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MONOGRAFIA DA KEZIA REVISADA

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FACULDADE DE MACHADINHO D` OESTE
KEZIA RODRIGUES CAMPOS
A IMPORTÂNCIA DO JOGO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Machadinho D’ Oeste
2013
FACULDADE DE MACHADINHO D` OESTE
KEZIA RODRIGUES CAMPOS
.
A IMPORTÂNCIA DO JOGO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Projeto de pesquisa apresentado a Faculdade de Matemática de Machadinho D’ Oeste-FAMAC, como parte parcial à obtenção ao titulo de licenciatura em Matemática.
 Professora/supervisora:Valdete Souza Portugal 
Machadinho D’ Oeste
2013
Kezia Rodrigues Campos
A IMPORTÂNCIA DO JOGO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Valdete Souza Portugal
Titulação-Instituição
____________________________
______________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
__________________________________________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
CONCEITO FINAL: ____________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos as pessoas que me ajudaram de alguma forma a concluir este curso, primeiramente a Deus e a minha família em especial aos meus pais que deram todo o apoio para chegar ate aqui. Aos meus filhos Bianca e Andre que foram sempre meus fiéis companheiros me incentivando durante o longo caminho que percorrido em busca do meu ideal.
AGRADECIMENTOS
 Agradeço a Deus por ter me dado saúde e aos meus familiares que me apoiaram durante todo o período em que tive de me ausentar para estar dedicando meu tempo nesta formação acadêmica. 
 Aos meus amigos que sempre me apoiaram. Para os meus professores e demais funcionários da instituição FAMAC, de Machadinho D’ Oeste, que não mediram esforços para que eu chegasse até aqui, me orientando, me aconselhando, compartilhando comigo seus conhecimentos, ações que foram decisivas para que eu não desistisse dessa empreitada. 
 Aos colegas de curso que vieram ampliar meu circulo de amizades. Enfim a todos, que de uma forma ou de outra participaram comigo de mais uma grande conquista.
RESUMO
O tema central desta monografia é a importância dos jogos no desenvolvimento da criança, pois é através de incentivos que a criança se sente motivada a buscar novos conhecimentos. Abordar-se-á história do jogo. Neste sentido, percebe-se que embora tendo concepções diferentes sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, os autores pesquisados são unânimes sobre a importância que o jogo tem no seu desenvolvimento psicomotor, foi pesquisado tópicos de autores que conceitua jogos. Conclui-se que o jogo explorado com criatividade em sala de aula é uma boa ferramenta pedagógica, tendo a convicção que o objetivo final será alcançado. 
Palavras – chave: Jogo. Desenvolvimento. Criança. Escola
 
ABSTRACT
The central theme of this monograph is the importance of games in child development, it is by encouraging the child feels motivated to seek new knowledge. It will address the history of the game. In this sense, we realize that although having different conceptions of cognitive development, the authors surveyed are unanimous on the importance that the game has in his psychomotor development was researched topics of authors who conceptualizes games. We conclude that the game explored creatively in the classroom is a good teaching tool, having the conviction that the ultimate goal will be achieved.
Words - Tags: Game. Development. Child.School
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………………..…08
2 ALGUMAS DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...............................................................................................................................10
2.1 A Figura dos Jogos para a Criança nas Primeiras fases da Vida....................10
2.2 Históricos de Jogo............................................................................................12
2.3 O Jogo e a Criança uma Síntese Histórica......................................................13
2.4 A Evolução do Jogo.........................................................................................17
3 CONCEPÇÃO DO JOGO NA VISÃO DE ALGUNS ESTUDIOSOS.................19
3.1 Teoria e Visão de Wallon.................................................................................19
3.2 A Concepção do Jogo na Visão de Vygotsky..................................................20
3.3 Concepção do Jogo na visão Piagetiana.........................................................21
4 O JOGO COMO AGENTE SOCIALIZADOR....................................................23
4.1 A Capacidade Simbólica do Jogo....................................................................24
4.2 As Regras do Jogo...........................................................................................25
5 JOGOS INFANTIS.............................................................................................27
5.1 Jogo na Aprendizagem....................................................................................28
5.2 O Jogo e o Desenvolvimento Infantil...............................................................32
5.3 O Jogo e o Desenvolvimento Integral da Criança...........................................38
5.4 O Jogo e o Desenvolvimento Afetivo..............................................................38
5.5 O Jogo e o Desenvolvimento da Fala.............................................................40
6 METODOLOGIA...............................................................................................42
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................43
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.........................................................................44
INTRODUÇÃO
 Sendo o jogo uma das atividades que mais desperta o interesse na criança, através desta pesquisa bibliográfica buscar-se-á relatar de que forma o jogo utilizado na disciplina de matemática poderá auxiliar esses pequenos indivíduos na sua formação educacional, orientando-os no seu desenvolvimento, onde se entende que o uso deste método pode vir a somar no aproveitamento de todas as disciplinas. Através do jogo, além da ajudar na socialização do saber, poderá ocorrer ainda uma maior interação entre os pares participantes das atividades propostas pelo professor, pois os mesmos estabelecem as regras que devem ser cumpridas no decorrer do jogo, levando a criança a ter uma disciplina no cumprimento de suas tarefas de forma agradável e criativa.
	Partindo deste ponto, levar a entender que aonde existe um conteúdo a ser trabalhado pode também existir um jogo que pode ser explorado como ferramenta pedagógica. É a partir de visões diferenciadas como a de Piaget e Vygotsky, poderá ser observado como estes autores relatam e desenvolvimento e a aquisição de novos conceitos, e quais as etapas que as crianças passam antes de chegar ao verdadeiro brincar e, saber respeitar as regras do jogo. Sendo possível partir do conhecimento da criança, da sua forma de interpretação da realidade, levado-a construir o seu próprio conhecimento, a partir de suas próprias atividades, onde o professor passa a agir como orientador do saber, inserido novos métodos didáticos que podem ser aproveitado ou adaptado da melhor maneira possível, onde a própria criança direciona o seu interesse nesta busca pelo novo.
O jogo é tão importante que utilizamos para nos referir ao brincar que é um vocábulo predominante na língua portuguesa quando se trata de atividade lúdica infantil, embora a criança não apenas joga, mas também se exercita. O jogo pode ser diagnosticado como uma forma lúdica de resgatar aspectos do pensamento matemático. Destaforma através dos muitos aspectos de um jogo, percebe-se que existe uma necessidade da aplicação destes métodos ser feitos de forma coerente, selecionando-os de acordo com a faixa-etária envolvida, e até podendo afirmar que das séries iniciais até a fase adulta o jogo tem suas funcionalidades, ajudando assim na construção do pensamento lógico-matemático e do pensamento espacial. Através deste trabalho de pesquisa no vocábulo Latino Iocus, entende-se que a palavra jogo significa: diversão, brincadeira. Pode-se dizer que a palavra jogo apresenta significados distintos uma vez que entendida desde os movimentos que a criança realiza nos primeiros anos de vida agitando os objetos que estão ao seu alcance, até as atividades mais ou menos complexas.
Formas variadas de atividades físicas ou mentais cuja a finalidade é a recreação, aliada por vezes com regras estabelecidas, em sua maioria com regras já aceitas, ou impostas pelos costumes ou peculiaridades locais. Esses jogos podem ser classificados em duas grandes categorias: jogos de movimento os de esforço físico e os sedentários, em que predomina a atividade mental. Na prática dessas duas formas de jogos pelos indivíduos, podem ser de muito valor, pelo fato de ser um estimulante para o desenvolvimento físico, social, mental e motor, pois os jogos trabalham o raciocínio, a estimativa, o cálculo mental, hipóteses e conjecturas atuando e desenvolvendo o pensamento científico.
O objetivo geral será desenvolver uma pesquisa que aborde a importância dos jogos no desenvolvimento da criança, focalizando a disciplina da matemática e outras. No decorrer de sua vida escolar e de como os jogos podem influenciar na sua vida adulta.
Os objetivos específicos: Entender a importância da utilização de jogos no desenvolvimento da criança no processo de ensino aprendizagem, identificar de que forma esse método pode influenciar a busca pelo conhecimento, podendo reconhecer os jogos como ferramenta pedagógica, conhecer a história dos jogos inseridos na educação desde sua origem. Poder analisar a participação do profissional da educação neste processo, reconhecer e analisar o entendimento de alguns estudiosos como: Piaget, Wallon, Vygotsky, e outros que tratam sobre a figura dos jogos e suas formas de interagir na formação psicomotora do indivíduo, é por fim, abordar alguns aspectos dos jogos como agente Socializador, em suas várias funções de atuação no comportamento do indivíduo, entre outros. 
Assim a realização deste trabalho de pesquisa bibliográfica se justifica, pela relevância que o mesmo traz aos futuros profissionais da educação, os quais poderão estar se familiarizando com esses novos métodos pedagógicos tão explorados hodiernamente, podendo ser pelo fato de se apresentarem como instrumentos motivadores para educação, principalmente a fase infantil. Ao concluir este trabalho, buscou-se apresentar algumas formas de compreensão e poder diagnosticar a possibilidade do desenvolvimento da criança através desse meio.
