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UNINASSAU
DISCIPLINA – DIREITOS REAIS
5° PERÍODO
PROFª YANI HERCULANO
POSSE
REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA: Arts. 1196 a 1224 do CC.
CONCEITO: Relação de fato entre a pessoa e a coisa.
Esse estado de aparência que inicialmente pode nascer sem substrato jurídico, pode servir para aquisição da propriedade. (Usucapião)
DETENÇÃO (FÂMULO DA POSSE)
Art. 1.198 do CC “ Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com o outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens suas”.
Parágrafo único – Aquele que começou a comportar-se de modo como prescreve o artigo, em relação ao bem ou a outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Este dispositivo traz as situações daqueles servidores da posse, os quais possuem relação com a coisa em nome do dono ou do verdadeiro possuidor. (vínculo de subordinação ou dependência econômica)
O DETENTOR não usufrui do sentido econômico da posse, que pertence a outrem. (administradores de imóveis, empregados em relação às ferramentas e equipamentos de trabalho e segurança fornecidos pelo empregador, o bibliotecário, etc.)
TENÇA 
Art. 1208 – “Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou clandestinidade...”
É o mero contato físico com o bem, desprovido de proteção jurídica, mera situação de fato, que não proporciona ao que nela se encontra o amparo legal. Ex. o ocupante de bem público sem legitimação (autorização, concessão ou permissão de uso), nem qualquer tipo de relação de dependência para com o Poder Público a legitimar seu ato; o guardador informal de veículos (flanelinha) que desempenha suas funções independentemente de prévia autorização do respectivo proprietário ou possuidor;
Direitos processual civil e reais. Recurso especial. Posse de bem público ocupado sem permissão. Inviabilidade. Liminar em ação de reintegração de posse, tendo por objeto área ocupada há mais de ano e dia. Possibilidade. 1. O art. 1208 do CC dispõe: não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância....2. A jurisprudência tanto do STJ quanto do STF, é firme em não ser possível a posse de bem público, constituindo a sua ocupação mera detenção de natureza precária. 3. Portanto, no caso vertente, descabe invocação de ‘posse velha’ (art. 924 do CPC), para impossibilitar a reintegração liminar em bem imóvel pertencente a órgão público. 4. Recurso Especial não provido” (STJ, REsp 932.971/SP, 4ª T,. j 10.05.2011, rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 26.05.2011)
TEORIAS DA POSSE
SAVIGNY – TEORIA SUBJETIVA. A posse supõe a existência de dois elementos essenciais: corpus e animus.
Corpus é o elemento físico, sem o qual não existe posse. (contato direto e físico com a coisa) Animus é o elemento subjetivo, a intenção de possuir como se dono fosse.
Para este, o animus é que distingue o possuidor do mero detentor. Apenas o corpus não possibilitaria essa distinção, pois aos olhos de terceiros, todos que exteriorizassem o contato físico seriam possuidores. 
CRÍTICA: Posses anômalas como o credor pignoratício, depositário da coisa litigiosa, que não têm a intenção de dono, apenas de garantia do crédito. 
IHERING – TEORIA OBJETIVA – Para este o conceito de animus não é nem a apreensão física nem a possibilidade material de apreensão. O importante é fixar o destino econômico da coisa. O possuidor se comporta com se proprietário fosse, exteriorizando seu domínio, o animus estaria integrado ao corpus.
Teorias Sociais, dentre elas destacamos:
Silvio Perozzi na Itália; Raymond Saleilles na França e Antonio Hernandez Gil na Espanha.
Deram novo rumo à posse, fazendo-a adquirir autonomia em face da propriedade. 
Teorias que dão ênfase ao caráter econômico da posse e função social da posse.
Destaque: Teoria da Apropriação Econômica de Saleilles.
Traços da concepção social da posse no ordenamento jurídico brasileiro:
Art. 5° XXIII da CF, arts.183 e 191 CF.
Art. 1228, § 4° do CC
NATUREZA JURÍDICA DA POSSE
Tem natureza dupla.
Se considerada em si mesma é fato, se pelos efeitos que gera, por exemplo, possibilidade de ajuizamento de ações possessórias e usucapião, é direito.
Savigny – misto de fato e direito
Ihering – direito.
Surge aí a discussão se seria direito pessoal, real ou especial.
Maria Helena diz que é direito real.
Para Clóvis Beviláqua se trata de um direito especial. (entendimento dominante)
OBJETO DA POSSE
Bens materiais e imateriais.
