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1 Universidade Estácio de Sá – Campus Petrópolis Curso de Educação Física FARJALLA, Renato 1 COUTINHO, Rafael dos Santos 2 VICENTE, Rafael de Souza 2 PERFIL DE LAZER E ATIVIDADE FÍSICA DOS ESTUDANTES DA UNESA – PETRÓPOLIS PETRÓPOLIS 2018 2 RESUMO O presente estudo procurou explorar o perfil de atividade física e lazer dos alunos da Universidade Estácio de Sá, Petrópolis – RJ. Na introdução procuramos abordar temáticas que possuem influência direta na forma como o lazer e atividade física são administrados. Posteriormente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sucinta a fim de descrever os conceitos e o surgimento histórico de cada termologia. Quanto à metodologia, os dados foram coletados através de um questionário aplicado a 46 estudantes, apresentados em percentual e dispostos em tabelas. Os resultados mostram uma grande predominância de universitários solteiros com idade média de 23 anos que, conforme exposto, aproveitam boa parte do tempo livre com a família e utilizando o smartphone. Bares, shows, consumo de álcool e relação sexual são outras atividades que apresentaram uma aderência significativa. Em contrapartida, a leitura e o consumo de droga não são atividades que fazem parte do cotidiano dos estudantes, segundo os dados obtidos. Uma boa parcela pratica exercício físico com regularidade, porém, não utiliza acompanhamento profissional. Por fim, foi destacado a importância do desenvolvimento do lazer numa visão macro, a fim de promover saúde, interação social, educação e qualidade de vida. Palavras-chave: Lazer; Atividade Física; Estudantes Universitários; Qualidade de Vida 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2. LAZER .................................................................................................................. 5 2.1 SURGIMENTO HISTÓRICO ........................................................................... 5 2.3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ........................................................................ 6 3. A QUALIDADE DE VIDA E O LAZER................................................................. 9 4. O LAZER E A REALIDADE DE VIDA ............................................................... 10 5. A RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DE VIDA E A REALIDADE DE VIDA . 12 6. ATIVIDADE FÍSICA ............................................................................................ 13 6.1 SURGIMENTO HISTÓRICO ......................................................................... 13 6.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................................................................... 15 7. MÉTODO............................................................................................................. 16 9. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 16 10. DADOS ............................................................................................................. 19 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 22 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 23 4 1. INTRODUÇÃO Cria-se cada vez mais o poder de desejo, da satisfação pessoal e suas realizações, ao mesmo tempo que para alcançar esses objetivos, se faz necessário uma constante entrega do tempo para as tarefas diárias, sejam elas, o trabalho e ou, o estudo, principais realizações do nosso cotidiano. Diante disto, o tempo que temos livre dos afazeres, se torna ainda mais precioso, porém, de que forma fazemos uso deste tempo? Se ocupar depois de cumprir com as obrigações, é refazer a si mesmo, reconstruir-se na recuperação psicossomática no combate ao estresse, promovendo a diversão, o entretenimento, e o desenvolvimento do indivíduo com o meio social, a toda essa promoção diante do tempo livre, nos dias atuais, chamamos de Lazer. A vivência do lazer gera para a sociedade consumo, seja ele, cultural, educacional e econômico. Desenvolvimento e organização sócio-política que cada formação histórica alcança, assim cada cultura percebe de forma diferente a utilização do seu tempo, um valor social regulável. De acordo com Dumazedier (1976), temos: ‘’Um conjunto de ocupações as quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se, entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua formação ou informação desinteressada, sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.’’ Em meio a essa vasta possibilidade de como o indivíduo pode ocupar-se após suas obrigações diárias, este artigo, define um público alvo para ter como estudo o seu tempo livre. São jovens adultos universitários, da Instituição de Ensino Superior Estácio de Sá, da cidade de Petrópolis no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Onde, por meio de um questionário, busca-se estudar o tempo livre destes indivíduos, a fim de identificar de que forma é promovida a satisfação deste público através do ócio criativo. Diante de uma sociedade, que hoje, recebe uma cobrança por resultados cada vez maiores, o tempo livre, principalmente da faixa etária deste estudo, se torna o tempo que sobra, o que existe após as tarefas do dia. Em contrapartida, existe cada vez mais o desejo de usufruir da juventude, na constante busca pela realização e 5 satisfação pessoal e coletiva. Onde vive-se em um