2 ALGUMAS DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1 A Figura dos Jogos para a Criança nas Primeiras fases da Vida
 Em relação à prática de jogos na educação infantil, os autores L. Rizzi e R.C.C Haydt, esclarecem que, o ressurgimento das pesquisas à respeito dos jogos, nos anos 70 foi, em grande parte, estimulado por Piaget em função da análise detalhada que fez sobre o jogo da criança, relacionando com seu desenvolvimento cognitivo. Para este autor, a atividade lúdica surge, primeiramente sob a forma de simples exercícios motores dependendo para a sua realização apenas da maturação do aparelho motor. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento. Esses exercícios têm valor porque as crianças os realizam para explorar e exercitar os movimentos do corpo, seu ritmo, cadência, e desembaraço ou então para ver o efeito que sua ação vai produzir. Ainda segundo Rizzi e R.C.C Haydt, embora os exercícios sensório-motor constituem a forma inicial do jogo na criança, eles não são específicos nos dois primeiros anos ou da fase de condutas pré- verbais. Ainda mais quando se trata de matemática, uma disciplina onde leva o aluno a ter algumas dificuldades na sua aprendizagem, se a mesma for apresentada de forma rígida e com cobranças.
 A definição de jogo segundo o dicionário Houaiss, (2003 p.400); 
 
 
1 – agitação: movimento, oscilação; 2 – aposta: lance, mão, parada, partida; 3 – ardil: astúcia, 4 – balanço: oscilação; 5 – brincadeira: folguedo, folia, reinação; 6 – coleção: conjunto; 7 – combate: certame, luta, peleja, pugna; 8 – diversão: divertimento; 9 – escárnio: grocejo, motejo, troça, zombaria; 10 – funcionamento: movimento; 11 – inconstância: capricho, instabilidade, irregularidade, variabilidade, volubilidade, constância, evariabilidade, regularidade; 12 – joguete: ludibrio; 13 – manejo: manobra, manuseio; 14 – movimento: destreza, habilidade, mobilidade; 15 – partida: certame, competição, espetáculo, peleja, jogo de cartas: carteado. 
 Com todas essas definições os jogos vêm sendo um instrumentos que se trabalhados de forma eficiente e objetiva pode vir a acrescentar e muito na formação da criança. 
 Os jogos reaparecem durante toda a infância, sempre que um novo poder ou uma nova capacidade são adquiridos. Por exemplo, a um cinco ou seis anos a criança realiza este tipo de exercício, ao pular com um pé só ou saltar dois ou mais degraus de uma escada; aos dez ou doze anos, tenta andar de bicicleta, sem segurar no guidão ou equilibrando-se em apenas uma roda. A partir dessa colocação entende-se que os jogos facilitam a assimilação da brincadeira com a realidade em que se quer chegar, o aprendizado. 
 No período compreendido entre os dois e os seis anos, a tendência da criança se manifesta, predominantemente, sob a forma de jogo simbólico, isto é, jogo de imaginação e de imitação. O jogo simbólico se desenvolve a partir dos esquemas sensório-motor, à medida que são interiorizados, dão origem à imitação e posteriormente, à representação nesta categoria, está incluída a metamorfose de objetos (por exemplo, um cabo de vassoura se transforma num cavalo; uma caixa de fósforos num carro zero e o desempenho de papéis (brincar de mãe e filho, de professor e aluno, etc.)).
 A criança tende a reproduzir aos jogos simbólicos as atitudes e as relações predominantes no seu meio ambiente; ela será autoritária ou liberal, carinhosa ou agressiva, conforme o tratamento que recebe dos adultos com os quais convive, por exemplo: uma menina que vive numa atmosfera de muita repressão, brincando de casinha grita com a boneca, dando ordens, chama a de desobediente e lhe aplica castigos físicos, assim sendo que através desta conduta lúdica a crianças expressa e integram as experiências já vividas, desta forma o orientador educacional deverá saber conduzir a criança no processo do ensino aprendizagem.
 Outra forma de atividade a surgir é o jogo de regras que começa a se manifestar por volta dos 5 anos, mas se desenvolve principalmente na fase em que vai dos 7 aos 12 anos, predominando durante toda a vida do indivíduo, desde uma simples participação em forma de brincadeira como profissionalmente (nos esportes, nos jogos de carta, etc.). 
 Todos os jogos requerem regras é como o próprio nome diz é o fato de ser regulamentado de um conjunto sistemático de leis (as regras). É uma conduta que supõe relações sociais, pois as regras são controladas pelo grupo, sendo que sua violação é considerada uma falta.
 Para Piaget, o jogo na criança, inicialmente egocêntrico e espontâneo, vai se tornando, cada vez mais uma atividade social, na qual as relações interindividuais são fundamentais e através de jogos a criança passa a socializar melhor com outras pessoas, aprendem a dividir a interagirentre outros. 
 Segundo Kishimoto: 
O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de 25desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com cognições, afetivas, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la. (1997. p.36). 
2.2 Históricos de Jogo
 Segundo Moacir da cunha (1990), a elaborar um trabalho para a Enciclopédia Brasileira de Pesquisa Estudantil, v. 07. O jogo é em geral uma diversão, um exercício ou passatempo recreativo que se sujeita as determinadas regras. Pode ser também, um divertimento público, um exercício ou brincadeira de crianças, em que estas fazem prova de sua habilidade, destreza ou astúcia, neste caso é inclusive sendo valorizado pela Pedagogia, porque concorre para o desenvolvimento físico e intelectual do participante. Na área desportiva inclui o futebol, o basquetebol, o voleibol e inúmeros jogos que auxiliam as crianças no seu cotidiano em sala de aula.
 Sendo utilizada na Educação Física da criança é entendida como uma atividade formativa imposta pela própria natureza e serve de motivo para atividades absolutamente indispensáveis na obra educativa. No desenvolvimento da raça e do indivíduo, o jogo é um elemento constante, um seguro natural que serve para despertar as capacidades do educando, cria situações através das quais o indivíduo revela o seu caráter e descobre sua alma, permitindo intervenções diretas e oportunas.
 Seu valor se traduz especialmente pela espontaneidade da sua prática, pela satisfação resultante dessa espontaneidade, pelas oportunidades educacionais que oferece, cuja significação, na Educação Física, Educação Geral, não deixa dúvida sobre o seu aproveitamento em todas as idades como um meio reconhecidamente indispensável na organização e nos programas de Educação Física. 
 O jogo nada mais é do que a regulamentação mais ou menos metódica dos movimentos instintivos que todo ser vivo é levado a executar quando impulsionado pela necessidade de exercício. Para explicar a causa dessa necessidade de movimentos, muitas teorias têm sido formuladas. 
 O conhecimento dessas, entretanto, é de importância para o professor, pois só assim poderá compreender porque determinados jogos interessam mais a esse grupo do que aquele. É que a cada idade corresponde mais ou menos um estado psicológico no qual há uma série de interesses predominantes e consequentemente um tipo de jogo. 
 O jogo não é um passatempo, uma recreação; todos jogam a criança, o menino, o adulto, só os fracos e doentes não o fazem. O jogo tem por móvel um excesso de energia, é a teoria da energia supérflua. A criança não tendo onde gastar suas forças, estas vão se acumulando e ela então se vê obrigada a brincar para descarregar esta energia acumulada. 
2.3 O Jogo e a Criança uma Síntese Histórica
	A palavra lúdica vem do latim ludus e significa brincar e é neste brincar que estão incluídos os jogos, brinquedos, brincadeiras e divertimentos que se usados de maneira correta e indutiva pelo educador poderá exercer a função de educar e oportunizar a aprendizagem do educando. Seu saber, seu conhecimento desenvolvendo sua compreensão de mundo, independente de época, cultura e classe social.
 Um historiador alemão chamado Johan Huizinga, que viveu entre 1872 e 1945, em sua obra mais conhecida Homo Ludens ele pretende demonstrar como o jogo está presente em tudo o que acontece no mundo. Segundo (HUIZINGA, 1990) o jogo é:
Uma atividade ou concepção voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatória dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana.
	 O conceito homo ludens passa a ser valorizado, isto é, o homem que se diverte. O ato de jogar (brincar) passa a ser considerado como um fator fundamental no processo de desenvolvimento humano.
 Todo ser humano sente necessidade de alguma coisa, quer seja de ordem física ou emocional. Alguns autores afirmam que a criança ao nascer tem as suas necessidades peculiares, assim como o adolescente e o adulto também procuram satisfazer a suas necessidades “biopsicossociais”. Para a criança, afirma a autora esta necessidade são maiores e mais importante porque o limite de conhecimento é pouco e à medida que vão descobrindo o mundo que o cercam, vão compreendendo e conhecendo o que realmente querem.
	Conforme Antunes (2003), do ponto de vista educacional, a palavra jogo se afasta do significado de competição e se aproxima de sua origem etimológica latina, com o sentido de divertimento, brincadeira, passatempo. Desta maneira, os jogos visam estimular o crescimento e a aprendizagem.
