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Direito Empresarial I - Maryelle

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Direito Empresarial I
CODIFICAÇÃO:
Primeiro Código Comercial – França, 1807
Primeiro Código Comercial Brasileiro – 1850
Unificação legislativa do Direito Privado – Código Civil Brasileiro de 2002 (revogou a “Parte Primeira” do Código Comercial de 1850, passando a tratar de matéria comercial em seu conteúdo). O Código Comercial de 1850 só está em vigor no que tange ao Direito Comercial Marítimo.
SIGNIFICADO DE INDÚSTRIA/COMÉRCIO:
Indústria (gênero): organização dos fatores de produção (CAPITAL e TRABALHO) para atingir determinado objetivo. Atividade exercida por alguém que criou nova riqueza. Não existe somente indústria fabril, mas também agrícola, de transporte, de comércio etc.
Comércio (espécie): um tipo de indústria em que a atividade de comerciar corresponde a impor-se como intermediário entre quem produz e quem consome, para a facilitação da promoção ou da realização de trocas. É da essência do comércio o lucro, mas este não o caracteriza. Na venda direta (produtor para consumidor) é troca, entretanto, não há comércio.
CÓDIGO CIVIL DE 2002:
Livro II – Do Direito de Empresa / Título I – Do Empresário/ Capítulo I – Da Caracterização e da Inscrição
Conceito e características do Empresário:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmenteatividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
	Quem: pessoa física (natural) e capaz. Exerce: faz, não é só uma opção para se fazer. Profissionalmente: habitualmente, tira proveitos para seu sustento, não é esporádico. Obs.: Embora saibamos que se pode ter mais de uma profissão, seja uma mais importante que a outra, ou uma principal e a outra acessória, o que é necessário é que ele exerça, profissionalmente, a atividade empresarial; exceto o empresário rural, o código exige que sua atividade constitua sua principal profissão. Atividade: sequência de atos. Econômica: visando a obtenção de lucros, assume risco financeiro. Produção: fabril. Circulação: comércio e prestação de serviços.
Empresário é todo aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada; que não seja intelectual de ordem artística, literária ou científica, ou que venha da natureza (agricultura, pecuária). Caracteriza o empresário individual genericamente;empresa de produção, circulação e prestação de serviços. (não está incluído o microempresário, empresa de pequeno porte)
Requisitos sine qua non/indispensáveis para ser empresário: ser pessoa natural, exercer atividade de empresário habitualmente, organizar os fatores de produção ou circulação de bens ou serviços. O empresário responde com todo o seu patrimônio, exceto com os bens absolutamente impenhoráveis. (art. 649 do CPC)
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (atividade de organização do trabalho e do capital investido). 
	Exceção do caput: mesmo que se adéqüe ao caput, não será empresário aquele que exercer atividade INTELECTUAL (de natureza artística, científica ou literária) ainda que em concurso de auxiliares e colaboradores, por faltar a organização empresarial para obtenção de lucro.
	Exceção da exceção: Salvo se constituir elemento de empresa. É a declaração de uma “atividade-fim” e a conseqüente prática de atos empresariais. A organização dos fatores visando um fim econômico é mais importante que a atividade pessoal envolvida (há a absorção da atividade intelectual como um fator de organização da empresa). Ex.: clínica de fisioterapia, o exercício da atividade é um elemento da empresa.
	EMPRESÁRIO ≠(diferente) EMPRESÁRIO INDIVIDUAL ≠ SOCIEDADE EMPRESÁRIA ≠ EMPRESA
Empresário: Como se fosse o gênero do qual “empresário individual” e “sociedade empresária” são espécies. É o sujeito de direito e de obrigações. Empresário Individual: pessoa natural (física) que explora diretamente em seu nome e por sua conta em risco a atividade empresária, não tem personalidade jurídica, mas possui CNPJ para fins tributários. Sociedade Empresária: pessoa jurídica de direito privado (Art. 44, II, CC) que se apresenta sob uma das formas previstas no art. 980, CC, que exercem com habitualidade a atividade de empresário. Empresa: é conceito retirado indiretamente do art. 966, CC que conceitua o empresário. Empresa é atividade, é o verbo (empresário é quem o exerce).
