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1 Bibliografia: Química Orgânica – Solomons & Fryhle – 8 ed. Cap. 7 e 8. v. 1. Química Orgânica – Vollhardt & Schore – 4 ed. Cap. 11 a 13. Química Orgânica – Constantino – Cap. 2.3 e 2.4 v. 1. Paula Bruice, 4a Ed. Cap. 3 Aulas 9 a 12 Alquenos e alquinos 2 1. Estrutura dos alquenos e alquinos: o carbono sp2 e sp Os alquenos possuem uma ligação dupla carbono-carbono oriunda da hibridização sp2 dos átomos de carbono. A sobreposição paralela dos orbitais p dá origem à ligação . 3 • A sobreposição frontal dos orbitais sp2 dos átomos de carbono resulta na formação da ligação sigma () . • A sobreposição paralela dos orbitais p dos átomos de carbono resulta na formação da ligação pi (). Ângulos de ligação no eteno GEOMETRIA TRIGONAL PLANAR 4 5 Orbitais ligante e antiligante das ligações C=C 6 2. A ligação dupla C=C tem rotação impedida Existe uma barreira energética grande para a rotação em torno da ligação C=C. Esta barreira existe porque os orbitais p dos átomos de carbono devem estar bem alinhados (em paralelo) para sobreposição e formação da ligação . C=C energia rotacional ~ 264 KJ mol-1 C-C energia rotacional ~ 13-26 KJ mol-1 A rotação em torno do eixo da ligação dupla carbono-carbono requer a quebra da ligação pi (elevada energia). 7 Barreira de rotação em torno de uma ligação simples C-C: 2,9 kcal/mol Barreira de rotação em torno de uma ligação dupla C=C: 63 kcal/mol (~180 °C) 8 Estereoisomerismo em alcenos Os alcenos possuem estereoisomerismo geométrico (cis/trans; E/Z). Analise os isômeros do 1,2- dicloroetano mostrados a seguir: Imaginando um plano que passa ao longo do eixo da ligação C=C, os dois átomos de cloro podem se localizar ambos em um mesmo lado do plano ou cada um em um lado diferente. cis = substituintes do mesmo lado trans = substituintes de lados opostos Momentos de Dipolo de Isômeros de Alquenos Nomenclatura Sistemática de Alquenos • A cadeia contínua mais longa que contém o grupo funcional • Cite os substituintes em ordem alfabética • Se o mesmo número para o sufixo do grupo funcional no alqueno for obtido para ambas as direções, o nome correto é o nome que contém o menor número para o substituinte • Em alquenos cíclicos, um número não é necessário para denotar a posição do grupo funcional Nomenclaturas Especiais 14 15 Exercício: Dê os nomes oficiais para os seguintes compostos, atribuindo a configuração cis/trans das ligações duplas carbono-carbono, quando for o caso. Br Br H F Br Cl a) b) c) d) e) 16 Vejamos o item (e) do exercício anterior com mais atenção. Trata-se de um isômero cis ou trans? Para alcenos tri e tetrassubstituídos utiliza-se mais frequentemente a designação E/Z para os diastereômeros. Utiliza-se as regras de precedência de Cahn-Ingold-Prelog para atribuir prioridade a cada um dos grupos ligados aos dois átomos de carbono da ligação C=C. A configuração é determinada pela posição dos grupos de maior prioridade em relação ao plano imaginário que passa ao longo do eixo da ligação C=C. Z (zusammen =juntos) = substituintes de maior prioridade do mesmo lado E (entgegen = oposto)= substituintes de maior prioridade de lados opostos Leitura sugerida: “Sistema E/Z para Denominar os Diastereômeros dos Alcenos”. In: Química Orgânica – Solomons & Fryhle – 8 ed.; Cap. 7; v. 1; p. 272-273. 