ambiente de inter-relacionamento constante, novas amizades surgem a fim da promoção mútua da qualidade de vida. Há um desejo de bem-estar, de conquista, que surge na maioria das vezes dos locais onde se vivência o lazer. E esse público cresce anualmente segundo o último censo divulgado pelo IBGE, em 2016. O aumento, entre 2006 e 2016, foi de 62,8% de novas matrículas, tendo uma média anual de 5% de crescimento. Logo, torna-se necessária uma discussão a fim de identificar os comportamentos e costumes dos universitários, uma vez que as atividades de lazer e físicas, estão diretamente relacionadas com a saúde destes estudantes. Segundo NAHAS (1989, apud OLIVEIRA et al, 2014), os hábitos da vida adulta são construídos na juventude, portanto, é destacado a temática levantando uma problemática pertinente devido a tendência do jovem universitário não se preocupar com a saúde por se encontrarem no ápice da sua juventude. Outro ponto relevante destacado no censo é o aumento de matrículas em cursos a distância. Em 2006, as matrículas a distância eram responsáveis por apenas 4,2% de todas as matrículas em cursos de graduação. Em 2016, essa participação pulou para 18,6%. Qual será o real motivo deste crescimento? Qualidade de ensino? Financeiro? Tempo livre? Tornou-se possível identificarmos marcas consolidadas da cultura da cidade por meio das alternativas de lazer buscada pelos universitários, uma vez que, a preferência por locais de encontro, ruas, bares, e praças, que mesmo após o passar dos anos, continuam sendo prioridade entre os jovens. Não existindo dúvidas, que o lazer apresenta características de regionalidade. 2. LAZER 2.1 SURGIMENTO HISTÓRICO Através deste objeto de estudo, diversos pesquisadores abordaram o tema a fim de definir um significado queo esclarecesse de forma mais concreta e sensata. 6 Procuraram também decifrar as atividades que faziam parte ou não e desenvolver formas de melhor aproveitar esse tempo. O termo começou a ser estudado no século XIX (DUMAZEDIER 1979), mais precisamente após a revolução industrial, antes disso tratava-se a respeito do ócio e do não-trabalho. O marco do início dos estudos acerca do tema foi, além da Revolução Industrial, o folheto publicado pelo militante socialista Paul Lafargue no ano de 1880 no Jornal L‟Égalité. Os dois acontecimentos foram cruciais. Primeiramente, diante da substituição do homem pela máquina, aumentou-se o ócio e deu-se início às discussões de ocupação desse tempo, segundo SILVA (1971, p.10 apud MENOIA, 2000). “(...) a revolução dos costumes que se baseou em três novos elementos intimamente relacionados: diminuição das horas de trabalho e, consequentemente, aumento das horas de ócio; elevação do nível salarial em virtude de maior rendimento em um menor tempo de trabalho; e a incapacidade de empregar adequadamente o tempo livre". Em consequencia disso, desenvolveram-se pesquisas e discussões, entre elas, destacou-se o documento “Direito à preguiça” escrito por Lafargue, que abordou o direto do lazer dos operários e questionou o sistema capitalista. “Introduzam o trabalho de fábrica, e adeus alegria, saúde, liberdade; adeus a tudo o que fez a vida bela e digna de ser vivida.” (LAFARGUE, 1990 p. 25) 2.3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES Apesar do significado da palavra lazer parecer ser simples e objetivo, discute- se muito acerca das diversas interpretações já desenvolvidas, além das inúmeras atividades associadas ou não com o termo. Fala-se também na função social e psíquica do lazer na vida das pessoas. 7 A palavra lazer é comumente associada às atividades recreativas ou grandes eventos. De forma geral, o descanso e o divertimento são os valores que costumam ser associados ao lazer. Segundo DUMAZEDIER (1979, p. 88), o lazer pode ser interpretado de diversas formas, gerando inúmeras atividades que podem ser consideradas atividades de lazer. É destacado também a influência do lazer no estilo de vida, capaz de determinar como o indivíduo irá se vestir, comportar e agir no dia a dia. Na obra de DUMAZEDIER (1979, p. 20), é citada algumas formas de enxergar o lazer, dentre elas, foi mencionado um aspecto interessante referente às teorias de Karl Marx, A. Comte e C. Proudhon. Eles associaram o desenvolvimento do lazer à evolução da cultura intelectual e, consequentemente, a uma maior participação nos negócios da cidade. Isso demonstra que o lazer e a evolução intelectual caminham juntos. Uma vez que o tempo de lazer seja bem aproveitado, isso contribuirá não só para o bem-estar físico, como também, para a evolução intelectual, resultando em uma participação mais integral de toda a sociedade nas políticas públicas de seu país, estado e município. DUMAZEDIER (1979, p. 89) apresenta uma visão dos economistas da época que consideravam qualquer atividade fora do ambiente de trabalho, atividade de lazer. “(...) situa o lazer somente com respeito ao trabalho profissional em oposição a este último, como se nada mais existisse contiguamente, como se o lazer resumisse inteiramente o não-trabalho. Esta definição é, na maioria das vezes, a dos economistas,(...)” Essa afirmação é desarmônica uma vez que, principalmente as mulheres, possuíam e possuem, ainda, responsabilidades familiais. Resultando em um não aproveitamento do tempo de lazer. Conforme citado por DUMAZEDIER (1979, p. 89). "Parece-nos