Predomina o entendimento de que pode ser objeto de proteção possessória tudo aquilo que puder ser apropriado e exteriormente demonstrado. (excluídas as coisas fora do comércio)
Ex. direito real de uso de linha telefônica(possibilidade de usucapião). 
A proteção possessória nunca poderá ser contra a concessionária e sim contra quem estiver turbando a posse.
Súmula 193 do STJ
Posse é meio de defesa protetiva do poder físico e da utilização econômica da coisa.
Os direitos reais de fruição e os de garantia, salvo a hipoteca.
MODALIDADES DE POSSE (CLASIFICAÇÃO)
REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA: Arts. 1196 a 1224 do CC.
POSSE INDIRETA E DIRETA	
Art. 1197 do CC
POSSE INDIRETA – ocorre quando o seu titular, voluntariamente, transfere a outrem a utilização da coisa.
POSSE DIRETA -é a de quem recebe o bem para utilizar. (derivada e temporária)
EX – comodatário, usufrutuário, locatário, depositário.
Surgem de um vínculo existente entre os possuidores direto e indireto. 
A defesa da posse é possível e concedida ao possuidor direto mesmo em relação ao possuidor indireto.
POSSE JUSTA E INJUSTA
Art. 1200 do CC – Justa é a posse que não é violenta, clandestina ou precária.
Violenta - adquirida mediante força, como ocorre nas invasões de terra. (derrubada de cercas, destruição de implementos agrícolas, etc.).
Clandestina – adquirida às escondidas, às ocultas, sem publicidade.
Precária – surge do abuso de confiança por parte de quem possuía legitimamente coisa alheia.(comodato). Inicialmente justa, transmuda-se e passa a ser injusta. 
Para alguns a posse precária nunca convalesce.
POSSE DE BOA-FÉE DE MÁ-FÉ 
Art. 1201 do CC – É de boa-fé a posse, quando o possuidor ignora o vício ou o obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa.
Funda-se em um estado psicológico, representado pela ausência de vontade ou consciência de que prejudica direito alheio. 
Logicamente se não há essa ignorância, a posse é considerada de má-fé.
A boa-fé ou a má-fé repercutirá nas questões relativas aos frutos
Coversão – art. 1202 do CC (citação na ação reintegratória)
POSSE NOVA E POSSE VELHA
POSSE NOVA - datada de menos de ano e dia, será considerada nova.
POSSE VELHA – datada de mais de ano e dia ou mais.
Marco inicial para contagem é a data da turbação ou do esbulho.
O prazo é importante para consolidar a situação de fato, permitindo que a posse seja considerada purgada dos defeitos da violência e da clandestinidade. 
Segundo a doutrina moderna essa purgação pode ocorrer antes.
POSSE AD INTERDICTA E POSSE AD USUCAPIONEM
Classificação quanto ao seu nascimento e seus efeitos.
Ad interdicta é a concedida àqueles que são possuidores por decorrência de uma obrigação ou direito. 
É defensável por meio das ações possessórias, mas não gera usucapião. (locatário)
Ad usucapionem aquela que vai gerar usucapião.
Quando não há qualquer relação obrigacional ou de direito entre o possuidor e o proprietário.
Atentar para a questão da Transmudação da posse. 
COMPOSSE PRO DIVISO E PRO INDIVISO
Art. 1199 do CC -Quando duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, podendo cada uma delas exercer atos possessórios, desde que respeitem os dos outros compossuidores.
COMPOSSE = POSSE COMUM
Na composse há um estado de indivisão da coisa e simultaneidade de exercício da posse, em função da pluralidade de pessoas.
A indivisão é um estado da coisa não dividida, não partilhada e, no caso, possuída por várias pessoas.Pro-diviso quando os possuidores localizam-se em área certa e determinada, caso contrário, se não houver separação ou repartição da posse de uma mesma área, a composse será pro-indiviso.
AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE (Arts. 1204 a 1209; 1223 e 1224.)
AQUISIÇÃO
Apreensão: Apropriação unilateral da coisa que pode ser sem dono (res nullius) ou abandonada (res derelicta) ou ainda quando retirada de outrem sem sua permissão. Ex. pescar um peixe, pegar uma concha na praia, pegar um sofá abandonado.
Exercício do direito: servidão. Passagem de aqueduto diante da inércia do proprietário, dono do prédio serviente.
