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CONSTRUTIVISMO APLICADO AO PROCESSO DE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO

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RESUMO
Este trabalho tem como propósito esclarecer os principais aspectos do construtivismo e sua aplicação na prática da alfabetização e letramento. Desta forma serão apresentados os fundamentos de acordo com os principais autores que deram origem e desenvolveram a presente teoria; logo mais, serão abordados os aspectos favoráveis e também os aspectos desfavoráveis relacionados à teoria construtivista, com intenção de desconstruir os equívocos mais presentes na interpretação da mesma; por seguinte será elucidada a melhor forma da aplicação prática na alfabetização. Para tanto, utilizou-se pesquisas bibliográficas e informações encontradas em plataformas virtuais, com a finalidade de elucubrar a respeito da relevância e eficácia da teoria construtivista no ensino da leitura e da escrita.
Palavras-chave: Construtivismo, alfabetização e letramento.
	
	
1 INTRODUÇÃO
Este projeto destina-se a tratar da teoria Construtivista no contexto da alfabetização, acentuando os pensamentos de Piaget (precursor do pensamento Construtivo), dentre outros autores que no decurso da história também contribuíram para a teoria e através dela desenvolveram propostas relacionadas ao ensino-aprendizagem. Ainda assim, é notória a constatação de equívocos acerca do Construtivismo, seja pela interpretação incorreta da proposta dos desenvolvedores da teoria e consequentemente esse desconhecimento acarretando em má aplicação do construtivismo na alfabetização.
Diante desse fato e para superar os equívocos, resta tentar responder as simples indagações: o que é de fato o Construtivismo? Como ele deve ser aplicado? E a questão principal: aplicado de forma correta, o construtivismo traz resultados? Diante ao exposto, esclareceremos os principais aspectos do construtivismo necessários à alfabetização e letramento, abordando o conceito da Teoria Construtivista a partir do pensamento de Piaget, juntamente com seus estudos e conclusões a respeito das análises experimentais realizadas com crianças. Destacaremos sua visão e qual era a proposta de utilização da teoria para entendimento do desenvolvimento cognitivo. 
Por seguinte, citaremos sua aluna, a psicóloga e psicolinguista Emilia Ferreiro e qual foi o desenvolvimento do seu trabalho fundamentado em seu mestre. Também trataremos da influência da teoria Construtivista para a Pedagogia bem como as propostas desenvolvidas por profissionais da área da educação, como é o exemplo de Ana Teberosky, para que com o Construtivismo fosse alcançada a eficiência no contexto ensino-aprendizagem.
Ademais, serão expostas suas consequências favoráveis e os pontos positivos defendidos pelos aderentes ao pensamento. Em seguida serão também demonstradas, em contrapartida,as críticas desfavoráveis ao movimento e o porquê da não aceitação dessa “metodologia” por alguns. Por fim, elucidaremos propostas pedagógicas fundamentadas por Teberosky, explicando, de forma simples, que é possível alfabetizar a criança a partir da perspectiva de como ela aprende e assim obter resultados favoráveis.
2BASES PARA O CONSTRUTIVISMO
O Biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), em suas obras, preocupou-se com o estudo do desenvolvimento cognitivo das crianças nos processos de construção do conhecimento em suas faixas etárias. (PIAGET, 1987) afirmou em sua obra que as estruturas não estão pré-formadas dentro do sujeito, mas vão moldando-se conforme as necessidades e situações decorrentes. Segundo Piaget, para o ser humano alcançar um estado de equilíbrio mental, deve passar também por dois processos: Assimilação, que é a ampliação por um esquema já existente do objeto contatado; e a Acomodação, sendo a incompatibilidade com os esquemas já existentes, criando assim novos esquemas e acomodando novos conhecimentos, como afirma Piaget a respeito desses processos:
Uma integração à estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação. (PIAGET, 1996, p. 13).
A consolidação da teoria construtivista em metodologia pedagógica foi difundida por Emilia Ferreiro, em parceria com Ana Teberosky, alunas de Piaget. Em sua obra Psicogênese da Língua Escrita. Ferreiro e Teberosky explicaram que a criança passa por quatro fases no processo de alfabetização, sendo elas: a pré-silábica, onde a criança não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada; silábica, sendo a forma que a criança interpreta de sua maneira, atribuindo valor a cada sílaba; silábico-alfabética, em que a criança mistura a lógica da fase anterior com a identificação de cada silaba; e alfabética, quando a criança expressa domínio no valor das letras e sílabas. Logo, a alfabetização da criança deveria ser feita levando-se em conta os processos de assimilação e acomodação, de forma crescente e de modo a levar a criança a compreender a relação da linguagem escrita com a falada. 
Através de seus experimentos, foi identificado que a criança não aprende de forma eficiente a escrever através dos métodostradicionais, métodos estes que tornam a escrita mecânica e memorizável. “O desenvolvimento da alfabetização ocorre em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças”. (FERREIRO, 1996, p.24). Desse modo, o ensino das letras e formação de silabas até chegar nas palavras deveria ocorrer de forma a permitir a construção do conhecimento e não por cartilhas nem por repetições enfadonhas.
3ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DO CONSTRUTIVISMO
O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do aprendizado ao invés de ser mero expectador durante o período em que aprende. Isso acontece mediante a experimentação, pesquisa em grupo, estimulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio. Na alfabetização, por exemplo, o construtivismo condena a prontidão para o aprendizado da leitura e escrita por meio da capacidade de discriminar sons, sinais e motricidade, pois acredita que dando valor excessivo para a estética da letra, ou a caligrafia, deixa-se de lado a verdadeira compreensão da escrita.
O conhecimento não pode ser concebido como algo pré determinado nem nas estruturas internas do sujeito, por quanto estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem nas características preexistentes do objeto, uma vez que elas só são concebidas graças à mediação necessária dessas estruturas, e que essas, ao enquadrá-las, enriquecem-na. (PIAGET, 2007 p.1).
Pode-se perceber então que o conhecimento se dá na interação do aluno com o meio no qual ele vive, rejeitando o uso de conhecimentos prontos ou materiais didáticos longe do universo vivido pelo indivíduo, e consequentemente o mesmo toma parte direta na construção e organização do conhecimento, se tornando um cidadão pensante e questionador, inteiramente ativo na sociedade.
Porém, apesar de a perspectiva construtivista ser adorada e adotada por muitos educadores profissionais da área da educação, ela é também muito criticada no que se diz sobre seus resultados e eficácia. Alunos formados pelo construtivismo se tornam bons de raciocínio e de senso crítico, porém se tornam fracos em quantidade de conhecimento. O construtivismo evita que as respostas cheguem prontas para o aluno, já que se trata de um movimento, como diz Dalbosco (2007), questionador que se preocupa muito mais em formular perguntas de maneira adequada do que em encontrar as respostas certeiras. Nesse caso é ele quem deve alcançar o conhecimento sozinho, e este objetivo leva tempo para ser atingido. 
Por este motivo, alguns pais consideram seus filhos mais atrasados em relação a outras escolas, no que se refere ao ritmo de ensino e quantidade de conhecimentos adquiridos ao longo do período letivo. Pode-se notar também que um aluno, que aprende dentro da perspectiva construtivista, venha a sentir dificuldades ao se adaptar a novasescolas, por não aderir ao ensino de fórmulas prontas de matemática ou de sintaxe.
4 CONSTRUTIVISMO NO LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO
Para que o construtivismo propicie bons resultados à alfabetização da criança é necessário investir no seu desenvolvimento desde os primeiros anos de vida. Já nessa fase, ela é capaz de produzir conhecimentoslinguísticos a partir da interação com a família nos momentos de leitura ao qual tem acesso, também, ao material escrito. Desta forma, é capaz de absorver conhecimentos, (processo chamado de letramento), antes mesmo de começar a escrever e ler da forma convencional. Teberosky cita Emilia Ferreiro, afirmando que:
Porém, no caso da linguagem escrita, a base social tem uma função especial a mais. Sendo um escrito um objetivo simbólico, para que se conheça nas marcas gráficas objetos simbólicos, os agentes sociais devem atuar como intérpretes, cuja função é transformar essas marcas gráficas em objetos lingüísticos (Ferreiro, 1996). Apenas escutando a leitura em voz alta, a criança pequena assiste a transformação das marcas gráficas em linguagem. (TEBEROSKY, 2003, P.17).
Sendo assim, para que a proposta construtivista tenha êxito, deve-se começar no seio do lar, uma vez que a família que cultiva um ambiente rico em literatura somado ao hábito de leitura proporciona estimulo e riqueza de conhecimentos para a criança. Não obstante, famílias que não possuem condições acessíveis, também gozam da capacidade de poder contribuir com seus filhos nas mínimas possibilidades de interação, seja por carta, bilhete, receitas, jornais, revistas, em suma, materiais que podem ser adquiridos e desenvolvidos facilmente. Cabe ressaltar então, a importância da escola, junto ao professor, para diagnosticar e trabalhar em prol de difundir a necessidade desse hábito aos pais e em extensão a toda comunidade.
Todo docente - interessado no construtivismo - deve empenhar-se em obter conhecimentos científicos, afim de melhor compreende-lo, para não tratar os comportamentos das crianças como: falas, rabiscos, grafismos e desenhos, como meras características infantis e sim, como construções de hipóteses, processos de escrita pré-silábica, silábica e suas correspondências sonoras as quais são desenvolvimentos precedentes e inerentes à alfabetização. Ana Teberosky explica que as escolas têm usado materiais didáticos e atividades que vão de contramão ao processo natural e evolutivo de aprendizagem da criança. Por conta disso enfatiza ainda que, no construtivismo, deve-se atentar para o pleno processo de compreensão do aluno. (TEBEROSKY, 2003). Construtivismo é uma perspectiva que visa o ensino-aprendizagem do ponto de vista da criança, isto é, a partir do modo de como ela aprende; de como constrói seu conhecimento.