lamentável particularmente para a clareza do conceito, confundir sob uma mesma palavra atividades que correspondem a um tempo liberado de obrigações profissionais e atividades que correspondem a um tempo sobrecarregado das obrigações familiais. A redução destas últimas condiciona também a possibilidade de atividades de lazer principalmente para as donas-de-casa e as mães de família, com demasiada frequência esquecidas pela sociologia do lazer." Em outro momento, DUMAZEDIER (1979) fala sobre outra forma de interpretação, onde restringe o significado do lazer às atividades realizadas 8 inteiramente pra alcançar autossatisfação, exclui completamente qualquer prática que tenha algum tipo de obrigação. O indivíduo desfruta do seu tempo livre descansando, lendo, correndo, jogando, seja qual for a atividade, o mesmo faz com prazer e jubilidade. CAMARGO (1986, p. 11-12) define lazer como ““(...) é um tempo onde se pode exercitar mais o fazer-por-fazer, sem que necessariamente haja um ganho financeiro em vista ou um preço sério a pagar.” Essa afirmação mostra uma visão mais simplista acerca do lazer, o que não a desqualifica, pois geralmente as atividades de lazer são realizadas dessa forma, num caráter desinteressado por parte do indivíduo, sem que haja retorno financeiro. Visão defendida também por MARCELLINO (1996). Porém, além dessas atividades, as que exploram o desenvolvimento social e pessoal, como por exemplo, o teatro, turismo, festas, etc., englobam-se também, segundo MARCELLINO (1996). Na contramão, observa-se atividades realizadas por compulsão, ditadas por modismo, ou seja, parecem ser atividades de lazer, mas, na realidade, são atividades que se enquadram no conceito de “antilazer”. REQUIXA (1980, apud MENOIA, 2000) também cita a utilização inteligente e rentável do lazer de forma educativa, que contribua para o desenvolvimento social e pessoal do indivíduo. Não perdendo, claro, as características de uma atividade não obrigatória e de livre escolha. Mas, independentemente disso, é exposto a possibilidade de o lazer ser bem aproveitado e explorado pelas sociedades modernas. MASI (1993, apud MENOIA, 2000) coloca-se a favor desta visão ao afirmar que o lazer estabelece “(...) o espaço que possibilita o desenvolvimento humano”. Observando e conhecendo as obras dos autores citados, é possível identificar uma simetria de definições, onde uma completa a outra, resultando enfim, numa definição elaborada e diversificada. E durante as exposições das ideias, é notório a preocupação social com a utilização inteligente do lazer. Podendo ser uma forma de propagar educação, saúde e qualidade de vida para as futuras gerações. 9 3. A QUALIDADE DE VIDA E O LAZER Segundo Gonçalves (2004) “A qualidade de vida abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ela se reportam em várias épocas, espaços e histórias diferentes.” Com isso, as expectativas individuas que surgem devem estar sempre em sintonia com a realidade, visando não somente a si próprio como também as atividades em grupo durante o seu tempo livre. Diante das variadas possibilidades e alternativas para otimizar a qualidade de vida, temos: “O lazer não pode ser visto como uma única forma de divertimento na vida social. As variadas formas nas quais o lazer se apresenta, devem ter como principal objetivo a satisfação do seu praticante. O lazer é, ainda, portador de um duplo processo educativo: veículo e objeto de educação. Considerando-se, assim, não apenas suas possibilidades de descanso e divertimento, mas também de desenvolvimento pessoal e social.” (DUMAZEDIER, 1973). Dessa forma, identifica-se a importância do lazer, que promove desde a satisfação do indivíduo até seu desenvolvimento social. O lazer não tem uma fórmula única, ele se faz presente aos interesses de cada um, através dele é possível existir diferentes mudanças e manutenções de ordem social. Educar de maneira subjetiva,não se sentindo na obrigação, é uma potente característica oferecida pelo lazer, aprende-se tendo qualidade de vida, o que além do conhecimento adquirido, promove diversos benefícios. A satisfação de aspirações e identificação do que se busca permite as mais variadas possibilidades de uso do tempo livre. Gerando assim, o acesso para todos, independente da cultura de vida praticada. Diante da rotina diária dos jovens universitários, em que o tempo livre se dá, após as obrigações cotidianas, é preciso planejar e saber administrar o momento para o lazer, uma vez que o ócio criativo não desenvolvido, pode gerar até mesmo frustrações, e nos dias atuais, o desenvolvimento de transtornos psicológicos é eminente, principalmente, se tratando desta faixa etária que está em uma fase de total exposição e necessidade de mostrar resultados. “O lazer é um campo de atividade em estreita relação com as demais áreas de atuação do homem. Na consideração das suas relações com a ação 10 humana em seus diferentes campos, não podemos deixar de considerar as insatisfações, as pressões ou os processos de alienação que ocorrem em quaisquer dessas áreas. O “sentido” da vida não pode ser buscado, como muitas vezes somos levados a crer, apenas num fim de semana, ou numa viagem, embora essas ocasiões possam ser consideradas como possibilidade de felicidade e formas de resistência para o dia-a-dia.” (ESTUDOS DO LAZER, 2000 apud Marcellino, 