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esportiva fisioterapia esportiva lesoes cartilagem joelho

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 ■ INTRODUÇÃO
A superfície articular, que é coberta pela cartilagem hialina na sua extremidade distal e proximal, 
apresenta uma consistência variável, uma superfície regular, de característica avascular e que 
desempenha uma função importante na biomecânica dessa articulação. Sua composição é cerca 
de 65% de água, 15% de colágeno tipo II, 15% de proteoglicanos e os 5% restantes de células de 
condroblastos e condrócitos.1 
A relação da cartilagem articular com o metabolismo do líquido sinovial é uma das principais funções 
dessa estrutura, pois é uma das fontes de produção e distribuição do líquido, sendo a mobilização 
importante para facilitar esse processo. Por consequência, o líquido sinovial lubrifica a articulação 
e, em geral, quando ela apresenta um traumatismo, ele aumenta seu volume, manifestando-se como 
um derrame, que corresponde, na maioria das vezes, a um quadro de sinovite, que é a inflamação 
da sinóvia que recobre o joelho.
Os defeitos condrais podem estar associados a múltiplos fatores, dentre os quais se destacam 
os traumas diretos na cartilagem, os microtraumas, as alterações metabólicas e inflamatórias, e a 
associação do nível de atividade física e os danos condrais que possam surgir é um fator importante 
a ser considerado, principalmente quando se visa à prevenção de futuros problemas em pacientes 
envolvidos em programas de exercícios físicos e de reabilitação.2
O peso corporal também exerce importante fator na progressão da degeneração articular, sendo 
descrita, em vários estudos, a correlação da obesidade com a osteoartrose (OA) do joelho, em 
especial em mulheres.3,4 
MAURICIO DE CAMARGO GARCIA
GILVAN DE OLIVEIRA ARRUDA
FISIOTERAPIA ESPORTIVA 
NAS LESÕES DA CARTILAGEM 
DO JOELHO
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O déficit de força da musculatura do quadríceps5,6 e os fatores ocupacionais7 podem aumentar a 
incidência de OA do joelho, assim como os fatores de ordem biomecânica, como valgo e varo do 
joelho acentuado, mau alinhamento femoropatelar, instabilidade ligamentar e lesões meniscais.8
As abordagens terapêuticas das lesões da cartilagem articular apresentam uma diversidade de 
opções e uma abordagem multidisciplinar de profissionais da saúde, que atuam não somente no 
diagnóstico, mas também na reabilitação, sendo de extrema importância suas atuações e com as 
responsabilidades bem estabelecidas desde o início do tratamento. Uma revisão sistemática de 
literatura, nível 1 de evidência científica mostrou que o conhecimento da fisiopatologia e da história 
natural da doença sinaliza, ao ortopedista, a opção pelo tratamento conservador (fisioterapia) 
como influência positiva a evolução da OA,9 demonstrando, assim, a importância do trabalho do 
fisioterapeuta na reabilitação.
A fisioterapia é essencial e atua com objetivo de controle dos sintomas, redução de edema, 
manutenção da amplitude de movimento (ADM), controle neuromuscular, assim como evitando 
estressar tecidos em cicatrização. Além disso, criar estímulo para a reparação da função articular 
por meio de exercícios específicos também faz parte da estratégia de tratamento, que também se 
baseia na educação e orientação ao paciente com OA. Como conduta associada ao tratamento 
conservador, em alguns casos, a terapêutica medicamentosa tem sua indicação por meio do uso 
de analgésicos, anti-inflamatórios, viscossuplementação e suplementos condroprotetores. 
O prognóstico da doença dependerá do comportamento do paciente em relação aos seus hábitos 
de vida e das suas atitudes frente à necessidade de mudanças e adequações desses hábitos.
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 ■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
 ■ memorizar as características da cartilagem articular;
 ■ reconhecer a relação das lesões condrais com a prática esportiva;
 ■ estabelecer as estratégias de tratamento das lesões da cartilagem;
 ■ revisar as intervenções terapêuticas não invasivas como proposta de retardar abordagens mais 
agressivas;
 ■ identificar as modalidades terapêuticas e suas efetividades;
 ■ distinguir as intervenções com fundamentação científica. 
 ■ ESQUEMA CONCEITUAL
Conclusão
Caso clínico
Danos na cartilagem
Dor articular
Fatores de risco
Tipos de cartilagem Cartilagem elástica
Cartilagem hialina
Cartilagem fi brosa 
(fi brocartilagem)
Osteoartrose
Fisiopatologia
Classifi cação
Sinais e sintomas
Dor crônica e cinesiofobia
Exames
Exames laboratoriais
Exames de imagem
Tratamento
Esporte
Fisioterapia
Fármacos orais
Cirurgia
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 ■ TIPOS DE CARTILAGEM
Existem, basicamente, três tipos de cartilagem no organismo, a saber: 
 ■ hialina (Figura 1A); 
 ■ elástica (Figura 1B); 
 ■ fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa (Figura 1C).
A B
C
Figura 1 — A) Cartilagem hialina. B) Cartilagem elástica. C) Fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa.
Fonte: Cedidas pelo Dr. Moisés Cohen.
CARTILAGEM HIALINA
Junto à fibrocartilagem, a cartilagem hialina é parte fundamental quando se estuda 
lesões esportivas. Ela recobre as superfícies articulares sinoviais, possui uma camada 
de 2 a 4 milímetros de espessura, permitindo que os ossos da articulação deslizem um 
sobre o outro durante o movimento e, idealmente, durem uma vida inteira. A cartilagem 
hialina também serve de “almofada” e amortecedor na articulação; porém, também pode 
ser deteriorada durante a vida e na prática de várias modalidades, pois possui baixa 
tolerância à fricção. Diferentemente de outros tecidos, não possui vasos sanguíneos, 
linfáticos e nem é inervada.10
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Normalmente, chamada de cartilagem articular, a cartilagem hialina apresenta superfície regular 
de consistência variável e que desempenha um papel importante na biomecânica articular. As suas 
características bioquímicas refletem, principalmente, a composição da matriz extracelular.11 É composta, 
principalmente, por água, variando de 66 a 80%; porém, demonstra diferenças em pessoas mais 
velhas, que apresentam 20 a 34% de substâncias sólidas, dos quais 5 a 6% são componentes 
inorgânicos (principalmente hidroxiapatita) e o restante orgânico, formado por colágeno tipo II e 
cerca de 22 a 38% de proteoglicanos, além das células de condroblastos e condrócitos. 
Tanto a elasticidade quanto a rigidez do tecido estão relacionadas com as moléculas 
de proteoglicanas, que são conjuntos de glicosaminoglicanas que têm a função de 
absorver a água para o interior da cartilagem, com a proposta de manter sua espessura 
e, consequentemente, o papel de amortecimento de cargas mecânicas. 
Os espessos feixes de fibras colágenas subjacentes e paralelas à superfície articular formam um tecido 
com a função de distribuição das forças de compressão. As fibras da camada basal da cartilagem 
ficam perpendiculares à superfície e servem como âncora fixando a cartilagem descalcificada à 
zona calcificada e, provavelmente, ao osso subcondral. Nas zonas intermediárias, as fibras se 
dispõem de forma mais desordenada, mas com funções distintas e com fibras oblíquas auxiliando 
na resistência a tensões.12 Juntos, esses componentes ajudam na retenção de água pela matriz 
extracelular, que é fundamental para manter sua propriedade mecânica.10 
O líquido sinovial tem a importante função de lubrificação da articulação e apresenta-
se aumentado como resposta frente a um trauma, demonstrando, assim, um quadro 
inflamatório que é conhecido como sinovite.
LEMBRAR
Dentre as articulações sinoviais mais acometidas nos esportes, tem-se o joelho (que representao 
maior número de lesões nos esportes de maneira geral), ombro, pé e cotovelo, nos quais o estudo 
da cartilagem se torna imperativo quando se analisam as lesões osteocondrais (lesões da cartilagem 
e do osso subcondral adjacentes).
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CARTILAGEM ELÁSTICA
Como exemplos de cartilagem elástica, encontra-se a que compõe os lobos da orelha, o nariz e a 
epiglote. Esse tipo apresenta pouca importância no estudo do esporte; por isso, será somente citado.
CARTILAGEM FIBROSA (FIBROCARTILAGEM)
A cartilagem fibrosa (fibrocartilagem) é um dos tipos mais difundidos de cartilagem no organismo. 
Para o estudo das lesões esportivas, o conhecimento da anatomia e fisiologia no que diz respeito 
a ela é muito relevante, pois, em todos os locais do corpo, particularmente nas articulações, 
desempenha importante papel para que a articulação possa responder, de forma adequada, a 
todas as suas solicitações durante a prática esportiva. Como exemplos de estruturas importantes 
que são compostas de fibrocartilagem, tem-se: 
 ■ os meniscos (joelho); 
 ■ o lábio glenoidal (ombro);
 ■ a fibrocartilagem triangular (punho).
Em relação à vascularização e inervação, a cartilagem fibrosa apresenta definição semelhante 
à cartilagem hialina, pois também é desprovida de suprimento sanguíneo e inervação. Porém, a 
fibrocartilagem presente nos meniscos dos joelhos apresenta três diferentes regiões no indivíduo 
adulto, que são:13
 ■ periférica relativamente vascularizada, que é chamada zona vermelha–vermelha (zona 1); 
 ■ completamente avascular na área interna, que é conhecida como a zona branca–branca (zona 3);
 ■ zona de transição entre as zonas 1 e 3, que é chamada de zona vermelho–branca (zona 2). 
