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Sistemas de custeio: custeio por absorção Sistemas de custeio: custeio por absorção Neste terceiro capítulo, iremos apresentar o método de custeamento conheci- do como Sistema de Custeio por Absorção. Os métodos de custeio, entre eles e a absorção consistem em metodologias para alocar custos aos produtos. Cada um possui uma metodologia diferente, caracterizando-os. Desse modo, como vimos no capítulo anterior à classifica- ção dos custos é dividida de duas maneiras: face à alocação (custos diretos e Indiretos) 2. face ao comportamento dos custos em relação ao volume de produção (custos fixos e custos variáveis). Destacaremos o fluxo dos custos utilizando o método de custeamento por absorção em um exemplo prático aplicado em uma Empresa Industrial a fim de identificarmos as vantagens e desvantagens do uso do Custeio por Absorção através de uma análise de custo departamentalizada. Absorção; Identificar as vantagens e desvantage Sistema de custeio por absorção De acordo com Martins (2010) o Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios Fundamentais da Contabilidade geralmente aceitos, consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção, ou seja, são todos os gastos relativos ao esforço de produção distribuído para todos os produtos ou serviços realizados. 62 • capítulo 3 • 49 capítulo 3 CONCEITO Regra do custeio por absorção Apropriar TODOS os custos de produção (sejam eles fixo, variáveis, diretos ou indiretos), e somente estes aos produtos. Ou seja, tudo que for classificado como custo fará parte do custo da produção, portanto NÃO inclui as DESPESAS (ou os gastos relativos para obtenção de receitas). Apresentamosaseguirocusteiode absorção para empresas de manufatura: Balanço Patrimonial Demonstração de ResultadoReceitas Custos inventariáveisEstoque de materiais Quando as vendas ocorremEstoque de produtos acabados – Custos produtos vendidos (CPV) = Margem bruta – Despesas = Lucro operacional Figura 3.1 – Custeio por Absorção- Empresa Industrial. Fonte: Adaptado de Martins, 2010.Estoque de produtos em processo Conforme a figura acima, nas empresas de manufatura (produção) elas compram materiais e os convertem em produtos acabados. Os estoques em empresas Industriais, tipicamente, têm um ou mais dos se- guintes estoques: Estoque de Materiais Diretos; Estoque de Produtos em Processo (em elaboração); Estoque de Produtos Acabados (finalizados). O sistema de custeio por absorção considera na apuração do CPV todos os custos de produção: diretos e indiretos, fixos e variáveis, ou quais são estoca- dos e lançados ao resultado apenas quando da venda dos produtos correspon- dentes. As despesas serão registradas pela contabilidade financeira e serão evi- denciadas na DRE. Portanto, quando da apuração do Custo do Produto Vendido - CPV serão apropriados aos produtos: MP, MOD devidamente utilizada na produção e to- dos os Custos Indiretos de Fabricação - CIF. O custeio por absorção obedece ao regime de competência do exercício e é aceito pela legislação do imposto de renda, já que, os custos de produção (apro- priados aos produtos) só serão transferidos para o resultado quando estes pro- dutos forem vendidos. Vale destacar que o registro dos encargos financeiros é tratado na Contabilidade como despesas e não como custo. Os encargos financeiros não são custos de produção, mesmo que facilmente identificados com finan- ciamentos para aquisição de matérias-primas ou outros fatores de produção. Assim, são gastos de falta de capital próprio e não gastos de produção (custos). Segundo Martins (2010) a separação dos custos e despesas é fácil na teoria, pois os gastos relativos ao processo produtivo são custos, e os relativos à admi- nistração, às vendas e aos financiamentos são despesas. Contudo, na prática surgem problemas pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e ob- jetiva. Assim, será necessário ratear parte do gasto para a despesa e parte para o custo, rateio esse arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão. Na figura 3.2, Martins (2010) demonstra um fluxograma de um Sistema de Custeio por Absorção de uma empresa Industrial, o qual evidencia a separação dos custos e das despesas, bem como destaca a necessidade de observamos os critérios de rateios a serem utilizados na alocação dos custos indiretos aos produ- tos fabricados.Custos Diretos Indiretos Vendas Despesas Nasce o problema do custeio! Figura 3.2 – Sistema de Custeio por Absorção e o problema da alocação dos custos indire- tos - rateio. Fonte: Adaptado de Martins (2010).Produto A Produto B Produto C Estoque C P V Resultado Análise dos critérios de rateio dos Custos Indiretos A apropriação dos custos indiretos é feita de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento dos custos etc. Esses critérios têm maior ou menor grau de subjetividade, devido à arbitra- riedade que existe nessas alocações. Os custos comuns a vários departamentos são rateados em função da sua natureza. Quanto aos custos indiretos devem ser rateados segundo os critérios julgados mais adequados para relacioná-los aos produtos em função dos fato- res mais relevantes que se conseguir, como por exemplo, aluguel, a depreciação das máquinas, a energia consumida etc. Para uma devida alocação dos Custos Indiretos de Produção é necessário proceder a uma análise de seus componentes e verificação de quais critérios melhor relacionarem esses custos com os produtos. Critérios bons numa empresa podem não ser, em outras, em virtude das características específicas do próprio processo de produção. É absolutamente necessário que os gestores responsáveis pela escolha dos critérios de rateio co- nheçam bem o processo produtivo da empresa. Quando alteramos o critério de rateio adotado, poderemos provocar mu- danças no valor apontado como custo de um produto, sem que de fato nenhu- ma outra modificação tenha ocorrido no processo de produção. Seguindo o raciocínio de Ribeiro (2013), a empresa deve levar em consideração a re- lação custo-benefício no momento de decidir sobre a escolha da base de rateio a ser utilizada para evitar cálculos e detalhes desnecessários, uma vez que são inúmeras as bases de rateio que podem ser adotadas. Os critérios de rateio adotados devem estar nas notas explicativas e quan- do houver mudanças nesses critérios, deverá constatar, também, nas notas ex- plicativas com a justificativa da mudança de critério. A mudança de critério é permitida, porém deve-se manter um padrão para não ferir convenção contábil da Consistência. A Consistência é de extrema importância para avaliação ho- mogênea dos estoques em períodos subsequentes, de forma a não artificiali- zar resultados. Vamos fazer um exemplo de rateio dos custos indiretos: A Padaria Paladar produz dois tipos de produto, Pão Francês e Bolo de Fubá, cujo volume de produção e de vendas e custos Indiretos de Fabricação (CIF) totalizam: PÃO FRANCÊS BOLO DE FUBÁ PRODUÇÃO (UN.) 4.000 1.000 VENDA (UN.) 4.000 1.000 CIF ($) 2.000 Em determinado período foram registrados os seguintes custos diretos por unidade (em $/un.): PÃO FRANCÊS BOLO DE FUBÁ MÃO DE OBRA DIRETA $ 0,75/un. $ 1,75/un. MATÉRIA-PRIMA $0,05/un. $1,50/un. Combasenosdadosanteriores, pede-secalcularovalordos Custos Indiretos de Produção (CIF) de cada produto, utilizando dois critérios de rateio: o custo da MOD como base de rateio; o custo da matéria-prima como base de rateio. Resolução: o custo da MOD como base de rateio: PRODUTOS MOD VOLUME DE PRODUÇÃO MOD TOTAL CIF Pão Francês 0,75 4.000 3.000 63% 1.263 Bolo de Fubá 1,75 1.000 1.750 37% 737 4.750 100% 2.000 o custo da matéria-prima como base de rateio: PRODUTOSMOD VOLUME DE PRODUÇÃO MOD TOTAL CIF Pão Francês 0,05 4.000 200 12% 235 Bolo de Fubá 1,5 1.000 1.500 88% 1.765 1.700 100% 2.000 Percebam que o uso da MOD como critério de rateio mostra que o Pão Francês é o produto de maior custo; mas quando utilizamos a Matéria-Prima como critério de rateio, o Bolo de Fubá torna-se o