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Planejamento de Campanha - Ricardo Almeida Fava/ Lúcia Jane Scaff - UNIGRAN 37 Aula 07 UM BOM PLANEJAMENTO . UM BOM RETORNO O planejamento, como fonte de trabalho, vem a ser uma referência e uma fonte de consulta, afirma Corrêa (2004), adquirindo a forma de padrão, cujos parâmetros vão guiar as ações previstas. Mas essas ações podem ser alteradas, adequadas ou atualizadas, a fim de que os objetivos possam ser alcançados. Uma ação geralmente é proposta para resolver um determinado problema ou para aproveitar uma oportunidade de mercado e é importante que os resultados sejam avaliados em função dos objetivos e estratégias propostas para resolvê-los. Dessa forma, é possível identificar a eficácia da ação. Por exemplo, se a marca de um produto não é lembrada pelos consumidores, então seria conveniente realizar uma campanha de propaganda para aumentar o seu índice de recall (CORRÊA, 2002). Por falar em recall, convém esclarecer que, em comunicação, o termo tem significado de lembrança ou recordação, que é diferente do significado utilizado pela indústria quando faz o recall de um produto por apresentar algum defeito de fabricação. 38 Planejamento de Campanha - Ricardo Almeida Fava/ Lúcia Jane Scaff - UNIGRAN Um sistema de avaliação pode ter várias etapas a fim de analisar se o executado está dentro do previsto ou se ocorrem alterações que precisam ser corrigidas. Se o planejamento é realmente bom ou precisa ser melhorado. As etapas podem ser: 1ª. Determinação das ações com base nos objetivos e metas propostos; 2ª. Determinação do sistema de avaliação, que implica o que avaliar, como fazer a avaliação, quando e quem ficará encarregado da medição; 3ª. Comparação dos resultados reais com os previstos; 4ª. Tomada de uma ação corretiva, se os desvios apresentados estiverem além dos limites permitidos ou aceitáveis. Então, a agência acompanha e revisa cada item do planejamento elaborado e executado para o cliente, garantindo flexibilidade, adequação e dinamismo. Prevê atualizações constantes no trabalho, para que os esforços sejam coerentes com a empresa ou marca anunciada e o objetivo que se deseja atingir. Planejar exige muita disciplina e organização, além de muita atenção à quantidade de dados e informações que são manuseados. É um trabalho de muitos detalhes que pode conduzir a falhas com muita facilidade, o que sugere que todo o cuidado deve ser tomado para que exista coerência e coordenação entre todas as etapas de desenvolvimento e implementação. Paciência, disciplina e muito conhecimento do negócio do cliente são fundamentais para segmentar o mercado e elaborar uma campanha de sucesso, tanto para a agência como para o cliente e seu negócio. E isso fica mais fácil de entender quando se percebe que não é possível planejar ou criar sem que haja uma noção clara do problema a ser resolvido pela comunicação, detectado através de pesquisas, dados estatísticos do anunciante e do mercado, observações sobre o comportamento do consumidor e do público que se pretende atingir. Apontamos, dentre os vários elementos do Planejamento, alguns pontos importantes: pesquisa, descrição do público-alvo e sua localização. Trataremos desses assuntos a seguir. PESQUISA A parte da pesquisa dentro das agências costuma ser terceirizada. Pesquisas quantitativas e qualitativas são, geralmente, realizadas por institutos/empresas contratadas para esse serviço. Depois dos dados sobre o cliente e seu negócio, que o atendimento identifica através do briefing e do reconhecimento do problema de comunicação a ser solucionado, a agência se lança em outra etapa não mais importante: a pesquisa. São várias as modalidades (de mercado, de consumo, de produto etc.). Cabe ao departamento de planejamento a análise Planejamento de Campanha - Ricardo Almeida Fava/ Lúcia Jane Scaff - UNIGRAN 39 dos dados obtidos pela pesquisa. A análise da situação compreende o entendimento de todo o cenário do cliente e tem como base fundamental o conhecimento do consumidor. Sampaio (2003) comenta que a crescente competitividade do mercado e o incremento da velocidade de obsolescência exigem constantes atualizações, lançamentos, reposicionamentos e extensões de linha de produtos e serviços. Tudo isso fundamentado na construção de marcas fortes, que são a base da vantagem competitiva nos tempos atuais. Em mercados cada vez mais complexos, que requerem respostas rápidas, a necessidade de utilização da pesquisa tem aumentado e as informações geradas por ela são ferramentas vitais para as decisões de