17 D H D H OH a) b) c) Cl Cl OH d) Exercício: Dê os nomes oficiais para os seguintes compostos, atribuindo a configuração E/Z das ligações duplas carbono-carbono, especificando as prioridades atribuídas segundo as regras de Cahn-Ingold- Prelog. a) (Z)- 1-deutero-2-isopropil- but-1,3-dieno b) (E)- 1-deutero-2-isopropil- but-1,3-dieno c) (E)- 3-etil-2-etinil-- pent-2,4-dien-1-ol d) (Z)-3,4-dicloro-2-isopropil-- but-2-en-1-ol 18 3. Propriedades físicas dos alquenos e alquinos Os alquenos e alquinos têm propriedades físicas similares àquelas dos alcanos correspondentes (de tamanho similar). •Os pontos de fusão e ebulição dos alquenos e alquinos aumentam com o aumento do tamanho da cadeira carbônica. • Alquenos e alquinos de até 4 átomos de carbono, com exceção do 2-butino, são gases à temperatura ambiente. •São compostos solúveis em solventes apolares e solventes de baixa polaridade, tais como hexano e tetracloreto de carbono. •São muito pouco solúveis em água (os alquinos são mais solúveis que os alquenos de tamanho correspondente). •alquenos e alquinos são menos densos do que a água. •Os isômeros cis/trans ou E/Z frequentemente têm propriedades físicas diferentes que permitem separá-los (lembre-se: são diastereômeros ou diastereoisômeros). 19 Tabela 1. Propriedades físicas de alguns alquenos. 20 Estabilidade de alquenos 21 Analise os dados mostrados a seguir: Calor de hidrogenação é o valor absoluto da variação de entalpia correspondente à hidrogenação de 1 mol do alceno. Não confunda os sinais, pois a reação é exotérmica sim! Analise o diagrama acima. Quanto maior a energia contida em uma molécula, maior a energia liberada! 22 Alquenos Dissubstituídos: R2 R4R3 R1 R2 HR3 R1 H R2H R1 R2 HH R1 H HH R1 H HH H não-substituídotetrasubstituído trissubstituído dissubstituido monosubstituído > > > > > Estabilidade de Alquenos ESTABILIDADE RELATIVA DOS ALCENOS Quando mais substituído for o alqueno mais estável este será. 23 Porque o trans-2-buteno é mais estável do que cis-2-buteno? Os dois grupos metila no mesmo plano causam um aumento da tensão estérica do composto, deixando o isômero cis mais instável do que o trans. Estabilidades relativas de alquenos dissubstituídos • Generalizações importantes: i) A estabilidade relativa dos alquenos aumenta com o aumento da substituição. Motivo: Os orbitais p de uma ligação podem ser estabilizados por grupos alquila através de hiperconjugação. ii) Isômeros trans são normalmente mais estáveis do que os correspondentes cis. Exceção: cicloalquenos. 24 25 4. Reações dos alquenos Para pensar..... Por que os hidrocarbonetos insaturados (alquenos e alquinos) são incrivelmente mais reativos do que os hidrocarbonetos saturados (alcanos)? Qual é o tipo de reação que os alquenos devem sofrer? Reações de adição, eliminação ou substituição? Estes compostos devem comportar-se como eletrófilos ou nucleófilos? Eletrófilos espécies deficientes em elétrons (ácidos de Lewis) Nucleófilos espécies ricas em elétrons (bases de Lewis) 26 Analise o seguinte exemplo: Os alquenos sofrem reações de adição eletrofílica que são termodinamicamente favorecidas. ADIÇÃO ELETROFÍLICA DHo = energias de dissociação heterolítica (kJ/mol) C C + A B Ho = ? C C A B Ho = (DHo + DHo ) - (DHo + DHo )ligação A-B C-A C-B Ho = energia absorvida - energia liberada Ho = somatório DHo lig. quebradas - somatório DH o lig. formadas 27 Do ponto de vista termodinâmico, as reações de adição eletrofílica ao eteno levam aos produtos com liberação de energia. 28 Os alquenos sofrem vários tipos de reações A maioria das reações dos alquenos envolve a adição de eletrófilos à ligação C=C: 4.1. Hidrogenação catalítica (não é adição eletrofílica propriamente dita). 4.2. Adição de ácidos 4.3. Adição de água em meio ácido (hidratação) 4.4. Adição de halogênios 4.5. Reações de epoxidação 4.6. Reações de diidroxilação 4.7. Reações de clivagem oxidativa 4.8. Reações de polimerização Br Br OH H+, H2O O O OH OH KMnO4 H2, Pd Br2 29 DICA DO PROFESSOR Em um primeiro momento pode parecer que trataremos de muitos conteúdos hoje e, até certo ponto, isto é verdade. Mas não se esqueça de entender a lógica de todas estas transformações orgânicas e não priorize a memorização dos conteúdos. Uma vez que você adquirir a habilidade em identificar as espécies nucleofílicas e eletrofílicas em um conjunto de reagentes ficará muito mais fácil predizer o(s) produto(s) das reações orgânicas. O jeito mais fácil (e correto!) de adquirir tal habilidade? Faça TODOS os exercícios propostos, leia o texto indicado como bibliografia e tire suas dúvidas. Estude, pois não há milagre a ser feito. 