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Pós Graduação EAD - Sistema Constitucional Tributário - Aula 04

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SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 1 
Aula 4: Repartição das receitas tributárias ................................................................................... 2 
Introdução ............................................................................................................................. 2 
Conteúdo ................................................................................................................................ 3 
Conceito e funções da repartição de receitas tributárias .......................................... 3 
Direito Financeiro e Direito Tributário ........................................................................... 4 
Conceito e funções da repartição de receitas tributárias .......................................... 7 
Formas de repartição das receitas tributárias .............................................................. 8 
Vedações e autorizações para retenção das repartições de receitas tributárias 14 
A Federação ...................................................................................................................... 14 
Vedação de retenção de repasses ................................................................................ 16 
Exceções para retenção de repasses ........................................................................... 17 
Das hipóteses .................................................................................................................... 18 
Atividade proposta .......................................................................................................... 19 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 20 
Referências........................................................................................................................... 20 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 21 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 26 
Aula 4 ..................................................................................................................................... 26 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 26 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 2 
 
Introdução 
A distribuição dos tributos entre os entes federativos não é algo feito a esmo. 
Aliás, muitas razões existem para a partilha de competências. O Brasil é um 
país de dimensões continentais, o quinto maior do mundo, com mais de 8,5 
milhões de km², e uma população aproximada de 201 milhões de habitantes. 
Não é um país para ser governado de maneira centralizada. Então, organiza-se 
através de uma federação de 26 estados membros, com cerca de 5.570 
municípios. Todos estes entes com autonomia federativa própria. Para garantir 
essa autonomia, é necessário ter recursos próprios. A divisão do poder de 
instituir os tributos se presta a esse fim, mas não só a ele. 
 
Afinal, no Artigo 153, vemos que a União tem sete impostos. No Artigo 155, os 
Estados têm três. No Artigo 156, os municípios possuem três também. Então, 
vence a máxima de que “quem parte e reparte e não fica com a melhor parte 
ou é bobo ou não tem arte”? Vamos ver como é isso. 
 
Objetivo: 
1. Definir repartição de receitas tributárias e sua função; 
2. Distinguir as formas de repartição de receitas tributárias; 
3. Identificar as vedações e as autorizações para retenção dessas repartições. 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 3 
Conteúdo 
Conceito e funções da repartição de receitas tributárias 
Funções 
Na aula anterior, estudamos a competência tributária, que nada mais é do que 
o mecanismo principal para garantir a autonomia financeira que mantém a 
autonomia maior dos entes federativos. Mas essa distribuição não leva em 
consideração critérios exclusivamente arrecadatórios, fiscais. Podemos verificar 
que a maioria dos impostos de competência da União são a ela distribuídos, 
pois há uma questão econômica. São eles impostos extrafiscais. Isso acaba 
por gerar o que se chama de federalismo assimétrico. 
 
Abra sua Constituição no Artigo 153 e verifique junto. Os incisos I e II tratam 
dos impostos sobre o comércio exterior que não possuem, verdadeiramente, 
nenhuma função arrecadatória. Eles são instituídos, majorados ou diminuídos 
em virtude de questões econômicas de interesse nacional. Nos incisos IV e V, o 
panorama é o mesmo. Então, já são quatro impostos que não podem ser 
transferidos para outros entes. 
 
Então, o mecanismo que se viu para corrigir eventuais distorções é o sistema 
de repartição de receitas tributárias. Antes de qualquer outro comentário, 
verifique que, pelo Artigo 6º do CTN, ele só transfere a receita. A competência 
permanece intacta. 
 
É correto dizer, antes de analisarmos a própria repartição de receita, que 
estamos diante de um instituto de Direito Financeiro. Veja só: para avaliarmos 
se estamos diante de um ramo ou de outro, vamos aproveitar para diferenciar 
estes dois campos do direito. 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 4 
Direito Financeiro e Direito Tributário 
O Direito Financeiro é o ramo do direito que estuda as normas (princípios e 
regras) que regulam a atividade financeira do estado. O Direito Tributário é o 
ramo do direito que estuda a instituição, fiscalização e cobrança do tributo. 
Mas de nada adiantam esses conceitos se você não souber cada um dos seus 
elementos. Em verdade, o conceito nos serve para individualizar algo dentro de 
um grande grupo a que ele pertence. 
 
O Direito Financeiro tem por objeto a atividade financeira do Estado. Aqui, é 
importante fazer uma análise do que vem a ser essa atividade financeira, isto 
porque nem tudo que está relacionado ao estado vai se submeter às regras 
estritas do Direito Financeiro. Veja só: será que a atividade financeira da 
Petrobras se submete às regras do Direito Financeiro? Você vai me dizer que 
não. Quer ver só? Você acha que o orçamento da Petrobras é elaborado e 
aprovado antes mesmo de o ano começar, como é com o governo federal? 
Claro que não! Imagine se uma empresa que atua em um mercado de 
concorrência internacional apresentará, antes de exercer a sua atividade, tudo 
que ela fará no ano? Ela estaria em uma situação bem desfavorável na 
concorrência, com todos os seus segredos publicados. 
 
Então, quando estaremos diante de uma verdadeira atividade financeira do 
estado? Para isso, são necessárias três características: 1) presença 
indispensável de uma pessoa jurídica de direito público; 2) atividade de 
conteúdo instrumental; 3) atividade de conteúdo econômico. Vejamos cada um 
desses elementos! 
 