	 Esse conceito faz a distinção entre usar um objeto como brinquedo ou como jogo. O brinquedo supõe, na relação com a criança, a indeterminação quanto a seu uso, sem regras fixas; o jogo, por sua vez, inclui intenções lúdicas, estimula a alegria e a flexibilidade do pensamento, mas mantém um controle entre os jogadores e, portanto, uma relação interpessoal dentro de determinadas regras. 
 De acordo com (ANTUNES, 2003 p.16), conclui:
Jogos bem organizados ajudam a criança a construir novas descobertas, a desenvolver e enriquecer sua personalidade e é jogando que se aprende a extrair da vida o que a vida tem de essencial. Nesse sentido, toda essência do jogo se sintetiza em suas regras, pois é operando dentro de algumas regras e percebendo com clareza sua essência que vivemos bem e nos relacionamos com o mundo. Jogar é plenamente viver. (Antunes, 2003).
	 Os jogos educativos despertam nas crianças interesses variados e devem ser bem escolhido e adotado de modo a satisfazer ambos os sexos em todas as faixas etárias.
 Para Kishimoto (2007), o uso do brinquedo como jogo educativo com fins pedagógicos é importante instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. A autora limita as funções educativas apenas aos brinquedos educativos, principalmente quando os classifica de acordo com as habilidades que desenvolve nas crianças. Citando como relevantes apenas o uso dos mesmos nas tarefas de ensino-aprendizagem e quando considera que a dimensão educativa surge apenas no instante em que as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de Aprendizagem.
	Porém, ao se relacionar com o meio às crianças vão construindo o seu conhecimento e manipulando os dados da realidade através das variedades do lúdico, que são reelaborados e transformados. Para a autora, tanto a função lúdica quanto a educativa estão presentes nos jogos e brincadeiras, sejam elas espontâneas ou dirigidas, ou seja, mesmo nas atividades lúdicas espontâneas a função educativa está presente.
	Segundo (WINNICOTT apud MALUF, 2004, p.17) “coloca o brincar como uma área intermediária de experimentação para a qual contribuem a realidade interna e externa”. Nesse sentido, a criança pode relacionar questões internas com a realidade externa e tornar-se capaz de participar seu contexto e perceber-se como um ser no mundo.
	 Muitos outros teóricos com (Piaget, Wallon, Vygotsky, Freud e outros) também deram destaque ao brincar da criança, atribuindo-lhe papel decisivo na evolução dos processos de desenvolvimento humano: Maturação e Aprendizagem.
	Conferindo as funções pedagógicas às atividades lúdicas, principalmente os jogos e brincadeiras, Vygotsky defende que os mesmos propiciam o desenvolvimento da criança e que, a presença de elementos mediadores criam elos de relaçõescom o meio. Segundo ele a criança nasce com aptidões e potencialidades para aprender com o meio em que vive. Portanto a ação mediadora do educador é fundamental para bom desenvolvimento da criança.
 Já em estudos de Piaget, percebe-se que o jogo em um caráter bem mais amplo, constitui-se na expressão e na condição para o desenvolvimento infantil, posto que as crianças, quando jogam, assimilam e podem transformar a realidade. Pois as atividades com jogos podem ser inseridas com desafios provocando “desequilíbrios e reequilibrações sucessivas”, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento. 
 A criança que brinca está desenvolvendo sua linguagem oral, seu pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais, construindo conceitos de relações espaciais e se apropriando de relações de conservação, classificação, seriação, aptidões visuo espaciais e muitas outras.
 Freud atribuía uma enorme importância ao ato da criança brincar, o que o aproximava, neste aspecto, de Piaget, Vygotsky e tantos outros. Para ele, a maneira como somos e pensamos e a maneira como nos comportamos e construímos nossa alta ou baixa-estima é produto da relação entre nosso consciente e nosso inconsciente, e assim somos como que dirigidos por determinações que fogem ao império de nossa vontade ou intenção. Assim, entre a satisfação total de tudo quanto ansiamos e do que é possível na vida, existe um componente de energia que, sem se aquietar, pode desviar-se de um alvo sexual para atividades socialmente úteis, através de um processo a que se chamou de sublimação.
	A sublimação tem origem na infância e pode ser trabalhada pelo adulto através da repressão ou pela identificação e esta, muitas vezes, depende dos modelos, estímulos e dos incentivos fornecidos direta ou indiretamente pelo ambiente. 
 Segundo Araújo (1992 p. 13): 
O jogo toma um aspecto muito significativo no momento em que ele se desvincula de ser meio para atingir a um fim qualquer. Revendo a história do jogo, certificamo-nos de que sua importância foi percebida em todos os tempos, principalmente quando se apresentava com fator essencial na construção da personalidade da criança. (1992 p.13). 
 O brincar é o mais saudável caminho para canalizar essa energia, construindo-se processos de sublimação saudáveis e identificadores. A tarefa de uma boa educação seria a de propiciar, através de brincadeiras, o afeto e a sociabilidade. A criança que é levada a se inclinar de maneira saudável para as construções que realiza com os brinquedos se distanciarão de torturas psíquicas e de neuroses.
	 O brinquedo, desta maneira, não tem função apenas de dar prazer à criança, mas de libertá-la de frustrações, canalizarem sua energia, dar motivo a sua ação, explorar sua criatividade e imaginação.
 Ao se relacionar com o meio às crianças vão construindo o seu conhecimento e manipulando os dados da realidade através das variedades dos jogos que são reelaborados e transformados. Onde se percebe que a função educativa está presente tanto nos jogos quanto nas brincadeiras, sejam elas espontâneas ou dirigidas. Pois mesmo sem nenhum comprometimento com a produção de resultados, que é próprio das atividades dirigidas, as atividades espontâneas são naturalmente educativas por ajudar na formação do seu caráter e da sua personalidade, implicando, portanto, sempre em alguma aprendizagem, seja de regras de jogo, de agir adequado, de compreensão de sentimentos, da relação com o outro ou com o mundo.
 Ainda buscando compreender mais sobre o assunto em questão, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (2001, p. 30) relatam que:
Nos jogos, ao interagirem com os adversários, os alunos podem desenvolver o respeito mútuo, buscando participar de forma leal e não violenta. Confrontar-se com o resultado de um jogo e com a presença de um árbitro permitem a vivência e o desenvolvimento da capacidade de julgamento de justiça (e de injustiça). Principalmente nos jogos, em que é fundamental que se trabalhe em equipe, a solidariedade pode ser exercida e valorizada. Em relação à postura diante do adversário podem-se desenvolver atitudes de solidariedade e dignidade, nos momentos em que, por exemplo, quem ganha é capaz de não provocar e não humilhar, e quem perde pode reconhecer a vitória dos outros sem se sentir humilhado.
 Com base nesses dados, percebe-se que é de fundamental importância que os professores concentram esforços no sentido de buscar novas formas metodológicas e atividades lúdicas para o aprimoramento do processo ensino aprendizagem. 
2.4 A Evolução do Jogo
Os primeiros jogos das crianças consistem em atividades sensoriais, em movimentos simples como engatinhar, correr, saltar, jogar pião, assobiar, tocar corneta, tambor, etc. Chateau, (1987), em sua obra sobre o Jogo e a Criança, afirma que:
 À medida que se desenvolvem as forças e capacidades, as crianças se põem em exercício, que assume a forma atual e espontânea das atividades infantis: o jogo. Como a criança até 6 ou 7 anos, é naturalmente individual ainda que procure a companhia de outras crianças e com elas esteja satisfeita, a criança joga quase sempre só; essa é a idade de ouro do brinquedo, isto é, do estímulo para o jogo individual.(Chateau, 1987).
 Durante a primeira infância desde o segundo ou terceiro ano de vida, os jogos são simplesmente de imaginação, sendo que o poder criador da criança vai a tal ponto de exuberância que muitas vezes ela se afigura ao adulto, como genial. A criança vive então em um mundo, que ela própria constrói. E nesse mundo realiza quase tudo quanto quer, não reconhecendo sua vontade, as barreiras e as limitações da vida real. É indiferente para a criança o material de que se fabrica seus brinquedos, porque a fantasia o transforma: uma boneca de trapo, uma bruxa são preferidas muitas vezes a outras bonecas muito ricas; é como o demonstra a experiência, os melhores brinquedos são os que exercitam a atividade muscular e a imaginação; tais como: bolas e pedaços de paus, os cubos de cores brilhantes, etc. 
 Na terceira etapa da evolução da criança, o jogo deve satisfazer vários interesses, por isso que dos 6 ou 7 anos até 10 ou 12 anos a criança entra na fase do alcance de quase todas as capacidades mentais e físicas do homem, faltando-lhe apenas o desenvolvimento que o exercício lhe pode proporcionar. As crianças são, nesta fase, muito sociáveis, ainda que não tanto os adolescentes, seus jogos manifestam intensamente o instinto gregário. 
 Ainda segundo (CHATEAU 1987, p.14), a Segunda infância é essencialmente a idade do jogo dramático, que implica, em certo grau, o exercício animado, até certo ponto violento: jogo de cabra cega, esconde-esconde, o gato e o rato, etc. proporcionam grandes liberdades de ação e exercícios abundantes e variados; mais acomodados que os meninos são os jogos das meninas, os quais em sua maioria não são jogos ao ar livre.