Tradição: qualquer ato jurídico que envolva acordo de vontades; a título gratuito (doação) ou oneroso (compra e venda)
Essa tradição pode ser: REAL – entrega efetiva e material da coisa; SIMBÓLICA – representação por ato que traduz a alienação (entrega das chaves); FICTA – no caso do constituto possessório (cláusula constituti). Tal clausula não se presume.
Constituto possessório 
Traditio brevi manu
Traditio longa manu
OBS: Quanto à origem (modo de aquisição) a posse pode ser: originária e derivada: Originária não há relação de causalidade entre a posse atual e a anterior, a posse vem livre, escoimada de qualquer vício que antigamente a maculava. 
Derivada quando há a anuência do anterior possuidor (tradição), essa posse conserva o mesmo caráter de antes. (Art. 1206)
CC art. 1207 – Traz exceção à regra de que a posse mantém o mesmo caráter com que foi adquirida, faculta ao sucessor singular unir sua posse à de seu antecessor.
QUEM PODE ADQUIRIR
A própria pessoa desde que capaz.
Se não tiver capacidade legal, poderá adquiri-la pela representação ou assistência (CC art.1205 I)
Terceiro sem mandato, adquirida em nome de outrem dependendo de ratificação (gestor de negócios) (CC art.1205 II)
Ex. administrador que cultiva não só a área determinada como a vizinha também, então para que se adquira a área vizinha também necessária é a ratificação.
CC art.1209 -A posse dos móveis é presumida.
PERDA DA POSSE
Se posse é a exteriorização do domínio, se é possuidor aquele que se comporta como dono, desde o momento em que não se comporte mais dessa maneira, ou seja, desde que impedido de exercer os poderes inerentes à propriedade, perdida estará a posse. (CC art. 1223)
A doutrina traz exemplos como: abandono; tradição (que só acarreta perda quando há intenção definitiva de transferi-la a outrem); destruição da coisa; sua colocação fora do mercado; pela posse de outrem.
Para o ausente a perda é provisória, nada impede de recorrer às ações possessórias.(CC art. 1224)
EFEITOS DA POSSE
QUANTO AOS FRUTOS 
A condição fundamental para que o possuidor ganhe frutos é a sua boa-fé, o pensamento de que é proprietário. Todos os atos translativos, mesmo que nulos ou putativos, dão direito aos frutos.
Frutos e produtos não se confundem com produtos.
Os produtos devem ser indenizados.
Quanto à origem podem ser: Naturais; Industriais e Civis
Quanto ao estado: pendentes
percebidos ou colhidos
estantes 
percipiendos 
consumidos
REGRAS DE RESTITUIÇÃO DOS FRUTOS
O possuidor de boa fé tem direito, enquanto durar, aos frutos percebidos.
Os frutos pendentes bem como os colhidos por antecipação devem ser restituídos, deduzidas as despesas com a produção e o custeio (CC, 1214)
Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. (CC art. 1215).
O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas de produção e custeio. (CC art. 1216)
RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO DA COISA
O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa, ou seja, se não agir com dolo ou culpa (CC art. 1217).
O possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante (CC art. 1218)
INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS
Benfeitorias são melhoramentos realizados na coisa.
Podem ser: Necessárias
 	 Úteis
 Voluptuárias
Distinguem-se das acessões industriais, que constituem coisas novas. Ex. A edificação de uma casa.
Regras de indenização pelas benfeitorias: 
O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhes forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. (CC art. 1219)
Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas apenas as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. (CC art. 1220)
As benfeitorias compensam-se com os danos e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. (CC art. 1221)
O reivindicante obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. (CC art. 1222)
DIREITO DE RETENÇÃO
Consiste num meio de defesa outorgado ao credor, a quem é reconhecida a faculdade de continuar a deter a coisa alheia, mantendo-a em seu poder até ser indenizado pelo crédito que se origina, via de regra, das benfeitorias ou de acessões por ele feitas.
Ex. em favor do empreiteiro-construtor; em favor do locatário contra o senhorio; em favor do artífice, fabricante e daquele que faz consertos na coisa.
É meio coercitivo de pagamento.
O possuidor de boa-fé pode invocar o direito de retenção até em face da reivindicatória do legítimo dono. (CC art. 1219)
Natureza jurídica
O direito de retenção é reconhecido pela jurisprudência como o poder jurídico, direito e imediato de uma pessoa sobre uma coisa, com todas as características de um direito real.
Modo de exercício
Em regra é alegado em sede de contestação para ser reconhecida na sentença. 
Podem ser interpostos na execução para entrega de coisa certa constante de título executivo extrajudicial (Art. 621CPC)

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