Ao iniciar a análise da primeira característica, lembre-se daquela lição das 
primeiras aulas de Direito: “Se ao particular é dado fazer tudo aquilo que a lei 
não veda, ao Estado somente é dado fazer o que a lei autoriza ou determina”. 
Assim, é que somente se submetem a essas regras as pessoas jurídicas de 
Direito Público. E quem são as pessoas jurídicas de Direito Público? São os 
próprios entes federativos, suas autarquias e fundações. 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 5 
 
Ao lado dessas pessoas jurídicas de Direito Público, o Estado criou as Empresas 
Públicas e as Sociedades de Economia Mista que representam o Estado, pois 
constituem sua Administração Pública indireta, como as autarquias e fundações, 
mas que são constituídas como pessoas jurídicas de direito privado. Isso 
porque atuam, muitas vezes, no mercado comoos próprios particulares. 
Precisam dessa estrutura para exercerem suas atividades. Precisam ser 
tratados, muitas vezes, como particulares para não violarem as próprias regras 
de concorrência. 
 
Então, empresas como a Petrobras não estão diretamente submetidas às regras 
do Direito Financeiro – estarão, é claro, tratadas por ele, pois, de certa forma, 
compõem o patrimônio de pessoas jurídicas de Direito Público e assim estarão 
no orçamento destas. 
 
A segunda característica é bastante peculiar da atividade financeira do Estado – 
atividade de conteúdo instrumental. No mais das vezes, os particulares se 
associam em torno de um único interesse. Afora os sentimentos altruístas que 
governam os homens dotados de uma sobre-humana nobreza de espírito, o 
homem se reúne a outro homem visando ao lucro, visando ao dinheiro. A união 
é dada pelos mais diversos motivos, mas o objetivo comum é gerar riqueza. É 
assim que o ser humano se reúne a outro de forma individual. 
 
Contudo, quando se trata da formação da sociedade, do Estado, esse não pode 
ser o objetivo. O objetivo não pode ser inicialmente gerar riqueza para si. O 
objetivo deve ser alcançar aquilo que, para cada sociedade, para cada Estado, 
seja concebido como o conjunto das necessidades públicas. 
 
Nossa Constituição é daquelas mais recentes, que arrola quais são seus 
objetivos fundamentais, as necessidades da sociedade, do povo brasileiro. E, 
dentre eles, não encontramos a geração de riquezas individuais. 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 6 
É por isso que muitos de nossos governantes são criticados quando 
desenvolvem excelentes medidas de apoio às grandes empresas e instituições 
financeiras, sem exigir qualquer contrapartida, sem sequer lhes exigir limites de 
demissões. 
 
De nada adianta um país com empresas fortes, se as pessoas estão famintas, 
falecendo de suas necessidades principais. É por isso que a questão financeira é 
apenas instrumento para o atendimento das necessidades públicas. Trocando 
em miúdos: o Estado não pode ter objetivo de lucro, aliás, o lucro não é 
desejado, ele é um defeito – resultado de gastos públicos devidos, mas não 
realizados, ou de arrecadação maior do que a necessária. 
 
E a terceira característica é atividade de conteúdo econômico, que é capaz de 
diferenciar o Direito Financeiro do Direito Administrativo. No Direito 
Administrativo, estudam-se as atividades do Estado como um todo. Aqui, 
somente aquilo que corresponde à obtenção de recursos para a realização dos 
gastos voltados ao atendimento das necessidades públicas. 
 
E dessas características podemos extrair os objetos da atividade financeira do 
estado: a receita e o crédito públicos, a despesa pública e o orçamento público. 
Os dois primeiros constituem os ingressos – obtenção de recursos necessários. 
A receita é o ingresso que se incorpora ao patrimônio público, e o ingresso é o 
recurso que não se incorpora ao patrimônio público, logo deverá ser restituído à 
sua fonte. 
 
A despesa pública é o gasto do dinheiro público, é o dinheiro saindo das contas 
do tesouro. E o orçamento é, por fim, o mecanismo que torna isso possível, 
uma vez que é ele a lei, emanada do poder legislativo, que autorizará o 
exercício da atividade financeira do estado. 
 
E ao que corresponde o Direito Tributário? 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 7 
Ora, aqui não é novidade. É do que temos tratado nesta disciplina até agora! É 
o estudo das regras relativas à instituição, à fiscalização e à cobrança dos 
tributos. 
 
A instituição corresponde à competência tributária – poder de legislar 
instituindo tributos. E a fiscalização e a cobrança correspondem à capacidade 
tributária ativa. 
 
Então, por que razão o que vamos estudar cuida mais de Direito Financeiro do 
que de Direito Tributário? Tenho uma chave para facilitar a sua conclusão! 
Quando você estiver diante de uma situação que cuide do patrimônio do estado 
sem qualquer relação com a sua origem, origem que seja necessariamente do 
patrimônio de outro, obtida decorrente do poder de império e através de lei, 
estamos diante de algo que deve ser objeto do Direito Financeiro. Se, por outro 
lado, a situação tratar de um conflito entre o Estado e um particular, ou alguém 
qualquer que esteja devendo um pagamento ao Estado – pagamento fundado 
em seu poder de império – estaremos diante do Direito Tributário. 
 
E de que trata o tema desta aula? Da relação “intra”-Estado ou “extra”? Qual 
questão afeta ao próprio patrimônio estatal ou ao nosso patrimônio? Ora, o 
nosso estudo nesta área se debruça sobre o dinheiro público e a quem ele cabe 
depois de arrecadado. Trata de transferências obrigatórias que cada ente 
federativo deve fazer a outro. Assim, no estudo do Direito Financeiro, trata de 
um gasto público – para aquele que arrecadou e terá que transferir ao outro – 
e de uma receita pública – para aquele que permanecerá com o recurso. 
 
Conceito e funções da repartição de receitas tributárias 
Conceito 
Esse sistema “é a ‘entrega’ de parcela da arrecadação aos demais 
entes federativos” (CARNEIRO, 2012, p. 369). 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 8 
Assim é que a arrecadação da União é bem maior que a arrecadação dos 
estados e municípios; a dos estados maior que a dos municípios. Então, 
determina a Constituição que eles dividam entre si o produto daquilo que 
arrecadarem, sempre do ente “maior” para o ente “menor”. 
 