Essa região “vascularizada” do menisco tem origem no tecido embrionário e sua área mais periférica 
recebe suprimento sanguíneo por influência do plexo vascular perimeniscal. O suprimento sanguíneo 
dessa área é decorrente da formação do tecido embrionário, mais presente em recém-nascidos; 
porém, após o nascimento, os meniscos tornam-se avasculares, sendo apenas 10 a 25% do tecido 
periférico perfundido. A inervação acompanha os vasos que o perfundem.13
 ■ DANOS NA CARTILAGEM
Como a cartilagem é uma estrutura altamente organizada, mas não tem seu próprio suprimento de 
sangue, é particularmente difícil restaurar ou duplicar quando está danificada. A lesão de qualquer 
parte desse complexo sistema pode prejudicar as suas propriedades funcionais; ou seja: 
 ■ se a cartilagem articular está envolvida, pode levar a maior degeneração da articulação; 
 ■ se a cartilagem das vias aéreas estiver envolvida, pode levar a problemas respiratórios; 
 ■ se a cartilagem da orelha ou do nariz estiver envolvida, podem ocorrer problemas estéticos.
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A cartilagem articular pode ser danificada por acidentes, como, por exemplo, em casos associados 
à lesão do ligamento cruzado anterior (LCA), ou se degenerar lentamente ao longo do tempo, 
eventualmente levando à OA. Podem causar desgastes precoces na cartilagem: 
 ■ o mau alinhamento da articulação; 
 ■ o excesso de peso; 
 ■ a atividade física excessiva.
Quando há um desgaste da cartilagem, a articulação torna-se dolorosa, rígida e com diminuição da 
ADM. Na OA grave, a hialina pode se desgastar completamente, deixando a articulação exposta ao 
osso subcondral. Os osteófitos também podem se formar nas margens da articulação em função 
de estresse extra nas extremidades dos ossos, ocasionando dor significativa, perda de movimento 
e função. Assim, uma vez que a cartilagem tem sugerida uma capacidade mínima para se reparar, 
por ser hipocelular e hipovascular, mesmo em pequenas lesões, se não tratada de forma precoce, 
pode resultar em OA.14
A OA ocorre em articulações como as de quadris, joelhos, vértebras, mãos e pés. Sintetizando 
o processo dessa doença, os condrócitos produzem interleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose 
tumoral (TNF-α), que inibem a produção de colágeno do tipo II e de proteoglicanas, assim como 
estimulam a síntese de metaloproteinases de matriz (MMPs), as quais degradam a cartilagem 
articular. A quantidade de proteoglicanas diminui com o envelhecimento, o que acarreta a perda 
da capacidade de reter água e, consequentemente, resistir à compressão. A fricção das superfícies 
ósseas descobertas provoca um edema doloroso na articulação. Esse processo, ao longo do tempo, 
ocasionará o desgaste acentuado da cartilagem.15
ATIVIDADES
1. Sobre os três tipos de cartilagem do organismo, correlacione a primeira e a segunda 
colunas.
(1) Cartilagem hialina
(2) Cartilagem elástica
(3) Cartilagem fibrosa 
(fibrocartilagem)
( ) Apresenta pouca importância no estudo do esporte. 
( ) É parte fundamental quando se estudam lesões 
esportivas. 
( ) É um dos tipos mais difundidos de cartilagem no 
organismo. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 1 — 2 — 3.
B) 2 — 3 — 1.
C) 2 — 1 — 3.
D) 3 — 2 — 1.
Resposta no final do artigo
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2. Observe as afirmativas sobre os fatores que podem causar desgastes precoces na 
cartilagem articular.
I — Mau alinhamento da articulação.
II — Excesso de peso.
III — Esforço repetitivo.
IV — Atividade física excessiva.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a II e a III.
C) Apenas a I, a II e a IV.
D) Apenas a III e a IV.
Resposta no final do artigo
3. A cartilagem articular é um tecido de
A) fácil cicatrização, por ser hipercelular e hipervascular. 
B) difícil cicatrização, por ser hipercelular e hipervascular.
C) fácil cicatrização, por ser hipocelular e hipovascular. 
D) difícil cicatrização, por ser hipocelular e hipovascular.
Resposta no final do artigo
 ■ DOR ARTICULAR
A lesão da cartilagem pode ser repentina (aguda), como em um episódio de trauma no esporte, ou 
tardia (crônica), que é ocasionada ao longo dos anos. Após uma lesão traumática na cartilagem, o 
movimento pode exacerbar as consequências do trauma e danificá-la mais, ou seja, não havendo a 
abordagem correta no início da lesão, fragmentos podem se soltar e se deslocar no fluido sinovial. 
Isso pode levar à inflamação, na qual a articulação fica avermelhada e edemaciada, e, na tentativa 
do corpo reagir a essa reação química, resulta em mais inchaço e dores adicionais associadas.1
A lesão da cartilagem também pode resultar de um processo gradual de sobrecarga em função 
do mau posicionamento dos ossos, acarretando desgaste contínuo, danos e inflamação. Isso é 
conhecido como lesão crônica da cartilagem.1 
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No joelho, por exemplo, fatores mecânicos da articulação podem colocar força excessiva apenas 
em uma superfície, o que desgasta a cartilagem nesse ponto. Isso pode ocorrer como consequência 
de um mau alinhamento após uma lesão ligamentar ou características estruturais (isto é, varismo 
e valgismo) que favoreçam essa sobrecarga específica. Nesses casos, a cartilagem não pode ser 
reparada até que o defeito ósseo seja corrigido.1
A cartilagem articular protege o osso e dissipa a carga ao redor do joelho. Um defeito nela, no qual 
há exposição do osso subcondral, também expõe terminações nervosas que são excitadas, o que 
fará a pessoa sentir dor. Na verdade, não existe dor de origem condral. A dor relatada na OA é 
oriunda do tecido nervoso situado no osso subcondral. O dano da cartilagem irrita o revestimento 
das articulações e os nociceptores ali presentes.16
Às vezes, pode ser uma dor leve e constante que piora no decorrer do dia em função do movimentorepetitivo. O joelho estabelece um mecanismo de autoproteção, no qual estabelece padrões 
compensatórios aliviando o peso sobre a articulação, o que exige maior ação dos ligamentos e, 
consequentemente, sobrecarga dos músculos do quadríceps. Pode ocorrer durante o ciclo de 
caminhada, o esporte ou mesmo quando se levanta de uma cadeira baixa. Essas ações acentuam 
o desgaste condral e expõem ainda mais o osso subcondral, favorecendo como resposta o ciclo 
da OA. À medida que os músculos diminuem sua capacidade de controle, mais desequilíbrios são 
criados, o que piora o alinhamento e amplia o problema.16
 ■ FATORES DE RISCO
O conhecimento dos fatores de risco pode auxiliar no melhor entendimento da OA e a estabelecer 
estratégia mais apropriada para lidar com a doença.17 
Estão entre os fatores citados como de risco para o desenvolvimento da OA:17 
 ■ idade; 
 ■ gênero; 
 ■ obesidade; 
 ■ inatividade; 
 ■ morfologia articular; 
 ■ alinhamento articular; 
 ■ sobrecarga articular; 
 ■ hipotrofia muscular; 
 ■ lesões prévias; 
 ■ depressão; 
 ■ ansiedade.
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A idade (Figura 2),18 sem dúvida, é o fator mais convincente, o qual apresenta prevalência de 30% 
entre 65 e 74 anos com OA. Também há uma leve tendência ao sexo feminino, provavelmente por 
fatores biomecânicos e deficiência de estrógeno, mas estudos randomizados e prospectivos são 
necessários para constatar tal afirmação.19 
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Faixa etária (anos)
Mão em homens
Quadril em homens
Joelho em homens
Quadril em mulheres
Joelho em mulheres
Mão em mulheres
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200
20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80-89
0
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Figura 2 — Efeito da idade na incidência da OA na mão, no quadril e no joelho.
Fonte: Oliveira e colaboradores (1995).18
A densidade óssea, associada à obesidade, pode ter alguma relação, mas a segunda, sem dúvida, 
tem uma associação clara com a OA comprovada em estudos de coorte prospectivos. Uma herança 
poligênica, autossômica dominante deve ser levada em consideração, pois existem vários genes 
que implicam nessa doença, mas ainda sem provas consistentes.19
O trauma e as cargas repetitivas na articulação parecem ser, na prática clínica, uma vertente de 
pacientes sintomáticos de OA. As atividades de alta intensidade e a frequência podem diminuir a 
capacidade de a cartilagem se adaptar ao esforço e apresentar um ciclo de degradação do tecido. 
Junte-se a isso a hipotrofia muscular, que pode ser tanto um fator etiológico quanto uma resposta 
frente aos sintomas dessa doença.19
A OA tem muitas facetas e, em geral, começa com mudanças muito suaves e potencialmente 
reversíveis antes de progredir para uma doença mais definitiva e, finalmente, incapacitante. 
Dessa forma, se essas alterações forem reconhecidas de forma precoce, pode ser possível 
prescrever abordagens terapêuticas ou uma indicação cirúrgica com prognóstico mais 
favorável, para evitar a evolução da doença. Por essa razão, é importante procurar ajuda 
de um profissional com antecedência, para não perder essa janela de oportunidade.