2000, p.15). De maneira geral, o lazer está sempre relacionado com a qualidade de vida do indivíduo, principalmente por meio de expectativas, até mesmo as emocionais. Buscando desenvolver a condição humana, seus parâmetros individuais e socioambientais, modificáveis ou não, visando sempre a satisfação e o bem-estar de cada um. 4. O LAZER E A REALIDADE DE VIDA Há uma preocupação muito grande dos estudiosos na forma como as pessoas estão tratando o lazer. Existem, atualmente, interesses de mercado que desprezam a importância do lazer, bem como a forma como é utilizado. Na obra de MARCELLINO (1996), a desigualdade social já era apontada como um dos fatores que corroboram para a não utilização do tempo livre de forma adequada e saudável devido à carga horária de trabalho extensa da população mais humilde, além da ausência de oportunidades e opções de lazer ao redor das moradias dessas pessoas. Além dele, autores como REQUIXA (1980, apud MENOIA, 2000), CAMARGO (1999) e MASI (2000) citam e defendem a utilização do lazer como meio propagador de educação. Porém, na atual conjuntura social do Brasil, sabe-se que as moradias periféricas são desprovidas de estrutura básica de educação e lazer para ser usufruído pela população. Na vertente dos jovens universitários, existe uma cobrança exacerbada no sucesso profissional e financeiro, obrigando-os a utilizar o tempo, em ócio ou não, de forma produtiva, resultando, assim, em uma diminuição da utilização do lazer de forma saudável e em um caráter desinteressado. Diante desta realidade, é observado e debatido nos estudos do lazer dos jovens universitários o consumismo desenfreado, principalmente do álcool, que foi abordado 11 no questionário desta pesquisa. Segundo ARANTES e FONGALAND (2011, apud BOTELHO, DA SILVA, MARETO, 2014) o álcool: “é antes um instrumento usado para a socialização e para a fuga dos desafios do dia a dia do que um motivo primordial para se frequentar os bares.” Em contrapartida, ROMERA (2008, apud BUZACARINI e CORRÊA, 2015) relativiza o uso do álcool, trazendo a visão que, se mal administrado, pode causar grandes malefícios, sendo a alienação um deles. “[...] o uso de álcool pode situar-se em dois extremos: por um lado, o atual estado do consumo de bebidas entre o público jovem reflete uma possibilidade de denúncia, ou um modo de declarar que algo na atual sociedade não está bem, tornando-se, de algum modo, uma forma de expressão e, portanto, não considerada alienante; por outro lado, o consumo excessivo de álcool tem condições de tornar o homem alienado.” Outro ponto discutido, ainda no viés do consumismo, é a busca por bens materiais que a indústria estimula e cria, automaticamente, um padrão de consumo, conforme os jovens vão adquirindo esses bens. E, em consequência disso, é possível afirmar que o consumismo se tornou mais uma forma de lazer. Porém, é discutido o que isso pode gerar para os jovens, seja de forma positiva ou negativa. SILVA et al (2005, apud BOTELHO, DA SILVA, MARETO, 2014) defende que essa prática consumista é uma forma de aumentar o ego, construir uma imagem, um status. Por outro lado, TASCHNER (2010 apud BOTELHO, DA SILVA, MARETO, 2014) diz que o consumismo é uma forma de cidadania e inclusão, resumidamente chamado de consumo de inclusão. ISAYAMA e GOMES (2008, apud BUZACARINI e CORRÊA, 2015) relaciona a capacidade de consumo com as possibilidades de vivências de lazer, ou seja, os autores defendem que, quanto maior o poder de consumo, mais valorizada será a atividade. Nesse contexto, cabe inúmeros posicionamentos e conclusões, todos com o objetivo de esclarecer e esmiuçar os benefícios e malefícios das atividades, seja considerada atividade de lazer ou não. Levando em consideração a relativização das situações, uma vez que cada ser humano possui sua especificidade. 12 5. A RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DE VIDA E A REALIDADE DE VIDA Diante da amplitude que temos quanto a qualidade de vida, principalmente, ao se tratar de jovens universitários onde a diversidade é grandiosa, identificamos que o lazer destes vai muito além da satisfação, ele acontece sim, a partir da percepção subjetiva de tudo que cerca o jovem universitário, ou seja, desde, a infraestrutura da cidade, as opções culturais, esportes, entre outros. A própria sensação de bem-estar, e de segurança, influenciam diretamente na maneira de promover o lazer na sociedade. A partir da realidade de vida, que surgem nossas aspirações e a perspectiva de vida, seja ela a curto, médio ou longo prazo. Uma pergunta comum nas entrevistas de emprego, é a de como nos vemos daqui há 10 anos. E fato, que na maior parte das repostas, juntamente com a realização pessoal e profissional, está o lazer, mesmo que não citado de maneira direta, mas, ele se faz presente, seja no desejo de realizar viagens a fim de conhecer novos lugares, fazer novos amigos, comprar um novo carro ou imovél, enfim, o lazer nos acompanha e se faz presente em nossas vidas de maneira direta ou indireta. Na cidade de Petrópolis, localizada na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, local de realização deste estudo, o lazer sofre influências desde as origens culturais dos imigrantes alemães, passando pela arquitetura da cidade, polo industrial, características dos bairros, enfim, toda a infraestrutura que por se tratar de uma cidade