Essa repartição está nos Artigos 157 a 162 da Constituição. Se você verificar, a 
distribuição é praticamente só de impostos. Não sei se você já sabe, ou 
consegue deduzir o motivo. Esse é o tributo que possui, como elemento 
diferenciador, não possuir destinação específica; assim, é possível dividir entre 
os entes federativos. Claro! Se houvesse destinação, qualquer divisão poderia 
prejudicar a respectiva despesa. 
 
Essa repartição merece controle de todos os entes federativos, de tal forma que 
a Constituição determinará a publicação da receita que foi repartida até o 
último dia do mês subsequente. 
 
Formas de repartição das receitas tributárias 
Introdução 
A doutrina majoritária divide as formas de repartição em dois grupos: direta e 
indireta. Entretanto, para sermos mais detalhistas, vamos traçar ainda mais 
uma subdivisão na tentativa de apresentarmos um trabalho sempre minucioso. 
A repartição de receitas pode ser dividida em três espécies: direta 
propriamente dita, direta por retenção e indireta ou por fundos. 
 
Direta propriamente dita: Temos a forma mais elementar e simplista de 
repartição. O ente federativo competente institui e arrecada o tributo; em 
seguida, ele retira um percentual determinado pela Constituição e entrega ao 
ente federativo destinatário. 
 
Essa forma merece um controle maior por parte dos destinatários, uma vez que 
pode haver conflito entre os entes federativos relativamente à prestação de 
contas quanto ao efetivamente arrecadado. É por esse motivo que vimos 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 9 
anteriormente a regra do Artigo 162, que estabelece o dever de transparência 
do ente arrecadador. 
 
a.1) No Artigo 157, encontramos as transferências constitucionais obrigatórias 
da União para os estados. O inciso II trata da transferência de 20% do produto 
da arrecadação do imposto residual. Assim, se a União decidir instituir um 
tributo, deverá transferir 1/5 do que arrecadar para os estados. Até hoje a 
União não criou nenhum imposto novo, portanto, essa transferência não se 
efetivou. Os estudiosos apontam a existência dessa regra como a causa para a 
União não ter exercido essa competência,e há nisso certa razão. 
 
Hoje o tributo que mais cresce em novidade é a contribuição especial. A União 
vem nos últimos anos criando várias contribuições. A rigor, as contribuições 
geram um maior controle por possuírem necessariamente destinação específica. 
Isso engessa, de certa forma, o executivo, que deve ficar preso quanto ao 
gasto destas. Por outro lado, sobre as contribuições, à exceção da Cide 
combustíveis, não incide regra de repartição, o que faz com que todo o trabalho 
e custo arrecadatório se reverta exclusivamente em favor da União. 
 
a.2) No Artigo 153, §5º, I, da CR, encontramos a regra que determina a 
repartição direta do produto da arrecadação do IOF sobre o ouro, como ativo 
financeiro, da União para os estados, e, no inciso II, a transferência da União 
para os municípios. Em verdade, esse imposto tem notável função extrafiscal. 
Senão, qual seria o interesse que a União teria em instituí-lo para fiscalizá-lo e 
cobrá-lo sem qualquer proveito? Sim. Do total arrecadado, 30% pertence aos 
estados e 70% aos municípios. A União não permanece com nada. Todo o 
produto arrecadado é entregue a estados e municípios. 
 
a.3) No Artigo 159, II, e, §3º, a Constituição regula a transferência da União 
para os estados de 10% do produto da arrecadação do IPI relativamente às 
exportações (se houver). Os estados também deverão repartir o que recebem 
da União, entregando ¼ aos municípios. Sendo assim, à União, caberá 90%, 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 10 
aos estados 7,5%, e aos municípios 2,5% do produto da arrecadação do IPI 
sobre as exportações. Há, por assim dizer, uma dupla transferência. 
 
a.4) No Artigo 159, III, é determinada a repartição entre União e estados de 
29% do produto da arrecadação da Cide combustíveis que deverá ser aplicada 
em financiamento de programas de infraestrutura de transportes. Por sua vez, 
nem tudo caberá aos estados, que entregarão aos municípios ¼ do que lhes 
couber também aos municípios, conforme previsão expressa no §4º do mesmo 
artigo. Assim, para simplificar, a União fica com 71%, os estados com 21,75% 
e os municípios com 7,25%. 
 
a.5) Outra forma de repartição direta é a transferência do ITR da União para os 
municípios. A União transfere aos municípios a metade do que arrecadar. Aqui 
estamos tratando da hipótese em que o município prefere não firmar convênio 
para fiscalizar e cobrar pessoalmente. A hipótese em que a capacidade 
tributária ativa é transferida para o município será vista na hipótese de 
repartição direta por retenção. 
 
a.6) Dos estados para os municípios temos a transferência de metade do 
produto da arrecadação do IPVA. Daí, podemos verificar o interesse dos 
municípios na fiscalização desse tributo. Aliás, é por esse motivo que o veículo 
vem a ser licenciado no município, pois a divisão é feita em função dessa 
divisão. 
 
a.7) Também dos estados para os municípios, temos a repartição do ICMS 
entre ambos: aqueles ficam com 75% e estes com 25%. A parcela que é 
transferida aos municípios será dividida de duas formas: três quartos, no 
mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação 
de mercadorias e nas prestações de serviços realizadas em seus territórios; e 
até um quarto, conforme lei estadual. 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 11 
Algumas leis dividem a parcela dos municípios segundo critérios de proteção ao 
meio ambiente. É o chamado ICMS ecológico ou ICMS verde. Ele pode servir 
para estimular a conservação da biodiversidade, considerando o percentual de 
áreas de conservação nos territórios dos municípios, por exemplo. O ICMS 
ecológico nada mais é do que o conjunto de critérios ambientes utilizados para 
determinar a participação de cada município em parcela do ICMS arrecadado 
pelo estado onde está localizado. Ao final, sugerimos uma atividade para que 
você possa conhecer melhor essa novidade. 
 