É importante ressaltar que a perspectiva construtivista não se caracteriza como um método, visto que pode entender-se por método um conjunto de técnicas previamente determinadas a partir do conteúdo a ser lecionado. (TEBEROSKY e COLOMER, 2003). Neste sentido, o construtivismo propõe componentes os quais são responsáveis pela construção da aprendizagem que se dá dentro das escolas. Há muitas questões que devem ser consideradas durante a construção e elaboração do processo de ensino da leitura e da escrita, as escolas costumam apresentar o ensino da leitura de acordo com a concepção específica do que se configura como “aprender a ler” presente nas mesmas, afim de que se garanta uma apropriação da linguagem escrita. Para tal, é necessário que haja contato em situações, as quais a escrita venha apresentar um significado real para a criança. 
O ensino construtivista considera a escrita e leitura como uma forma de comunicação, portanto, deve-se desenvolver uma relação entre a língua escrita e o seu uso funcional. Destaca-se, como exemplo, a presença de objetos escritos em sala de aula tais como listas ou receitas, determinando o papel do professor como o principal promotor do contato com diferentes gêneros textuais, através de um ambiente rico em cultura da escrita, para que se adquira novas experiências e que se aprenda a utilizar as diversas funções e características da escrita de maneira correta e significativa.
A presença do material real permite que a criança interaja e aprenda com ele. Nesse caso, o sujeito traz sua atividade, seja em forma de conduta, seja em forma de ação interiorizada, isto é, como atividade mental. Atualmente não há propostas pedagógicas que neguem o papel ativo da criança no processo de aprendizagem. (TEBEROSKY e COLOMER2003, p. 112)
Assim como o material permite que a criança aprenda, as atividades em sala de aula também são parte primordial neste processo, incentivar tanto as atividades escritas quanto a participação oral traz benefícios. Ao verbalizar o que se escreve, o aluno se torna capaz de refletir sobre os fonemas, utilizando da silabação para reproduzir os grafemas, tomando a oralidade como uma forma de controle da escrita. Apesar de ser indispensável este tipo de trabalho durante as séries da alfabetização, o aprender a ler e a escrever não acontecem apenas durante as séries escolares da alfabetização, ele se dá durante toda a vida escolar do aluno, a prática da leitura ao longo deste período garantirá novas aprendizagens e a aquisição de conhecimentos comunicativos reais. Nesse sentido, é interessante que o professor incentive e desperte nele o hábito da prática de leitura.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho apresentou os pensamentos basilares ao Construtivismo a partir de seu principiador e em decorrência seus desenvolvedores no intuito de esclarecer a teoria para melhor entendê-la e corretamente aplicá-la no cotidiano escolar. Os aspectos apontados pelos autores possibilitam compreender os verdadeiros objetivos do construtivismo e o que ele é capaz de oferecer em prol da alfabetização. Entretanto, os apontamentos desfavoráveis revelam que a teoria está longe de ser considerada unívoca e ou perfeita, desconstruindo assim qualquer possibilidade de tratá-la como premissa irrefragável.
Sendo assim, o Construtivismo é e deve ser instrumento de discussão, análise, desenvolvimento e testes, a fim de absorver o que ele tenha de melhor para se aproveitar dentro e fora da sala de aula pelo professor, família e toda comunidade. As dificuldades na alfabetização, o analfabetismo funcional, realidades que desembocam no fracasso escolar e, na pior das hipóteses, desqualificação ou despreparo para as atividades intelectuais, sociais e profissionais, devem ser tratados como problema de prioridade máxima no Brasil se o desejo brasileiro for ter uma nação em que haja pessoas integralmente desenvolvidas a caminho do crescimento em todos os sentidos possíveis.
Como pontapé inicial para resolução desse gravíssimo problema nacional e, como destaca Ferreiro, de toda a América Latina (FERREIRO e TEBEROSKY, 1999), o Construtivismo vem como uma proposta global de ensino que acompanhe a forma como facilmente o aluno aprende. Desse modo, o professor é capaz de balancear o ensino a forma de aprendizagem epistemologicamente natural do educando, para assim adquirir resultados favoráveis e também não agredir a natureza intelectual do aprendiz. O letramento e a alfabetização baseada no Construtivismo, preocupa-se com a construção do conhecimento do todo para a parte, isto é, a partir da contemplação e assimilação do meio social que contém riquezas de linguagens até cada parte singular da fala e escrita garantindo ao aluno aprender o idioma através da sua auto produção concomitantemente com a utilização convencional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DALBOSCO, Claudio A. Pedagogia filosófica: cercanias de um diálogo. São Paulo: Paulinas,2007
FERREIRO, Emilia. A representação da linguagem e o processo de alfabetização. São Paulo, 1996.
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em Processo. São Paulo: Cortez, 1996.
FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
PIAGET, Jean. Biologia e Conhecimento. 2ª Ed. Vozes: Petrópolis,1996
___________. Epistemologia genética. Tradução de Álvaro Cabral. 3. ed. São Paulo, 2007.
___________. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro, 1987.
TEBEROSKY, Ana e COLOMER, Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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