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ATIVIDADES
4. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em relação à dor articular.
( ) A cartilagem articular protege o osso e dissipa a carga ao redor do joelho.
( ) A dor na OA é de origem condral. 
( ) A dor relatada na OA é oriunda do tecido nervoso situado no osso subcondral.
( ) A dor nos indivíduos com OA é sempre aguda e constante.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — V — V.
B) V — F — V — V.
C) V — V — F — V.
D) V — F — V — F.
Resposta no final do artigo
5. A respeito de alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento da OA, observe as 
afirmativas.
I — Idade.
II — Gênero masculino.
III — Inatividade.
IV — Lesões prévias.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a II, a III e a IV.
D) Apenas a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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 ■ OSTEOARTROSE 
A OA é um processo que compreende uma infinidade de condições clínicas associadas 
a patologias distintas da cartilagem articular, com alterações morfológicas, estruturais e 
até funcionais. Por apresentar condições etiológicas distintas, as respostas terapêuticas 
também são diferenciadas.20 
LEMBRAR
A OA pode afetar qualquer articulação no corpo, mas é mais comum naquelas que recebem carga, 
como o quadril, joelho, tornozelo e ombro. Uma articulação do joelho sem OA (grau 0) pode ter um 
defeito da cartilagem que pode ser reparado. Se essa situação não for corrigida e a articulação 
continuar recebendo as cargas excessivas, pode levar à maior desgaste (grau 1 + 2) e, em última 
instância, à perda de toda a cartilagem articular e, como consequência, o início da exposição do 
osso subcondral, evoluindo para sua total exposição e o contato “osso com osso” (grau 3 + 4).20
A Figura 3 apresenta a progressão da lesão articular.
Fêmur
Fíbula
Líquido sinovial
Articulação 
normal
Mudanças 
degenerativas precoces
Osso espessado 
e rarefeito
Osteófi tos
Osteófi tosPerda de cartilagem
Ausência de 
cartilagem
Redução do 
espaço articular
Tíbia
Figura 3 — Progressão da lesão articular.
Fonte: Rosenberg (1999).21
A OA tem incidência é muito elevada, sendo responsável por incapacidade em cerca de 15% 
da população mundial. No Brasil, ocupa o terceiro lugar na lista dos segurados da Previdência 
Social, com 65% das causas de incapacidade, sendo predominante no sexo feminino e com 
maior pico de prevalência entre os 40 e 50 anos no período da menopausa. Além disso, ocorre 
a presença de manifestação articular em cerca de 50% dos idosos com mais de 65 anos e em 
80% dos acima de 75 anos.22 
Nos Estados Unidos, a OA perde apenas para as doenças cardiovasculares como causa de invalidez. 
A prevalência aumenta com a idade, com uma frequência identificada após os 60 anos, que é um 
dos fatores de risco. Quando se depara com essa doença em pacientes jovens e ativos, a forma 
de lidar com ela pode levar a um prognóstico não satisfatório.23
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Com o desgaste progressivo do osso e em resposta às alterações inflamatórias, haverá formação 
óssea adicional ao longo das extremidades da articulação, chamados osteófitos, que podem ser 
uma tentativa do corpo de aumentar a superfície de suporte de peso da articulação, para, assim, 
diminuir a carga máxima transmitida por essa articulação.3 
Os osteófitos são principal razão para a rigidez progressiva que se desenvolve durante 
o curso da OA. Podem-se identificar, também, outras manifestações que afetam a 
flexibilidade da cápsula articular, o músculo e os tendões em torno da articulação afetada 
e contribuem para rigidez.3
FISIOPATOLOGIA
A cartilagem é, fisiologicamente, um tecido viscoelástico com propriedades de resistência 
à compressão e composta por uma matriz extracelular predominantemente de colágeno 
Tipo II e, não menos importante, outros tipos de colágenos e proteoglicanos.24–26
As referidas características da matriz em uma cartilagem normal estão em um processo constante 
de remodelação, justificadas por um equilíbrio de ações dos níveis de enzimas degradativas — 
colagenases, estromelisinas e MMPs —, inibidores teciduais de metaloproteinases (TIMP-1 e 
TIMP-2), ativadores do plasminogênio e a própria síntese da matriz pelo condrócito (Quadro 1).24–26
Quadro 1
REGULAÇÃO DA SÍNTESE E DEGRADAÇÃO DA CARTILAGEM
1. IL-1 e TNF-α promovem a degradação da cartilagem
● ↑ síntese das MMPs
●↑ síntese dos prostanoides
● apoptose do condrócitos
2. Antagonista do receptor de IL-1 (Il-1ra) e proteases inibitórias (TIMP-1, TIMP-2, α-2 macroglobulinas) 
podem frear esse processo
3. Fatores de crescimento (TGF-β, PDGF, IGF, bFGF) promovem a reparação da cartilagem
● ↑ expressão da IL-1ra, TIMP, colágeno tipo II e proteoglicanos
● regulação da expressão do IL-1 receptor
● ↑ proliferação condrocitária
IL-1: interleucina-1; TNF-α: fator de necrose tumoral alfa; MMPs: metaloproteinases de matriz; TIMP-1/TIMP-2: inibidores 
teciduais de metaloproteinases 1 e 2; TGF-β: fator de crescimento beta; PDGF: fator de crescimento derivado de plaquetas; 
IGF: fator de crescimento semelhante à insulina; bFGF: fator de crescimento do fibroblasto. 
Fonte: Brandt (2010).26
Entre as alterações morfológicas, a cartilagem articular perde sua natureza homogênea, havendo 
rupturas na sua estrutura, que se fragmenta com fibrilação, fissuras e ulcerações, sendo esse 
processo conhecido como a OA, que se apresenta em duas grandes categorias, a primária 
(ou idiopática) e a secundária.27
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No início da OA, há uma tentativa de reparação por meio do aumento na síntese de 
colágeno e de proteoglicanos com uma desigualdade na coloração histoquímica da 
matriz para proteoglicanos, e a linha de separação entre a cartilagem calcificada e a zona 
radial é invadida por capilares e, por ter uma característica de uma doença progressiva, a 
cartilagem evolui com fissuras e ulcerações e diminuição de sua espessura e modificações 
no osso subcondral com presença de neovascularização epifisária, intensa atividade 
osteoclástica e osteoblástica, com formação de cistos e reação osteofitária.27
Com a alteração dos condrócitos, são secretadas citocinas pró-inflamatórias (IL-1, TNF-α), 
radicais livres, levando à inflamação sinovial, além de maior degradação da cartilagem.
CLASSIFICAÇÃO
A classificação da OA pode ser de acordo com a localização topográfica das articulações acometidas 
e divididas em central ou axial, e compreende a espondiloartrose em qualquer segmento da coluna 
e periférica, dividida em: 
 ■ OA nodal das mãos (nódulos de Heberden e Bouchard); 
 ■ OA de outras articulações dos membros superiores; 
 ■ OA das articulações dos membros inferiores.
A OA se apresenta de diferentes formas e, para classificá-las de maneira mais ampla, é subdividida 
em primária ou idiopática, de grupo formado por indivíduos que já possuem uma carga genética, 
que faz com que a patologia se desenvolva, independentemente de fatores externos, e a secundária, 
associada a fatores bem determinados de sua evolução, como obesidade, traumatismo articular, 
alterações hormonais, entre outros.12
SINAIS E SINTOMAS
Em relação a outras doenças, a OA tem uma característica distinta, pois permite identificar a “artrose 
assintomática” (ou “muda”) da “artrose sintomática”, que apresenta manifestações que levam o 
paciente a procurar tratamento. O interessante dessa característica é que não há conhecimento 
ao certo porque existe essa diferenciação, pois o início clínico da OA é, em geral, insidioso, com 
uma evolução lenta e progressiva na maioria dos casos.28
Os primeiros sintomas da AO são rigidez articular transitória, dor incipiente, podendo haver discreta 
crepitação e limitação da mobilidade de difícil interpretação. É bem característica a sintomatologia 
articular de rigidez quando o paciente levanta-se pela manhã ou após permanecer um período 
prolongado com a articulação em inatividade e que melhora com o movimento. É chamada rigidez 
e/ou dor protocinética.28
A dor articular é, sem dúvida, o sintoma mais comum da OA. Tanto sua intensidade quanto sua 
frequência varia muito e, naturalmente, a sensação de senti-la piora quando a articulação é submetida 
a algum esforço, podendo permanecer por algumas horas, mas, enquanto a maioria refere a dor 
relacionada ao exercício físico, alguns pacientes a sentem ao deitar-se ou, ainda, outros referem 
a dor noturna. Alguns a mencionam como “sensação de peso” ou “queimação” ou simplesmente 
relatam sensações de “pontadas”.29
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A origem da dor da OA tem múltiplos fatores que devem ser bem identificados, já que a cartilagem 
é um tecido não inervado.29 Os mecanismos da dor nessa doença são multifatoriais, isto é, periostite 
nos locais de remodelação óssea, microfraturas subcondrais, irritação de terminações nervosas 
sensoriais na sinóvia ou compressão de nervos por osteófitos (como ocorre no caso da OA de 
coluna). Espasmo muscular periarticular, redução do fluxo sanguíneo com elevação da pressão 
intraóssea e inflamação sinovial, acompanhada por liberação de prostaglandinas (PGs), leucotrienos 
e outras citocinas, também contribuem para o processo álgico.