Direta por retenção: O próprio destinatário do tributo é encarregado de sua 
arrecadação, quer por haver delegação da capacidade tributária ativa, quer por 
estarmos diante de uma hipótese de responsável por substituição quando 
tratamos de tributo retido na fonte. 
 
Destacamos essa hipótese, pois ela gera um problema que é a quem direcionar 
a ação quando há uma retenção indevida. Deve ser direcionada ao arrecadador 
ou ao ente competente? Se, por um lado, o cumprimento das obrigações 
acessórias, como é o exemplo da declaração de ajuste anual do imposto de 
renda, deve se dar diretamente à União, por outro lado, na hipótese de 
repetição de indébito, a demanda é formada por quem teve o empobrecimento 
indevido (o contribuinte) e por quem teve o enriquecimento indevido (o ente 
federativo que fez a retenção). 
 
O STJ editou a súmula 447 que diz que “os Estados e o Distrito Federal são 
partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte 
proposta por seus servidores”. É claro que o mesmo entendimento deve ser 
aplicado nas outras hipóteses de repartição por retenção. 
 
b.1) Comecemos a analisar justamente esta primeira hipótese quanto ao 
imposto de renda que incumbe aos estados e municípios realizar a retenção 
como substitutos. Nessas hipóteses, o ente federativo competente é a União 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 12 
Federal, que vai legislar e determinar todos os aspectos da obrigação tributária 
relativa a ele. 
 
Porém, é sabido que quem faz o recolhimento do IR não é o próprio 
contribuinte quando a fonte pagadora é uma pessoa jurídica. Nesses casos, 
quem recolhe o tributo é a fonte. Bom, em relação a estados e municípios 
(inclusive suas autarquias e fundações), o imposto de renda resultado dessa 
retenção sobre as remunerações, ao invés de ser recolhido aos cofres do 
Tesouro Nacional, será retido na conta daquela fonte pagadora como forma de 
repartição por retenção. Isso pode ser conferido nos arts. 157, I, e 158, I, da 
CR. 
 
b.2) Outra hipótese que já foi vista pela metade é a prevista no inciso II do art. 
158 da CR. Vimos, como forma de repartição direta propriamente dita, que toda 
vez que a União fiscalizar e cobrar o ITR, metade dele será entregue ao 
município onde estiver localizado o imóvel. Mas como fica se o imposto for 
fiscalizado e cobrado pelo próprio município em hipótese de delegação de 
capacidade tributária ativa? 
 
Aliás, qual seria o interesse da União em transferir esse tributo? E qual seria o 
interesse do município em arcar com a arrecadação? Como vimos, para a 
União, esse tributo é extrafiscal e dá enorme trabalho arrecadar. Imagine para 
a União criar uma estrutura para fiscalizar cada propriedade rural no imenso 
território brasileiro. Então, na verdade, ele é muito mal fiscalizado. Imagine 
ainda mais que a alíquota varia em função não só do tamanho do imóvel, mas 
também da utilização. Isso significa dizer que a fiscalização deve ser constante, 
próxima ao contribuinte. Se isso não ocorrer, o tributo não cumpre a sua 
função e nem gera a arrecadação devida. 
 
Então, a União transfere ao município a arrecadação e este se incumbe de 
fiscalizar, o que satisfaz a União. Mas você pode se perguntar: o que o 
município ganha com isso? Simples. O município, a teor do art. 158, II, se não 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 13 
exercer a capacidade tributária ativa, ficará com metade do que a União 
arrecadar. Se o município exercer essa função, ele ficará com a totalidade do 
ITR arrecadado, em razão de repartição de receita de impostos direta por 
retenção. 
 
Indireta ou por fundos: Nesse caso, os tributos serão entregues a um fundo 
que será responsável por repartir de forma equitativa.c.1) O Fundo de Participação dos Estados recebe 21,5% do produto da 
arrecadação do IR e IPI. Lei Complementar, na forma do Artigo 161 da CR, 
determina como esses recursos serão distribuídos entre os estados. Essa é a LC 
nº 62/89, mas que teve dispositivos declarados inconstitucionais por não 
cumprir sua finalidade principal, ou seja, prever critérios para repartição 
adequados. Foi então que houve a aprovação da LC nº 143, de 17 de julho de 
2013. 
 
c.2) O Fundo de Participação dos Municípios recebe 22,5% do produto da 
arrecadação do IPI e do IR. Além disso, recebe também mais 1%, que será 
entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano. 
 
c.3) Há ainda fundos regionais, que receberão 3% da arrecadação do IPI e 
do IR, especialmente para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, 
sendo que a metade destes recursos deverá ser destinada exclusivamente ao 
semiárido do Nordeste. 
 
c.4) E, por fim, o Fundo de Compensação de Exportação, previsto no 
Artigo 159, II, da CR, para o qual serão destinados 10% do produto da 
arrecadação do IPI, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de 
produtos industrializados, limitado a 20% do montante, devendo eventual 
excedente ser distribuído entre os demais participantes. 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 14 
Vedações e autorizações para retenção das repartições de 
receitas tributárias 
Fundamento constitucional 
Em 1999, uma notícia trouxe o ex-Presidente Itamar Franco de novo ao centro 
do cenário político. Em janeiro daquele ano, o então Governador do Estado de 
Minas Gerais informou que estava se concedendo uma moratória, ou seja, que 
o Estado de Minas Gerais não honraria com seus débitos perante a União 
Federal. 
 
Em resposta, seu antigo aliado político, que pertenceu ao seu governo e 
responsável por implementar o Plano Real, Fernando Henrique Cardoso, 
realizou o bloqueio nas transferências intergovernamentais devidas pela União 
ao Estado de Minas Gerais. 
 
O Governador de Minas Gerais classificou aquele ato do Presidente da 
República como uma verdadeira “intervenção branca”. É claro que não se 
tratava de uma intervenção federal, pois o executivo não foi retirado de seu 
posto. O que ocorreu foi que o Estado de Minas Gerais, que já se encontrava 
em dificuldades financeiras, viu agravada sua condição. 
 