 As meninas brincam quase sempre com bonecas, de visita, de escola etc. e não fornecem sociedade de jogo com os garotos. Durante a adolescência, os instintos gregários estão na primeira plana da vida da criança. 
 Nessa idade são preferidos, os jogos de competição e cooperação, sujeitos às regras que devem ser cuidadosamente observadas. Esses jogos esportivos impõem quase sempre vigoroso exercício ao ar livre; pertencem a essa classe, o “base-ball”, futebol, bola-ao-cesto, tênis, atletismo, voleibol, entre outros. 
 Os interesses lúdicos dos rapazes levam-nos também vivamente às excursões, aos acampamentos e outras atividades, nas quais a aventura é o elemento principal. Os jogos dos adultos, não diferem dos jogos dos jovens, sendo, porém mais intelectuais e repousantes. 
 O adulto participa nos jogos em que a competição e a habilidade ou virtuosidade constituem o principal encanto da atividade.No jogo do adulto, não há, em geral, a competição entre jogadores; neles a competição consiste no domínio de um trabalho intelectual, cuja solução dá o triunfo a uma das partes. Tais são: o xadrez, a dama, o bilhar, o bridge, etc. Ë é esta a fase que poderíamos chamar de jogos artísticos.
3 CONCEPÇÃO DO JOGO NA VISÃO DE ALGUNS ESTUDIOSOS
 
3.1 Teoria e Visão de Wallon
 Em o jogo e a educação infantil, para kishimoto (1992), o autor relata que os estudos de Wallon serviram de inspiração a renomados psicomotricístas porque dão destaques, no desenvolvimento psíquico da criança, a fatores de ordem biológica e social. Em outras palavras este autor, o desenvolvimento advém da fusão entre o genótipo (aspectos biológicos) e o fenótipo (produto do social), mas somente o segundo fator é acessível à observação e é aí que o lúdico se inscreve.
 Para Wallon, em Teorias Psicogenéticas em Discussão. Summus. 9 ed. São Paulo. 1992 relatam que atividade com jogos é, essencialmente, uma forma de imitação das situações do dia a dia. Na origem da conduta infantil, o social está presente no processo imitativo / interativo da criança com o adulto, e desencadeia emoção, responsável pelo aparecimento do ato de exploração do mundo.
 Ainda Wallom considera que a compreensão infantil é uma simulação, que vai do outro a si mesmo e de si mesmo ao outro. A imitação é um instrumento desta fusão; é sempre seletiva e se vincula às pessoas que são importantes para as crianças isto é, ela imita quem suscita seus sentimentos e exerce uma espécie de atração sobre si, estando presente, assim, o elemento “afeto”. Classifica os jogos infantis em: funcionais, de ficção, de aquisição e de construção. Para ele, a imitação é o pano de fundo que move passagem da criança por estes quatro tipos de jogos. 
 As atividades lúdicas funcionais representam os movimentos simples como, encolher os braços e pernas, agitar dedos, balançar objetos etc. As atividades lúdicas de ficção as brincadeiras de faz-de-conta, como as realizadas com bonecas, cavalos de pau, etc. Nas atividades de aquisição, a criança aprende vendo e ouvindo; faz esforços para compreender as coisas, seres, cenas e imagens. Nos jogos de construção, reúne, combina objetos entre si, modifica e cria.
3.2	A Concepção do Jogo na Visão de Vygotsky
 Em simbolismo e jogo, Negrine (1994), cita que outra grande influência nas pesquisas vem da Psicologia Russa, com Vygotsky. Ainda de acordo com Negrine, (1994) os jogos são condutas que imitam ações reais e não apenas ações sobre objetos ou uso de objetos substitutos.
 Para Vygotsky o surgimento de um mundo imaginário é que define o jogo. A imaginação surge da ação; a criança imagina e ao imaginar joga. O fato de o jogo criar uma situação imaginária certamente determina o desenvolvimento do pensamento abstrato. Ele assinala também que, para as crianças muito pequenas, é impossível distinguir o campo do significado do campo da percepção visual.
 A diferenciação entre esses dois campos se passa na idade pré-escolar, quando, através do brincar, o pensamento separa-se do objeto e a ação surge a partir da ideia, mais do que das coisas. Quando um pau se converte em cavalo, o objeto é o ponto de partida para a separação entre o significado da palavra cavalo e o cavalo real; nesse caso, o brincar proporciona um "estado de transição", que valoriza o fator social, mostrando que no jogo de papéis, a criança cria uma situação imaginária, incorporando elementos do contexto cultural, adquiridos por meio da interação e comunicação. 
 A noção central é que se cria uma “zona de desenvolvimento proximal”, em que se diferenciam o nível atual que a criança alcança com a solução independente de problemas e o nível de desenvolvimento potencial, marcado pela colaboração do adulto e de pares mais capazes. O jogo é o elemento que irá impulsionar as tendências evolutivas dentro da “zona de desenvolvimento proximal".
3.3	Concepção do Jogo na visão Piagetiana
	Para Piaget,(Psicologia e pedagogia. 1988 p. 158) “o jogo é uma alternativa frequentemente ignorada pela escola” tradicional, por dois motivos: primeiro, pelo fato de parecer privado de relevância funcional e segundo por ser considerado apenas um descanso ou desgaste de um excedente de energia “. Em ambos os casos, o tratamento dado ao jogo é efetivado dentro de uma visão simplista, sem conseguir explicar a importância que as crianças atribuem aos jogos, sem perceber o caráter que se podem revestir os jogos infantis em seu simbolismo”. Assim:
A criança que joga desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas tendências à experimentação, seus instintos sociais etc. É pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças, que em todo o lugar onde se consegue transformar em jogo a iniciação à leitura, ao cálculo, ou à ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações comumente tidas como maçante. (PIAGET. 1988, p. 158-159).
 O jogo deve mobilizar um processo de aquisição do conhecimento e de seu desenvolvimento com base nas abstrações empírica e reflexiva. No entanto a sua aplicação como brincadeira ou simples passatempo favorece sua desvalorização e o descaso em sua utilização como estratégia de ensino. Neste sentido, as atividades desenvolvidas alicerçam-se apenas no ato mecânico da memorização e repetição. Entretanto, o jogo também pode ser usado com outras finalidades, tais como compreender e descrever regras, leis, teoremas e propriedades que regem o conhecimento matemático.
 Neste caso, a criança, brincando, constrói seu próprio conhecimento, pois a atividade que ela desenvolve, oferece condições para que esteja mentalmente ativa, comparando, classificando ou trocando ideias. No jogo alem do ato mecânico (decorar e repetir), o ato de jogar pode implicar também a aplicação de regras em situação variadas.
 Piaget explicitou em Psicologia e pedagogia. 1988 p. 160 que o jogo, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo e uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil.
 No exercício sensório-motor, o jogo é apenas a assimilação pura do real ao eu, uma vez que as condutas se desenvolvem, funcionando (por exemplo, balançar, sacudir agarrar) de acordo com a lei geral da assimilação funcional, e o objeto (bola) não tem outra significação, além de servir a este exercício.
 Quanto ao simbolismo, por exemplo, a brincadeira de boneca pode desenvolver, além do instinto maternal, sua representação simbólica, fazendo-a reviver e transformar, segundo as necessidades, o conjunto de realidades vividas e ainda não assimiladas (emoções, realizações dos desejos, sentimentos, liquidação do conflito etc.).
 Piaget expôs em (Psicologia e pedagogia. 1988 p. 160) que se a assimilação é necessária à adaptação, ela constitui apenas um de seus aspectos. A adaptação completa que deve ser realizada pela infância, consiste numa síntese progressiva da assimilação e acomodação. Neste sentido, pela própria evolução interna, os jogos das crianças transformam-se paulatinamente em construções adaptadas, e isto requer sempre mais trabalho efetivo.
 Por meio de situações de jogos, as crianças estruturam e definem problemas na ambiguidade do mundo real, imaginando a seu modo como encontrar a solução, e para isso inventam abordagens originais. É essa atividade mental que prevalece no desenvolvimentointelectual ou cognitivo (raciocínio lógico-matemático).
4 O JOGO COMO AGENTE SOCIALIZADOR
O jogo supõe uma relação social, supõe interação. Por isso, a participação em jogos contribui para a formação de atitudes sociais: respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência à regra, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. É jogando que a criança aprende o valor do grupo como força integradora e sentido da competição salutar e da competição consciente e espontânea.
 Um jogo infantil, ao contrário do que muitos pensam, não precisa ser espontâneo, ideia de criança, inventado ou escolhido por ela, para ser de seu interesse e ir ao encontro de suas necessidades. O fato de ser proposto por um adulto não faz dele menos jogo, uma brincadeira, algo que seja alheio ao mundo infantil. O que faz do jogo um jogo é a liberdade de ação física e mental da criança nessa atividade. 
 O importante é que seja proposta de forma que a criança possa tomar decisões, agir de maneira transformadora sobre conteúdos que são acessíveis e significativos para ela. 