30 4.1. Hidrogenação catalítica de alquenos É método para redução de alquenos e alquinos, com hidrogênio gasoso e um catalisador metálico (por exemplo: Pd/C, Pt etc); útil para a determinação da estabilidade relativa de alquenos. • As reações de hidrogenação dos alquenos são exotérmicas; a variação de entalpia envolvida nessas reações são denominadas de calor de hidrogenação. Muitos alquenos possuem os valores de calor de hidrogenação muito próximos, em torno de -120 kJ mol–1. Essa diferença permite estabelecer a estabilidade relativa de cada isômero dos alquenos quando a hidrogenação leva ao mesmo produto. 31 Adição de H2: Hidrogenação catalítica OH O ácido esteárico OH O H2, catalisador ácido linoleico • Possui 4 componentes: Substrato (alqueno), catalisador, H2 e solvente. • Principal uso industrial: Indústria alimentícia na produção de margarinas • Hidrogenação de óleos vegetais (líquidos) para produção de gorduras vegetais (sólidas) H H H H H H H H H H H H catalisador, solvente 32 Adição de H2: Hidrogenação catalítica: Catalisadores: Pd/C; PtO2; Ni/Al (Niquel Raney) Mecanismo: C C H H H H H H superfície do catalisador H H H H H2C CH2 H H C C H H H H C C H H H H H H Adsorção do H2 na superfície Complexação do alqueno e transf. de 1 H segundo átomo de H é transferido para o outro átomo de carbono da ligação dupla O papel do catalisador Fonte: Solomons, T. W. G. et. al; Organic Chemistry, 9th ed., 2008. 33 Sem catalisador (hipotético) com catalisador (multietapas) Superfície metálica do catalisador Apesar de exotérmica, não é cineticamente favorável. Há a necessidade de um catalisador que ativa o hidrogênio na superfície do metal 34 Hidrogenação catalítica é estereoespecífica: Adição ocorre pelo mesma face da ligação dupla: este tipo de adição é denominado adição sin Quando há impedimento estérico em uma das faces da ligação dupla, a adição ocorre preferencialmente na face menos impedida. Ex: 98% H2, PtO2, EtOH, ta H H () () H2, PtO2, EtOH, ta 82% H H H H + 1-etil-2-metil-cicloexeno cis-1-etil-2-metil-cicloexano 35 Dê o produto de hidrogenação dos isômeros abaixo: Me Br Me Br H2,cat. 3 2 Me Br Br Me (E)-2,3-dibromo- 2-buteno H2 H2 H H Me Br MeBr H Me Br H Br Me (R) (R) 3 2 3 2 HH BrMe Br Me H Br Me H Me Br (S) 3 2 3 2 (S) 36 Me Br Br Me H2,cat. 3 2 Me Me Br Br (Z)-2,3-dibromo- 2-buteno Plano de simetria Plano de simetria H H Br Br MeMe 3 2 H Br Me H Br Me (S) (R) 3 2 HH BrBr Me Me 3 2 H Me Br H Me Br (R) (S) 2 3 Composto meso 37 Adição de ácidos a alquenos Alquenos podem sofrer adição de ácidos halogenídricos (HX, onde X = Cl, Br ou I) para fornecer os haletos de alquila correspondentes, através de uma reação de adição eletrofílica. Exemplo: a adição de HBr ao eteno é um processo favorecido termodinamicamente: E qual deve ser o mecanismo desta reação? 38 Mecanismo da reação do eteno com HBr 39 Analise agora os exemplos abaixo Há regiosseletividade na etapa de adição do eletrófilo à ligação dupla C=C. Vladimir Vasilevich Markovnikov (1838-1904) REGRA DE MARKOVNIKOV “O hidrogênio (eletrófilo) liga-se ao carbono mais hidrogenado (menos substituído).” Este regra prevê corretamente o produto principal das reações de adição eletrofílica a alcenos. 40 Exercício: Dê o(s) produto(s) da reação do propeno com HBr, escreva um mecanismo para a reação e proponha explicação para o fato de que um dos produtos se forma em maior quantidade. Veja discussão do mecanismo nos próximos slides! 