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Esclerose Múltipla Prof. Luan Simões Definição Doença crônica, desmielinizante do sistema nervoso central (SNC), geralmente incapacitante Tríade de Charcot: Tremor intencional Fala escandida Nistagmo Paralisia Aspectos gerais Apresentação variável Surgimento entre 15 e 50 anos Relação M:H = 2:1 Curso imprevisível Exacerbações e Remissões Etiologia ▪ Ainda algo desconhecida ▪ Doença auto-imune ▪ Sugere-se que uma infecção viral inicie a agressão imunológica ▪ Imunoglobulina tipo G (IgG) e bandas oligoclonais no líquor em 65% a 95% dos pacientes. ▪ Fatores genéticos (15% do casos com HF) – herdam a susceptibilidade ▪ Predominância na população branca Fisiopatologia Desmielinização Processo inflamatório Gliose (cicatrização) Manifestações Clínicas COMPROMETIMENTOS SENSORIAIS COMPROMETIMENTOS VISUAIS COMPROMETIMENTOS MOTORES DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL DISFUNÇÃO COGNITIVA E COMPORTAMENTAL Manifestações Clínicas ▪ COMPROMETIMENTOS SENSORIAIS ▪ Anestesia é rara (perdas focais) ▪ Parestesias (sensação de agulhadas) ou entorpecimento da face, corpo ou membros. ▪ Distúrbios na percepção de posição e vibração nos membros inferiores ▪ Disestesias: sensação de dor anormal e/ou queimação ▪ Hiperpatia: hipersensibilidade a estímulos mínimos ▪ Neuralgia do trigêmeo: dores lancinantes, ataques curtos de dor facial intensa ▪ Sinal de Lhermitte: sensação de choque elétrico descendo pela coluna até MMII ▪ Dor neuropática crônica: lesão do tratos espinotalâmicos ou raízes sensitivas ▪ Ansiedade e medo piora o quadro Manifestações Clínicas ▪ COMPROMETIMENTOS VISUAIS ▪ São comuns (80% dos casos) – cegueira é rara ▪ Envolvimento do nervo óptico ▪ Neurite óptica: inflamação do nervo óptico (comum) ▪ Escotoma: mancha escura no centro do campo visual ▪ Nistagmo: quando afeta cerebelo ou vias vestibulares centrais ▪ Oftalmoplegia internuclear: adução incompleta do olho (paralisia do olhar lateral) – lesão na ponte ▪ Diplopia: visão dupla (incoordenação dos músculos do olho) Manifestações Clínicas ▪ COMPROMETIMENTOS MOTORES ▪ Síndrome do neurônio motor superior (NMS) – tratos corticoespinais e córtex motor ▪ Paresia, espasticidade (90%), reflexos tendíneos exacerbados, espasmos flexores e extensores involuntários, clônus, sinal de Babinski, reflexos cutâneos exagerados e perda de controle autonômico preciso. ▪ Movimentos lentos, rígidos e fracos (redução dos disparos do motoneurônio) ▪ Início de leve paresia a paralisia dos membros envolvidos ▪ Fadiga (comum) – menor ao acordar e piora ao final do dia e piora com calor e umidade (92%) ▪ Desmielinização no cerebelo e tratos cerebelares (comum) – ataxia (dismetria, dissinergia e disdiadococinesia), tremor intencional, disartria (fala escandida), disfagia. Manifestações Clínicas ▪ DISFUNÇÃO COGNITIVA E COMPORTAMENTAL ▪ Déficits cognitivos de leve a moderado (comuns – 50%) ▪ Relacionado com a distribuição da lesão ▪ Déficits de memória, atenção e concentração, aprendizado, raciocínio conceitual, velocidade de processamento de informações e tempo de reação, e funções executivas. ▪ Depressão comum (25 a 55% dos casos) ▪ Relacionada com o local da lesão, efeito de algumas drogas (esteroides) ou reação frente à doença. ▪ Síndrome de desregulação emocional – falta de controle com riso ou choro e bipolaridade. Manifestações Clínicas ▪ DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL ▪ Perda do controle voluntário e sinérgico do reflexo de micção (80% dos casos) – lesão nos tratos espinais laterais e posteriores (sem estímulo no arco reflexo sacral) ▪ Disfunções urinárias: bexiga espástica, bexiga flácida ou bexiga dissinérgica. ▪ Sintomas urinários: urgência urinária, frequência urinária, hesitação para iniciar a micção, noctúria, gotejamento e incontinência. ▪ Constipação (descontrole do reflexo gastrocólico) e incontinência fecal Curso da doença EM benigna O paciente permanece completamente funcional em todos os sistemas neurológicos por cerca de 15 anos após o surgimento. Ocorre em 20% dos casos EM maligna Rapidamente progressivo, levando a incapacidade significativa em múltiplos sistemas neurológicos e morte de um tempo relativamente curto. Curso raro. Exacerbações e remissões são a regra Categorias de EM CATEGORIA CARACTERÍSTICAS 1. EM Recorrente-remitente Relapso com recuperação completa ou alguns sinais/sintomas neurológicos remanescentes com déficit residual após a recuperação. Período entre exacerbações sem progressão da doença. 2. EM Primária Progressiva Progressão da doença desde o início, sem platôs ou remissões ou com platôs ocasionais e melhoras mínimas temporárias. 3. EM Secundária Progressiva Curso inicial de exacerbações-remissões, seguido pela progressão a uma velocidade variável que pode incluir também exacerbações ocasionais e remissões mínimas. 4. EM Progressiva-exacerbante Doença progressiva desde o início porém sem exacerbações agudas claras, que podem ou não ter alguma recuperação ou remissão. É vista comumente em pessoas que desenvolvem a doença após os 40 anos de idade. Fatores exacerbadores Infecções virais ou bacteriana Doenças sistêmicas Estresse Calor Sintoma de Uthoff Hiperventilação Provação do sono Diagnóstico Anamnese, achados clínicos e testes laboratoriais de suporte CRITÉRIOS: Dois ou mais surtos de sintomas neurológicos refletindo o envolvimento predominante de lesões na substância branca. (1) Dois ou mais surtos, cada um durando mais de 24h e separados por não menos que 1 mês ou (2) déficits cronicamente progressivos persistindo por pelo menos 6 meses. Exame do líquor Ressonância Magnética Teste de potenciais evocados Prognóstico e tratamento ▪ Pequeno número de pacientes morrem ▪ Expectativa de vida não é reduzida ▪ Associação de outras complicações – reduz tempo de vida ▪ Não há prevenção ou cura ▪ Corticosteróides (inicialmente com redução das doses); esteróides (surtos agudos – reduz edema); metilprednisolona (protege contra exacerbações). ▪ Tratamento é sintomático (espasticidade, fadiga, sintomas urinários, etc)
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