produto de maior custo. Estes resultados evidenciam que o uso subjetivo do critério de rateio pode levar a em- presa a gerar informações diferentes, as quais podem influenciar certas toma- das de decisão. O esquema básico do Custeio por Absorção Para facilitar a aplicação do Custeio por Absorção, podemos seguir alguns passos, conforme sugerido por Martins (2010): 1º PASSO separar custos/despesas; 2º PASSO lançar despesas diretamente para o resultado; 3º PASSO separar custos diretos/indiretos; 4º PASSO alocar os custos diretos aos produtos; e 5º PASSO atribuir os custos indiretos aos produtos via rateio. Vamos seguirospassosanterioreseresolveroexercício da Padaria Paladar 2: A Cia Paladar abriu uma filial no início deste ano, com foco na venda de doce de abóbora e doce de leite. No final do ano apresentou as seguintes informações: GASTOS DO PERÍODO Matéria-prima - Açúcar $ 2.000 Comissão dos Vendedores $ 500 Mão de obra Direta $ 600 Energia da Fábrica $ 80 Honorário da Diretoria $ 3.000 Manutenção da Fábrica $ 300 A porcentagem de matéria-prima e mão de obra consumida por produto e o preço de venda de cada lote de doces é: DOCE ABÓBORA DOCE DE LEITE MATÉRIA-PRIMA 40% 60% MOD 55% 45% PREÇO DE VENDA $ 1.500 $ 2.000 Combasenasinformaçõesanterioresvamosaplicarosistemade Custeiopor Absorção, encontrar o Custo dos Produtos Vendidos e montar a Demonstração de Resultados da Padaria Paladar 2. Para isso, os custos indiretos de fabricação devem ser rateados aos produtos seguindo a proporção de mão de obra direta consumida pelos produtos. 1º Passo: separar custos/despesas: CUSTOS Matéria Prima - Açúcar $2.000 Energia da Fábrica $80 MOD $600 Manutenção da Fábrica $300 DESPESAS Comissão dos Vendedores $500 Honorário da Diretoria $3.000 2º Passo: lançar despesas diretamente para o resultado: DOCE ABÓBORA DOCE DE LEITE RESULTADO TOTAL Receita de Venda (-) CPV Custos Diretos MP MOD Custos Indiretos Energia da Fábrica Manutenção da Fábrica Despesas Vendas -500 Administrativas -3.000 (=) Resultado -3.500 3º Passo: separar custos diretos/indiretos: CUSTOS Matéria-prima - Açúcar $ 2.000 CUSTO DIRETO Mão de obra Direta $ 600 Energia da Fábrica $ 80 CUSTO INDIRETO Manutenção da Fábrica $ 300 4º Passo: alocar os custos diretos aos produtos: DOCE ABÓBORA DOCE DE LEITE RESULTADO TOTAL Receita de Venda (-) CPV Custos Diretos -1.130 -1.470 -2.600 MP -800 -1.200 -2.000 MOD -330 -270 -600 Custos Indiretos Energia da Fábrica Manutenção da Fábrica Despesas Vendas -500 Administrativas -3.000 (=) Resultado -3.500 5º Passo: atribuir os custos indiretos aos produtos via rateio: Lembrando que os custos indiretos foram atribuídos aos produtos utilizan- do a porcentagem de consumo de mão de obra direta. DOCE ABÓBORA DOCE DE LEITE RESULTADO TOTAL Receita de Venda 1.500 2.000 3.500 (-) CPV -1.339 -1.641 -2.980 Custos Diretos -1.130 -1.470 -2.600 MP -800 -1.200 -2.000 MOD -330 -270 -600 Custos Indiretos -209 -171 -380 Energia da Fábrica -44 -36 -80 Manutenção da Fábrica -165 -135 -300 Despesas -3.500 Vendas -500 Administrativas -3.000 (=) Resultado -2.980 Assim, chegamos à demonstração de resultados da Padaria Paladar com base no custeio por absorção. Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção Vantagens Está de acordo com os princípios contábeis da Competência e da Prudência, já que todos os custos estão sendo incorporados aos produtos e so- mente quando vendidos levados ao resultado. Apura o lucro operacional Aceito pela legislação do IR Desvantagens Problemas na apropriação dos custos fixos/Indiretos, pela utilização de critérios de rateios arbitrários. O custo de produção de um produto pode variar de acordo com os critérios adotados para a apropriação dos custos fixos/indire- tos. Por consequência, o resultado apurado na venda de um produto pode variar de acordo com a parcela de custos fixos/indiretos que a ele se decida apropriar. Os custos fixos são gastos realizados para que a indústria adquira capaci- dade de produção, portanto, existem independente