41 Forma-se em maior quantidade o produto oriundo do carbocátion mais estável (formado preferencialmente; menor energia de ativação na primeira etapa da reação). Veja a discussão do gráfico acima em: Química Orgânica. Solomons & Fryhle; 8 ed.; Cap. 8 ; v. 1; p. 316-317. Explicação para a seletividade observada (Regra de Markovnikov) 42 Estabilidade relativa de carbocátions Remete aos mesmos conceitos da estabilidade de radicais. Quanto mais substituído for o carbono positivo, mais estável será o carbocátion; efeito indutivo doador de elétrons dos grupos alquila ligados ao carbono deficiente de elétrons (hiperconjugação). Compare as energias de ativação para obtenção de diferentes carbocátions a partir da desidratação de álcoois . (discussão mais a frente) 43 Adição de HBr a alcenos na presença de peróxidos Esta reação ocorre por mecanismo radicalar e o produto é dito anti-Markovnikov (embora, do ponto de vista mecanístico a reação ainda obedece a Regra de Markovnikov). Peróxidos contém a ligação O-O, a qual sofre quebra homolítica com facilidade. Exemplos: peróxido de benzoíla (C6H5COO)2. eletrófilo 44 Energias de dissociação homolítica de ligações simples (DHo em kJ mol-1, a 25oC) SOLOMONS & FRYHLE Química Orgânica. 8 ed. v. 1, Cap. 10, p. 429. PERÓXIDOS 45 Adição de HX a alquenos pode levar a moléculas quirais A adição de HX ao 1-buteno produz uma mistura racêmica do (R)- e (S)-2-halobutano. O carbocátion intermediário é aquiral (carbono sp2 é trigonal planar). Adição do H+ ao 1-buteno é regioesseletiva, seguindo a Regra de Markovnikov. MISTURA RACÊMICA O carbono positivo é trigonal planar (sp2) e aquiral; a adição do nucleófilo pode acontecer nas duas faces do carbocátion com igual probabilidade. 46 4.3. Adição água em meio ácido (hidratação de alquenos) Os alquenos podem reagir com água na presença de ácidos para fornecer água como produto da reação; a reação também se processa com a formação de carbocátions como intermediários reacionais. • O ácido mais comumente utilizado como catalisador é o ácido sulfúrico; os ácidos halogenídricos devem ser evitados, por quê? • A adição direta de H2SO4 ao alqueno também é possível, mas os hidrogenossulfatos orgânicos obtidos são facilmente hidrolisados aos respectivos álcoois sob aquecimento. Esta reação obedece a Regra de Markovnikov 47 Mecanismo da hidratação do 2-metilpropeno catalisada por H2SO4 48 Dependendo da estrutura do material de partida pode acontecer rearranjo do esqueleto do carbocátion intermediário (formação de um carbocátion mais estável). Analise o seguinte resultado experimental e proponha uma explicação mecanística. 49 Migração 1,2 de CH3 - Migração 1,2 de H- Rearranjos são fenômenos comuns que ocorrem quando a migração de um íon alcaneto (R-) ou hidreto (H-) fornecem um carbocátion mais estável. Em alguns casos o rearranjo pode levar a uma expansão de anel; analise o exemplo ao lado e verifique a expansão do anel de 5 membros para um de 6 membros. (discutiremos as reações de desidratação de álcoois mais adiante) 50 Exercício: Dê o(s) produto(s) das reações mostradas abaixo. Proponha um mecanismo que explique a transformação representada na letra (a). HBr H2O H2SO4 HI CH3OH H2SO4 OCH3 a) b) c) d) 51 4.4. Adição de halogênios Os alquenos podem reagir com halogênios (X2 = Cl2 ou Br2) para fornecer di-haletos vicinais ou haloidrinas, dependendo do solvente da reação. A solução de Br2 em CCl4 é laranja e perde rapidamente a cor quando um alceno (p. ex. 1-octeno) é adicionado a ela (veja escala temporal na figura ao lado). Esta reação pode ser utilizada como um teste qualitativo rápido para detecção de alquenos em amostras desconhecidas. 