A resposta do Presidente da República foi simples e objetiva. 
 
“Um governo não é uma pessoa, é um ente público, e quando um governo 
assume um contrato, este contrato tem de ser mantido, qualquer que seja o 
governante”. Assim é que a medida adotada por ele, ao incrível que pareça, 
encontra respaldo na Constituição. 
 
A Federação 
E o que podemos extrair dessa discussão? Estamos diante de um dos valores 
mais altos de nosso país: a Federação. Veja que o governador de Minas Gerais 
chegou a falar até em “intervenção federal”. Intervenção federal é medida que 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 15 
excepciona a federação, pois retira do poder o chefe do executivo de um dos 
entes federativos por outro ente federativo. 
 
Para abordarmos melhor o tema, consideramos relevante estreitarmos o 
conceito de federação com o instituto da repartição de receitas, até para que 
você entenda como a medida adotada pelo ex-Presidente Fernando Henrique 
foi constitucional, mas como ela se apresenta como uma medida excepcional. 
 
A constituição de uma federação se dá pela existência de interesses comuns 
para ocupantes de um extenso território, mas que, por outro lado, são dotados 
de características locais ou regionais que os diferenciam. Essas características 
regionais ou locais podem ser de ordem cultural, mas também podem ser 
sociais ou econômicas. Assim é que estados e municípios necessitam de 
administração local que cuide de suas características e necessidades 
específicas. 
 
Por certo que, não somente por condições financeiras, diferenciam-se estados 
das cinco regiões do país. Os gastos e os instrumentos de arrecadação são 
diversos. A economia é diferente. Se, na Região Sudeste, atividades industriais 
e comerciais predominam, na Região Centro-Oeste, a atividade rural é a mais 
importante. Assim, os tributos arrecadados são distintos e os programas sociais 
e investimentos de governo também são distintos. 
 
Necessário é estar perto do cidadão para identificar essas características. A 
União não seria capaz disso. Por outro lado, nenhum estado, muito menos 
município, poderia arrecadar dos mais ricos para atingir o interesse de um 
reequilíbrio das diversas regiões do país. 
 
A arrecadação concentrada nas mãos do Governo Federal não se dão por 
exclusivos interesses políticos, como já vimos. No Brasil, as transferências 
correspondem a importante parcela das receitas dos estados e municípios. A 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 16 
arrecadação realizada pela União e a distribuição feita pelos estados e 
municípios pode importar em redistribuição de riquezas. 
 
Vedação de retenção de repasses 
Com certeza, já ficou claro para você que estamos diante de uma questão afeta 
ao pacto federativo. A divisão desses recursos é algo que pretende corrigir o 
federalismo assimétrico brasileiro. No Brasil, há entes federativos mais ricos em 
questões de impostos do que outros, como fica evidente quando comparamos a 
União com qualquer outro ente. 
 
É por isso que a Constituição deixa expresso, no Artigo 160, que é vedada a 
retenção desses recursos. A regra geral é esta: não pode um ente federativo 
pretender colocar o outro ente à sua dependência por via de bloqueio de 
repasses. Mas, veja, essa é a regra geral. Diga-se, por oportuno, que nenhum 
ente federativo pode criar condições outras para esse repasse. O Estado de 
Sergipe, por exemplo, quis estabelecer condições, e o STF se pronunciou neste 
sentido: 
 
“Constituição do Estado de Sergipe. ICMS. Parcela devida aos Municípios. 
Bloqueio do repasse pelo Estado. Possibilidade. É vedado ao Estado impor 
condições para entrega aos Municípios das parcelas que lhes compete na 
repartição das receitas tributárias, salvo como condição ao recebimento de seus 
créditos ou ao cumprimento dos limites de aplicação de recursos em serviços de 
saúde (CF, Artigo 160, parágrafo único, I e II). Município em débito com o 
recolhimento de contribuições previdenciárias descontadas de seus servidores. 
Retenção do repasse da parcela do ICMS até a regularização do débito. 
Legitimidade da medida, em consonância com as exceções admitidas pela CF.” 
(ADI 1.106, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-9-2002, Plenário, DJ de 
13-12-2002.) 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 17 
Exceções para retenção de repasses 
Aqui, não fugimos à máxima “toda regra tem uma exceção”. E não é somente 
uma, são duas. Antes de falarmos dessas exceções, vamos deixar claro que são 
somente essas. 
 
O primeiro argumento, que inadmite outras exceções, é uma questão de 
hermenêutica. Normas excepcionais devem ser interpretadas de forma 
restritiva. Exceção se interpreta restritivamente, para que não se torne a regra, 
para que não seja mais do que uma exceção. 
 
O segundo argumento é o de que tratamos de norma constitucional que trata 
algo que pode colocar em risco o pacto federativo. E sobre esse ponto é claro 
que não pode haver sequer proposta de emenda constitucional, como deixa 
claro o Artigo 60, § º, I, da CR. 
 
Antes, contudo, de verificarmos as hipóteses previstas na Constituição, 
necessário se faz chamar a atenção para hipótese prevista no Artigo 11, 
parágrafo único, da LC nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal. Quando 
essa lei foi publicada,houve uma ação direta de inconstitucionalidade, 
alegando-se que cuidava de uma hipótese de retenção ali determinada fora 
daquelas que vamos ver autorizadas na Constituição. 
 
A norma não foi declarada inconstitucional pois, a bem da verdade, as 
transferências que estavam vedadas naquela lei não eram transferências 
obrigatórias, das que vimos acima, mas, sim, transferências voluntárias. E esse 
bloqueio não foi proibido. O objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal foi vedar 
que um ente federativo se constituísse em dependente das benesses de outro 
ente. Assim foi a decisão: 
 
"Medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade. LC 101, de 4-5-2000 
(Lei de Responsabilidade Fiscal). MP 1.980-22/2000. (...) LC 101/2000. Vícios 
materiais. Cautelar indeferida. (...) Artigo 11, parágrafo único: por se tratar de 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 18 
transferências voluntárias, as restrições impostas aos entes beneficiários que se 
revelem negligentes na instituição, previsão e arrecadação de seus próprios 
tributos não são incompatíveis com o Artigo 160 da CF." (ADI 2.238-MC, Rel. p/ 
o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 9-8-2007, Plenário, DJE de 12-9-2008). 
 
