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Roteiro Medieval e São_Tomás_de_Aquino A

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UERJ- Faculdade de Direito
Disciplina: Direito e Pensamento Político I
Prof. Dr. Marco Aurélio Marrafon
Roteiro de Aula – 2013.2 
Tema: Organização política medieval e o pensamento político de São Tomás de Aquino
Idade Média (séc. V – XV)
I. Introdução:
Segundo Wolkmer�, os acontecimentos mais significativos que marcaram a origem da Idade Medida são a derrocada do Império Romano escravista no séc. V e a ascensão do Cristianismo. 
Assim, a Idade Média pode ser considerada como o largo período marcado pela: 
hegemonia Cristã;
invasão e conquistas dos povos nórdicos e;
estruturação econômica e social das relações feudais. 
Em face dessa circunstância, esse período expressa uma cultura complexa, engendrada no pensamento grego, na tradição jurídica romana e na matriz teológica judaica, aglutinando elementos novos advindos das fontes cristãs e germânicas. 
A Igreja Cristã, como principal herdeira da civilização romana, não conseguiu evitar o enfraquecimento da instância pública e a fragmentação do poder central.
2. Fatores que ajudam a explicar o fim da Antiguidade e os primórdios da Idade Média:
Crise da estrutura administrativa romana
Formação de um sistema descentralizado, com múltiplas esferas de governo
Hierarquia dos privilégios
Laços de fidelidade foram sendo formados
Conflitos do poder espiritual e temporal
3. Doutrina Paulínea (ano 367) → Epístolas de Paulo – Novo Testamento
Funde a cultura helênica (com influência estóica) ao judaísmo: PHYSIS torna-se lei de Deus
 Ideia de uma filosofia do Direito Divino: Concepção cristã de governo no qual o poder constituído vem de Deus
 Formula a seguinte tese: “Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”
II. O pensamento politico de Tomás de Aquino
Texto base: 
CHEVALLIER, Jean-Jacques. História do Pensamento Político. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1982, p. 204-224.
1. Aspectos Gerais 
Tomás: cristianização dos ensinamentos de Aristóteles.
Razão se consorcia à teologia da revelação e a natureza se alia à Graça (p. 204).
2. Ideia Medieval de Estado
Poder Político como expressão da instituição divina, mas não inerente à natureza humana. Concepção negativa. 
(questão do Pecado – dominar e punir os homens depois da queda. Boaventura: Função repressiva é o remédio). Tomás em sentido contrario. 
i) Justiça
a) Finalidade do poder político: implantar o reinado da justiça. “realeza é justiça, tirania é injustiça”. (205). 
b) Soberano como servo da Justiça 
c) O Soberano responde perante a figura divina, fonte da justiça e do bem (p. 206).
ii) Lei
a) Lei: possessão própria. Traço distintivo – costume. forma de concretizar a justiça.
b)A Lei-costume que instituía a comunidade. 
c) Costume e Direito Natural. 
d) Desenvolvimento da Sociedade Medieval: Lei como expressão de uma vontade consciente. 
iii) Contratos e Estatutos: Constituição e limitação do poder real. 
a) Contrato: pactum subjectionis 
b) Importância dos juramentos na lógica contratual da idade média.
c) Igreja vigilante do cumprimento do contrato de submissão. (p. 209).
d) Primeira obrigação contratual do Rei é instituir o império da Justiça (p. 209). 
e) Obediência dos súditos à lei por sua condição social (inexistência de igualdade formal).
f) Rei nacional: submisso à lei, mas acima individualmente dos particulares. 
g) Rei feudal X Rei nacional.
h) Constituição medieval (Maurizio Fioravanti):
a ordem jurídica era construída por autoridades já constituídas, que faziam verdadeiros pactos e contratos para organizar a estrutura social, preservar e limitar o poder entre elas (autoridades) e assim possibilitar a convivência de diferentes esferas de poder, estabilizadas em um precário equilíbrio. 
o discurso constitucional deixa de se pautar na ordem política e moral ideal e passa a expressar “a coexistência, mediante acordos e convênios, do poder monárquico com outras instituições representativas das distintas partes da comunidade política”. 
3. Tomismo Político
i) Teoria do Poder
a) O poder in abstracto: origem divina e natural. Política como domínio da razão natural. Redução à unidade: constitui a comunidade política (não multidão).
b) poder in concreto: próprio dos homens. Exercício do comando não deriva de Deus, mas da escolha dos homens. 
b1)Situações de acesso ao poder (designação humana): (i) Sociedade edita leis a si própria, (ii) povo nomeia um rei para si, (iii) autoridade superior concede ao povo um rei ou (iv) um povo que obedece um homem por sua capacidade e virtude.
b2) com Aristóteles: O fim do poder é a busca do bem comum (p. 214). 
b3) em oposição a Aristóteles: o homem tomista tem dois fins: temporal e espiritual.
ii) Teoria das Leis
a) Supremacia da Lei e primado da razão. “A lei é uma certa regra e medida dos atos”
b)trinômio legal:
Lei eterna 
↓↓↓
Lei natural
↓↓↓
Lei humana
c) Lei divina positiva.
iii) Teoria da Resistência
a) Repúdio à arbitrariedade, injustiça e tirania. Abandonar a busca ao bem comum importa em transgredir a lei natural.
b) Leis podem ser injustas em relação ao bem humano ou injustas em relação ao bem divino.
c) Derrubar o regime quando este não atinge seus fins não é sedição, a menos que os súditos venham a sofrer mais com a desordem que se instalará do que com o próprio regime tirânico.
Discussão sobre qual o momento de agir contra esse governo deturpado. Conflito entre o perigo de um governo tirânico ou particulares interessados no poder. 
Conclusão: agir por meio de uma autoridade pública.
iv) Melhor governo
a) Conflito de acepções na obra Suma e na De Regno (conferir p. 220-221).
 
� WOLKMER, Antonio Carlos. O pensamento político medieval: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. In: WOLKMER, Antonio Carlos (org.). Introdução à história do pensamento político. Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 40 e ss.

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