 O jogo ultrapassa os limites da atividade puramente física ou biológica. Ele se baseia na manipulação de certas imagens, numa certa imaginação de realidade. O jogo distingue da vida comum, tanto pelo lugar quanto pelo tempo que ocupa.
Se levarmos em consideração essas características para avaliar as atividades que a criança realiza, veremos que o jogo pode estar presente na rotina das pré-escolas tanto quanto está presente na vida doméstica das crianças.
Brincando, a criança busca compreender o mundo e as ações humanas com quais convive em seu cotidiano.
As atividades propostas e a manipulação de materiais disponíveis preparam a criança para o futuro aprendizagem. A atividade desenvolvida seja de forma mais livre ou de forma mais observadas, a fim de se avaliar o nível de desenvolvimento atingido e em que medida a criança vem amadurecendo, ou seja, capacitando-se para responder as exigências futuras. A avaliação tem papel significativo para determinar o desenvolvimento da criança. Ela acontece com observações naturais para redimensionar o trabalho da pré-escola.
4.1	A Capacidade Simbólica do Jogo
 Ao atuar, a criança imagina e, ao imaginar, joga a ideia que diz que o da criança é a imaginação em ação, deve ser invertida para os adolescentes e as crianças em idade escolar, a imaginação é um jogo sem ação. O fato de o jogo criar uma situação imaginária determina o desenvolvimento do pensamento do processo abstrato, desde o ponto de vista do desenvolvimento a seriedade no jogo, para uma criança de três anos, significa jogar sem parar a situação imaginária da real, ao contrário, para uma criança em idade escolar, o jogo se converte em uma forma de atividade muito mais do tipo atlético e, portanto, desempenha um papel muito específico em seu desenvolvimento.
 O mundo ilusório e imaginário que surge na criança é o que se constitui jogo, já que a imaginação como um novo processo psicológico não está presente na consciência das crianças pequenas.
 Ao estabelecer critérios para distinguir o jogo infantil de outras formas de atividades, é que no jogo a criança cria uma situação imaginária e esta é uma característica definitiva de jogo geral. VYGOTSKY em Teorias Psicogenéticas em Discussão. 
 Uma publicação da Summus. 9 ed. São Paulo. (1992). O autor acredita que sempre que se produza uma situação imaginária, haverá regras, não aquele tipo de regras que se formula anteriormente que vão mudando segundo o desenvolvimento do jogo, mas regras que se desprendem da mesma situação imaginária, diz que está convencido de que não existe jogo sem regras, posto que a própria situação imaginária contenha em si certas regras de conduta. E ainda há a discussão de que se toda situação imaginária tem regras de conduta, todo tipo de jogo com regras contém uma situação imaginária, isto é, a recíproca parece ser verdadeira. 
 Esta análise de suas conclusões em relação ao desenvolvimento dos jogos das crianças, ou seja, o jogo da criança evolui não jogo simbólico de regras pensas, PIAGET (1992), mas o jogo de regras ocultas ao jogo de regras manifestas. 
 O jogo da criança se mescla com o exercício, ou seja as vezes, ela passa do jogo ao exercício para voltar sob diferentes formas de símbolos.
 A entrada e saída em um mundo simbólico adotado uma forma até certo ponto itinerante, configurando os limites do exercício ao jogo. Entretanto, existe certa complexibilidade na passagem do exercício do jogo e deste ao exercício, porque na atividade lúdica a criança segue uma trajetória, isto é, vai variando de atividade, do exercício ao jogo deste exercício.
 Quando se exercita se experimenta novas habilidades ou comprova as já adquiridas, quando joga e representa e, nestes casos, varia a representação à medida que varia seu papel no jogo.
 Acreditamos que o exercício prepara a criança para o jogo, isto é, do exercício a criança passa ao jogo. Mas esta relação não se apresenta de uma forma uni direcional. A criança pode ir ao jogo ao exercício e novamente voltar ao jogo, utilizando outros elementos representativos que às vezes requerem determinadas ferramentas. Estes fatos, de certa forma, explicam a complexidade que existe em toda a atividade da criança.
 A criança em fase de experimentação não joga, faz exercícios. Consegue-se realizar condutas matrizes que o jogo exige imita, e logo em seguida, joga. Neste caso o exercício, com o aparecimento do símbolo e as regras de conduta, se transforma em jogo. Quando a criança que tenta imitar o jogo do outro, ao experimentar as condutas matrizes que o jogo requer, não consegue realizá-las, abandona esta tentativa de jogo, buscando outra atividade ou outro jogo que esteja adequando a suas condutas matrizes.
 No momento em que a criança, após exercitar-se, adquire novas habilidades corporais, seja com uso de objetos ou explorando certos materiais, ou pelo domínio do próprio corpo, o exercício pode-se transformar em jogo, para isto deve surgir o símbolo e a regra.
4.2	As Regras do Jogo
Segundo Kishimoto (1992 p. 10), toda criança consiste num sistema de regras e a essa essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por estas regras. Inspirado por esta definição Piaget inicia suas pesquisas escolhendo um campo muito peculiar da atividade humana; o jogo de regras.
 Para Piaget, os jogos coletivos de regras são paradigmáticos para a moralidade humana. E isto por duas razões, pelo menos, em primeiro lugar, representam uma atividade inter-individual necessariamente regulada por certas normas que, embora geralmente herdadas das gerações anteriores, podem ser modificadas pelos membros de cada grupo de jogadores, fato que este explica a condição de "legislador”. Em segundo lugar, embora tais normas não tenham em si caráter moral, o respeito a elas é devido a moral, que envolve a questão de justiça e honestidade.
 Finalmente, tal respeito provém de mútuos acordos entre os jogadores, e não da mera aceitação de normas impostas por autoridades estranhas à comunidade de jogadores. Vale a pena dizer que ao optar pelo estudo de regras, Piaget deixa antever sua interpretação contratual da moralidade humana.
 Sua opção recaiu sobre o jogo de bola de gude para meninos e a amarelinha para meninas. Para cada sujeito pesquisou a prática e a consciência da regra, pedindo-lhe, num primeiro momento, que o ensinasse a jogar e jogasse com ele e, em seguida, que lhe dissesse de onde vinham estas regras, quem as tinha inventado, se poderiam ser modificadas etc.
 A evolução da prática e da consciência da regra pode ser dividida em três etapas. A primeira é a anomia. Crianças de até cinco, seis anos de idade não seguem regras coletivas. Interessam-se, por exemplo, por bolas de gude, mas antes para satisfizer seus interesses motores ou suas fantasias simbólicas, e não tanto para participarem de uma atividade coletiva.A Segunda etapa é aquela da heteronomia. Nota-se, agora, um interesse em participar de atividades coletivas regradas. Todavia, duas características desta participação explicitam a heteronomia da criança de até nove, dez anos em média. A primeira delas refere-se à interpretação que tem das origens das regras e das possibilidades de modificá-las. Vale a pena ressaltar que criança desta idade não concebe tais regras como se firmasse contrato entre jogadores, mas sim como algo sagrado e imutável pela "tradição", daí a opção de Piaget pelo conceito de heteronomia.
 A terceira e última etapa é da autonomia. Suas características são justamente opostas às fases de heteronomia, e corresponde à concepção de jogo adulto. Em primeiro lugar, as crianças, jogam seguindo de regras é compreendido como decorrente de mútuos acordos entre os jogadores, cada um concebendo a si próprio com possível legislador, ou seja, criador de novas regras que serão submetidas à apreciação e aceitação de outros.
 Deve-se acrescentar que a autonomia demonstrada na prática da regra aparece um pouco mais na prática, aparece um pouco mais cedo do que aquela revelada pela consciência da mesma.
 Em função destes dados Piaget formulou a hipótese de que o desenvolvimento do juízo moral, quer dizer, aquele da prática e da compreensão das regras propriamente ditas morais, seguiria nas mesmas etapas.
5 JOGOS INFANTIS
	São inúmeros os jogos as que se dedicam as crianças de todo o mundo, o que torna quase impossível sua descrição pormenorizada. Geralmente simples e sem exigir o uso de aparelhagem ou equipamento, além de distração e do desenvolvimento físico que proporcionam, despertam na criança os reflexos de inteligência e vivacidade. De preferência tais jogos se realizam ao ar livre, mas também se praticam em recintos fechados (ginásios). Jogo tipicamente infantil é aquele onde a criança, tem que achar algum objeto, ou tentar descobri-lo. Com essa finalidade é bastante comum o jogo de esconder ou descobrir.
		 Exerce particular fascínio sobre os meninos o jogo de bolas de gude, cuja origem parece tão antiga quanto a humanidade como observaram pesquisadores de objetos da idade da pedra, ao encontrarem pequenas bolas de pedra que não poderiam, ter outro objetivo que não o de servir a algum jogo. Sabe- se que os antigos egípcios e os meninos romanos jogavam com bolinhas, antes da era cristã.