planejamento de campanha e de marketing. As fontes de pesquisa podem ser internas (empresa) ou externas (órgãos do governo, como o IBGE e o MEC), publicações especializadas e organizações privadas, como o Instituto Gallup. SEGMENTAÇÃO DO MERCADO A necessidade de segmentação de mercado Uma das histórias mais antigas e comumente contadas sobre a necessidade de segmentação de mercado envolve o início da indústria automobilística. Focalizando as economias de produção de massa, Henry Ford desenvolveu o Modelo T como um carro destinado a satisfazer a todos. Ford disse: “Eles podem tê-lo em qualquer cor, desde que seja preto”. Ao contrário dele, Alfred P. Sloan Jr., da General Motors, fez os engenheiros criarem vários modelos, cada um projetado para satisfazer as necessidades e gostos de um grupo diferente de clientes. Essa estratégia ajudou a GM a se tornar a maior empresa do mundo. Como Sloan, os profissionais de marketing reconheceram há muitos anos que os consumidores são diferentes e têm que ser tratados de modos diferentes. Nem todos querem os mesmos móveis para suas casas ou os mesmos modelos de tênis ou camiseta. É preciso atender às necessidades e desejos distintos. Segmentação de mercado consiste no processo de dividir um mercado em grupos de consumidores com necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos de compra semelhantes. O ponto mais importante para qualquer plano de comunicação é o conhecimento profundo das características do público-alvo (CORRÊA, 2004). “Se você não souber quem é o consumidor, quais são as suas características, não saberá quem irá receber suas mensagens. 40 Planejamento de Campanha - Ricardo Almeida Fava/ Lúcia Jane Scaff - UNIGRAN Como poderão ser criadas e divulgadas?”. O trabalho de mídia e criação depende dessas informações. A segmentação pode ser: • Geográfica: localização física do target (país, estado, cidade, microrregião, densidade etc.). • Demográfica: idade, rendimento, sexo, tamanho da família, escolaridade, ocupação etc. • Psicográfica: diz respeito ao comportamento, estilo de vida, personalidade (extrovertido, conservador, impulsivo etc.). • Comportamental: os consumidores são divididos em grupos com base em seu conhecimento do produto, em sua atitude em relação a ele, no uso ou na resposta a ele. As variáveis são: ocasiões, benefícios, status do usuário. As empresas usam segmentação para determinar que porções de mercado total elas podem atender de maneira mais lucrativa ou eficiente. O público consumidor, ávido por produtos e serviços, tem particularidades a serem consideradas. Cabe, aqui, lembrar a evolução do conceito de marketing para entender esse processo: • Era da produção: produção artesanal. O mercado, ávido por produtos adquiria o que lhe era oferecido, bastava produzir para que fosse consumido. • Era de vendas: produção em série. Com o avanço tecnológico e a produção em massa os consumidores passaram a ter mais opções e, conseqüentemente, houve aquecimento da concorrência. Era preciso ser e fazer diferente para se destacar e, vender. Chegou-se, então, a uma inversão de processos. O mercado é que passou a determinar o que desejava, cabendo ao fabricante produzir o que lhe estava sendo solicitado. • Era do marketing: não bastava apenas produzir e distribuir produtos e serviços.Era preciso conhecer as necessidades e desejos dos clientes e oferecer-lhes produtos e serviços para satisfazê-los • Era do valor: o consumidor já não está mais satisfeito apenas com o produto. Ele quer algo mais: descontos, prazos, vantagens. Resumo O público-alvo, seja ele um consumidor ou uma empresa, não é simplesmente um dado estatístico que procura definir as características de um determinado grupo. Conhecer essas pessoas, como pensam e agem, é a chave para que as mensagens de uma campanha de comunicação possam ser mais eficazes, ao tocar naqueles pontos que têm maiores chances de sensibilizá-las ou impressioná-las. Nesse sentido, além dos dados demográficos, é necessário examinar e pesquisar os hábitos comportamentais das pessoas, descobrir os aspectos psicológicos da sua maneira de Planejamento de Campanha - Ricardo Almeida Fava/ Lúcia Jane Scaff - UNIGRAN 41 ser, sua cultura e suas crenças. Quanto melhor você entender o processo de decisão de compra e as razões que levam à sua efetivação, mais fácil será encontrar o caminho para uma boa comunicação. ATIVIDADES As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor. 42 Planejamento de Campanha - Ricardo Almeida Fava/ Lúcia Jane Scaff - UNIGRAN
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