Empresários Regulares e Irregulares:
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.	
Inscritos: São REGULARES, gozam de todos os benefícios em lei, a recuperação judicial de empresas, a falência (que não é bem um benefício, mas uma forma de possibilitar o pagamento aos credores). Não inscritos: São IRREGULARES, porém NÃO ILEGAIS, não gozam dos benefícios previstos em lei, somente tendo direito ao instituto da falência. Não há personificação jurídica, o que acarreta em responsabilidade pessoal, solidária e ilimitada.
A inscrição é requisito de REGULARIDADE, não de caracterização. Tem eficácia meramente DECLARATÓRIA e não constitutiva. Ou seja, não é o registro que constitui alguém empresário, este somente o torna regular, a mera inscrição não confere a ninguém a qualidade de empresário, mas sim a prática da atividade empresária.
Órgãos e siglas:
JUNTAS COMERCIAIS: são órgãos estaduais cuja função é a de executar o registro das empresas. Existe uma por estado, sediada na capital de cada estado. Pode haver descentralização dos serviços para entidades (a junta elabora convênios com entidades sem fins lucrativos para a prática de alguns atos relativos ao Registro Público, não de todos). O registro deverá acontecer na respectiva sede.
RPEM: é um registro público que tem como objetivo objetivo de registrar, aglomerar, fazer uma estimativa, para fins de registro, proteção, segurança e autenticidade de tudo aquilo que diz respeito ao empresário e à sociedade empresária. Qualquer alteração na empresa (mudou de endereço) ou no empresário (casou, morreu), averba-se no Registro Público de Empresas Mercantis. O RPEM fica a cargo da Junta Comercial. Qualquer pessoa tem legitimidade para pedir a certidão, independente de provar o legítimo interesse.
NIRE: Número de Identificação do Registro de Empresa: neste se faz as averbações quando necessário; é o número de ordem, cada empresário possui um (art. 968, § 1°).
SINREM: Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis. Tem a atribuição de supervisionar, normatizar e fiscalizar o registro de empresas.
Departamento Nacional do Registro de Comércio: Órgão Federal que tem atribuição para normatizar, supervisionar e fiscalizar o registro de empresas. 
inscrição do empresário:
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; III - o capital; IV - o objeto e a sede da empresa.
§ 1º - Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos.
§ 2º - À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.
§ 3º - Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. 
Para esse requerimento já existe um modelo, um formulário da própria Junta Comercial. A inscrição deverá ser permanentemente atualizada para a produção dos efeitos jurídicos correspondentes e em vistas da publicidade. A inscrição cancela-se com a extinção da empresa. Qualquer pessoa pode pedir certidão semprecisar provar legítimo interesse. Pessoas estrangeiras terão formalidades extras a serem cumpridas, ex: terão que provar que sua entrada e permanência no país são lícitas.
Caso vier a se transformar em sociedade empresária, deverá solicitar ao RPEM, cujo requerimento possui modelo da própria Junta. Essa transformação não abrange sociedades anônimas nem cooperativas. Não prejudica terceiros.
O capital pode ser composto por dinheiro em espécie, quaisquer bens móveis ou imóveis. O objeto é o ramo da atividade econômica que o empresário irá explorar. Sede da empresa: onde se situa o estabelecimento principal do empresário; a sede é onde o empresário centraliza seus negócios. Estabelecimento é o conjunto de bens necessários ao exercício de empresa; a pessoa pode ter estabelecimento, mas não ter um local certo e definido, ex. vendedores ambulantes. 
Observação quanto à comunhão de bens:
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
Regime de comunhão universal: se comunicam todos os bens presentes e futuros dos cônjuges. 
Regime de comunhão parcial: não se comunicam os bens que os nubentes possuíam antes do casamento, somente os adquiridos na constância do casamento. (em caso de omissão dos cônjuges, esta é considerada). 