 Na China é popular um jogo assim, porém com o pé, e não com a mão. As crianças camponesas da Pérsia jogam com bola feita de barro cozido ou ainda com pequenas pedras. A bola de gude é muito difundida no Brasil, para que se utilizam bolas de vidro. Há diversos tipos de jogos com a bola de gude, sendo mais conhecidos os que se destinam a retirar, a distância, bolas colocadas em um desenho feito na terra, ou percorrer buracos rasos, permitindo o afastamento das bolas adversárias durante cada jogada, com fortes toques, se o jogador erra, perde a vez.
5.1 Jogo na Aprendizagem
 Os estudos de Piaget nos proporcionam a concepção de que os jogos não são apenas de desabafo entretenimentos, para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem para enriquecer o desenvolvimento intelectual. Os jogos pré-operatórios anteriores ao período escolar não servem somente para, desenvolver o instinto natural, mas para representar simbolicamente o conjunto de realidades vividas pelas crianças.
 Os jogos, segundo Piaget. (1992) tornam-se mais significativos à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir da manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma "adaptação " mais completa. Esta adaptação deve ser realizada ao longo da infância e consiste numa síntese progressiva da assimilação com a acomodação, É por isso que, pela própria evolução interna, os jogos infantis tornam-se pouco a pouco construções adaptadas exigindo sempre mais do trabalho efetivo, ao ponto de, nas classes elementares de uma escola ativa, todas as transições espontâneas ocorrem entre o jogo e o trabalho.
	O jogo representa sempre uma situação problema, a ser resolvido, pela criança, e a solução deve ser construída por ela mesma, sendo que a resposta ao problema deveria ser sempre dada com uma atitude criadora. O importante para a solução da situação-problema apresentada pelo jogo é a criança assumir uma postura inteligente e, para cada situação, encontrar uma própria resposta com uma atitude solidária e cooperativa. 	
		 O jogo em sala de aula é uma ótima proposta pedagógica, porque propicia a relação entre parceiros e grupos e, nestas relações podemos observar a diversidades de comportamentos das crianças para construir estratégias para a vitória, como também as relações diante da derrota. Toda derrota no jogo provoca na criança uma reação de revolta, nestas reações, o professor não deve interferir fazendo julgamentos, deve apenas dar sugestões verbais e pacientemente saber esperar a superação desta conduta. Portanto conclui-se que, para serem os jogos um instrumento metodológico utilizado no processo de ensino aprendizado da criança vindo a favorecer a aprendizagem de forma significativa, este precisa ser primeiro reconhecido pelo professor como tal e identificado antes de sua inserção no ambiente do aluno reconhecendo suas funcionalidades, ter objetivos, acreditando realmente na sua função construtora do conhecimento, para depois utilizá-lo com eficiência.
		 O importante é esperar a superação desta conduta. É importante o professor verbalizar a criança reconhecendo todo o seu mal estar diante da derrota, para poder ajuda-lo a superar, o que, para todo nós é tão difícil, sentimento de frustração diante de qualquer perda. A criança precisa de tempo para aprender a perder o jogo. Jogar com parceiros ou em grupo propicia a interação entre os mesmos, o que é um fator de avanço cognitivo, pois durante o jogo a criança estabelece decisões, conflitua-se, com seus adversários e também reexamina seus conceitos. Através dos jogos torna possível a criança construir novas descobertas, e assim desenvolver e enriquecer sua personalidade, estreitar os laços afetivos com outras pessoas a sua volta, tendo o professor como condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
 Segundo ANTUNES, (1999, p.36);
[...] hoje a maioria dos filósofos, sociólogos, etólogos e antropólogos concordam em compreender o jogo como uma atividade que contém em si mesmo o objetivo de decifrar os enigmas da vida e de construir um momento de entusiasmo e alegria na aridez da caminhada humana. [...] Em síntese, o jogo é o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, à descoberta da individualidade e à meditação individual (ANTUNES, 1999, p.36).
 Assim pode-se entender que a brincadeira é um dos recursos empregados pela criança para conhecer o mundo que a rodeia. Muitas vezes os temas escolhidos nas brincadeiras são aqueles que a criança necessita aprofundar.
 Brincando a criança constrói significados, objetivando a assimilação dos papéis sociais, o entendimento das relações afetivas e a construção do conhecimento. Brincando a criança tem a possibilidade de assimilar e recriar as experiências vividas pelos adultos, construindo hipóteses, ou sobre o funcionamento da sociedade. No entanto, dentro da nossa realidade escolar, o jogo em geral é visto de uma forma bastante diferente. É comum ouvirmos afirmações de que o jogo gera um clima de competição e agressividade, como também de muito barulho, e inquietação em sala de aula. Quanto ao barulho, podemos afirmar que as crianças são barulhentas e a escola não pode defender a hegemonia do silêncio. 
 O jogo somente incomoda aqueles professores que dele não participam. Quanto ao clima de competição e agressividades isto somente ocorre quando é realizado um trabalho em que os alunos vivem situações de individualismo,sem terem a oportunidade de trabalhar coletivamente, de participar de grupos. Quando o professor propicia o trabalho coletivo, de cooperação de comunicação e socialização os jogos passam a ter significados positivos e são de grande utilidade no processo de alfabetização.
 O importante é dar à criança a consciência de pertencerem ao um grupo. O jogo, em grupo gera direito e deveres sugerem hierarquia de valores e exige do aluno identificação com o grupo ao mesmo tempo em que mantém sua individualidade, aprendendo a sobreviver como indivíduo, que vive e participa.
 O jogo também é uma forma de expressar-se, nele ocorre situações complexas, acarretando mobilizações em muitos aspectos da personalidade da criança. É também durante o jogo que as crianças investiguem e formulam hipóteses, obedecem a regras, constroem outras, e assim vão formando os seus aspectos moral. 
 A brincadeira torna-se desta forma, espaço de aprendizagem, onde a criança age além do cotidiano, na brincadeira ela age realizando simbolicamente o que mais tarde realizará na vida real. Os jogos pedagógicos são excelentes recursos para o professor desenvolver a aprendizagem, enriquecendo e contribuindo para o desenvolvimento intelectual da criança. 
 Os jogos lúdicos desenvolvem na criança a capacidade de observação do meio a sua volta, através de comparações de semelhanças e diferenças, permite a elaboração de certas estruturas, classificação, ordenação, estruturação do tempo e espaço, primeiros elementos de lógica através da resolução de problemas simples, buscando estratégias para vencer o jogo. 
 Para Rose Mary Petry (1993), em “A Magia dos Jogos na Alfabetização”. Porto Alegre, diz que:
Atividade lúdica proporcionada pelos jogos desencadeiam todo o processo de aprendizagem, exige a tomada de decisões e iniciativas, desafiando soluções para problemas, e é através do jogo que a criança desenvolve seu raciocínio e constrói seu conhecimento dessa forma descontraída. (PETRY, 1993).
 Os jogos possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que ela se envolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente, tudo isto de uma maneira envolvente em que a criança, libera energia, imagina e constrói normas e cria alternativas para resolver os imprevistos que surgem no ato de brincar.
 As atividades lúdicas exigem movimentação física, envolvimento emocional, além do desafio mental que provoca a criança só ou com companheiros, integra-se ou volta-se contra o ambiente em que está. Através da atividade lúdica, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o seu crescimento físico e desenvolvimento, e a criança vai se socializando. Estas atividades para criança é um veículo de crescimento, é um meio extremamente natural que possibilita explorar o mundo.
 Partindo dessas atividades lúdicas são reforçadas várias habilidades: cooperação, comunicação eficiente, competição honesta e redução da agressividade, pois, permitem a criança progredir até atingirem um nível de proficiência formidável.
 A criança, através do jogo, constrói interiormente o seu mundo, o jogo desenvolve a autoconfiança, que é continuamente desenvolvida, pois à medida que é desafiada a desenvolver habilidades operatórias que envolvam a identificação, a observação, a comparação, a análise, a síntese e a generalização, ela vai conhecendo as suas próprias possibilidades. Ela é livre para gritar, correr, expandir-se, sugerir e modificar construindo ou não regras.
 Durante o desenvolvimento das atividades lúdicas cabe ao professor exercer o papel com o objetivo de que as crianças aprendam a respeitar os seus colegas e, gradativamente possam perceber que, até para brincar as crianças precisam uma das outras,e que os critérios de organização devem ser elaborados e aceitos por todas.
 Assim, as brincadeiras que são do repertório das crianças precisem ser aproveitadas e valorizadas na pré-escola, e mesmo aquelas tradicionais merecem ser recuperadas.
 As crianças poderão identificar através das atividades lúdicas seus atributos pessoais, toda vez que a criança mostrar seus interesses aos seus colegas e a professora estarão tornando conhecida, aceita e respeitada, desde que o clima psicológico da sala de aula não valorize a padronização do comportamento infantil. 
 Ao professor cabe cativar as crianças e tornar a pré-escola agradável para que atividades lúdicas possam ser mais bem desenvolvidas e aproveitadas pelas crianças, cabe ao professor estimular a curiosidade, a independência e a manipulação de tudo que cerca a criança, para que ela assuma uma atitude de experimentar as situações.
