para determinar o número de horas 
já decorridas desde o seu início, estamos adotando inseminar as matrizes 
Nelore da Fazenda São Manuel - UNESP, no momento da identificação do cio, 
voltando a inseminar, 8 a 16 horas após, aquelas que ainda continuam com os 
sintomas. Quando o sêmen é de elevado valor, a solução será aumentar a 
freqüência de detecção de estro, visando determinar o seu início, com maior 
precisão. 
 
 
 
 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 74
Ciclo Estral 
 
TABELA III.3.7. Importância do momento da inseminação na 
 
 
 porcentagem de fertilização 
Momento da inseminação % de fecundação 
 
 
 
 
Começo do cio 44,0 
ois do final do cio 
 
Metade do cio 82,5 
Final do cio 75,0 
 6 horas dep 62,5 
12 » » » » » » 32,5 
18 » » » » » » 28,0 
24 » » » » » » 12,0 
36 » » » » » » 8,0 
48 » » » » » » 0,0 
 
Trimberger et al., 1943 
 
IESTRO 
Durante a gestação, a progesterona secretada diminui o tônus das fibras 
º 
Com a regressão do corpo lúteo, cai abruptamente a produção de 
O aumento do FSH circulante determina o início de um novo ciclo de 
RÍODO DE GESTAÇÃO 
 
D
 
 O óvulo fecundado permanece no oviduto cerca de 3 a 4 dias, chegando ao 
útero no estágio de 16 células. Durante este período, o folículo transformado 
em corpo lúteo pelo LH, já iniciou a produção de progesterona, que acelera o 
trânsito do óvulo para útero, além de preparar o ambiente uterino para nutrir 
o óvulo fecundado, através da transformação da fase proliferativa do 
endométrio uterino em fase secretora. Ainda, a progesterona mantém a gestação. 
A nidação do embrião pode ser tanto no corno uterino direito, como no 
esquerdo; como a atividade do ovário direito é maior, mais da metade das 
gestações ocorrem no corno direito. 
 
 
musculares uterinas, reduzindo, ainda, a sensibilidade das mesmas à ação da 
ocitocina. Inibe, também, posteriores maturações foliculares no ovário, por 
sua ação sobre a hipófise, deprimindo a liberação de FSH. 
 
Quando não ocorre fecundação, o corpo amarelo regride a partir do 17/18 
dia do ciclo, devido à produção, pelo útero, de uma luteolisina denominada 
prostaglandina F2α, capaz de provocar a supressão da função lútea do corpo 
amarelo. Esta substância atua apenas no ovário correspondente ao corno uterino 
que a sintetizou, chegando ao local por meio de trocas entre a veia uterina e 
a artéria ovariana (FIGURA III.3.3). 
 
 
progesterona, o que libera a hipófise da inibição da liberalização de FSH. 
 
 
maturação folicular, ou seja, o pró-estro, com o que o ciclo estral se repete 
(FIGURA III.3.4). 
 
 
PE
 
 É o período entre o dia do serviço ou inseminação e o dia do parto. 
Varia de uma raça para outra e dentro da mesma raça. 
 
 Aproximadamente, 95% dos períodos de gestação nos bovinos estão entre 
275 - 295 dias. 
 
 Geralmente é mais longo nas raças de corte e nas zebuínas, do que nas 
raças leiteiras européias (TABELA III.3.9). 
 
 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 75
Ciclo Estral 
 
FIGURA II.3.3 
 
TABELA III.3.9. Alguns estudos sobre a duração da gestação 
 
 
 
 
 
Raça Duração, s) dias 
 
 
Autor (e
 
 
 
 
Angus 278,0 Plasse et al., 1968 
s 
 285,8 0 
 
82 
dubrasil 
968 
Holandê 277,0 Rocha, 1971 
Jersey 278,9 Dias, 1976 
Schwyz Carmo, 196
Chianina 288,0 Villares, 1972 
Charolês 284,4 Vianna, 1964 
Nelore 291,5 Villares, 1949 
Guzerá 291,9 Villares, 1949 
Gir 288,9 Vilares, 1949 
 288,1 Lobo et al., 19
In 287,6 Villares, 1949 
Brahman 293,0 Plasse et al., 1
 
 
Embora o comprimento da gestação tenha uma certa variação em torno da 
 
 Normalmente, as gestações que geram machos são 1 dia mais longas que 
aquelas que geram fêmeas. 
 
 O período de gestação raramente é afetado pelo manejo e sim pelo 
genótipo. Entretanto, a duração da gestação pode ser aumentada sob a 
influência de dietas ricas em gorduras, segundo Lammoglia et al. (1996). Esta 
alteração foi dependente da raça do touro e da estação do ano, uma vez que 
afetou a raça Brahman (TABELA III.3.10) e durante a primavera; a outra estação 
estudada foi o outono. A seleção para bezerros pesados apresenta tendência 
também de seleção para períodos de gestação mais longos. As diferenças entre 
raças são bastante aparentes nas comparações entre Angus e Brahman. Enquanto a 
Angus apresenta gestação relativamente curta, de 278 dias, a Brahman atinge 
293 dias. 
 
 
média em qualquer raça, esta variação é bastante ampla na raça Brahman, onde 
muitas vacas exibem períodos superiores a 300 dias (Larsen et al., 1994). No 
Brahman, as diferenças ligadas ao touro variam entre 258,8 a 297,7 dias 
(Plasse et al., 1968). 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 76
 
Ciclo Estral 
 
 
TABELA III.3.10. Efeito da gordura na dieta e da raça do touro no com- 
 
primento da gestação, dias 
 
 
 % de gordura na dieta 
 
 
 
 
 
 
 3,74 5,20 6,55 
 
 
 
 
 
 
 
 
N 9 8 8 
Brahman 286,7a 290,5b 299,5c
 
oglia et al., 1996 
Angus 280,1 282,5 289,5 
Tuli 290,7 289,5 289,8 
 
ammL
 
FIGURA III.3.4 
 
 
 
 
 
Rocha, G.P, Jorge, A.M., Ratti Jr. J. 10/2005 - FMVZ-UNESP-Botucatu 77

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