Das hipóteses 
Conheça as possibilidades hipotéticas de bloqueio: 
1ª hipótese 
A primeira hipótese que autoriza o bloqueio diz respeito à garantia dos créditos 
do ente que está repassando o tributo. Curiosamente, aqui vemos que alguns 
julgadores do TRF da 4ª Região teria exercido a opção pela teoria dualista que 
veremos na primeira aula da próxima disciplina. Segundo essa teoria, apesar de 
a obrigação tributária nascer com o fato gerador, o crédito tributário nasce 
somente com o lançamento. Nesse sentido, há julgados que somente admitem 
o bloqueio do repasse, em se tratando de crédito tributário, após o devido 
lançamento. É o que você pode ler no AMS 1999.71.005108-0 da 1ª Turma do 
TRF da 4ª Região. Mas isso não é pacífico. 
 
Outro ponto importante é que cuidamos de créditos de outro ente federativo ou 
sua autarquia. Significa dizer que, se há crédito de uma sociedade de economia 
mista ou empresa pública, não poderá ser garantido com esse instrumento. 
Nesse sentido, por evidente, já se posicionou o STF: "Contraria a essência do 
Direito Público a representação do município por pessoa jurídica de direito 
privado. (...) Discrepa, a mais não poder, da Lei Fundamental a retenção e a 
compensação de verbas municipais com débito de energia elétrica perante a 
sociedade de economia mista“. (RE 396.989, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgamento em 4-10-2005, Primeira Turma, DJ de 3-3-2006). 
 
2ª hipótese 
A segunda hipótese é para o cumprimento do disposto no Artigo 198, § 2º, II e 
III, da CR. Aqui temos a questão relativa aos percentuais da arrecadação em 
ações e serviços públicos de saúde previstos no orçamento, na Lei 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 19 
Orçamentária Anual. O problema, durante muito tempo, era a questão relativa 
ao que eram os gastos mínimos com saúde. A LC nº 141/2012 cuidou de 
estabelecer esses critérios. 
 
E para concluirmos esta aula com algo bastante intrigante, esse é um 
mecanismo que tenta dar alguma efetividade à regra do Artigo 198 da CR. Isso 
porque, em caso de falta de previsão de gastos mínimos com educação e saúde 
no orçamento, o que pode ser feito é buscar a declaração de 
inconstitucionalidade da Lei Orçamentária Anual. Alcançando esse objetivo, 
faltará elaborar uma nova lei orçamentária para aquele ano. Se a nova lei 
orçamentária vier com a mesma falha, a solução é iniciar o processo 
novamente, tantas vezes quantas o fato se repetir. Então, não é solução! O 
mecanismo é forçar o administrador a fazer essa previsão, cortando seus 
recursos. Quem paga é o cidadão. 
 
Atividade proposta 
Acesse o site que trata do ICMS ecológico http://www.icmsecologico.org.br/ e 
identifique como os Estados podem utilizar a repartição de receitas tributárias 
como forma de estimular os Municípios a realizar investimentos relativos à 
proteção do meio ambiente. 
 
Chave de resposta: Os Estados que possuem o ICMS ecológico são: Acre, 
Amapá, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, 
Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, 
Paraná e Rio Grande do Sul. 
 
Os Estados que não possuem o ICMS ecológico são: Roraima, Amazonas, 
Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, 
Distrito Federal e Santa Catarina. 
 
Em 1996, foi considerado pela Fundação Getúlio Vargas, uma das cem 
experiências mais importantes em administração pública no Brasil. Ainda no 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 20 
mesmo ano, foi considerada pelo Ministério do Meio Ambiente, uma das cem 
experiências exitosas em gestão ambiental para o desenvolvimento sustentável, 
na Rio + 5. 
 
Um ano após, em 1997, ganhou o prêmio Henry Ford de Conservação 
Ambiental, na Categoria “Negócios em Conservação”, organizado pela 
Conservação Internacional do Brasil – CI, com apoio da Ford do Brasil Ltda. 
 
Mais recentemente, em 2008, a edição de n.º 2.077 da revista Veja promoveu 
o encontro de diversas personalidades para discutir e propor ações para um 
Brasil melhor e, no rol de 40 prioridades totais, no tópico ambiental teve 
destaque o ICMS Ecológico como mecanismo de premiação às prefeituras pela 
preservação ambiental. 
 
Aprenda Mais 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre os assuntos discutidos até agora, assista ao 
vídeo sobre o fundo de participação dos estados, disponível em 
nossa galeria de vídeos. 
 
Para conhecer mais sobre as possibilidades de bloqueio do Fundo de 
Participação dos Estados, leia a artigo disponível em nossa biblioteca 
virtual. 
 