 A criança em idade pré-escolar tem um maior interesse em conversar sobre tudo o que o observa. E o professor deve estimular a criança através de perguntas e indagações sobre o seu conhecimento. 
 As atividades lúdicas e os jogos, além de despertar e manter o interesse da criança, muito contribuirão para uma efetiva aprendizagem se usados com a devida propriedade e adequação, pois tornam as aulas menos cansativas e rotineiras.
 De Acordo com Eduardo Claparede (1956), em Psicologia da Criança e Pedagogia Experimental. Editora do Brasil S/A. São Paulo. Os jogos servem como ponto de partida, um material para despertar o interesse do aluno. 
5.2 O Jogo e o Desenvolvimento Infantil
 Alguns estudos científicos nos últimos anos passaram a considerar o jogo como um elemento importante no desenvolvimento da criança, e seus resultados começam a provocar muitas reflexões, tanto no âmbito da psicologia evolutiva como da pedagogia, sobretudo sobre sua aplicabilidade educacional e atuação docente. Ao mesmo tempo, esses estudos passaram a ser um estímulo para investigações inovadoras com objetivo de aprofundar o conhecimento do jogo.
 Discutiremos as implicações do jogo infantil no processo de desenvolvimento da criança com base na investigação que realizei com crianças de três a cinco anos de idade, de ambos os sexos e em distintos contextos sócio-culturais. Inicialmente, para situar o tema em questão analisará alguns enfoques teóricos que relacionam o jogo com o desenvolvimento infantil.
 O rastreamento teórico que fiz sobre o assunto indica que poucos pedagogos se dedicaram a teorizar sobre o jogo infantil. Estudos neste sentido estão mais nos campos da filosofia, da psicologia e da psiquiatria.
 Os pedagogos, historicamente, são os que mais tiram proveito das teorias sobre o jogo como recurso pedagógico, mas em contrapartida pouco o utilizam como objeto de estudo. Os estudos pedagógicos que merecem ser destacados por relacionar o jogo com o desenvolvimento são os de Froëbel López e Aller, quando tratam da educação pré-escolar, fazem referências importantes a Froëbel quando dizem que ele, no final do primeiro terço do século XIX, propõe o lema ensinar deleitando, com o propósito de fazer desaparecer a rotina e o cansaço das escolas.
 Froëbel foi o primeiro a sistematizar o ensino pré-escolar. Em sua obra La EducacióndelHombre, publicada em 1826, sustenta que a educação é um processo de desenvolvimento.
 Desta publicação de Froëbel se extraem importantes preceitos, pontos essenciais do sistema froëbeliano que se denominam Leis pedagógicas.
 Quando fala da lei das transformações assinala que o desenvolvimento do homem requer um curso progressivo, não-interrompido. Em sua opinião, a tarefa do pedagogo consiste em dirigir esse desenvolvimento, tendo sempre presentes as leis progressivas da natureza humana. Esse processo se realiza por meio do jogo e da linguagem; graças ao jogo, o espírito humano se desenvolve e graças à linguagem se transmite o profundo sentido do mesmo.
 A este respeito, Froëbel, reconheceu o valor na atividade espontânea, uma vez que favorece o desenvolvimento cerebral e contribuipara formação do caráter. A ele se deve a afirmação de que “na infância a lei da atividade é a lei do jogo”. Como pedagogo, sua contribuição consiste em relacionar o jogo com o desenvolvimento, e sua contribuição é internacionalmente reconhecida e respeitada.
 O filósofo e psicólogo Groos foi o primeiro a constatar o papel do jogo como fenômeno do desenvolvimento do pensamento e da atividade. A tese da antecipação funcional vê no jogo um exercício preparatório necessário para a maturação, que se alcança no final do período infantil.
 Outros estudos também procuram relacionar o jogo da criança com seu desenvolvimento. Freud, M. Klein e Hall consideram o jogo como sendo de origem biológica. Entretanto, Vygotsky 1992, Winnicott e Elkonin1975, que aprofundam a discussão e consideram o jogo como ingrediente importante e facilitador do desenvolvimento, entendem que o jogo é de origem social. Para Garvey, o jogo é ao mesmo tempo produto e marca da herança biológica do homem e de sua capacidade criadora de cultura.
 Por outro lado, Piaget; Wallon (1992), ainda que tenham partido de marcos epistemológico bem distinto, opinam que o conteúdo dos jogos varia segundo o meio físico e social da criança, negando, em consequência, tudo o que seja exclusivamente ressurreição hereditária, como propunha Hall e seus seguidores. Com a teoria do egocentrismo, Piaget entende que a inteligência é uma forma de adaptação ao meio, e o jogo é basicamente uma forma de relação da criança com o contexto no qual ela está inserida; neste sentido, adverte que a criança elabora e desenvolve suas estruturas mentais através das diversas atividades lúdicas. 
 Vygotsky concorda com a tese de que o jogo facilita o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, mas destaca que a imaginação nasce no jogo; para ele, antes do aparecimento do jogo não há imaginação. Para Winnicott; Chateau; Shiller, o jogo é um trabalho de criação e construção que está na origem de toda a experiência cultural do homem.
 No decorrer deste século, estas e outras teorias têm sido as contribuições que mais influenciaram os estudos sobre o jogo da criança. Apesar de ainda existirem muitas controvérsias e pontos de vista bastante divergentes, existe um ponto comum com relação ao jogo infantil, isto é, os diferentes investigadores concordam que o jogo desempenha um papel importante no desenvolvimento da criança. As investigações no campo da psicologia com relação ao jogo, como os estudos de Wallon, Piaget, Vygotsky, Elkonin, para citar alguns, vêm despertando muitas reflexões relacionadas com o binômio desenvolvimento / jogo infantis.
 Entre os estudos que merecem especial atenção se destaca o desenvolvido por Goraigordobil 1993, pelo rastreamento histórico feito pela autora com relação ao jogo infantil e, mais especificamente, por considerar que o jogo e o desenvolvimento infantil correm paralelos. Por isso suas contribuições oferecem importantes reflexões para o estudo do jogo relacionado com o desenvolvimento, uma vez que focaliza a atividade lúdica como recurso pedagógico.
 Já Goraigordobil, destaca as contribuições do jogo no desenvolvimento integral, indicando que ele contribui poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões do jogo estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são inseparáveis, sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança. Do ponto de vista intelectual, destaca a autora, o jogo estimula o desenvolvimento das capacidades de pensamento e a criatividade infantil; do ponto de vista psicomotor, distingue o jogo como principal fator no desenvolvimento da força, do controle muscular, do equilíbrio e dos sentidos em geral; do ponto de vista da sociabilidade, o jogo é uma atividade que implica relação e comunicação entre os iguais, e isso ajuda a criança a conhecer as pessoas que a rodeiam e a aprender normas de comportamento social; do ponto de vista afetivo, o jogo é uma atividade de treinamento que permite à criança se expressar livremente.
 Após analisar a temática, Goraigordobil sintetiza as contribuições do jogo para o desenvolvimento integral da criança, afirmando que o jogo é a atividade por excelência da criança, uma atividade vital que possibilita à criança a se conhecer a si mesma e a formar conceitos sobre o mundo. 
 Ortega, em recente estudo, coloca um marco conceitual para a interpretação psicológica do jogo infantil. Examina as diferenças existentes entre os pontos de vista de Piaget e de Vygotsky em relação ao jogo da criança, sem esquecer que os dois atribuem um grande valor ao jogo no desenvolvimento infantil. 
 Ortega, ao analisar as articulações crítica dessas duas construções teóricas, afirma que elas são marcos que nos permitem explorar de forma concreta o jogo infantil de conteúdo simbólico-social. Suas conclusões finais sobre este tema incidem na necessidade de um trabalho de análise e conceitualização de um marco teórico para delimitar a natureza específica do jogo infantil. Nesse aspecto, isso não se aplica unicamente aos estudos experimentais; deve se incorporar à linha sócio-histórica proposta pela escola vygotskyana.
 Depois de analisar as estreitas relações existentes entre o jogo e o desenvolvimento da criança, pode-se inferir que não existe lugar para a polêmica, já que parece haver acordo entre os autores citados. Tudo indica que as discussões teóricas existentes entre desenvolvimento e aprendizagem são bem mais polêmicas do que considerar o jogo como uma atividade importante no desenvolvimento da criança.
 Portanto, se por um lado existe certa concordância entre os estudiosos em considerar o jogo como impulsionador do desenvolvimento, por outro, são bem divergentes as teorias que tratam do binômio desenvolvimento - aprendizagem. Antes de analisar outras perspectivas teóricas sobre o jogo e enlaçá-las com o desenvolvimento infantil para formar um marco de referência para interpretar este estudo, é importante discutir as teorias que relacionam desenvolvimento com aprendizagem, segundo uma análise feita por Vygotsky, pela relevância que seus estudos começam a ter no âmbito da psicologia e, da pedagogia no momento atual.
O desenvolvimento social das crianças é um ponto vital, de acordo com Piaget, a interação social é indispensável. As crianças se desenvolvem não apenas no social, mas também moral, cognitivamente, política e emocionalmente através de jogos / atividades lúdicas. Por exemplo: um jogo não começa sem antes os jogadores concordarem com as regras. Os jogos constituem uma situação natural em que as crianças são motivadas a cooperar para estabelecer regras e segui-las.