histórica traz consigo até hoje. Mediante a isto, encontramos pontos positivos, mas, também, pontos negativos para um constante desenvolvimento do lazer em relação a realidade de vida dos cidadões petropolitanos. Tudo isso se dá, pelo fato do lazer ser um fenômeno moderno, que busca estar presente no tempo livre das pessoas. O lazer, ao mesmo tempo que sofre influências da realidade de vida de cada indivíduo, ele também, é capaz de nos induzir à relações informais e de consumo, em um cotidiano movido a partir das obrigações para as diversões que estão atrelados ao tempo livre. A utilização de parcelas do tempo total disponível, relaciona-se com o desenvolvimento e a organização sócio-política que cada formação histórica alcança, assim cada cultura percebe de forma diferentea utilização do seu tempo, tonando assim, um valor social regulável. A maior ou a menor variação 13 desse tempo na vida dos indivíduos, organiza-se e estrutura-se de acordo com os padrões assimilados sobre como se deve dispor o tempo para as diversas atividades, além de como o sujeito valoriza o sentido do tempo cotidiano para si. Desta maneira, as diferentes formas de sentir, pensar, agir e estabelecer o tempo seguem padrões culturais que se refletem na ação do sujeito. Encontra-se na literatura que é preciso educar os sujeitos não só para perceber os meandros do trabalho, mas também para os mais diversos e possíveis ócios, significa ensinar como se evitar a alienação que pode ser provocada pelo tempo vago, tão perigoso quanto a alienação derivada do trabalho (DE MASI, 2000, p.326). O ócio integra a forma de ser de cada pessoa sendo expressão de sua identidade. O lazer tem a capacidade de educar para o tempo livre, na descoberta pelo prazer em aprender valores do lazer e oportunidades do tempo livre. E também, de transmitir mensagens educativas através da satisfação e realização das pessoas. A identificação do que se busca permite ir de encontro aos mais variados interesses, sejam eles: interesses artísticos, intelectuais, físicos, manuais, sociais e turísticos. O ideal seria que cada indivíduo usufruísse de cada uma das formas de lazer, mas, observa-se que as pessoas restringem-se a poucas atividades, não por opção e sim por oportunidade de contato. Em meio a realidade de vida dos universitários, a rotina de realizações primeiro das obrigações e alto volume de cobranças, o lazer tem fundamental importância na recuperação psicossomática e combate ao stress, na diversão e entretenimento buscando superar o tédio moderno, além de ser essencial no desenvolvimento individual e social, fazendo com que seja possível adquirir novos comportamentos. 6. ATIVIDADE FÍSICA 6.1 SURGIMENTO HISTÓRICO A preocupação do homem pela condição física teve seu início na pré-história, segundo OLIVEIRA (2004) e RAMOS (1982). Nas obras, é evidenciado a importância do movimento como forma de sobrevivência, ou seja, os homens daquela época necessitavam do desenvolvimento 14 das valências físicas para poderem caçar e sobreviver. Dentre elas, por exemplo, é possível destacar a força, resistência e velocidade como valências fundamentais para os nômades devido às constantes migrações que esses povos realizavam. Naquele tempo, os grupos mais preparados venciam as batalhas por disputa de terra. Essas batalhas surgiram devido ao desenvolvimento de técnicas rudimentares de agricultura e domesticação de animais, resultando em um aumento do sedentarismo devido a fixação dos povos nas terras. (OLIVEIRA 2004). Diante dessa nova característica adquirida pelos povos da época, o esporte começou a ser praticado e desenvolvido. Conforme o homem pré-histórico foi evoluindo e adquirindo novas habilidades, surgiram outras atividades que não tinham como objetivo final a alimentação ou a sobrevivência. Juntamente com a caça e a pesca, a dança fazia parte das atividades praticadas pelos povos do período paleolítico superior (60 000 a.c.) e, diferentemente da pesca e da caça, tinha um caráter lúdico e ritualístico. Isso tudo se deveu ao aumento da ociosidade, uma vez que não havia a necessidade de caçar, tendo em vista o domínio desenvolvido pela agricultura e domesticação de animais. Portanto, com o aumento da ociosidade devido aos motivos supracitados, desenvolveu-se atividades esportivas com o objetivo de entreter tanto os adultos quantos as crianças de forma positiva, gerando através do esporte, valores éticos- sociais. Conforme citado por OLIVEIRA (2004, p. 8) “Na medida em que o homem entra num estágio definitivo de sedentarização, seu espaço ocioso aumenta, levando ao surgimento de uma concepção esportiva, para as atividades que, até então, eram praticadas apenas por razões utilitárias, guerreiras ou ritualísticas." Em outro momento, OLIVEIRA (2004) destaca a influência marcante dos chineses na utilização do movimento humano como terapia, tendo como objetivo curar enfermidades inseridas no corpo. Foram os pioneiros a associar a atividade física com a saúde corporal e mental. A ginástica terapêutica utilizada na época era o conhecido Kong-Fou, praticado até os dias de hoje. Já os egípcios eram treinados rigorosamente a fim de proteger suas terras e expulsar possíveis invasores. A luta era uma atividade característica deste povo na 15 época. “Estimulados por uma longa guerra de independência contra os hicsos, povo asiático que os dominou, os egípcios foram levados a se exercitarem aplicadamente para expulsar os invasores, provocando um treinamento muito rigoroso dos seus soldados.” (OLIVEIRA, 2004, p. 9) 6.