da produção ou não desta ou daquela unidade, são necessários muito mais para que a indústria possa operar, do que para produzir uma unidade a mais de determinado produto. O valor do custo fixo por unidade depende ainda do volume de produção: aumentando-se o volume, tem-se um menor custo fixo por unidade, e vice-ver- sa. A decisão com base em custo deve associar ao custo global o volume que se tomou como base. Desse modo, o custo de um produto pode variar em função da alteração de volume de outro produto, e não da sua própria. Aplicação dos custos indiretos de fabricação com o uso da departamentalização De acordo com Martins (2010), o Custeio por Absorção é um sistema de custeio cuja metodologia foca na alocação de todos os custos aos produtos ou serviços produzidos e, apenas eles, não fazendo parte as despesas. Contudo, a regra do Custeio por Absorção, pelo fato de todos os custos serem alocados aos produ- tos, não pode ser interpretada como se todos os custos da empresa pudessem ser controlados ou eliminados com a mudança ou a eliminação de um produto ou uma linha de produto, pelo fato de estarem a ele alocados. Vimos que a alocação dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) no custo to- tal dos produtos acaba sendo feito com subjetividade, em função do critério de rateio arbitrariamente estipulado, sendo que temos aqui o ponto que merece cuidado nos sistemas de custeio, já exemplificado no tópico anterior. Uma determinada empresa pode se deparar com alguns problemas quando da necessidade de apurar e contabilizar os custos dos produtos. Torna-se ne- cessário conhecer os Custos Indiretos de Produção alocados aos produtos por meio de: estimativa do volume de produção; estimativa do valor dos custos indiretos; e fixação do critério de apropriação dos custos indiretos aos departamen- tos e aos produtos. Sobre a estimativa ou previsão do volume de produção, no geral, as empre- sas têm dificuldade de chegar a um consenso sobre qual é o volume de ativida- de da produção normal. Os critérios que podem ser adotados por essas empre- sas podem consistir no volume máximo de produção utilizando uma média de produção dos três últimos anos ou até a expectativa dos empresários quando da dimensão da capacidade produtiva. Mas, para efeitos contábeis a melhor alternativa é a previsão do volume de produção que se espera realmente para o período. A respeito da estimativa do valor dos custos indiretos o problema é desen- volver um critério de alocação (ou rateio) dos custos indiretos, como, por exem- plo, horas de mão de obra direta (HMOD) ou horas-máquina (HM), utilizada para apropriar os custos indiretos aos produtos e serviços (por exemplo: ratear manutenção por horas-trabalhadas ou energia elétrica por horas-máquinas). Em relação à fixação do critério ou base de rateio de apropriação dos cus- tos indiretos aos departamentos e aos produtos, o grande problema é respei-tar os critérios adotados e utilizá-los de maneira consistente. A fim de fixarmos melhor a importância do estudo dos critérios de rateios nos custos indiretos iremos demonstrar um exemplo prático do livro do Prof. Eliseu Martins de um processo de produção SEM departamentalização, ou seja, aplicaremos um critério de rateio de forma arbitrária e em seguida utilizare- mos os mesmos dados, porém com um estudo departamental, ou seja, levando em consideração os custos nos departamentos de produção. Suponhamos que uma empresa, produza 3 produtos D, E F, tenha alocado a eles os seguintes Custos Diretos e Indiretos: PRODUTOS CUSTOS DIRETOS * CUSTOS INDIRETOS D $ 50.000 - E $ 30.000 - F $ 45.000 - Total $ 125.000,00 $ 115.000 * Depreciação e Manutenção de Equipamentos, Energia, Supervisão de Fábrica e Outros. Em seguida apontaremos a distribuição das horas/máquinas incorridas por cada produto: Produto D 400 horas-máquinas 40% Produto E 200 horas-máquinas 20% Produto F 400 horas-máquinas 40% Total de Horas 1.000 horas - máquinas 100% Diante dos dados iremos utilizar como critério