 
Referências 
ÁVILA, Humberto. Sistema Constitucional Tributário. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2012. 
CARNEIRO, Claudio. Curso de Direito Tributário e Financeiro. 4. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 21 
TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de Direito Constitucional, Financeiro e 
Tributário. v. 1. Rio de Janeiro: Renovar, 2009. 
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz 
da doutrina e da jurisprudência. 15. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
2013. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
De acordo com o que estabelece a Constituição Federal, o IPVA é tributo de 
competência estadual e 50% de sua receita deve ser repassada aos municípios, 
observados os critérios constitucionais para isto. 
Nesse sentido, considere: 
I. As atribuições do Estado do Rio de Janeiro para arrecadar o crédito tributário 
do IPVA e para fiscalizá-lo são delegáveis aos municípios fluminenses, 
relativamente aos veículos neles licenciados. 
II. A competência do Estado do Rio de Janeiro para instituir o IPVA é delegável 
aos municípios fluminenses, em cujos territórios os proprietários de veículos 
tenham seus domicílios. 
III. Caso o Estado do Rio de Janeiro decida por não exercer sua competência 
tributária, tal fato só deferirá esta competência aos municípios fluminenses que 
tiverem veículos licenciados em seus territórios. 
IV. O Estado do Rio de Janeiro tem competência legislativa plena em relação ao 
IPVA, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal e na 
Constituição Estadual Fluminense. 
V. O fato de os municípios fluminenses terem direito a receber 50% da receita 
do IPVA não retira a competência do Estado do Rio de Janeiro para legislar 
sobre este imposto, mas permite o compartilhamento da atividade legislativa 
em relação às obrigações tributárias acessórias. 
Com baseno CTN, está correto o que se afirma APENAS em: 
a) IV e V 
b) I e II 
c) III e V 
d) II e III 
e) I e IV 
 
Questão 2 
No que tange à repartição das receitas tributárias, o tributo cujo produto da 
arrecadação não sofre nenhum tipo de divisão é o imposto: 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 22 
a) Sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação. 
b) De renda e proventos de qualquer natureza. 
c) Sobre produtos industrializados. 
d) Sobre a propriedade predial e territorial urbana. 
e) Sobre a propriedade de veículos automotores. 
 
Questão 3 
A respeito da repartição da receita tributária, assinale a opção correta. 
a) Nenhum imposto municipal sofre repartição do tributo de sua 
arrecadação. 
b) Todos os impostos estaduais têm o produto de sua arrecadação 
repartidos. 
c) Cinquenta por cento do produto da arrecadação dos impostos sobre 
importação e exportação pertencem aos estados, conforme a origem. 
d) Segundo o STJ, quando um servidor público estadual pretende obter 
isenção de imposto de renda retido na fonte, a União deve ocupar o polo 
passivo de eventual demanda judicial, haja vista ser o ente competente 
para instituí-lo. 
e) O município tem direito a 25% do produto da arrecadação do IPVA de 
veículos licenciados em seu território. 
 
Questão 4 
O tributo cuja receita não se submete a repartição de natureza constitucional é 
o imposto sobre: 
a) Circulação de mercadorias e serviços. 
b) Produtos industrializados. 
c) Importação de produtos estrangeiros. 
d) Propriedade territorial rural. 
e) Propriedade de veículos automotores. 
 
Questão 5 
Em nosso sistema tributário, em termos de distribuição de receitas: 
a) Estados e Municípios não participam da arrecadação de contribuições 
sociais. 
b) Somente a União participa da arrecadação da CIDE. 
c) Somente a União e os Estados participam da arrecadação da CIDE. 
d) A União, os Estados e Municípios participam, em condições de igualdade, 
da arrecadação da CIDE. 
e) A União, os Estados e Municípios participam da arrecadação da CIDE, 
cabendo à União um maior percentual. 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 23 
 
Questão 6 
Assinale a opção correta a respeito da repartição das receitas tributárias. 
a) Apesar de constar no texto constitucional a expressão repartição das 
receitas tributárias, a CF prevê apenas a repartição dos impostos 
arrecadados, excluídos da repartição os demais tributos. 
b) As receitas tributárias devem ser repartidas sempre, de forma direta, 
entre as pessoas políticas destinatárias, sendo expressamente vedado na 
CF o repasse a qualquer fundo de participação vinculado aos entes 
federativos. 
c) Pertencem aos municípios cinquenta por cento do produto da 
arrecadação do imposto do estado sobre a propriedade de veículos 
automotores licenciados em seu território. 
d) A determinação constitucional de repartição das receitas tributárias 
infirma o pacto federativo. 
e) De acordo com o princípio federativo adotado pela CF, a União, os 
estados, o DF e os municípios deverão realizar repasses e repartir suas 
respectivas receitas tributárias. 
 
Questão 7 
Com relação às normas de repartição das receitas tributárias, assinale a opção 
incorreta. 
a) No sistema tributário brasileiro, a repartição das receitas tributárias 
abrange os impostos e a contribuição de intervenção no domínio 
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de 
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool 
combustível (CIDE- combustíveis). 
b) Ao Distrito Federal pertence a metade do produto do imposto de renda 
incidente na fonte sobre os rendimentos pagos, a qualquer título, por 
ele, por suas fundações públicas e autarquias. 
c) Se determinado município optar por fiscalizar e cobrar o imposto sobre a 
propriedade territorial rural (ITR), de competência da União, este não 
poderá implicar redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia 
fiscal, e a integralidade do produto de sua arrecadação caberá ao 
município. 
d) A Constituição Federal determina que metade dos recursos do fundo 
para os programas de financiamento ao setor produtivo das regiões 
Norte, Nordeste e Centro-Oeste que forem destinados à região Nordeste 
será assegurada ao semi-árido nordestino. 
e) Se a União decidir exercer a sua competência residual, ela deverá 
entregar aos Estados 20% do produto da arrecadação oriunda deste. 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 24 
Questão 8 
Assinale a opção que indica a forma em que deve ser partilhado o produto da 
arrecadação do IOF incidente sobre o ouro, quando esse for definido em lei 
como ativo financeiro ou instrumento cambial. 
a) 50% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem 
e 50% para o município de origem. 
b) 70% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem 
e 30% para o município de origem. 
c) 30% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem 
e 70% para o município de origem. 
d) 20% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem 
e 80% para o município de origem. 
e) 40% para o estado, o Distrito Federal ou o território, conforme a origem 
e 60% para o município de origem. 
 
Questão 9 
Os Municípios podem optar, na forma da lei, desde que não implique redução 
do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal, pela fiscalização e 
cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR), relativamente aos imóveis neles 
situados, caso em que, do produto da arrecadação do referido imposto, terão 
direito a: 
a) Vinte e dois e meio por cento. 
b) Vinte e cinco por cento. 
c) Trinta por cento. 
d) Cinquenta por cento. 
e) Totalidade. 
 
