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Direito Coletivo (aula)

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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
 
 
01 – DIREITO COLETIVO 
 
 O Direito Coletivo é o segmento do Direito do Trabalho que regula a 
organização sindical, a negociação coletiva e os instrumentos normativos decorrentes, bem como a 
representação dos trabalhadores na empresa e a greve. 
 
 Ele é construído por relações jurídicas entre pessoas teoricamente 
equivalentes, já que envolve os empregadores – diretamente ou por meio de seus sindicatos – e os 
empregados, sempre representados pelos sindicatos da categoria profissional. 
 
 
02 – DA ORGANIZAÇÃO SINDICAL 
 
 A organização sindical está divida nos seguintes órgãos: 
 
A – SINDICATO: é a associação de pessoas físicas ou jurídicas que exercem atividades 
profissional idênticas, similares ou conexas, para defesa dos interesses individuais e coletivos da 
categoria (art. 511, CLT) 
B – FEDERAÇÕES: são entidades sindicais de grau superior e nível estadual, formadas por, no 
mínimo, CINCO sindicatos, representantes da maioria absoluta do grupo de atividades ou 
profissões (art. 534, CLT) 
C – CONFEDERAÇÕES: são entidades sindicais de nível superior e nível nacional, sendo 
constituídas por, no mínimo, TRES federações, e sempre com sede em Brasília. São formadas, 
geralmente, por ramo de atividade (industria, comércio....) (art. 535, CLT). 
 
 O Direito Coletivo possui alguns princípios que lhe são peculiares: 
 
A – PRINCÍPIO DA LIBERDADE SINDICAL: este princípio prega a completa ausência de 
intervenção Estatal nos sindicatos e nos indivíduos a eles associados, havendo completa liberdade 
de fundação, organização, filiação, administração e atuação das entidades sindicais, nos termos do 
ART. 8º, inciso I e V, da CF. 
B – PRINCÍPIO DA AUTONOMIA COLETIVA PRIVADA: O sindicato tem autonomia para firmar 
normas coletivas com força de verdadeiras leis, a serem aplicadas nas relações trabalhistas, em 
decorrência do princípio da autonomia coletiva privada, nos termos do art. 8º, inciso VI e art. 7º, 
inciso XXVI, ambos da CF. 
C – PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SETORIAL NEGOCIADA: este princípio coloca aos sindicatos 
os limites que devem ser observados pelas normas coletivas, decorrentes de negociação feita entre 
os sindicatos ou entre o sindicato profissional e o empregador. 
 De fato, o sindicato está autorizado a negociar condições de trabalho mais 
benéficas aos empregados. Não obstante, somente em determinados casos pode fixar condições 
que levem prejuízo aos trabalhadores, sempre com justificativa e apenas nos casos permitidos pela 
própria legislação. 
D – PRINCÍPIO DA UNICIDADE SINDICAL: colocado pela CF, em seu art. 8º, inciso II, representa 
uma limitação ao próprio princípio da liberdade sindical, pois determina que só exista um sindicato 
representativo de cada categoria em determinado espaço territorial. 
 Este espaço territorial abrangido pelo respectivo sindicato e sobre o qual ele 
tem poderes de atuação é denominado base territorial e, muito embora fique à critério dos 
empregadores e trabalhadores definirem a base territorial de seus sindicatos, a mesma não pode 
ser inferior à área de um município. 
 
 O sistema sindical brasileiro é organizado por categorias, que podem ser 
definidas como o conjunto de pessoas com interesses profissionais ou econômicos em comum, 
decorrentes da identidade de condições ligadas ao trabalho ou à própria atividade econômica 
desempenhada. 
 
 Os trabalhadores são separados por categorias profissionais e para que 
um empregado integra a categoria profissional, basta prestar serviços a empregador cuja atividade 
esteja inserida em certo setor da economia, independentemente da função por ele especificamente 
desempenhada. EX: faxineira que trabalha em metalúrgica. 
 
 Já os empregadores são separados em categorias econômicas e para que 
ume empregador integre determinada categoria econômica é analisada a atividade preponderante 
do mesmo. 
 
 Quanto às categorias profissionais diferenciadas, com previsão expressa 
no art. 511, §3º, da CLT, são as mesmas formadas por empregados que exerçam profissões ou 
funções diferenciadas por força de estatuto ou em virtude das próprias peculiaridades da profissão. 
 