Regime de separação de bens: não há compartilhamento de bens passados e futuros, sendo cada um dos nubentes titular único dos bens colocados em seu nome.
Regime de separação obrigatória: quando a lei impõe o regime de separação total de bens. Visa à proteção dos próprios nubentes; a lei impõe que todos aqueles que precisam de autorização judicial para casar devem ser regidos pelo regime de separação total, ex. maior de 65 anos, menor de 18 anos. O que for adquirido na constância do casamento, pertencerá a ambos.
Participação dos acuestos. (pesquisar)
Nome empresarial
Nome empresarial é o gênero do qual firma e denominação são espécies. 
Firma: pode ser Firma Individual (empresário individual – é seu nome civil) e pode ser também Firma Social. (sociedade empresária – é o nome e a assinatura da sociedade). A Firma Social deve ser assinada sempre a mesma, independente do administrador.Razão é sinônimo de firma. A firma é a assinatura do nome, logo reconhecer firma é reconhecer nossa assinatura em cartório. A assinatura no exercício da empresa poderá ser diversa da assinatura da vida civil. A firma é individual e inalienável.
Denominação: Somente o nome. Nunca se aplica ao empresário individual, mas apenas para algumas sociedades. Deve indicar obrigatoriamente o objeto, o ramo de atividade da sociedade. Deve conter esta e a assinatura do administrador embaixo.
Nome empresarial das sociedades:
Sociedade simples: denominação. (soc. simples ou s/s) ou (S/S - Ltda, quando simples na forma de limitada).
Sociedade anônima: denominação. (S/A - início, meio ou final) ou (Cia - no início ou meio; NUNCA no final).
Sociedade cooperativa: denominação. (cooperativa).
Sociedade em nome coletivo: firma. (nome de todos os sócios ou de um com a expressão cia).
Sociedade em comandita simples: firma. (somente o nome dos sócios comanditados mais cia obrigatoriamente).
Sociedade Limitada: firma ou denominação. (Ltda)
Sociedade em comandita por ações: firma ou denominação. (na firma só consta o nome dos comanditados mais cia obrigatoriamente/ e escreve comandita por ações na firma ou denominação).
Sociedade em comum: não tem um nome próprio, vai utilizar o nome do contrato que foi elaborado e não foi escrito.
Em caso de dúvida quanto ao tipo de sociedade, verifica-se no contrato. Considera-se mais vantajoso colocar o nome em forma de denominação. Averbação: quando já existe o registro. Inscrição: registro originário. 
No mundo empresarial não pode existir homônimos (nomes iguais), a Junta Comercial garantirá que não haja nenhuma firma homônima de sua circunscrição estadual. Caso já houver determinada firma inscrita, a Junta indefere (princípio da novidade ou disponibilidade). Para sanar esse problema podemos abreviar o prenome, porém nunca o patronímico ou nome (princípio da veracidade). Se esgotadas as possibilidades, a lei autoriza que se acresça ao nome uma designação referente à pessoa ou ao negócio, esse acréscimo é facultativo ou necessário - art. 1.156. Princípio da exclusividade: direito ao uso exclusivo da firma. (Obs.: prenome é o primeiro nome, e nome é o sobrenome de família).
A firma não se confunde com o nome do estabelecimento, este é coisa, empresário é pessoa. O nome do estabelecimento é nome de um complexo de coisas ou bens destinados à atividade empresarial. Em caso de herança, não tem que mudar o nome do estabelecimento; porém deve cancelar a firma do autor da herança e inscrever a do herdeiro. O título do estabelecimento também tem uma proteção indireta. Em caso de alienação inter-vivos, o título do estabelecimento pode ser mantido, porém a firma é inalienável. 
A própria Junta Comercial pode requerer o cancelamento da firma, quando o empresário por mais de 10 anos não encaminhar nada para averbar na Junta. Esta irá notificá-lo e caso não tenha resposta irá prosseguir com o cancelamento. Quando o empresário requerer sua inscrição na Junta, irá receber o CNPJ (obrigação fiscal/tributário- órgão nacional), caso em que ficará equiparado à pessoa jurídica para fins de tributação.