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES Apesar de haver grandes divergências em certos termos quando fala-se em definição e significado, a atividade física apresenta uma homogeneidade neste quesito. É bem definida e entendida, segundo os autores explorados. NAHAS (2006) cita a definição de CASPERSEN (1985) enfatizando a diferença com o termo exercício físico, porém, correlacionando-os, uma vez que o exercício físico é uma forma de atividade física, mais intensa, planejada, estruturada, repetitiva e objetivando o desenvolvimento das valências físicas como um todo. Já a atividade física é definida como qualquer AVD (Atividade de Vida Diária), como comer, arrumar a casa, deslocar-se até o trabalho, trabalhar, e também atividades de lazer que tenham como característica o uso do corpo para ser realizada. “Define-se atividade física como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética – portanto voluntário, que resulte num gasto energético acima dos níveis de repouso." (NAHAS, 2006). Segundo DA SILVA (2015), é considerado atividade física qualquer movimento corporal de baixa intensidade. O autor destaca em sua definição a característica marcante da diferenciação da atividade física em relação ao exercício físico ao afirmar que, além dos motivos supracitados, não é uma atividade com a finalidade de aprimorar a aptidão física. Portanto, observa-se que, além de conceituar a atividade física, os autores preocupam-se em destacar as diferenças com o exercício físico, que por muitas vezes é tratado como sinônimo. 16 7. MÉTODO As informações acerca do assunto foram coletadas através de um questionário simples contendo 15 questões, aplicado pelos alunos do 2º período do curso de Educação Física e, posteriormente, entregue ao professor orientador da pesquisa. O público alvo foram os alunos da Universidade Estácio de Sá – Campus Petrópolis, que estavam ativos academicamente no semestre da aplicação do questionário. Durante as entrevistas, o livre arbítrio de resposta foi devidamente respeitado. Inicialmente, o questionário abordou informações pessoais tal como: idade, estado civil, grau de escolaridade, renda e moradia. Posteriormente inseriu-se as perguntas referentes ao objetivo do trabalho, que era identificar as atividades realizadas pelos universitários no tempo livre, como também, o perfil de atividade física e lazer e a opinião sobre as ofertas disponibilizadas na cidade de Petrópolis para a prática de lazer. Os dados foram tabulados através do programa Excel para Windows e devidamente destacados no trabalho. 9. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados 46 estudantes de ambos os sexos, que apresentaram idade média de 23 anos. 78% destes declararam ser solteiros e 93% possuíam renda média entre 1 a 5 salários mínimos.(Tabela 1 e 2) Observou-se um número baixo de praticantes de leitura. Apenas 35% dos estudantes entrevistados declararam ter o hábito da leitura, fato que corrobora com a pesquisa “Retratos da leitura no Brasil – 4ª Edição” do Instituto Pró-Livro, onde foi observado uma quantidade significativa de não leitores (44%). (Tabela 6) Esses dados servem de alento para que haja uma conscientização a fim de estimular a leitura, que é uma das melhores formas de adquirir conhecimento e aprendizado. Analisando o consumo de bebida alcoólica, 39% dos entrevistados alegaram consumir a substância que teve um grande crescimento no Brasil na primeira década 17 do século atual, segundo o LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas). (Tabela 14) Quanto ao uso de outros tipos de substâncias (drogas) apenas 7% informaram consumir. (Tabela 13) Uma pesquisa mais recente da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgada em 2016, constatou um consumo médio de 8,9 litros de álcool per capita no Brasil, média superior quando comparada à média internacional. Já a utilização de celular, continua em alta. Segundo a 28º Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, o Brasil teria até o final de 2017, um smartphone para cada habitante. Discute-se muito sobre esse tema, principalmente acerca dos malefícios causados pelo uso excessivo. (Tabela 7) Cabe destacar o estudo realizado pelo professor sul-coreano Hyung Suk Seo (2018), da Universidade da Coreia, em Seul, onde foi constatado que, adolescentes viciados em celular, possuem mais chances de desenvolver depressão, ansiedade, impulsividade e insônia. Foi investigado também a vida sexual ativa ou não dos estudantes. Dos entrevistados, 41% afirmaram ter vida sexual ativa. (Tabela 5). Em um estudo realizado na Universidade Federal do Paraná, por MOSER (2007), foi constatado que 50% dos estudantes de 18 a 20 anos e 70% de 21 a 24 anos possuíam vida sexual ativa. Esses achados sugerem que o início da vida adulta na universidade pode prejudicar o tempo livre destes estudantes, dificultando o relacionamento interpessoal, uma vez que as cobranças são exacerbadas e a falta de dinheiro é eminente. No estudo conduzido por ZEFERINO et al (2015), com estudantes universitários da Universidade Federal de Santa Catarina, foi observado uma relação positiva e harmônica dos estudantes com os pais, onde 