 Assim, para a existência de uma categoria diferenciada, há necessidade de 
existência de estatuto profissional especial que preveja a existência da categoria (secretárias) ou a 
existência de condições de vida diferenciadas dos demais profissionais (motoristas). 
 
 Assim, em um mesmo empregador pode existir o sindicato da categoria 
PREPONDERANTE, que é justamente aquele em que a maioria dos trabalhadores estão 
enquadrados, já que este é o sindicato da atividade econômica fim da empresa; bem como os 
sindicatos de categorias diferenciadas, que devem EXPRESSAMENTE ANUNCIAR A SUA 
EXISTÊNCIA e convocar a empresa para participação em sua negociação coletiva, sob pena de 
suas normas NÃO SEREM APLICÁVEIS aos trabalhadores enquadrados em sua categoria. Neste 
sentido é a Súmula 374, do TST: 
 
374. NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA. 
Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito 
de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no 
qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. 
 
 As categorias são formadas por trabalhadores ou empregadores que 
exerçam atividade idêntica, similar ou conexa. 
 
 Exercem atividades idênticas aqueles empregados ou empregadores que 
se prestem às mesmas atividades econômicas, ou que prestem serviços no mesmo setor da 
atividade econômica. 
 
 A categoria de atividade similar reúne atividades parecidas, semelhantes 
entre si (hotéis e restaurantes); já a categoria de atividade conexas é integrada por atividades que 
se complementam, exercidas com o mesmo fim (construção civil). 
 
 A Constituição Federal coloca, ainda, um segundo limite ao princípio da 
liberdade sindical, quando determina a obrigatoriedade do pagamento de uma contribuição ou 
imposto sindical, nos termos do art. 8º, inciso IV. 
 
 A referida contribuição já tinha previsão na própria CLT, em seu art. 578 e 
seguintes e apresente natureza jurídica tributária, tratando-se de contribuição de interesses das 
categorias profissionais e econômicas. 
 
 Esta contribuição é devida independentemente de manifestação de vontade 
ou concordância do trabalhador ou empregador, bem como da filiação ao ente sindical. O simples 
fato de se fazer parte da categoria profissional ou econômica, por exercer atividade inserida em 
determinado setor da economia, torna a contribuição sindical devida pelo trabalhador ou pelo 
empregador, nos termos do art. 549, da CLT. 
 
 A contribuição sindical corresponde, para os trabalhadores, à remuneração 
de um dia de trabalho e deve ser descontada em folha pelo empregador no mês de março. Se o 
indivíduo não está trabalhando, a contribuição será descontada no primeiro mês subseqüente ao 
da sua admissão em novo ou no mesmo emprego. 
 
 A contribuição dos autônomos e profissionais liberais corresponde a 30% do 
valor referencia fixado pelo próprio Poder Publico e deve ser recolhida no mês de fevereiro. Já a 
contribuição dos empregadores corresponde a um percentual de seu capital social e deve ser 
recolhida todo mês de janeiro. 
 
Além da contribuição sindical, existem ainda a contribuição assistencial, que 
tem fundamento no art. 513, alínea “e”, da CLT e que tem por finalidade custear as atividades 
essenciais dos sindicatos, como o custeio de sua participação em negociações coletivas. 
 
Esta contribuição é, geralmente, imposta por acordo ou convenção coletiva e, 
em tese, apenas poderia ser cobrada dos trabalhadores filiados, o que, na prática, não é 
respeitado, já que as previsões contidas em normas coletivas atestam que os não-filiados só não 
tem o valor destacontribuição descontado se apresentarem a conhecida “carta de oposição”. 
 
Tais cláusulas são abusivas e inconstitucionais como já pacificou 
entendimento do Tribunal Superior do Trabalho através do Precedente Normativo nº 119 e da OJ 
17, da SDC, que dispõem, respectivamente: 
 
Nº 119 CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE 
PRECEITOS CONSTITUCIONAIS - A Constituição da República, em 
seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e 
sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula 
constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa 
estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de 
taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, 
revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, 
obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as 
estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de 
devolução os valores irregularmente descontados. 
 
17. CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. 
INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO 
ASSOCIADOS. As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição 
em favor de entidade sindical, a qualquer título, obrigando 
trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre 
associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, 
portanto, nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os 
respectivos valores eventualmente descontados. 
 