O padrão mecânico da dor é diferente do observado nas doenças articulares inflamatórias (dor que 
piora com o repouso e melhora com o movimento). Isso ajuda no diagnóstico diferencial com outras 
condições, como, por exemplo, a artrite reumatoide. Como a inflamação sinovial aguda ou subaguda 
pode ocorrer na OA, características de dor inflamatória, eventualmente, podem ser observadas.
Não há correlação estrita entre os sintomas articulares e o grau de alterações patológicas ou 
radiográficas. Apenas 30% dos pacientes com evidência radiográfica de OA queixam-se de dor 
nas articulações acometidas.
A sensação de rigidez articular é referida pela maior parte dos pacientes com OA, manifestando 
dificuldade em iniciar os movimentos, dando a impressão de que a articulação acometida está 
“presa”. Essa sensação, porém, mesmo que subjetivamente, vai gradativamente minimizando com 
a movimentação. Já a restrição de movimentos pode ser manifestada com a evolução da doença, 
sendo, com frequência, acompanhada de dor, que tende a piorar no final da ADM realizada.
Muitos pacientes apresentam uma queixa muito comum, que é a sensação de insegurança ou 
de instabilidade nas articulações afetadas, descrevendo que a articulação “falha” durante algum 
movimento. Provavelmente, essa sensação de instabilidade esteja mais relacionada com o controle 
neuromuscular do quadríceps do que realmente pelo dano na articulação.
Há manifestações próprias do acometimento de regiões articulares específicas. Pacientes com 
OA de joelhos se queixam de piora da dor e instabilidade ao realizarem movimentos como descer 
degraus. Como curiosidade, é bem característica essa queixa ao descer, e não ao subir degraus, 
pois o paciente estabelece um padrão antálgico e, como não confia na musculatura do quadríceps, 
praticamente, descarrega um peso excessivo na articulação. 
A OA de quadril pode se associar a distúrbios da marcha: a dor pode se irradiar até o joelho, 
o que dificulta o diagnóstico clínico. 
Os pacientes com OA de mãos podem ter dificuldade para realizar movimentos que requeiram 
destreza manual, sobretudo se houver acometimento das articulações da base do polegar, isto é, 
primeira carpometacarpal e trapézio-escafoide (rizartrose). 
A lesão das articulações interapofisárias da coluna cervical e lombar pode causar 
cervicalgia e lombalgia, respectivamente. Os osteófitos podem, ainda, estreitar os forames 
ou comprimir raízes nervosas, causando sintomas como dor, fraqueza e parestesias.
Com a evolução da OA, são identificados diferentes graus de hipotrofia muscular dos músculos 
envolvidos com a articulação. Outro sinal muito clássico da doença presente durante a execução de 
movimentos são as crepitações, em função do atrito das superfícies articulares que se encontram 
irregulares. O inchaço é um sinal frequente, muitas vezes sensível ao toque, e pode variar de 
volume e manter-se por períodos prolongados.
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Os achados clínicos nos casos mais avançados de AO podem estar exacerbados em função de 
uma destruição das estruturas articulares, com deformidades importantes e perda de função, 
impondo ao paciente:30,31 
 ■ dificuldade nas atividades da vida diária (AVDs); 
 ■ perda de algumas habilidades motoras; 
 ■ limitação para subir e descer escadas ou até mesmo para pequenas caminhadas.
EXAMES
As subseções a seguir apresentarão informações relevantes a respeito dos exames laboratoriais 
e de imagem.
Exames laboratoriais
O hemograma e a bioquímica apresentam-se habitualmente normais e não auxiliam no 
diagnóstico de OA. Devem ser solicitados se houver suspeita de causas secundárias 
e para seguimento durante tratamento, buscando efeitos colaterais em função do 
uso das medicações.
LEMBRAR
As provas de atividade inflamatória estão, em geral, normais ou pouco elevadas na OA. A velocidade 
de hemossedimentação altera-se com o envelhecimento, o que deve ser levado em consideração 
para a avaliação. Estudos recentes sugerem correlação entre a elevação da proteína C reativa e 
a gravidade da OA de joelhos e quadril. Valores muito acima do normal devem levar à suspeita de 
doenças inflamatórias ou infecções. 
O fator reumatoide está presente em uma parcela considerável da população idosa 
(até 40%) e sua presença não afasta o diagnóstico de OA.
LEMBRAR
Pesquisas recentes sugerem o diagnóstico de OA com a mensuração dos níveis séricos, urinários 
ou sinoviais de marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo e cartilaginoso. A concentração 
dessas moléculas parece se correlacionar com os níveis de formação e degradação da matriz 
cartilaginosa. Esses marcadores poderiam ser úteis para identificar indivíduos com maior risco ou 
rápida progressão da doença e para avaliação da resposta terapêutica; no entanto, atualmente, o 
seu uso com finalidades diagnósticas e prognósticas permanece no nível de pesquisa.32
Exames de imagem
Antes de as características dos exames de imagem serem abordadas, é válido informar que nem 
sempre os achados por imagem correspondem à condição clínica dos pacientes. Uma quantidade 
considerável dos que apresentam exame de imagem com características clássicas de OA, com 
presença de osteófitos e desgaste acentuado de cartilagem acabam por não apresentarem sintomas 
regular de dor no joelho,17,33 necessitando, assim, haver uma relação dos exames de imagem com 
os relatos do paciente e sua condição clínica para serem realmente efetivos.
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Radiografia convencional
A radiografia convencional é o método mais utilizado, por ser barato, amplamente disponível e validado, 
fazendo parte, inclusive, dos critérios do Colégio Americano de Reumatologia para classificação da 
OA. A característica clássica a esse exame é a visualização de osteófitos nas margens articulares 
e, com a progressão da doença, a redução assimétrica do espaço articular.
Tomografia computadorizada
A tomografia computadorizada (TC) permite uma identificação mais precoce da OA em relação à 
radiografia convencional. A utilização de contraste intra-articular (artrotomografia computadorizada) 
permite uma definição muito precisa da topografia das lesões.
Ressonância magnética
A ressonância magnética (RM) vem sendo cada vez mais utilizada para aprimorar o diagnóstico por 
imagem da OA (Figura 4). Além de não utilizar radiação ionizante, é um método mais sensível que 
a radiografia convencional na identificação de osteófitos, perda cartilaginosa e cistos subcondrais, 
e detecta anormalidades de meniscos e ligamentos.34
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Figura 4 — RM. 
Fonte: Cedida pelo Dr. Moisés Cohen.
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TRATAMENTO
As abordagens iniciais no tratamento da OA devem partir da premissa que a orientação e o 
envolvimento do paciente quanto à consciência da evolução da doença são primordiais para 
alcançar os melhores resultados. O controle da dor, a melhora da função, as adequações de 
hábitos de vida devem prevalecer a condutas invasivas ou até mesmo no controle da toxicidade 
por uso excessivo de medicações. 
O tratamento conservador com fisioterapia utilizando exercícios terapêuticos e meios 
físicos é uma das melhores estratégias, avaliando o paciente de forma regular e 
objetiva, ajustando os indicadores da doença, educando-o e retardando possíveis 
procedimentos cirúrgicos, algumas vezes realizados de forma precoce e equivocados.
LEMBRAR
Conhecer e identificar os fatores de risco de cada paciente, como sobrepeso, deformidades, 
instabilidade articular, são aspectos fundamentais que fornecerão subsídios que favorecerão 
o melhor prognóstico da doença.
Esporte
A atividade física é benéfica para o tratamento e a prevenção de quase todas as doenças crônicas, 
incluindo a OA. Contrariando o que muitos pensam, ela, por si só, não aumenta claramente o 
risco de OA do joelho e do quadril ou sua progressão. Estudos demonstraram que a sua prática 
moderada melhora a condição da articulação em termos de espessura da cartilagem e teor de 
glicosaminoglicano, e que corredores recreacionais não mostraram incidência aumentada, nem 
aumento da gravidade da OA radiográfica do joelho quando comparado com não corredores ao 
longo de um período de 18 anos.35 
Dentre as razões sugeridas como benéficas pela atividade física, destaca-se a melhora da força 
muscular, que, em conjunto com a propriocepção, auxilia na proteção das articulações. Há evidências 
de nível 1B que, tanto o fortalecimento quanto o exercício, reduzem a dor e melhoram a função e 
a saúde em pacientes com OA.28
A falta de exercício, inversamente, pode contribuir diretamente para a OA, causando atrofia muscular 
e déficit funcional, principalmente em relação aos músculos que cercam a articulação. A atividade 
esportiva ajuda a manter a carga fisiológica das articulações, embora o equilíbrio às vezes se perca 
nos esportes de resistência e, em especial, nos de contato, nos quais há um grande número de 
lesões articulares relacionadas à dinâmica do esporte.36 
O impacto da ruptura do LCA, lesão do menisco, assim como outras lesões articulares 
aumentam significativamente o risco de OA, fazendo da prevenção de lesões algo 
extremamente importante em todos os esportes.36 Assim, a atividade física é um dos 
melhores fatores de prevenção e/ou tratamentos para OA. 
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A prática esportiva moderada, cinco vezes por semana, ajuda as articulações a 
permanecerem flexíveis, na manutenção dos músculos que suportam e estabilizam os 
tornozelos, os joelhos e os quadris, auxiliando e sendo fator-chave no controle de peso. 