52 H H H H Br Br Br + Br HOMO = orbital ocupado Note que a maior concentração de densidade eletrônica no orbital é entre os dois átomos de carbono. A única forma de interação do HOMO com o LUMO do Br2 se dá na perpendicular formando um ciclo de 3 membros: o íon Bromônio Como representar a formação do íon bromônio? Br Br Br Br Br + Br Br + Br 53 Mecanismo da bromação do 1-octeno em CCl4 54 A adição de halogêniosa alcenos é anti Há formação de um íon halônio intermediário e a abertura deste é estereoespecífica: adição anti Analise os produtos da reação do ciclopenteno com Br2. A abertura do íon bromônio intermediário pelo brometo se dá pela face oposta, com formação do produto trans. Lembre-se que o ataque do alqueno ao Br2 pode se dar por ambos os lados da ligação C=C, com formação de dois bromônios possíveis (um par de enantiômeros, dependendo da estrutura do alqueno); no esquema acima só está representada uma possibilidade, pois o bromônio é mesógiro (aquiral), mas os produtos são enantiômeros. Produtos são enantioméricos 55 Reações de halogenação em solventes nucleofílicos Quando a reação de bromação é realizada em água como solvente, o produto não é um di-haleto vicinal e sim uma haloidrina. O íon halônio formado como intermediário é aberto pela água utilizada como solvente da reação (compare com a halogenação em CCl4). • Em alguns casos temos que considerar a orientação na formação da haloidrina. Considere o exemplo abaixo: porque o 1-bromo-2-pentanol é o produto principal? haloidrina A reação do 1-penteno com bromo em água fornece como produto principal o 1-bromo-2-pentanol e não o 2- bromo-1-pentanol. Br2, H2O OH Br principal secundário Br OH+ 56 Mecanismo da bromação do 1-penteno em água Outras reações de alquenos – Serão dadas em QOII 57 ep ox id aç ão us an do p er óx id os O epóxido abertura trans OH OH diidroxilação trans 1. OsO4/piridina. 2. Na2SO3/H2O OU KMnO4, NaOH, H2O, frio OH OH diidroxilação cis clivagem oxidativa O OHO OH ácidos carboxílicos reação com KMnO4 a quente 1 2 3 4 5 6 OU O OH H 1 2 3 4 5 6 aldeídos reação com ozônio 58 Reações de polimerização A polimerização consiste na união de grande número de moléculas umas às outras, para formar macromoléculas. Os compostos assim obtidos chamam-se polímeros, formados a partir da união de vários monômeros. Existem muitos tipos diferentes de polímeros, e as reações que os produzem podem ser radicalares ou iônicas, envolvendo muitos tipos de monômeros. Os alquenos polimerizam-se com grande facilidade, precisando apenas de uma pequena quantidade de um iniciador de radicais. O radical adiciona-se ao alqueno, sendo que o produto formado é também um radical, dando continuidade á reação em cadeia. 59 INICIAÇÃO DA REAÇÃO EM CADEIA: o peróxido sofre quebra homolítica e dá origem a um radical alquila iniciador, após perda de CO2. PROPAGAÇÃO DA CADEIA: o radical iniciador abstrai um elétron do alqueno e dá origem a um novo radical homólogo superior; a repetição desta etapa dá origem à propagação da reação em cadeia e permite o aumento do peso molecular do polímero. RAMIFICAÇÃO DO POLÍMERO: ramificação da cadeia do polímero pode acontecer por reações intramoleculares, com formação de radicais que propagam a reação em cadeia, “lateralmente” . 60 Tabela 1. Alguns polímeros comuns e seus monômeros. Leitura sugerida: “Polimerização radicalar de Alquenos: Polímeros de Crescimento de Cadeia”. In: Química Orgânica – Solomons & Fryhle – 8 ed.; Cap. 10; v. 1; p. 450-452. 61 Os alquinos tem carbono sp 62 A sobreposição frontal dos orbitais sp de dois átomos de carbono dá origem a uma ligação sigma; a sobreposição paralela dos orbitais p do carbono dá origem a duas ligações perpendiculares uma a outra. A geometria dos alcinos é linear, com ângulos de ligação de 180o Sobreposição frontal dos orbitais sp dos dois átomos de carbono dá origem à ligação sigma. 