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Literatura infantil em gêneros Mitos e lendas Maria Auxiliadora Fontana Baseio Mitos e lendas remete à Antiguidade clássica e culturas primitivas, de cultura oral, porém a literatura infantil teve sua gênese na necessidade de contar e cantar histórias, carregando a marca da oralidade. “Na tentativa de definir o desconhecido para compreendê-lo e dominá-lo, o homem criou histórias que trazem muito da intuição, da emoção, da sensibilidade.” (p.9) Oralitura sem marcas de autoria forma simples (JOLLES, 1976) Mito mythos – narração de como as coisas foram no passado imemorial, longínquo e fabuloso *mito africano Nos mitos, as personagens são deuses ou seres sobrenaturais, que realizam ações exemplares. Eliade (1994): os mitos contam a história sagrada, de um tempo primordial. São narrativas de uma criação. Esses deuses e seres sobrenaturais encarnam forças da natureza ou comportamentos humanos em um tempo anterior ao homem. Narração em terceira pessoa, com linearidade cronológica, estrutura simples e marcas da oralidade (frases curtas e repetições). Alguns mitos sofreram migrações para outras culturas O mito na literatura juvenil O mito para a criança: imagens metafóricas significativas e grandiosas Lendas Idade Média e Antiguidade Lendas sobrenaturais, históricas, etc. A lenda busca esclarecimentos simples para fenômenos complexos. A lenda ensina a colocar o coletivo acima do individual. legenda (latim): coisas que devem ser lidas. É uma narrativa que remonta ao cristianismo e de cunho popular. Tem origem na oralidade e é passada de geração para geração. Lenda e conto popular (CASCUDO, 1962): antiguidade, persistência, anonimato e oralidade “O mito pode ser um sistema de lendas, gravitando ao redor de um sistema central, com área geográfica mais ampla e sem necessária fixação no tempo e no espaço.” (p. 16) Os personagens das lendas são seres humanos. A lenda liga-se ao contexto histórico, espaço geográfico e povo. Predominam o maravilhoso e o imaginário. Folclore Brasileiro: trabalho em sala de aula Lenda do Galo de Barcelos (Portugal) Mitos e lendas na formação do leitor A arte de contar Huizinga (1996): narrador-educador recria a atmosfera sagrada, lançando o ouvinte em outro tempo, remetendo a um contexto de jogo. Como uma evasão da vida real para uma esfera temporária. Ao contar a história, o educador coloca seus alunos na esfera do lúdico. Trabalho poético (ZUMTHOR, 1993) “Walter Benjamin (1994) anunciou que, com a era da reprodutibilidade técnica, a arte de narrar tende a se extinguir, evidenciando uma perda na capacidade de intercambiar experiências, já que a narração exemplar deu lugar à informação.” (p. 19) Proposta de estudo do texto para preparar contação Passo 1: segmentação do texto. Exercício de síntese em busca do sentido central. Passo 2: Clima, ritmo, pulsação. Dialogar com as imagens do texto. Passo 3: Personagens. O contador vivencia a personagem. Intenção, ritmo e técnica. Contar histórias estimula o desejo pela leitura. A arte de ler “o texto é só uma oportunidade do gesto vocal” Leitura contemporânea: hipermídia. “A literatura infantil, seja na sua forma oral, seja na sua forma impressa ou virtual, é capaz de promover o encontro do ser humano consigo mesmo, com o outro, com a cultura humana. Esse encontro abre a possibilidade de ampliar, transformar ou enriquecer a própria experiência de vida.” (p. 22) “Ler é prática criativa e crítica, é exercício poético e político, é experiência estética e ética.” (p. 23) Fatores que prejudicam a leitura: alto preço dos livros, pouca infraestrutura nas escolas, convívio com adultos que não gostam de ler. Monteiro Lobato: valorização da tradição oral. “Achar que a criança e o jovem apenas se sentem seduzidos pelo que é artificial, simples, superficial é um grande equívoco.” Trabalhar mitos e lendas pode encorajar o aluno a novas leituras. Referência GREGORIN FILHO, José Nicolau (Org.) Literatura infantil em gêneros. São Paulo: Mundo Mirim, 2012.
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