Sucursal, filial e agência:
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede.
	Trata dos estabelecimentos secundários; o legislador não distingue filial, sucursal ou agência, mas há distinção feita pela doutrina. Filial: há outra administração, mas na mesma matriz com autonomia. Agência: realiza prestação de serviços. Sucursal: estabelecimento acessório distinto do principal.
	Ao abrir filial em outra Junta, é necessário extrair uma certidão de que se é inscrito na Junta Comercial de (por ex.) SP, e com base nessa certidão, se vai à Junta de (por ex.) BH e lá se faz a inscrição; é a Junta de BH que vai verificar se coincide com alguma firma que já esteja registrada lá. Depois de inscrita, deve-se requerer a certidão de que foi feita a inscrição da filial, e trazendo-a a SP para averbação no NIRE. 
O empresário poderá requerer a sua inscrição na Junta Comercial de todos os estados apenas para o fim de resguardar o seu direito ao uso exclusivo da firma, mesmo que não esteja abrindo filial.
EMPRESÁRIO RURAL:
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Atividade econômica explorada, em regra, fora da cidade: plantação de vegetais destinados a alimentos, fonte energética ou matéria prima (agricultura, agroindústria ou agronegócio e agricultura familiar, reflorestamento), criação de animais para abate, reprodução (pecuária, granja), extrativismo vegetal (corte de árvores), animal (caça e pesca) e mineral (mineradoras). 
O novo Código Civil oferece faculdade para que o produtor rural se inscreva no Registro Público de Empresas Mercantis (desde que a atividade rural seja sua principal profissão), passando a ficar equiparado para efeitos legais (tratado como) ao empresário regular, sendo-lhe atribuídos todos os direitos e obrigações de um empresário, entretanto, não será empresário. Esse tratamento favorecido, diferenciadoe simplificado é relativo à inscrição e ao recolhimento de impostos pelo Simples (Sistema Simplificado de Recolhimento de Tributos).
Caso não faça a inscrição, não será considerado empresário irregular, e suas atividades serão regidas pelo direito civil. 
Trata-se de norma programática, pois já existe na Constituição norma que trata deste tratamento diferenciado (art. 170, IX e 179, CF). Há críticas quanto à terminologia do empresário rural, seria mais adequado empreendedor. 
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação.
A lei nº 4.504/64 trata do Estatuto da Terra. 
Empresário casado:
Art. 5º, parágrafo único do C.C: Cessará para os menores a incapacidade:
II- pelo casamento. 
Art. 1639 do C.C: É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. 
Art. 1642 do C.C: Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - Praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecidas no inciso I do art. 1647 (nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime de separação absoluta, alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis).
	Obs.: Cabe ao juiz, nos casos do artigo 1647, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. (art. 1648 do C.C). A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1647 do C.C), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. (art. 1649 do C.C). Contudo, o terceiro prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros. (art. 1646 do C.C).
II - Praticar todos os atos que não lhe forem vedados expressamente. (art. 1642, inc. I e IV, C.C).
Art. 591, CPC: O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
Art. 592, IV, CPC: Ficam sujeitos à execução os bens do cônjuge, no caso em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida. 
Art.10, § 1º, III, CPC: Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações “fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados”.
Art. 3º, Lei nº 4121/62: Pelos títulos de dívida de qualquer natureza, firmados por um só dos cônjuges, ainda que casados pelo regime da comunhão universal, somente responderão os bens particulares do signatário e os comuns até o limite de sua meação.
Empresário estrangeiro:
Obs.: Juris et de jure: presunção que não admite prova em contrário. Juris tantum: presunção que admite prova em contrário.
Capítulo II – Da Capacidade
 DA CAPACIDADE:
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Não é capacidade civil, é capacidade para ser empresário. A pessoa deve ter capacidade civil plena, não existe incapacidade relativa para ser empresário. Os atos praticados por absolutamente incapaz serão nulos, os por relativamente incapaz serão anuláveis. 