63 Reações dos alquinos Os alcinos possuem reatividade muito similar à reatividade dos alcenos, devido á presença de insaturação na estrutura. Os principais tipos de reações de alcinos são: Alquilação de alquinos Redução de alquinos Adição de ácidos halogenídricos (HX) Adição água (hidratação) Adição de halogênios Importante: Os hidrogênios ligados ao carbono sp dos alquinos teminais são ácidos, se comparados aos hidrogênios ligados aos carbonos sp2 e sp3. 64 Compare a acidez relativa dos ácidos a seguir e a correlacione com a estabilidade da base conjugada Assim, alquinos terminais podem ser desprotonados eficientemente pelo íon amideto, mas não pelo íon hidróxido . 65 Alquilação de alquinos A homologação da cadeia carbônica de um composto orgânico pode ser feita através da reação de um alquineto com um haleto de alquila. Trata-se de uma reação de substituição nucleofílica alifática (a qual será discutida em detalhes na aula de haletos de alquila). A reação de alquilação de alquinetos funciona bem para haletos de metila e haletos primários. RC CH 1) NaNH2, NH3 (l) 2) R'CH2Br RC C CH2R' Mecanismo: Primeiramente há formação do alquineto pela reação do amideto de sódio (base) com o alquino terminal (ácido); o alquineto intermediário é um nucleófilo e promove reação de substituição nucleofílica no carbono ao qual se liga o bromo (um bom grupo de partida). 66 Exercício: Mostre como você pode preparar cada um dos compostos a seguir empregando, ao menos uma vez, a reação de alquilação de alquinos terminais e utilizando do etino como material de partida. Proponha um mecanismo para todas as etapas das reações propostas na resolução do item (a). a) b) c) 67 Redução de alquinos A redução de alquinos a alcanos pode ser realizada utilizando a hidrogenação catalítica, desde que haja excesso de hidrogênio gasoso (mínimo 2 equivalentes). É possível, sob condições reacionais controladas, obter o alqueno intermediário. O alqueno pode ser obtido na forma (Z) ou (E), dependendo do catalisador utilizado na reação de redução. Obtenção de alquenos cis (ou Z) Emprego do catalisador boreto de níquel (Ni2B), também chamado de P-2. Trata-se de uma adição sin. H3CC CCH3 H2, Pt H3C CH3 H H H2, Pt CH3CH2CH2CH3 alcino alceno não isolado alcano ADIÇÃO SIN 68 Também é possível obter o alquenos Z através do uso do catalisador de Lindlar. Catalisador de Lindlar: paládio metálico depositado sobre carbonato de cálcio, na presença de quinolina ou acetato de chumbo. Obtenção de alquenos trans (ou E) A adição anti à ligação tripla carbono-carbono ocorre quando um alquino é tratado com lítio ou sódio metálico na presença de amônia ou etilamina, a temperaturas muito baixas. Esta reação é denominada redução por dissolução de metal, e trata-se de uma reação radicalar. Observe que não é utilizado hidrogênio gasoso neste processo de redução! 69 Mecanismo da redução de alquinos por dissolução de metal Um átomo de lítio doa um elétron para a ligação do alquino; um par de elétrons desloca-se para o carbono a medida que os estados de hibridização do carbono mudam para sp2, dando origem a um ânion radical. Este intermediário, altamente básico, abstrai um próton da amina, originando um radical vinílico. Um segundo átomo de lítio doa um elétron para o radical vinílico intermediário e o ânion trans-vinílico então formado remove um próton de uma segunda molécula da amina, dando origem ao alqueno trans. É esta etapa que determina a estereoquímica do alqueno trans obtido, pois é obtido preferencialmente o ânion trans-vinílico, o qual é mais estável do que o cis (os grupos alquila volumosos estão o mais afastados possível). 