75,6% dos entrevistados alegaram possuir uma “família maravilhosa”. Em outro estudo com estudantes universitários, realizado na Universidade Católica do Salvador, na Bahia, por RABINOVICH et al (2012), 59,1% dos entrevistados definiram Família como base segura, e 52,3% disseram que uma família ideal é uma família que conviva harmonicamente. Apesar do contexto familiar relacionado com o lazer, 78% dos entrevistados nesta pesquisa, disseram sair com a família frequentemente. Esses dados 18 demonstram que, diante desta relação próxima e harmônica, a família é, sem dúvida, a base para que o estudante possa galgar perspectivas positivas para sua vida através de um ambiente agradável e acolhedor. (Tabela 8) Em relação a prática regular de atividade física, o número de praticantes foi maior quando comparado aos não praticantes. Dos entrevistados, 61% alegaram praticar regularmente, porém, segundo a última pesquisa do IBGE “Práticas de esporte e atividade física”, feita em 2015, o número foi bastante desfavorável, contendo mais de 60% de pessoas não ativas só no Brasil. (Tabela 9) Fato que colabora diretamente para o aumento das contas públicas devido a inatividade física potencializar o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão arterial e isquemias. Outra característica analisada foi referente a frequência semanal dos exercícios físicos. Foi observado uma predominância dos inativos em realizar as atividades de forma esporádica, uma vez que, dentre 8 opções, 39% dos entrevistados declararam não praticar exercício físico ao menos uma vez na semana. Em contrapartida, os ativos demonstraram praticar de 3 a 5 vezes por semana, conforme exposto na tabela 9.1. Foi analisado também o gasto mensal dos estudantes com o exercício. Uma grande parcela declarou não investir nenhum valor (67%), outra pequena parcela (7%) afirmou ter um gasto mensal de R$50,00 e os demais atestaram investir valores distintos que não houve destaque proporcional nesta análise. (Tabela 10) Antes de criarmos uma discussão acerca desta temática, vale destacar outro aspecto abordado nesta pesquisa. Indagados sobre possíveis impedimentos para a prática de lazer e, consequentemente, para o exercício físico, 43% dos entrevistados responsabilizaram o baixo investimento da prefeitura. Contudo, 15% afirmaram não haver impedimento para a prática, enquanto o restante dos entrevistados alegou outros motivos. (Tabela 12) No estudo de BUENO el al (2016), foi realizado um estudo de revisão baseado em 24 artigos referentes aos custos mundiais com a inatividade física. Concluiu-se que o NAF está diretamente relacionado com os custos de medicamentos, consultas e hospitalizações. Ou seja, quanto maior o NAF, menor serão os gastos com saúde pública. 19 10. DADOS Tabela 1 - Estado Civil Estado Civil Número de Entrevistados Casado 20% Solteiro 78% União Estável 2% Total Geral 100% Tabela 2 - Renda Média Renda Número de Entrevistados 1 a 5 salários 93% 5 a 10 salários 7% Total Geral 100% Tabela 3 - Moradia Moradia Número de Entrevistados Aluguel 17% Em financiamento 2% Própria 80% Total Geral 100% Tabela 4 - Bares e Shows Frequentam Bares e Shows Número de Entrevistados NÃO 52% SIM 48% Total Geral 100% Tabela 5 - Vida Sexual Vida Sexual Ativa Número de Entrevistados NÃO 59% SIM 41% Total Geral 100% Tabela 6 - Leem Livros Leem Livros Número de Entrevistados NÃO 65% SIM 35% 20 Total Geral 100% Tabela 7 - Utilizam Smartphone Utilizam Smartphone Número de Entrevistados NÃO 20% SIM 80% Total Geral 100% Tabela 8 - Saem com a família Saem com a família Número de Entrevistados NÃO 22% SIM 78% Total Geral 100% Tabela 9 - Praticam exercício físico regularmente Praticam exercício físico regularmente Número de Entrevistados NÃO 39% SIM 61% Total Geral 100% Tabela 9.1 – Quantas Vezes Semanalmente Quantas Vezes Semanalmente Número de Entrevistados 0 39% 1 4% 2 7% 3 17% 4 11% 5 15% 6 2% 7 4% Total Geral 100% Tabela 10 - Valor gasto mensalmente com a prática de exercício Valor gasto mensalmente com a prática de exercício Número de Entrevistados R$ 0,00 67% R$ 50,00 7% R$ 60,00 4% R$ 100,00 4% R$ 150,00 4% Outros valores 10% Total Geral 100% 21 Tabela 11 - Utiliza Acompanhamento Nutricional Utiliza Acompanhamento Nutricional Número de Entrevistados NÃO 87% SIM 13% Total Geral 100% Tabela 12 - Impedimentos para a realização de atividades de lazer Impedimentos para a realização de atividades de lazer Número de Entrevistados Baixo investimento da prefeitura 43% Não há impedimento 15% Insegurança 9% Baixa variedade 4% Poucas opções e alto custo 4% Escassez de tempo livre 4% Manutenção dos espaços públicos 4% Dificuldade de Locomoção 2% Estrutura histórica 2% Não quiseram responder 4% Total Geral 100% Tabela 13 - Consumo de Outras Substâncias Consomem Outras Substâncias Número de Entrevistados NÃO 93% SIM 7% Total Geral 100% Tabela 14 - ConsomemÁlcool Consomem Álcool Número de Entrevistados NÃO 61% SIM 39% Total Geral 100% 22 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em virtude da sua importância para toda a sociedade, e principalmente dentro da cidade de Petrópolis, a promoção do lazer deve ser levada de maneira séria, diante de um público que busca cada vez mais saciar seus anseios e perspectivas. O perfil do universitário, está em constante desenvolvimento que gera cada vez mais tarefas e cobranças, fazendo com