Porém, alguns elementos são potencialmente prejudiciais e têm sido associados a um 
risco aumentado de AO, a saber: 
 ■ vibrações; 
 ■ movimentos repetitivos; 
 ■ período longo ajoelhado, agachado ou em pé. 
A flexão do joelho frequente com carga ou com excesso de carga é outra atividade que 
tem sido relacionada à degeneração da cartilagem,36 assim como déficits biomecânicos 
que ocasionam maior sobrecarga na articulação desse membro.8
Fisioterapia
A fisioterapia é uma das modalidades mais comuns utilizadas no tratamento das lesões de 
cartilagem. Dentro dela, existem diferentes tipos de abordagens e ferramentas que podem 
ser usadas, mas o componente que possui o maior nível de evidência é o treinamento de 
força, sendo considerado parte central e indicado para todos os indivíduos que realizarão 
tratamento não cirúrgico de OA seguindo o Guideline da Osteoarthritis Research Society 
International (Oarsi).37
Em uma revisãosistemática realizada em 2011 e apresentada no estudo de McAlindon, o exercício 
de fortalecimento muscular apresentou efeito moderado em relação à diminuição da dor e melhora 
da função em pacientes com OA.37 
O exercício físico é uma das modalidades mais recomendadas e consistentes proposta 
por profissionais de todo o mundo e em diversos guias de tratamento, havendo relatos de 
que, por meio dele, seja possível a obtenção da diminuição dos sintomas de OA, melhora 
da função articular e prevenção da perda da função.38 Tais benefícios podem ser adquiridos 
tanto por exercícios terrestres quanto por aqueles realizados em meio aquático, sendo 
possível que se obtenha melhora da força, da flexibilidade e do condicionamento físico.37 
A OARSI também tem feito recomendações em favor do uso de exercícios físicos com base em 
boas evidências que se tem encontrado em estudos de revisões sistemáticas e metanálises de boa 
qualidade que foram realizadas recentemente.37
O fortalecimento do quadríceps tem sido constantemente indicado nos tratamentos de OA, 
tendo em vista que a fraqueza desse músculo é proposta como um importante preditor 
de perda de função e dor em pacientes com OA sintomáticos.39 Além disso, o músculo 
quadríceps tem importante papel durante o ciclo da marcha e, dentre outras funções, 
demonstra-se capaz de proteger a articulação do joelho, amortecendo o impacto natural 
que ocorre em algumas situações durante a marcha.40
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Na maioria das condições da cartilagem e da articulação, o médico estabelecerá uma estratégia 
terapêutica com base, primeiramente, no tratamento conservador ou não cirúrgico. Há diferentes 
opções de intervenções não cirúrgicas que podem ser usadas/indicadas para o tratamento, a saber:17 
 ■ modificações de estilo de vida; 
 ■ perda de peso; 
 ■ redução de atividades de alto impacto; 
 ■ fortalecimento muscular;
 ■ treinamento sensório-motor. 
No entanto, identificando a natureza exata da lesão na cartilagem e do dano articular, a fisioterapia, 
por meio de um programa individualizado, é, sem dúvida, uma ótima opção. A decisão de prosseguir 
com a cirurgia é multifatorial e algumas das principais questões a serem consideradas são as 
características do defeito, as intervenções prévias, a presença de outras lesões concomitantes e 
a saúde geral do paciente. 
Uma grande variedade de intervenções fisioterápicas é utilizada no tratamento da OA, incluindo 
 ■ meios físicos (calor, frio, ultrassom); 
 ■ estimulação elétrica transcutânea (em inglês, transcutaneous electrical nerve stimulation [Tens]); 
 ■ terapia com campo eletromagnético pulsado; 
 ■ terapia com laser e estimulação elétrica, prescritas, em geral, de maneira associada à cinesioterapia. 
Embora os dados que demonstrem a eficácia desses tratamentos sejam limitados, existe 
fundamentação científica para a utilização de Tens na OA de joelhos.41,42 Porém, ela 
conflitam com dados encontrados em outros estudos, os quais apontam que a eficiência 
do Tens e do ultrassom são oriundas de pesquisas de baixa qualidade e pouco nível 
de evidência, não sendo, dessa forma, a melhor escolha para o tratamento da OA.37,43
As modalidades terapêuticas disponíveis na fisioterapia são variadas e, apesar de um reconhecimento 
de um empirismo das técnicas, podem-se eleger algumas dentro do arsenal disponível, e, após 
uma avaliação físico-funcional bem realizada e identificação dos focos de tratamento, os resultados 
são bem satisfatórios. 
A crioterapia é recomendada visando à analgesia e inibição da inflamação e as técnicas como 
crioterapia com compressão intermitente favorecendo a hipoxia secundária. 
Os braces são indicados para trazer conforto ao paciente auxiliando nas propostas de evolução 
do tratamento. Apesar de haver muitos estudos inconclusivos a respeito da sua capacidade em 
influenciar na melhora da dor, função e estabilidade articular, ou, ainda, por também ser considerado 
desconfortável em função da dificuldade em encaixar-se na articulação ou prejudicar determinados 
tipos de movimentos, comumente, é recomendado seu uso, principalmente por causa do baixo 
risco que essa modalidade de intervenção apresenta. A sugestão é que seja direcionado por um 
especialista e que não seja utilizado em pacientes com lesão em múltiplas articulações.44
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A cinesioterapia, sem dúvida, é o método mais indicado e que traz mais resultados e esperança aos 
pacientes, por meio de exercícios ativos assistidos, exercícios passivos e resistidos e evoluindo para o 
fortalecimento e resistência muscular, sempre entendendo que não são as únicas aptidões musculares. 
As manipulações e mobilizações podem agregar muito valor ao tratamento e são recomendadas 
sempre que houver uma estratégia de realização ou utilização de técnicas já validadas. 
A hidroterapia faz parte de um programa de tratamento das OAs que não pode ser negligenciado 
em razão dos benefícios que os princípios hidrodinâmicos proporcionam. 
Associado a todo esse arsenal terapêutico, algumas técnicas alternativas podem auxiliar como 
proposta de diminuir os sintomas, além de favorecer que a fisioterapia tradicional evolua de forma 
satisfatória, como, entre outras: 
 ■ bandagens; 
 ■ acupuntura; 
 ■ massagens de liberação miofascial.
Devem-se evitar atividades de alto impacto envolvendo as articulações acometidas, 
uma vez que podem acelerar a evolução da doença, mas exercícios físicos moderados 
constituem um relevante aspecto do tratamento da OA. 
Tanto os exercícios aeróbicos quanto os de fortalecimento muscular (fortalecimento de quadríceps 
para aumentar a estabilidade de pacientes com OA de joelho) são efetivos para redução da dor e 
melhora da função. Embora os exercícios em meio aquático sejam muito utilizados, não há dados 
científicos que corroborem sua superioridade em relação às demais modalidades.45 
Em indivíduos obesos, em combinação com alterações da dieta, os exercícios provêm benefícios 
como perda ponderal e melhora dos indicadores de qualidade de vida. Os exercícios terapêuticos 
são indicados para formas subagudas, crônicas e pós-operatórias da OA.45
A fisioterapia tem um prognóstico muito favorável quando há um entendimento claro da natureza 
da lesão, do conhecimento dos sintomas relacionados à lesão e pode ser adequado para pessoas 
que, talvez, não estejam prontas para ter um procedimento mais invasivo, como cirurgia, ou sejam 
muito jovens para considerar uma substituição total ou parcial das articulações. 
Mesmo que um paciente com OA acabe por ter um procedimento mais invasivo, 
é bom considerar as opções de uma proposta conservadora antes da intervenção 
cirúrgica. A fisioterapia pode servir como um recurso maravilhoso no tratamento e na 
educação do indivíduo. Mais especificamente, os fisioterapeutas podem identificar se 
há alguma fraqueza preexistente, conhecida como “deficiência biomecânica”, antes de 
um procedimento cirúrgico e determinar se o paciente pode ser tratado com sucesso, 
de forma conservadora. 
LEMBRAR
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Para um paciente em seus 50, 60 ou 70 anos, com dor em uma parte do joelho (dor de joelho 
unicompartimental), os fisioterapeutas podem procurar desequilíbrios musculares, fraqueza geral, 
padrões de carregamento alterados e déficits de flexibilidade, assim como podem explicar esses 
conceitos, formular um programa de exercícios domiciliares que sejam seguros para seu estado atual, 
de modo que não prejudique as demais superfícies de cartilagem articular, e oferecer tratamentos 
que eles podem usar em casa, se tiverem edema após uma longa caminhada ou aumentoda 
atividade. Esse processo educacional pode ter um efeito de capacitação sobre os pacientes, pois 
lhes proporcionam alguma autonomia e a capacidade de ser proativo e envolvido em seus cuidados.14 
Os principais objetivos do fisioterapeuta em relação ao paciente com OA são:14 
 ■ educar o paciente; 
 ■ orientar quanto à necessidade de preservar a cartilagem articular que os pacientes ainda possuem; 
 ■ identificar a fonte real (etiologia) da degeneração e intervir adequadamente. 