Art. 3º do CC. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Art. 4º do CC. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais; IV - os pródigos;
Art. 5º do CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor de dezesseis anos completos tenha economia própria.
	Os incapazes têm capacidade de direito, podendo ser proprietários de quaisquer bens desde que administrados pelo representante legal, pois não possuem capacidade de exercício. Entretanto, não podem exercer atividade empresária, mesmo que assistido ou representado, pois não há possibilidade de suprir capacidade para requerer sua inscrição como empresário; exceto quando autorizados judicialmente para continuação da empresa ou quando emancipados. 
Antecipação da maioridade civil (art.5º): a emancipação pelos pais é por instrumento público; já a pelo tutor será por sentença do juiz (o menor irá pedir a nomeação de um curador especial para que este ingresse em juízo). Em regra, a idade mínima para emancipação é de 16 anos. A idade núbia (casamento) é de 16 anos e o menor deve ter autorização dos pais, esta autorização poderá ser suprida pelo consentimento do juiz; caso seja menor de 16 anos, deverá requerer o suprimento de idade ao juiz. A emancipação é irrevogável. 
A incapacidade para ser empresário é insuprível.
As leis especiais determinam quais pessoas que exercem determinadas atividades, funções ou cargos que as impedem de concomitantemente ser empresárias. Ex: qualquer servidor público registrado nos estatutos dos funcionários públicos, os militares etc. Essas pessoas podem fazer parte de determinadas sociedades empresárias (soc. anônima e limitada), desde que não exerçam a administração da mesma. O impedimento sempre recai sobre pessoas civilmente capazes. 
O impedido adquire a qualificação de empresário irregular exclusivamente para o fim de ser proposta ação de falência. O pedido de falência somente será proposto por pessoa que detenha legítimo interesse.
Independentemente do tipo de emancipação, desde que em pleno gozo da capacidade civil, o menor poderá exercer a atividade.
Requisitos para ser empresário: capacidade civil plena e ausência de impedimento legal.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Se for impedido por lei especial e mesmo assim exercer atividade empresária será um empresário, porém um empresário irregular. As obrigações por ele assumidas são plenamente válidas, porque o proibido tem capacidade, é obrigado a honrá-los. São os funcionários ou servidores públicos em geral; na esfera da União, dos Estados e dos Municípios (juiz de direito, promotor de justiça, delegado de polícia, defensor público).
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização serrevogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: 
I - o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II - o capital social deve ser totalmente integralizado; III - o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. 
	Inovação do Código Civil. Possibilidade de aquele que é empresário e se tornar incapaz continuar a empresa (estabelecimento) por meio de representante ou assistente; ou no caso de o incapaz receber uma empresa (estabelecimento) de herança. 
Havendo conveniência, os interessados podem pedir autorização judicial no sentido de continuar a empresa. Não é inscrever, é questão de continuar aquilo que já existe. Se o judiciário entender pela conveniência, pela autorização, o juiz vai expedir um alvará, documento através do qual será encaminhado para a Junta para fazer a averbação da nova firma. 
O juiz poderá revogar a autorização a qualquer tempo.
Os credores, aqueles que contratarem com esse incapaz por meio de seu representante, somente contarão como garantia de crédito o complexo de bens do estabelecimento, e não os demais bens. 
No §3º, o código permite que o incapaz seja sócio nas sociedades que não gerem uma responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais. Poderá também ser sócio nas sociedades simples.
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
§ 1° Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente.
§ 2° A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
Caso o representante ou o assistente do incapaz seja uma pessoa impedida, proibida de ser empresário, mesmo assim a lei permite a continuação do negócio através de pessoas habilitadas (gerentes) que vão administrar os negócios do incapaz. Esses gerentes são indicados pelo representante do incapaz e nomeados pelo juiz.
O caso do §1º é a hipótese em que não há impedimento do representante ou assistente, mas o juiz entende que não é conveniente deixar o representante ou assistente à frente do negócio. 