de rateio dos custos indire- tos a proporção do tempo de horas-máquinas incorridas de cada produto no valor de $ 115.000,00. Assim teríamos a seguinte alocação: ALOCAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS SEM DEPARTAMENTALIZAÇÃO PRODUTOS CUSTOS DIRETOS * CUSTOS INDIRETOS CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO D R$ 50.000 46.000 40% R$ 96.000 E R$ 30.000 23.000 20% R$ 53.000 F R$ 45.000 46.000 40% R$ 91.000 Total R$ 125.000,00 R$ 115.000 100% R$ 240.000 * Depreciação e Manutenção de Equipamentos, Energia, Supervisão de Fábrica e Outros. Em seguida iremos calcular os mesmos Custos Indiretos ($ 115.000,00), po- rém analisando o comportamento do critério de rateio (Horas-máquinas) nos departamentos de produção dos produtos D, E e F. Para tanto, segue abaixo, um quadro de apontamento detalhado das horas-máquinas de cada produto por cada departamento: APONTAMENTO DO TEMPO GASTO DE CADA PRODUTO POR CADA DEPARTAMENTO DEPARTAMENTOS CORTE MONTAGEM ACABAMENTO TOTAL H/M hm hm hm hm Produto D 100 50 250 400 Produto E 200 - - 200 Produto F - 250 150 400 Total 300 300 400 1000 Nota-se que o processo de produção de produção dos produtos não são os mesmos, pois os produtos não gastam o mesmo tempo de fabricação nos de- partamentos de produção, ou seja, será justo aplicar um critério de rateio sem analisar o comportamento dele no fluxo de produção? Para respondermos esta pergunta, faz-se necessário analisarmos os Custos Indiretos incorridos por cada departamento, a fim de podermos calcular o cus- to médio de cada hora-máquina incorrida por cada produto. Segue, abaixo, o levantamento dos Custos Indiretos Departamentais através de Centros de Custos: CUSTOS INDIRETOS DEPARTAMENTAIS CUSTOS INDIRETOS CORTE MONTAGEM ACABAMENTO TOTAL Depreciação R$ 10.000,00 R$ 3.000,00 R$ 7.000,00 R$ 20.000,00 Manutenção R$ 20.000,00 R$ 3.000,00 R$ 12.000,00 R$ 35.000,00 Energia R$ 6.000,00 R$ 4.000,00 R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 CUSTOS INDIRETOS DEPARTAMENTAIS CUSTOS INDIRETOS CORTE MONTAGEM ACABAMENTO TOTAL Supervisão R$ 5.000,00 R$ 2.000,00 R$ 3.000,00 R$ 10.000,00 Outros Gastos R$ 4.000,00 R$ 3.000,00 R$ 13.000,00 R$ 20.000,00 Total R$ 45.000,00 R$ 15.000,00 R$ 55.000,00 R$ 115.000,00 Através da identificação dos custos departamentais, agora podemos calcu- lar o valor de uma Hora-máquina incorrida em cada departamento: CÁLCULO DO CUSTO MÉDIO DAS HORAS/MÁQUINAS DEPARTAMENTAIS CUSTO TOTAL DO DEPARTAMENTO /TOTAL DE HORAS-MÁQUINAS DO DEPARTAMENTO 45.000/300hm 15.000/300hm 55.000/400hm 115.000/1000 VR. DE UMA HORA-MÁQUINA DE CADA DEPARTAMENTO R$ 150/hm R$ 50/hm R$ 137,50/hm R$ 115/hm Novamente, percebemos que o tempo gasto com os custos indiretos de pro- dução NÃO é uniforme entre os departamentos. Agora iremos fazer apropriação dos custos indiretos, levando em conta o tempo gasto de cada produto, no respectivo departamento utilizado, aplicando o custo da hora-máquina de cada departamento. ALOCAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS COM A DEPARTAMENTALIZAÇÃO PRODUTOS CORTE MONTAGEM ACABAMENTO TOTAL D $15.000 (100hm x $150/hm) $ 2.500 (50hm x $ 50/hm) $ 34.375 (250hm x $137,50/hm) $51.875 E $ 30.000 (200hmx $150hm) – – $ 30.000 F – $ 12.500 (250hm x $ 50/hm) $ 20.625 (15hm x $137,50/hm) $33.125 TOTAL $ 45.000 $ 15.000 $ 55.000 $115.000 De posse dos valores dos custos indiretos alocados com base nas ho- ras-máquinas, iremos analisar seus custos departamentais comparando os valores dos custos indiretos rateados SEM DEPARTAMENTALIZAÇÃO e COM DEPARTAMENTALIZAÇÃO. CUSTOS INDIRETOS DIFERENÇA PRODUTOS SEM DEPARTAMENTALIZAÇÃO COM DEPARTAMENTALIZAÇÃO EM $ EM D $ 46.000 $ 51.875 $ 5.875 12,80% E $ 23.000 $ 30.000 $ 7.000 30,40% F $ 46.000 $ 33.125 (R$ 12.875) - 28,00% TOTAL $ 115.000 $ 115.000 – – Conforme MARTINS (2010), ao analisarmos a coluna (Diferença), verifica- mos o grau de distorção entre as duas formas, e, apesar de quaisquer arbitra- riedades ocorridas na forma de apropriação por hora-máquina, é