Questão 10 
A remuneração que os Municípios pagam a seus servidores está sujeita à 
incidência do Imposto sobre a Renda retido na fonte (IR-Fonte). Assinale a 
alternativa que indica o ente público ao qual pertence o produto da arrecadação 
do IR- Fonte nesse caso específico. 
a) Ao Município que efetua o pagamento da remuneração. 
b) À União. 
c) Ao Estado em que está situado o Município que efetua o pagamento da 
remuneração. 
d) Metade à União e metade ao Município que efetua o pagamento da 
remuneração. 
e) A União, os Estados e Municípios em quotas iguais. 
 
Questão 11 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 25 
A repartição das receitas tributárias é uma regra de relevo constitucional que 
cuida do pacto federativo. Assim cria as chamadas transferências obrigatórias 
que não podem deixar de ser repassadas salvo poucas exceções. Dentre as 
exceções se encontra: 
a) Garantia de créditos da Administração Direta e Indireta. 
b) Garantia de créditos do ente federativo e de suas autarquias. 
c) Garantia de créditos do ente federativo. 
d) Garantia de destinação justa de recursos públicos. 
e) Garantia de prestação de contas ao TCE. 
 
Questão 12 
Avalie as assertivas abaixo e indique as opções corretas. 
I – o repasse das transferências pode ser livremente bloqueado quando se trate 
de transferências voluntárias 
II – o bloqueio das transferências voluntárias pode ser estabelecido na 
Constituição Estadual no que tange às transferências do Estado para os 
Municípios 
III – o bloqueio das transferências obrigatórias é regulado exclusivamente pela 
Constituição 
IV – o bloqueio das transferências poderá depender dos gastos com educação 
a) Nenhuma afirmativa é correta 
b) Apenas a afirmativa I é correta 
c) Apenas a afirmativa II é incorreta 
d) Apenas a afirmativa IIIé correta 
e) Todas as afirmativas são corretas 
 
Questão 13 
Analise as afirmativas abaixo e indique a correta. 
a) A transferência de receitas intergovernamentais se presta a reequilibrar a 
distribuição de rendas na federação. 
b) A transferência voluntária não se submete a nenhuma condição legal. 
c) A transferência obrigatória pode se dar do Município para o Estado. 
d) O bloqueio é medida excepcional que somente pode ser realizado nas 
hipóteses previstas na Constituição, por se constituir em verdadeira 
quebra do pacto federativo. 
e) O Artigo 160 pode ser livremente emendado pois não trata de hipótese 
que a Constituição erige à qualidade de cláusula pétrea. 
 
Questão 14 
Os maiores devedores da União e de sua autarquia federal – INSS são os 
Municípios. É possível que se utilizem de qual instrumento de cobrança: 
a) Bloqueio das transferências intergovernamentais 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 26 
b) Intervenção do estado no município 
c) Expropriação de imóveis públicos 
d) Penhora on line 
e) Incorporação do município 
 
Questão 15 
As parcelas dos fundos de participação podem ser bloqueadas ante a 
inadimplência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios junto ao 
governo federal e suas autarquias, bem como para cumprimento do disposto no 
Artigo 198, § 2º, incisos II e III da Constituição Federal. Esse bloqueio encontra 
respaldo no parágrafo único do Artigo 160 da CF, com a redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 29/2000. 
O bloqueio e o desbloqueio – que se dá com a regularização da inadimplência 
ou o cumprimento do disposto no Artigo 198, § 2°, incisos II e III da CF – são 
da competência dos órgãos federais, entre os quais destacamos, exceto: 
a) Órgãos regionais da Secretaria da Receita Federal do Brasil, quanto aos 
débitos relativos ao Pasep. 
b) Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, quando se tratar de débitos 
inscritos na dívida ativa da União. 
c) Instituto Nacional do Seguro Social, com relação aos débitos 
previdenciários. 
d) Tribunais de Contas, quando forem verificadas irregularidades ou nos 
casos de descumprimento de suas determinações, relativas ao Artigo 198 
§2º. 
e) Pagamento de débitos para com Furnas no que tange ao fornecimento 
de energia elétrica. 
 
 
Aula 4 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - E 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 155, III, e Artigo 158, III, da 
Constituição e Artigo 7º do CTN. 
 
 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 27 
Questão 2 - D 
Justificativa: Resposta fundada nos arts. 157 a 162 da Constituição que não 
preveem qualquer repartição de tributo municipal, o que decorre da lógica que 
fundamenta a repartição. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: Resposta fundada na interpretação dos arts. 157 a 162 e na lógica 
do sistema de repartição de receitas que retira dos entes federativos maiores 
para aqueles mais próximos do contribuinte. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: Resposta fundada nos Artigo 157 a 159 da Constituição que só 
preveem a transferência dos outros tributos. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 159 da Constituição que traz uma 
exceção à regra de que somente os impostos possuem transferências 
obrigatórias. 
 
Questão 6 - C 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 158 III da Constituição. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 158 I da Constituição, a destinação é 
da totalidade. 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 153 §5º da Constituição. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 158 II da Constituição. 
 
 
 SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 28 
 
Questão 10 - A 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 158 I da Constituição. 
 
Questão 11 - E 
Justificativa: Resposta fundada no parágrafo único do Artigo 160 da 
Constituição. 
 
Questão 12 - C 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 160 da Constituição. 
 
Questão 13 - D 
Justificativa: Resposta fundada em conceitos doutrinários, que estabelecem a 
relação entre federação e repartição de receitas. 
 
Questão 14 - E 
Justificativa: Resposta fundada no Artigo 160 da Constituição. 
 
Questão 15 - E 
Justificativa: Resposta fundada no parágrafo único do Artigo 160 da 
Constituição.

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