No caso do §2º, ocorre quando os gerentes são nomeados ex ofício pelo juiz e o gerente age dolosamente ou com uma culpa consciente; neste caso, vai onerar os bens do incapaz, porém este tem direito retroativo. 
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.
A inscrição será no caso de emancipação; a averbação no caso da continuidade da empresa e da revogação da autorização.
O juiz de direito pode a qualquer momento revogar a autorização, neste caso, tem que ser liquidado o estabelecimento e averbado na Junta Comercial. 
Parágrafo único: letra morta; pois não há como o representante ou assistente do incapaz assinar o nome dele, e se este é incapaz não terá como ser autorizado. 	
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime de comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
IMPORTANTE (CAI SEMPRE NA PROVA): 
Na leitura desse dispositivo, deve-se considerar que o impedimento abrange somente a contratação de sociedade dos cônjuges entre si ou de cônjuges entre si, com a participação de terceiro, quando o regime de casamento for um daqueles explicitados nesse artigo 977 do CC/02 : comunhão universal ou separação obrigatória.
 A expressão "com terceiros" não abrange a contratação de sociedade de um dos cônjuges isoladamente considerado com terceiros, mas sim, e, somente, coíbe pessoas casadas, em determinados regimes de bens de contratar sociedade entre si ou entre ambos e terceiro. Eis mais um caso no qual o legislador não primou pela excelência na redação. 
Então o que é proibido mo regime universal ou separação universal é a contratação:
Entre si;
Entre si e com terceiro.
NÃO É PROIBIDO DE UM DELES ISOLADAMENTE COM TERCEIRO.
O objetivo desse dispositivo é evitar fraude ao regime de bens do casamento. Não é de mais destacar que grande parte da doutrina considera flagrantemente inconstitucional esse dispositivo. 
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integram o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Os arts. 977 e 978 tratam de questões de constituição de sociedade entre os cônjuges. 
O art. 978 do C.C poderia ser aplicado à EIRELE e às sociedades, mas não ao empresário individual.
Este artigo está em confronto com o Direito de Família, o qual determina que nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime de separação absoluta, alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis.
Os credores podem executar o devedor e requerer que a execução recaia sobre eventuais bens particulares dele, se existentes ou então, se forem insuficientes, que a execução recaia em bens do casal até a metade dos bens comuns, até a meação. A meação não será preservada se o credor provar que as obrigações redundaram em benefício da família.
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
A estes bens clausulados é restringido o poder de disposição. 
A cláusula de inalienabilidade envolve a de impenhorabilidade e a de incomunicabilidade (no caso em que o herdeiro, o legatário, o donatário é casado; estes bens não se comunicam com o do cônjuge, independente do regime de bens). 
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Sentença decretada é quando a separação é litigiosa, homologada é quando consensual. 
Título I-A – Da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
EIRELI
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.  
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.  
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade.  
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.  
§ 4º ( VETADO).  
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular dapessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. 
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.
EIRELI é a empresa individual de responsabilidade limitada. Ela será constituída por uma pessoa natural, titular de todo o capital “social”, que não pode ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país. 
Nome empresarial: firma ou denominação “social”, acrescida da expressão “EIRELI”.
É uma pessoa jurídica. (art. 44 inciso VI do C.C). A EIRELI é o empresário individual do art. 966 do CC que passa a ser pessoa jurídica. 
O art. 980-A usou o termo empresa individual como sendo o empresário individual. (tratado como sociedade).
Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP):
Art. 170 da CF. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: Inciso IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Art. 179 da CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Lei complementar nº 123, de 14/12/2006 – institui o estatuto Nacional da Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP). Trata da microempresa, da empresa de pequeno porte, do pequeno empresário e do microempreendedor individual.
Microempresa (ME): o empresário (art. 966 C.C), as sociedades (sociedade empresária ou simples), que aufira em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00.Nunca poderá ser microempresa as sociedades por ações. 
Empresa de Pequeno Porte (EPP): o empresário, as sociedades, que aufira em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.