claro que na alocação com base na Departamentalização estarão sendo cometidas MENOS INJUSTIÇAS e DIMINUÍDAS as chances de erros maiores. Caso a empresa analisasse a lucratividade de seus produtos tomando como parâmetro os seus preços de venda em relação aos seus custos de produção, constataria então que ao usar a departamentalização, precisaria aumentar os dos produtos D e E, diminuindo o de F. Contudo, se a empresa adotasse de for- ma inequívoca o processo de custeamento, graves problemas poderiam ocorrer na hipótese de um mercado com alta competitividade. Ademais, a alocação dos custos indiretos aos produtos por meio do uso do Custeio por Absorção com Departamentalização é uma maneira de se cometer menos injustiças e diminuir as chances de erros maiores no uso dos critérios de rateio. CONEXÃO Para saber mais sobre o assunto tratado nesta unidade indica-se a leitura dos capítulos 10 do livro Contabilidade de Custos do Prof. Osni Moura Ribeiro, da editora Saraiva (2013). Este capítulo discorre sobre o Custeio Departamental. ATIVIDADES Assinale a alternativa correta sobre as etapas do esquema básico da Contabilidade de Custos: I - Separar os custos das despesas, apropriar os custos diretos e ratear as despesas. II - Separar os custos indiretos, apropriá-los aos produtos e ratear os custos fixos. - Separar os custos das despesas, apropriar os custos diretos e ratear os indiretos. - Separar os custos das receitas, apropriar os custos diretos e ratear os indiretos. V - Separar os custos das despesas, apropriar os custos fixos e ratear os indiretos. I e III I e IV IV e V V e II III Ao Final de 19X4 havia 20 unidades do produto X no estoque de produtos acabados com custos de $ 20.000,00. Em 19X5 foram fabricadas mais 800 unidades desse produ- to e vendidas 810 unidades, a $ 1.100,00 cada uma. Nesse ano, os custos totalizaram $ 800.000,00 e as despesas 50.000,00. Determine: Os custos dos produtos vendidos O custo do saldo do estoque de produtos acabados O lucro obtido em 19X5 Uma empresa inicia suas atividades em 01/01/X9. Nesse mês ocorreu o seguinte. Ø Compra de matéria-prima= $ 30.000,00 Ø Aluguel de fábrica = $ 10.000,00 Ø Mão - de - obra da fábrica = $ 20.000,00 Ø Despesas administrativas = $ 30.000,00 Ø Despesas de vendas = $ 20.000,00 Ø Custos diversos = $ 15.000,00 Ø Consumo de matéria-prima = $ 25.000,00 Foram fabricados 100 unidade do produto X e vendidas 80 unidades desseproduto a $ 1.625,00 cada uma. Determine: O custo dos produtos vendidos. O custo do saldo do estoque de produtos acabados. O Lucro operacional (para isso, elabore a DRE). No mês de março, a empresa Piteco Ltda. teve os seguintes custos: Matéria-prima = 15.000,00 2. MOD = 20.000,00 Energia elétrica = 2.000,00 Aluguel do prédio = 7.000,00 Telefone (assinatura) = 500,00 Depreciação dos equipamentos = 1.500,00 Nesse período, a empresa fabricou 20 unidades do produto Z. Determine: O custo unitário do produto Z O custo unitário de Z caso a empresa tivesse fabricado 25 unidades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Martins, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2010.10ª ed. Crepaldi, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2010. 5ª ed. Silvério das, Neves e Viceconti, Paulo Eduardo. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2013. 11ª ed. Ribeiro, Osni Moura. Contabilidade de Custos. São Paulo. Saraiva: 2013, 3ª ed Maher, Michael. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2001, 1ª ed. Junior, José Hernandez Perez e Oliveira, Luís Martins De. Contabilidade de Custos para não Contadores. São Paulo: Atlas, 2012, 5ª ed. Bruni, Adriano Leal e Famá, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços. São Paulo: Atlas, 2012, 6ª ed. Ferreira, Ricardo J. Contabilidade de Custos e Análise das Demonstrações. Rio de Janeiro: Ferreira, 2014, 9ª ed. Padoveze, Clóvis Luís e Junior, Franco Kaolu Takakura. Custos e Preços de Serviços. São Paulo: Atlas, 2015.
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