 A criação de regras é uma atividade política que implica várias decisões. E para começar um jogo, precisa antes ser tomada uma decisão. Ao fazer este tipo de atividade, se desenvolvem social e politicamente. As crianças não constroem regras e convicções morais sobre direitos de minorias ouvindo lições ou sermões. Têm que sentir e ver por si mesmas as consequências das regras que elabora. Os jogos em grupos proporcionam muitas oportunidades para isto, observação de seus efeitos, modificações e comparações com diferentes procedimentos.
Sendo os jogos atividades prazerosas e interessantes fora da sala de aula, vale a pena trazê-la para dentro da classe e tornar a educação compatível com o desenvolvimento natural da criança. 
Outra forma que o jogo contribui dentro do fator social, é quando a criança é inserida e desconhecida. Neste início de adaptação e socialização na escola, a criança encontra algumas dificuldades, apresentando-se muitas vezes insegura no novo ambiente por não ter ao seu lado, pessoas da família ou do seu conhecimento.
Diversos autores em seus estudos, tais como Leontiev, Ferire, Rizzi&Haydt entre outros, sugerem que nesse período de adaptação e socialização ao meio escolarpode torna-se facilitado quando o professor utilizar atividades lúdicas / jogos, especialmente as que valorizassem a motricidade infantil, utilizando palavras e gestos na expressão de suas ideias, emoções, ou seja, usar a motricidade através do lúdico para relacionar-se com ambiente em que está inserido e com as pessoas que muitas vezes compõe.
Para reforçar esta ideia Winnicott, afirma que a brincadeira é a melhor maneira de comunicar-se, ou seja, um instrumento que ela possui para relacionar-se com outras crianças. Brincando, a criança aprende sobre o mundo que o cerca e tem a oportunidade de procurar a melhor forma de integrar-se a esse mundo que já encontra pronto ao nascer.
Leontiev citado por Cunha, também diz que é na atividade lúdica que a criança pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte da realidade interior, pois brincando a criança irá, pouco a pouco, aprendendo a se conhecer melhor e aceitar a existência dos outros, organizando suas relações emocionais e, consequentemente, estabelecendo suas relações sociais.
Para Scarfe, o jogo ajuda a criança aprender valores sociais, alcançar a maturidade e conseguir a harmonia em seu meio de pessoas e objetos. Isso é tão importante que a vantagem das crianças que tiveram jardim de infância sobre as que não tiveram não é que desenvolveram mais cedo habilidades de ler e escrever, mas facilitaram suas atitudes para todas as formas de aprendizagem, para a sociedade, a vida em grupo. É por meio de jogos e brincadeiras que se suscita na criança a curiosidade, a coragem, a auto aceitação, o otimismo, a cooperação, a maturidade emocional e a alegria. 
5.3 O Jogo e o Desenvolvimento Integral da Criança
 O jogo não se apresenta como a única atividade pela qual a criança apreende o mundo. Portanto, embora bastante relevante essa atividade não poderá ser exclusiva. 
 Desde os primeiros dias de aula, é imprescindível que o professor promova o conhecimento das diferentes linguagens em curso na sociedade (escrever, desenhar, falar e gesticular, por exemplo) e de conceitos e princípios básicos necessários à aquisição de conhecimentos mais elaborados. É importante que essas atividades se processem em situações de uso real para que a criança possa compreender sua função social.
 Uma das primeiras formas de linguagem que a criança adquire é o gesto. Nessa aquisição, um movimento seu inicialmente sem significado, toma significado na interação desse sujeito com os outros sujeitos sociais mais experientes, ou seja, as pessoas que rodeiam a criança atribuem significado ao seu movimento estatuindo-o como gesto.
 Existem gestos socialmente tão significativo que se tornarão universal: nas sociedades ocidentais, por exemplo, o gesto de apontar ou de dizer que está tudo bem (com os dedos da mão fechados e o polegar levantado).
 Os gestos, em geral, são expressos, hoje de diversas formas, e muitos contextos e entendidos por todas as pessoas. Os gestos podem ser interpretados justamente porque seus significados são conhecidos e passíveis de serem expressos pelo corpo, pela ação sobre um objeto ou convertidos em símbolos, e grafismos. 
 Os gestos, sendo formas de representação constituem conteúdos, na medida em que contribuem para a compreensão do que é representar, do que é simbolizar. 
5.4 O Jogo e o Desenvolvimento Afetivo
 A convivência social com outras crianças pode ser muito enriquecedora como se viu anteriormente, mas se houver espaço para as características individuais desabrocham, e dentro das atividades lúdicas encontram-se espaços para o desenvolvimento de ambas. Quando uma criança brinca muitas coisas sérias acontecem, organiza-se todo o ser em função de uma ação. Por esta razão esse momento é sagrado: sendo aí cultivadas qualidades raras e fundamentais.
 A infância tem que ser respeitada; a criança não é um adulto em miniatura; se for reduzida a isso, pior para ela e para a sociedade, pois a vida cobra as etapas não vividas. As necessidades lúdicas e afetivas da criança têm a mesma importância que as necessidades físicas. Se não forem atendidas, estar-se-á correndo riscos, desperdiçando as melhores oportunidades, quem sabe as únicas, de tornar a criança integrada e capaz de ser feliz.
 Por várias razões, as crianças vão cada vez mais cedo para a escola. Sendo assim as escolas devem preparar programas que possam oferecer o desenvolvimento gradativo dos passos da infância, através de atividades lúdicas, jogo levando a descoberta de conhecimentos, tendo o prazer de haver aprendido sozinha, eleva conceito da criança, tornando-a mais apta a aprender, porque passa a confiar mais em si. Não apenas oferecer-lhes situações de conteúdos previamente sistematizados, aos quais elas terão de adaptar-se.
 Ainda voltada para a produção da criança, a escola negligência sua condição de ser humano. A produção da criança irá determinar o ter, mas sua realização pessoal dependerá de seu ser; felicidade é ser feliz. O ter, possuir não a garante. Todo ser humano precisa de momentos e de canais de interiorização para encontrar-se, para harmonizar suas energias e poder alcançar seu equilíbrio.
 Só o enriquecimento da vida poderá assegurar o equilíbrio, e a vida interior da criança é centrada no seu brinquedo. É brincando que ela expressa sentimentos e emoções que ela mesma desconhece; é assim através de experiências as mais variadas, vai aprendendo a viver, libertando-se de seus medos e amadurecendo de dentro para fora, devagarzinho e com segurança que só as coisas naturais e verdadeiras oferecem.
 Esse processo tão lindo, tão mágico, tem seu ritmo próprio. Acelerá-lo é prejudicá-lo. Impedi-lo é uma violência de consequências imprevisíveis. Pela condição de ser em desenvolvimento, toda criança tem direito de viver sua infância como deve ser vivida, com respeito ao seu ritmo próprio de desenvolvimento e suas necessidades lúdicas e afetivas. 
 O adulto que se preocupa com seu próprio futuro deverá zelar pela qualidade de vida que está sendo oferecida às crianças, pois não sabemos que pessoas poderão vir a ser as crianças que a infância foi roubada, seja por miséria, seja pelo estresse provocado por exigências ambiciosas.
 O brinquedo e as brincadeiras são fontes de interação lúdica e afetiva, além de serem estímulo e aprendizagem.
 Devido às exigências da vida moderna, as escolas de ensino infantil, devem resgatar a infância e proporcionar à criança o acesso ao mundo mágico de brincar, através de jogos e atividades lúdicas. Deve representar o reconhecimento do direito de brincar, e valorizar o brinquedo como fonte de desenvolvimento e equilíbrio. Seu valor como proposto alternativa para completar ou, até mesmo, para neutralizar os efeitos da escolarização precoce, é indiscutível. Criando uma atmosfera muito especial, onde o mágico, o lúdico, a criatividade e o afeto têm prioridade. 
 Para tanto é necessário, profissionais com formação qualificada para trabalhar desta forma, pois não podemos transformar crianças em plateia do nosso espetáculo, mas temos que oportunizar as situações para que ela viva integralmente a sua própria história.
 Se as características individuais forem respeitadas, passará do brincar para trabalhá-lo, sem perceber, pois continuará sentindo o mesmo prazer na atividade. Homem feliz é o que gosta do que faz; brincar, trabalhar são formas de expressão e a criança que hoje brinca bastante aprende a engajar-se por prazer e, amanhã manifestará esse sentimento, engajando-se como cidadão participante no meio onde vive.
5.5 O Jogo e o Desenvolvimento da Fala
A função primordial da fala é a comunicação social, a interação entre as pessoas. Esta dimensão social da fala não pode ser descaracterizada na prática escolar, sob pena de se perder a riqueza e a profundidade de relações que poderão ocorrer, dependendo do grau e da qualidade de mediação exercida pelo professor no trabalho realizado.
O processo de apropriação do conhecimento pressupõe a interação constante entre sujeitos, ou seja,

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