que sejam ainda mais preciosos os seus momentos de lazer. Existe demanda, tanto para as atividades físicas quanto para as diversas formas de lazer, porém, é preciso saber que cada vez mais se é exigido qualidade e oferta destes, indo de encontro as esferas da administração pública da cidade. A gênero comum, a presença do lazer e da atividade física, são essenciais para os universitários, une alunos de diferentes cursos e períodos, gera prevenção à saúde, quebra tabus, e até mesmo supera limites e vence desafios, o ser humano tem uma melhor formação com a presença do lazer em sua vida. Este ciclo da vida universitária, exige uma constante troca entre as satisfações e realizações, ao mesmo tempo em que não existe uma estabilidade física, emocional e principalmente financeira. A realidade de vida de cada um, vai influenciar na qualidade de vida, de maneira direta, nas atividades físicas e no lazer. Proporcionar diferentes locais para realização destas atividades, ao se tratar de uma cidade histórica com herança cultural de bastante peso, será o diferencial. O raio de deslocamento feito pelos universitários, com maior relevância para os dias de aulas, cercam em torno de suas residências, trabalho e universidade. A alta frequência em bares, na vida nortuna da cidade, se mantem em ruas consideradas o point dos jovens, reforçando ainda mais o histórico cultural de Petrópolis. Os problemas identificados, neste segmento, são solucionáveis, com a presença de opções de lazer e atividades físicas nos bairros, maior diversidade cultural e acompanhamento das administrações públicas competentes. A pesquisa desenvolvida neste artigo identificou algumas das necessidades dos universitários, que parte desde as relações monetárias, o baixo investimento da prefeitura, passando pela falta de manutenção dos espaços, insegurança e infraestrutura da cidade. Os anseios a serem superados e a busca pelo bem-estar são grandes trampolins para o desenolvimento do lazer e das atividades físicas na cidade. 23 REFERÊNCIAS 1. MARCELLINO, N. C. Estudos do Lazer: uma introdução. Campinas, SP: Autores Associados, 1996. 2. CAMARGO, L. O. D. L. O que é lazer. São Paulo: Brasiliense, 1999. 3. LAFARGUE, P. O direito à preguiça. São Paulo: Hucitec, 1999. 4. DUMAZEDIER, J. Sociologia Empírica do Lazer. Paris, França: Perspectiva, 1979. 5. MENOIA, T. R. M. LAZER: histórias, conceitos e definições, Campinas, 2000. 6. OLIVEIRA, V. M. D. O que é educação física. São Paulo: Brasiliense, 2004. 7. RAMOS, J. J. Exercício Físico na História e na Arte: do homem primitivo aos nossos dias. São Paulo: IBRASA, 1982. 8. NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2006. 9. SILVA, L. A. D. Conceitos de atividade física e saúde. -: -, 2015. 10. BUZACARINI, C.; CORRÊA, E. A. LAZER DOS “ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS”, Campinas, Jun 2015. 11. OLIVEIRA, M. B.; DA SILVA, N. M.; MARETO, R. Lazer e consumo na percepção dos estudantes universitários, 2014. 12. OLIVEIRA, C. D. S. et al. ATIVIDADE FÍSICA DE UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS: UMA REVISÃO DA LITERATURA, 2014. 13. E MARTINS, M. D. C. D. C. et al. Pressão Arterial, Excesso de Peso e Nível de Atividade Física em Estudantes de Universidade Pública, 2009. 14. IBGE. Censo da Educação Superior, 2016. 24 15. MASI, D. D. O ócio criativo. Rio de Janeiro: [s.n.], 2000. 16. LARANJEIRA, R. et al. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), São Paulo, 2014. UNIFESP. 17. INSTITUTO PRÓ-LIVRO. 4ª edição da Pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", n. IBOPE INTELIGÊNCIA, 2016. 18. MOSER, A. M.; REGGIANI, C.; URBANETZ, A. COMPORTAMENTO SEXUAL DE RISCO ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS UNIVERSITÁRIAS DOS CURSOS DE CIÊNCIAS CIÊNCIAS DA SAÚDE. Associação Médica Brasileira, Paraná, 2007. 19. ZEFERINO, M. T. et al. Consumo de drogas entre estudantes universitários: família, espiritualidade e entretenimento moderando a influência dos pares. Texto contexto - enferm., Florianópolis, 2015. 20. RABINOVICH, E. P.; FRANCO, A. L.; MOREIRA, L. V. Compreensão do significado de família por estudantes universitários baianos. Estudos e Pesquisas em Psicologia , Rio de Janeiro, 2012. 21. IBGE. Práticas de Esporte e Atividade Física, Rio de Janeiro, 2015. 22. EXTRA. Estudo mostra que o uso de celular em excesso aumenta depressão e ansiedade. Disponivel em: <https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/estudo-mostra-que-uso- de-celular-em-excesso-aumenta-depressao-ansiedade-22135171.html>. Acesso em: 28 abr. 2018. 23. BUENO, D. R. et al. Os custos da inatividade física no mundo: estudo de revisão. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 2016. 24. GONÇALVES , A.; VILARTA, R. Qualidade de Vida e Atividade Física - Explorando Teoria e Prática. Campinas: Manole, 2004. 1. INTRODUÇÃO 2. LAZER 2.1 SURGIMENTO HISTÓRICO 2.3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 3. A QUALIDADE DE VIDA E O LAZER 4. O LAZER E A REALIDADE DE VIDA 5. A RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DE VIDA E A REALIDADE DE VIDA 6. ATIVIDADE FÍSICA 6.1 SURGIMENTO HISTÓRICO 6.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 7. MÉTODO 9. RESULTADOS E DISCUSSÃO 10. DADOS 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS
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