70 Exercício: Dê os produtos das reações de redução mostradas a seguir. a) H2, Ni2B CH3CH2OH H2 (excesso) Pd/C, CH3CH2OH H2 Cat. Lindlar 1) Li, EtNH2 2) NH4Cl b) c) d) 71 Adição de ácidos halogenídricos (HX) Reação similar a adição de HX a alcenos. Os produtos obtidos são di-haletos geminais. A reação funciona para HCl, HBr e HI. C4H9C CH HCl C CH2C4H9 Cl HCl C4H9 C Cl Cl CH3 2-cloro-1-hexeno 2,2-dicloro-hexano Para pensar: Explique a regiosseletividade observada nesta reação. Esta reação obedece a Regra de Markovnikov? Como deve ser a natureza e a estabilidade dos intermediários reacionais? 72 Mecanismo da reação do 1-hexino com HCl 73 Temos que considerar a formação dos carbocátions intermediários desta reação: A: Formação do carbocátion vinílico É difícil se comparada à formação de um carbocátion “normal”. Considere as estabilidades relativas dos carbocátions: B: Formação do carbocátion com halogênio O átomo de halogênio ligado ao carbono positivo promove uma certa estabilização da carga positiva neste carbono; por isto que é esse o cátion que se forma como intermediário reacional. Veja: o efeito indutivo retirador de elétrons do cloro também existe e não é desprezível; as reações em substratos contendo o halogênio são mais lentas do que aquelas que acontecem em substratos que não contém o halogênio! 74 Adição de água (hidratação) Reação similar à hidratação de alcenos. Os produtos da reação são compostos carbonílicos, devido ao equilíbrio existente entre as formas ceto e enólica (tautomerismo ceto-enólico). A reação de hidratação de alquinos é regiosseletiva (segue a Regra de Markovnikov); há formação do carbocátion vinílico mais estável, com posterior adição de água para dar um enol. 75 Tautomerismo ceto-enólico • As formas cetônica e enólica dos compostos carbonilados são isômeros constitucionais, que são facilmente interconvertidos na presença de traços de ácidos e bases. • As formas cetônica e enólica interconversíveis são chamadas de tautômeros e sua interconversão de tautomerização. • As formas cetônica e enólica não podem ser separadas a temperatura ambiente! Discutiremos a química dos enóis/enolatos em disciplinas mais avançadas da Química Orgânica. 76 Porque a forma cetônica é obtida como produto e não é possível isolar o enol? O equilíbrio está deslocado para a forma cetônica, pois esta é mais estável do que a forma enólica. Considere as forças das ligações químicas em cada forma: A forma cetônica é, na maioria dos casos, termodinamicamente mais estável do que a forma enólica, já que a ligação carbono- oxigênio é mais forte do que a carbono- carbono. As constantes de equilíbrio, em geral, são muito pequenas. Observam-se apenas traços da forma enólica. 77 Adição de halogênios A adição de halogênios (Cl2, Br2) a alcinos dá origem a tetra-haletos de alquila. Um di-haloalceno é obtido como intermediário reacional e pode ser isolado se adicionarmos apenas 1 equivalente do halogênio. As reações de adição de halogênio a alquinos são estereoespecíficas (adição anti) e dão origem ao alqueno trans-di-halogenado como produto. 78 Após estas aulas você deverá saber • Estrutura química e propriedades físicas dos alquenos e alquinos. • Isomerismo geométrico em alquenos (cis/trans, E/Z). • Estabilidade de alquenos. • Estabilidade e rearranjo de carbocátions. • Reações de adição eletrofílica em alquenos: reatividade dos alquenos, tipos de reação de adição eletrofílica e mecanismos das reações discutidas. • Regra de Markovnikov. • Reações de adição eletrofílica a alquinos: reatividade dos alquenos, tipos de reação de adição eletrofílica e mecanismos das reações discutidas. • Reações de redução de alquenos e alquinos (diversos métodos estudados). Não deixe de resolver os exercícios da lista 3!
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