O trabalho de um fisioterapeuta é garantir que as forças sejam distribuídas igualmente em toda 
a superfície da junção. A transmissão de forças por meio do pé, joelho e quadril é examinada, e 
o problema é analisado de forma holística, incluindo a avaliação do núcleo do paciente e a força 
do tronco. Mesmo em atletas de muito alto nível, os problemas podem não ser necessariamente 
exibidos, como fraqueza física, mas o desequilíbrio pode ser tão problemático. Se o profissional 
pensa nas articulações como um sistema de polia, particularmente no joelho, a força em cada 
extremidade da polia precisa ser semelhante. O fisioterapeuta deve ser capaz de executar forças 
do mesmo modo em ambos os lados.14
Fármacos orais
A medicação de uso oral é recomendada para alívio dos sintomas, quando o paciente já 
não responde de forma satisfatória com os métodos não medicamentosos. A melhora da 
dor e, consequentemente, da função é o principal objetivo nesse caso.38 
Fármacos como acetaminofeno ou paracetamol são eficazes para o controle da dor, 
mas não atuam na inflamação. Nesses casos, eles são comumente combinados com 
anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que são eficazes na redução da dor e inchaço; 
porém, muitas vezes, é necessário tentar diferentes AINEs para obter o melhor efeito de 
diminuição da dor e melhora do estado funcional do paciente.46 
De uma forma mais didática, os analgésicos podem ter sua indicação nas dores leves 
a moderadas decorrentes de OA. Apesar de ser bem tolerado e considerado seguro 
para uso a longo prazo, deve-se evitar o uso de doses acima de 4g/dia e estar atento 
para possíveis efeitos colaterais, como hepatotoxicidade, alteração da função renal e 
interferência sobre a anticoagulação.
Os anti-inflamatórios não hormonais (AINH) são amplamente utilizados para reduzir 
a dor e a inflamação, assim como para melhorar a função em pacientes com OA. 
LEMBRAR
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Há uma ampla variedade de fármacos disponíveis, sendo variáveis suas habilidades de inibir a 
cicloxigenase (COX), enzima que catalisa a síntese de endoperóxidos cíclicos do ácido aracdônico a 
PGS. Alguns anti-inflamatórios são potentes inibidores da síntese de PGS, enquanto outros afetam, 
de maneira mais proeminente, eventos biológicos não mediados por elas.
São fatores de risco para a ocorrência de efeitos colaterais dos anti-inflamatórios, entre outros: 
 ■ idade avançada; 
 ■ história de sangramento gastrintestinal prévio; 
 ■ disfunção renal (incluindo fatores de comprometimento hemodinâmico, como hemorragias, 
desidratação, insuficiência cardíaca [IC], cirrose hepática com ou sem ascite, uso crônico de diuréticos); 
 ■ diabetes; 
 ■ hipoalbuminemia. 
Pacientes com fatores de risco requerem uma monitoração clínico-laboratorial 
cuidadosa, caso venham a fazer uso de AINHs para OA.
LEMBRAR
Pacientes que manifestam sintomas mais dolorosos que não respondem aos analgésicos comuns 
ou AINHs em doses adequadas, ou que tenham contraindicações ao seu uso, requerem, algumas 
vezes, a prescrição de analgésicos opioides. O tramadol é um agonista opioide sintético fraco que 
inibe a recaptação de norepinefrina e serotonina, sendo seu uso crônico seguro e bem tolerado, 
com baixo potencial de dependência. A dose diária não deve ultrapassar 400mg, sendo os principais 
efeitos colaterais náuseas, constipação, sonolência, cefaleia e xerostomia.
O uso de outros derivados opioide, fracos (codeína) ou mais potentes (oxicodona, metadona, 
morfina), é limitado pelo potencial de tolerância, dependência e ocorrência de efeitos adversos.
Apesar de a dor articular ser a razão a qual o paciente procura ajuda de um especialista, o dano 
articular deve ser reparado nas propostas de tratamento da OA ou ao menos ter sua progressão 
minimizada, embora nenhuma terapia utilizada até o momento tenha demonstrado ser capaz de 
alterar a história natural da doença.
Supostamente, algumas substâncias podem promover proteção à cartilagem no curso destrutivo da 
doença e são denominadas agentes condroprotetores. Os dois mais utilizados são a glicosamina e 
sulfato de condroitina. Estima-se que, nos EUA, em 2005, a indústria fabricante desses componentes 
terapêuticos faturou cerca de U$810 milhões, o que demonstrou seu amplo uso.47 A racionalização na 
administração desses componentes consiste na ingestão daqueles já presentes na cartilagem humana. 
A glicosamina é um aminossacarídeo usado para síntese de glicosaminoglicanos e 
glicoproteínas, que é altamente concentrado nos tecidos conectivos, em especial 
na cartilagem. A condroitina é um glicosaminoglicano encontrado na matriz 
extracelular da cartilagem.48 
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Estudos demonstraram ser possível a síntese de colágeno tipo II e proteoglicanos em condrócitos humanos 
in vitro, o que diminui a inflamação e melhora o equilíbrio anabólico/catabólico da matriz extracelular.49 
Porém, quando aplicado em humanos vivos, os resultados são discrepantes e a heterogenecidade dos 
estudos em relação a sua qualidade metodológica dificulta ainda mais o posicionamento a respeito 
da eficiência da aplicação dessa modalidade. Quando isso ocorre em articulações com OA, utiliza-se 
a denominação drogas modificadoras da doença osteoartrósica (DMOAD).50 
Os agentes modificadores da estrutura do tecido conectivo (em inglês, connective 
tissue structure modifying agents [CTSMA]) são fármacos capazes de transformar 
a estrutura dos tecidos conectivos de maneira positiva, aumentando a síntese ou 
reduzindo a degradação dos componentes da matriz extracelular, sobretudo do 
colágeno e agrecano.50
A administração intra-articular de glicocorticoides tem efeito benéfico no tratamento de 
episódios dolorosos agudos e com efeito de curto prazo da OA. Trata-se de procedimento 
simples e seguro, se realizado sob o rigor da técnica. Seu uso repetido, no entanto, deve 
ser evitado, por aumentar o risco de complicações e efeitos adversos comuns com uso 
de corticoterapia, normalmente, não sendo prescrito para alívio da dor a longo prazo.37 
O ácido hialurônico é responsável pelas propriedades viscoelásticas do líquido sinovial. O seu 
uso intra-articular para tratamento da OA vem se tornando amplamente difundido, conhecido como 
viscossuplementação e baseia-se no princípio da tentativa de reposição do fluido sinovial que perdeu 
sua viscoelasticidade habitual. 
A eficácia e a tolerabilidade do ácido hialurônico para o tratamento da dor articular no tratamento da 
OA, apesar de controversas, foram demonstradas em diversos estudos, apresentados na revisão 
feita Cooper e colaboradores. Observou-se que a injeção intra-articular com ação local promoveu 
benefícios de alívio da dor semelhantes ao uso de esteroides intra-articulares isoladamente ou 
anti-inflamatórios de uso oral não hormonais.51 
Dessa forma, a recomendação para a utilização do ácido hialurônico foi proposta como opção para 
falha no uso das medicações normais ou, ainda, como opção, já que os anti-inflamatórios hormonais 
são de uso sistêmico e têm seu efeito colateral prejudicial para determinados grupos de pessoas, 
como hipertensos e diabéticos, e os anti-inflamatórios não hormonais acabam tendo sua indicação 
contraindicada em pacientes com sensibilidade ou distúrbios gastrintestinais,principalmente para 
tratamentos mais prolongados.51
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Cirurgia
O tratamento cirúrgico para a OA deve ser considerado após falha aos tratamentos clínicos. 
São candidatos para cirurgia pacientes que apresentem sintomas dolorosos moderados a intensos 
quando o tratamento conservador já não surte mais efeito, havendo o comprometimento funcional, 
incapacidade grave e, em geral, associada à presença de significantes anormalidades radiográficas. 
Os procedimentos mais amplamente realizados são: 
 ■ artroscopia; 
 ■ osteotomia; 
 ■ artroplastia.
Artroscopia
A artroscopia é um procedimento largamente utilizado para a OA de joelho; porém, sua recomendação 
é controversa. Muitos cirurgiões utilizam essa técnica com base em sua experiência clínica,52 e, 
apesar de sua indicação ser rotineira e parecer válida, Thorlund e colaboradores, em revisão 
sistemática com metanálise, demonstraram um bom e discreto resultado em favor desse tipo de 
cirurgia relacionado à dor quando comparado ao tratamento conservador a curto prazo (entre 3 e 
5 meses).53
Em relação à função da artroscopia, não houve diferença entre os tratamentos. A superioridade 
também foi inexistente em relação à dor e função a longo prazo (mais do que 24 meses).53 
No mesmo estudo, concluiu-se que, levando em consideração o pequeno benefício, frente aos riscos 
e ao custo do procedimento cirúrgico, não se encoraja a realização desse procedimento quando 
relacionado à OA. Porém, ele continua a ser usado e indicado em casos menos graves, para retirada 
de fragmentos livres, sinovites recorrentes ou, ainda, ressecção de osteófitos.54
Osteotomia
A osteotomia tibial ou femoral é um procedimento que altera a distribuição de carga, indicado para 
pacientes relativamente jovens, nos quais se quer postergar a realização de artroplastia.54 
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Artroplastia
Em relação à artroplastia de joelho, nos últimos 30 anos, houve grandes avanços técnicos na 
realização desse procedimento, que marcadamente melhorou a qualidade de vida de pacientes 
com OA. O objetivo primário é o alívio dos sintomas álgicos, embora a função nem sempre seja 
completamente restaurada.54
A artroplastia unicompartimental é considerada como sendo adequada para o paciente mais 
novo, no qual a preservação dos tecidos normais, com ressecção óssea mínima é um benefício 
potencial quando a revisão é necessária. Isso também é promovido para pacientes mais velhos, 
com lesão unicompartimental, cuja OA não é provável para progredir em um grau que afetará o 
resultado da cirurgia antes da sua morte.54 
A artroplastia total do joelho é indicada em casos nos quais o paciente possui lesão em mais de um 
compartimento. A substituição dos compartimentos lesionados por prótese sintética tende a devolver 
a função que estava limitada pela lesão e pela dor ao indivíduo, tornando-o novamente funcional.54
Outras técnicas
Mais recentemente, diversas abordagens ditas “biológicas” têm sido estudadas, em uma tentativa 
de restaurar a cartilagem articular. Esses métodos incluem meios para estimular o reparo com 
base no próprio tecido cartilaginoso, em células condrogênicas, reparação sintética ou metal, ou, 
ainda, reparos farmacologicamente estimulados. A resposta a esses métodos parece ocorrer em 
indivíduos mais jovens, sem alterações cartilaginosas graves, com lesões menores, e as melhores 
respostas são oriundas de estudos de baixa qualidade, o que restringe ainda mais a sua utilização.55
A terapia gênica é aventada como uma forma de induzir regeneração do tecido cartilaginoso 
previamente lesado, sendo necessários maiores estudos para determinar possíveis benefícios 
clínicos em pacientes com OA.