Por fim, ainda existe a contribuição associativa, também chamada de 
mensalidade sindical, prevista no art. 548, alínea “b”, da CLT, devida apenas trabalhadores filiados 
do sindicato, sendo deles cobrada mensalmente. 
 
03 – CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS 
 
A – CONVENÇÃO: instrumento normativo pactuado entre o sindicato da categoria profissional e 
dos trabalhadores, com o objetivo de fixar condições de trabalho 
B – ACORDOS: instrumento normativo pactuado entre o sindicato profissional e uma ou mais 
empresas, objetivando estipular as condições de trabalho aplicáveis no âmbito da ou das empresas 
acordantes. 
 
 São requisitos de validade dos acordos e convenções: 
 
• - por escrito, sem rasuras ou emendas; 
• Número de vias equivalentes ao número de partes assinantes mais uma, para registro; 
• Assembléia geral específica para aprovação, com quorum de 2/3 em 1ª convocação e 1/3 
em segunda convocação (art. 612, CLT); 
• Designação das partes coniventes, prazo, categorias abrangidas e condições ajustadas; 
• Depósito e registro: em até OITO DIAS após a assinatura; 
• Vigência: em TRES DIAS da entrega na DRT; 
• Publicidade: em CINCO DIAS do depósito; 
• Prazo: máximo de DOIS ANOS 
 
 Conflitos: 
 
• Entre norma legal e norma coletiva: aplica-se a que for mais benéfica ao trabalhador 
(Princípio da Norma Mais Favorável) 
• Entre Normas Coletivas (por exemplo, entre acordo coletivo e convenção coletiva aplicáveis 
à trabalhadores de uma mesma empresa): existência de duas teorias 
I - TEORIA DA ACUMULAÇÃO: por esta teoria, o intérprete da 
norma deve extrair, de cada norma coletiva, as cláusulas mais 
benéficas, formando, praticamente, um terceiro instrumento 
normativo, apenas com as diretrizes mais favoráveis aos 
trabalhadores 
II - TEORIA DO CONGLOBAMENTO: por esta teoria, o 
intérprete da norma deve analisar, NO TODO, cada um dos 
instrumentos coletivos e, verificando qual deles é, EM SEU 
CONJUNTO, mais benéfico aos trabalhadores, aplica-lo. 
 
04 – GREVE 
 
 Greve é a paralisação coletiva e temporária do trabalho a fim de obter, pela 
pressão, as reivindicações da categoria. É regida pela Lei 7783/89 
 
 Cabe aos trabalhadores decidir sobre o momento do exercício do direito de 
greve e, quando o fazem, devem observar alguns requisitos: 
 
• - frustração da negociação coletiva: a greve só pode ocorrer após frustrada a tentativa de 
negociação coletiva; 
• Assembléia prévia: o sindicato deve convocar uma assembléia geral prévia à greve para 
definir quais as reivindicações e qual o momento de se entrar em greve; 
• Aviso prévio: o sindicato patronal e a empresa devem ser avisados com 48 de antecedência 
da paralisação; 
• Direito dos grevistas: emprego de meios pacíficos com a finalidade de fazer os 
trabalhadores aderirem à greve e arrecadar fundos; 
• Frustração do movimento: é vedado ao empregador tomar qualquer atitude que obrigue os 
trabalhadores a retornarem ao trabalho; 
• Livre adesão: vedação de meios que impeçam os trabalhadores de acessar seu local de 
trabalho; 
• Abuso do direito de greve: manutenção da greve após terminada a negociação coletiva, 
salvo se com a finalidade de exigir cumprimento de cláusula ou condição ou que seja 
motivada por fato novo; 
• Greve dos serviços essenciais: água, luz, combustível, transporte, lixo, telefone, saúde, 
serviço funerário, controle de tráfego aéreo, compensação bancária. Deve haver garantia 
dos sindicatos de que haverá prestação dos serviços essenciais, sem prejuízos à população 
e o prazo de aviso prévio é de 72 horas. 
 
05 – LOCKOUT 
 
 Lockout é a paralisação dos trabalhos ordenada pelo próprio empregador, 
com a finalidade de frustrar ou dificultar o atendimento das reivindicações dos trabalhadores ou 
para exercer pressão perante as autoridades para obtenção de vantagem econômica. 
 
 O lockout é proibido por lei e ficam garantidos os direitos dos trabalhadores – 
INTERRUPÇÃO DO CONTRATO.

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