DOR CRÔNICA E CINESIOFOBIA
A dor é o maior sintoma encontrado em pacientes com OA e ocasiona distúrbios 
funcionais e na qualidade de vida.17,33 
LEMBRAR
Embora haja evidências de que alterações radiográficas significativas em alguns indivíduos apresentam 
maiores sintomas, vários estudos clínicos apontam que a dor de OA não se correlaciona com a 
evidência radiográfica da doença e das pessoas que convivem com a dor crônica, que podem ter 
seus mecanismos de modulação da dor alterados.17,33 Evidências emergentes sugerem que as 
alterações no processamento nociceptivo dentro do sistema nervoso central (SNC) e do sistema 
nervoso periférico (SNP) podem ser um fator importante na contabilização de tais variações nas 
apresentações clínicas da dor associada à OA no joelho.56
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Uma série de estudos recentes investigou a presença de processamento de dor alterado na 
OA do joelho, mas os mecanismos precisos subjacentes à sensibilização da dor nessa doença 
permanecem indescritíveis.56 
A dor pode resultar de nociceptores do tecido somático profundo local do joelho tornando-se 
sensibilizados durante a inflamação (sensibilização periférica) e/ou sinais neuronais 
patológicos da articulação causando alterações no SNC (sensibilização central).57 
Maior compreensão e capacidade de identificar clinicamente mecanismos de dor na OA do joelho 
podem ser parte integrante da designação e do desenvolvimento de intervenções de tratamento 
adequadas e destinadas a otimizar o alívio da dor.58 
A compreensão dos processos psicológicos subjacentes ao desenvolvimento de um 
problema de dor crônica é importante para melhorar a prevenção e o tratamento de 
uma patologia como a OA. É possível que tratamentos mais tradicionais direcionados 
à dor e à função não estejam contemplando relevantes processos psicológicos 
subjacentes que estão sendo tratados de forma insuficiente.58 
LEMBRAR
Uma abordagem que inclui foco em medo, cinesiofobia, catastrofismo e depressão pode aperfeiçoar o 
processo de reabilitação, melhorando a prevenção secundária da deficiência crônica ou incapacidade 
funcional, bem comum com a progressão da patologia.58 Ou seja, medo e cinesiofobia, catastrofismo 
e depressão são verdadeiros agentes que causam ou potencializam um problema de dor crônica; 
assim, também devem ser abordados, para que se tenha um tratamento mais efetivo.58
Embora o exercício ofereça de imediato e a curto prazo valiosos efeitos positivos, a adesão a ele 
diminui significativamente ao longo do tempo entre adultos mais velhos com dor crônica.59 Barreiras 
semelhantes são encontradas para aderência ao exercício e relatados por essa população em 
função do medo de realizar movimento, agravamento da dor, investimento de tempo e incerteza 
sobre os seus benefícios.58
Aumentar a adesão aos programas de exercícios é reconhecidamente um fator importante para a 
eficácia do tratamento conservador de OA em longo prazo. Em recente revisão sistemática com 
metanálise, Nicolson e colaboradores (2017) encontraram evidências de qualidade moderada que 
sessões de exercício com fisioterapeuta podem melhorar a aderência ao exercício terapêutico em 
pessoas com OA.59 
No referido estudo, também foram encontradas evidências de alta qualidade que as intervenções 
direcionadas especificamente à motivação do paciente para o exercício, com adoção de abordagem 
comportamental e motivacional e com exercícios graduados de acordo com a capacidade física do 
indivíduo, podem melhorar a aderência ao exercício terapêutico em pessoas com OA ou dor lombar 
crônica. No entanto, a eficiência dessas intervenções pode não apresentar o mesmo efeito a longo 
prazo. Assim, o planejamento e acompanhamento do paciente tornam-se necessários, para que a 
aderência e a efetividade das intervenções propostas, como no caso de pacientes com cinesiofobia, 
possam realmente ocasionar os benefícios esperados.
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ATIVIDADES
6. Em relação aos efeitos da imobilização, assinale a alternativa correta.
A) A cartilagem articular responde bem ao imobilismo, apresentando-se, inclusive, com 
espessura aumentada, reprodução de condrócitos e enrijecimento.
B) A consistência óssea aumenta proporcionalmente a duração da imobilização nas 
fraturas.
C) A imobilização prolongada causa aumento na carga e nas capacidades de absorver 
energia do complexo osso-ligamento em uma lesão ligamentar.
D) A hipotrofia muscular, degeneração da cartilagem, diminuição da resistência à tensão 
do tecido conjuntivo colágeno são efeitos da imobilização.
Resposta no final do artigo
7. O estímulo mecânico em níveis fisiológicos atua na fisiologia da cartilagem como:
A) anti-inflamatório e estimula a manutenção de matriz extracelular.
B) pró-inflamatório e estimula a manutenção de matriz extracelular.
C) pró-inflamatório e inibe a manutenção de matriz extracelular.
D) anti-inflamatório e inibe a manutenção de matriz extracelular.
Resposta no final do artigo 
8. Sobre a atividade física no tratamento e na prevenção da OA, observe as afirmativas.
I — Ela não aumenta claramente o risco de OA do joelho e do quadril ou sua progressão.
II — Ela melhora da força muscular, que, em conjunto com a propriocepção, auxilia na 
proteção das articulações.
III — Ela, apesar de diminuir a dor, não apresenta evidências de que melhora a função 
do paciente com OA.
IV — A prática esportiva, que, de preferência, deve ser em todos os dias da semana, 
ajuda no controle de peso.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a II e a III.
C) Apenas a II, a III e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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9. Qual a função dos braces no tratamento de OA?
A) Trazer conforto ao paciente ajudando nas propostas de evolução do tratamento.
B) Minimizar a carga axilar sobre o eixo do joelho.
C) Substituir o tratamento da fisioterapia.
D) Manter o trofismo muscular durante o tratamento na fisioterapia.
Resposta no final do artigo
10. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) sobre o processo de degeneração da cartilagem.
( ) As citocinas inflamatórias estimulam a produção de moléculas proteolíticas que 
degeneram a cartilagem articular.
( ) A sobrecarga (obesidade) e o desuso (imobilização) são fatores desencadeadores 
da degeneração da cartilagem articular.
( ) A mobilização articular inibe a inflamação e degeneração da cartilagem articular, 
impedindo, assim, o seu processo de degeneração.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — V.
B) V — F — V.
C) V — V — F.
D) F — F — F.
Resposta no final do artigo
11. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em relação aos defeitos osteocondrais.
( ) Quando não tratados, podem evoluir para OA.
( ) A microfratura apresenta os melhores resultados clínicos e histológicos para eles.
( ) Podem ser tratados por microfratura, mosaicoplastia, transplante osteocondral de 
cadáver (aloenxerto) e transplante de condrócitos.
( ) Podem também ser tratados com células-tronco.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) V — V — V — V.
B) V — F — V — V.
C) V — V — F — V.
D) V — V — F — F.
Resposta no final do artigo
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12. Sobre os principais objetivos do fisioterapeuta, observe as afirmativas.
I — Educar o paciente.
II — Orientar quanto à necessidade de preservar a cartilagem articular que os pacientes 
ainda possuem. 
III — Identificar a fonte real (etiologia) da degeneração e intervir de forma adequada. 
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
13. Qual(is) fármaco(s) é(são) eficaz(es) para o controle da dor do paciente com OA, 
mas que não atua(m) na inflamação?
A) Acetaminofeno ou paracetamol.
B) Paracetamol e aspirina.
C) Aspirina e tramadol.
D) Acetaminofeno ou codeína.
Resposta no final do artigo
14. A respeito dos procedimentos cirúrgicos mais amplamente realizados para OA, 
correlacione a primeira e a segunda colunas.
(1) Artroscopia
(2) Osteotomia
(3) Artroplastia
( ) É um procedimento que marcadamente melhorou a 
qualidade de vida de pacientes com essa doença.
( ) É um procedimento largamente utilizado para a OA de 
joelho, mas sua recomendação é controversa.
( ) É um procedimento que altera a distribuição de carga, 
indicado para pacientes relativamente jovens, nos quais 
se quer postergar a realização de artroplastia.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) 1 — 2 — 3.
B) 2 — 3 — 1.
C) 1 — 3 — 2.
D) 3 — 1 — 2.
Resposta no final do artigo
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15. A respeito dos verdadeiros agentes que causam ou potencializam um problema de 
dor crônica, observe as afirmativas.
I — Medo e cinesiofobia.
II — Ansiedade e inatividade.
III — Catastrofismo e depressão.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
C) Apenas a I e a III.
D) Apenas a III.
Resposta no final do artigo
 ■ CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, 35 anos, dançarina, queixa-se de dor no joelho esquerdo há 
dois anos, principalmente quando praticava dança.
Em 2001, durante uma aula de balé, a paciente sentiu dores no joelho esquerdo e 
travamento. Consultou um ortopedista, que indicou fisioterapia, mas não interrompeu a 
dança. A dor passou a ser constante.
Em 24/11/2001, fez artroscopia: lesão grande de cartilagem e realização de perfurações 
mais 6 semanas sem apoio. Também foram feitas três aplicações de ácido hialurônico 
(viscossuplementação). 
Em 6/4/2002, a artroscopia – RM mostrou irregularidade no côndilo femoral medial, em 
sua parte distal.
ATIVIDADE
16. Qual a possível disfunção da paciente e a provável evolução do quadro?
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Resposta no final do artigo
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Em 7/3/2003, a paciente consultou outro serviço. Em 17/3/2003, a artroscopia – RM 
demonstrou irregularidades condrais do côndilo femoral medial com edema da medula 
óssea adjacente. 
Em 14/5/2003, fez artroscopia do joelho esquerdo, compartimento medial, que demonstrou 
lesão condral grau IV em côndilo femoral medial em sua porção distal. Após, foi realizada 
a retirada de material para a cultura de condrócitos. 
Em 4/6/2003, foi realizada a artroscopia do joelho esquerdo e o transplante autólogo de 
condrócitos.
ATIVIDADES
17. Considerando o caso clínico, quais as expectativas no tratamento de lesões condrais?
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Resposta no final do artigo
18. Estabeleça uma programação, sugerindo um protocolo de reabilitação para a paciente 
do caso clínico, enfatizando uma periodização quanto à descarga de peso, ao início 
de fortalecimento e à propriocepção e ao retorno às AVDs.
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Resposta no final do artigo
 ■ CONCLUSÃO
A compreensão da doença da cartilagem articular apresenta-se como um grande desafio para os 
ortopedistas cirurgiões de joelho, fisioterapeutas e pesquisadores, que buscam encontrar a melhor 
estratégia de enfrentamento ao dano articular. 
A prevenção é uma palavra-chave, educando toda a população quanto aos hábitos de vida saudáveis 
e que possam favorecer a evolução natural dos aspectos degenerativos da cartilagem, sem que 
causem limitações funcionais e doenças associadas. 
Entende-se que a melhor cirurgia é aquela que nunca precisa ser realizada, e que o tratamento 
conservador da OA pode trazer de volta a função e a qualidade de vida, não negligenciando limitações 
físicas que possam justificar intervenções mais invasivas. 
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O conhecimento da fisiopatologia e da história natural da doença sinaliza, aos profissionais envolvidos, 
a opção pelo tratamento conservador ou não como influência positiva à evolução da OA. Por se 
tratar de uma patologia constantemente estudada e também em função do fato de o joelho ser 
uma região que conta com uma infinidade de pesquisadores, não se tem a presunção de apontar 
verdades absolutas frente ao tratamento dessa patologia. 
A dinâmica do fisioterapeuta e dos profissionais de reabilitação deve acompanhar o dinamismo 
dos estudiosos, que a cada dia trazem novas descobertas e ferramentas para se atuar e realizar 
um trabalho eficiente e vantajoso para o paciente.
 ■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: C
Comentário: A cartilagem hialina é parte fundamental quando se estudam lesões esportivas. 
A cartilagem elástica apresenta pouca importância no estudo do esporte. A cartilagem fibrosa 
(fibrocartilagem) é um dos tipos mais difundidos de cartilagem no organismo. 
Atividade 2
Resposta: C
Comentário: A cartilagem articular pode ser danificada por acidentes, como, por exemplo, em casos 
associados à lesão do LCA, ou se degenerar lentamente ao longo do tempo, eventualmente levando 
à OA. Podem causar desgastes precoces nela o mau alinhamento da articulação, o excesso de 
peso, a atividade física excessiva, não sendo o esforço repetitivo citado nesse trecho do artigo. 
Atividade 3
Resposta: D
Comentário: A cartilagem é um tecido com pouca capacidade de cicatrização. Isso está totalmente 
ligado à hipocelularidade e por não ter aporte sanguíneo adequado.
Atividade 4
Resposta: D
Comentário: A cartilagem articular protege o osso e dissipa a carga ao redor do joelho. Um defeito 
nela, no qual há exposição do osso subcondral, também expõe terminações nervosas que são 
excitadas, o que fará a pessoa sentir dor. Na verdade, não existe dor de origem condral OA, pois ela 
é oriunda do tecido nervoso situado no osso subcondral. O dano da cartilagem irrita o revestimento 
das articulações e os nociceptores ali presentes. Às vezes, pode ser uma dor leve e constante que 
piora no decorrer do dia em função do movimento repetitivo.
Atividade 5
Resposta: B
Comentário: Entre os fatores citados como de risco para o desenvolvimento da OA, estão idade; 
gênero; obesidade; inatividade; morfologia articular; alinhamento articular; sobrecarga articular; 
hipotrofia muscular; lesões prévias; depressão; ansiedade. A idade, sem dúvida, é o fator mais 
convincente, o qual apresenta prevalência de 30% entre 65 e 74 anos com OA. Também há uma 
leve tendência ao sexo feminino, provavelmente por fatores biomecânicos e deficiência de estrógeno, 
mas estudos randomizados e prospectivos são necessários para constatar tal afirmação. 
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Atividade 6
Resposta: D
Comentário: Na fisioterapia ou até mesmo no início da doença, o paciente não tem a compreensão 
da necessidade da mobilização precoce e contínua de baixa intensidade, o que acarreta uma série 
de consequências ruins e desencadeia o ciclo da degeneração articular.
Atividade 7
Resposta: B
Comentário: O movimento nutre a cartilagem e potencializa as ações da matriz extracelular.
Atividade 8
Resposta: A
Comentário: A atividade física, por si só, não aumenta claramente o risco de OA do joelho e do quadril 
ou sua progressão; além disso, melhora da força muscular, que, em conjunto com a propriocepção, 
auxilia na proteção das articulações. Há evidências de nível 1B que, tanto o fortalecimento quanto o 
exercício, reduzem a dor e melhoram a função e a saúde em pacientes com OA. A prática esportiva 
moderada, cinco vezes por semana, ajuda as articulações a permanecerem flexíveis, na manutenção 
dos músculos que suportam e estabilizam os tornozelos, os joelhos e os quadris, auxiliando e sendo 
fator-chave no controle de peso.
Atividade 9
Resposta: A
Comentário: O uso de órteses durante o tratamento das OAs tem um foco muito paliativo, que traz 
conforto para alguns pacientes e não tem uma indicação precisa.
Atividade 10
Resposta: A
Comentário: O mais importante desta questão é compreender a relação da inflamação, dos fatores 
de risco e das técnicas terapêuticas, e que tratar a lesão buscando um diagnóstico por meio da 
problematização, ou seja, buscar uma estratégia é o mais indicado.
Atividade 11
Resposta: B
Comentário: A microfratura é uma conduta inicial nos tratamentos invasivos da OA e um paliativo 
que apenas retarda a indicação de uma prótese total.
Atividade 12
Resposta: D
Comentário: Caso o leitor tenha compreendido bem este artigo, esta questão finaliza praticamente 
como um resumo do que se deve abordar em pacientes portadores de OA.
Atividade 13
Resposta: A
Comentário: Fármacos como acetaminofeno ou paracetamol são eficazes para o controle da dor, 
mas não atuam na inflamação. Nesses casos, eles são comumente combinados com AINEs, que 
são eficazes na redução da dor e inchaço; porém, muitas vezes, é necessário tentar diferentes 
AINEs para obter o melhor efeito de diminuição da dor e melhora do estado funcional do paciente.
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Atividade 14
Resposta: D
Comentário: A artroscopia é um procedimento largamente utilizado para a OA de joelho; porém, 
sua recomendação é controversa. A osteotomia tibial ou femoral é um procedimento que altera a 
distribuição de carga, indicado para pacientes relativamente jovens, nos quais se quer postergar a 
realização de artroplastia. Em relação à artroplastia de joelho, nos últimos 30 anos, houve grandes 
avanços técnicos na realização desse procedimento, que marcadamente melhorou a qualidade de 
vida de pacientes com OA. 
Atividade 15
Resposta: C
Comentário: O medo e a cinesiofobia, o catastrofismo e a depressão são verdadeiros agentes que 
causam ou potencializam um problema de dor crônica; assim, também devem ser abordados, para 
que se tenha um tratamento mais efetivo.

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