Microempreendedor Individual (MEI): empresário individual (art.966 C.C), que tenha recebido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00, optante pelo Simples Nacional. (art. 18-A, §1º)
Pequeno Empresário: é o empresário individual (art. 966 C.C), caracterizado como microempresa, que aufira receita bruta anual de até R$ 60.000,00. (art.68)
Considera-se receita bruta o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Esta receita bruta será auferida no ano.
Quem não pode se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado - art. 3º, §4º. Inscrição e baixa - art. 4º ao 11º. 
Simples Nacional: Regime Especial Unificado da Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas MEs e EPPs. (art. 12/16) O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, de determinados impostos e contribuições. Vedação de ingresso no Simples Nacional - art.17. Exclusão do Simples - art. 28/32. 
Nome empresário (art. 72): será obrigatório acrescentar a expressão microempresa ou ME, empresa de pequeno porte ou EPP; no final da firma ou denominação. Ex. Flávio F. Teixeira Ltda ME.
Não existe microempresa ou empresa de pequeno porte para aquele que não está inscrito no registro próprio, somente para o empresário e sociedade regular. 
Caso o empresário ou a sociedade se enquadre nas exigências acima, poderá requerer sua inscrição como microempresa ou empresa de pequeno porte; não é um processo automático.
Título II – Da Sociedade/ Capítulo Único – Disposições Gerais
Introdução ao Direito Societário:
“Personalidade jurídica é a capacidade jurídico-patrimonial de que gozam os entes coletivos, aos quais o direito reconhece uma existência distinta das pessoas que as constituem”.
Os direitos e obrigações dos sócios, não são direitos e obrigações da sociedade. O empresário é a sociedade, nenhum sócio é o empresário.
Classificação das sociedades:
Personalizada; 
Não personalizada: sociedade em comum, sociedade em conta de participação.
De acordo com sua natureza:
Sociedade simples: exerce atividade econômica não empresária;
Sociedade empresária: exercem atividade própria de empresário. 
Sociedade de capital (principalmente a sociedade anônima);
Sociedade de pessoas (intuitu personae).
De acordo com o grau de responsabilidade dos sócios:
Sociedades de responsabilidade ilimitada: sociedade em comum, sociedade em nome coletivo;
Sociedade de responsabilidade limitada: sociedade limitada (Ltda), sociedade anônima, sociedade simples;
Sociedade de responsabilidade mista: sociedade em comandita simples, sociedade em comandita por ações
A única sociedade que pode ser de capital variável (conforme os demais sócios entram ou saem o capital é elevado ou reduzido sem que haja alteração do contrato social) no direito brasileiro é a cooperativa.
Nas sociedades empresárias constituídas por ações (sociedade anônima e sociedade em comandita por ações), seus sócios são chamados de acionistas.Estas são sociedades institucionais, não há contrato, há estatuto. Os sócios aderem esse estatuto, subscrevendo um determinado número de ações. Ação é uma parcela do capital dessa sociedade, o capital social. As demais sociedades são contratuais.
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
Caráter genérico de sociedade. Requisitos da sociedade:
Pluralidade de pessoas (em regra).
Patrimônio próprio (contribuição dos sócios).
Finalidade lucrativa, aplicando o capital em seu objetivo. 
Participação de todos os sócios nos lucros e nos prejuízos.
A sociedade nasce através de um contrato de um estatuto. O contrato é um negócio jurídico no qual as partes estabelecem direitos e obrigações. O principal efeito do contrato é a criação de um ente jurídico que adquire vida própria, distinta dos membros que a compõem. A sociedade irá adquirir personalidade jurídica quando inscrita no registro competente (RPEM ou Registo Civil das Pessoas Jurídicas). Para a teoria moderna, a sociedade teria nascimento do negócio ou ato coletivo. 
A sociedade empresária também é aquela que exerce uma atividade econômica organizada para a produção e a circulação de bens e de serviços. 
Estas pessoas podem ser naturais ou jurídicas; quando uma sociedade (pessoa jurídica) é a única sócia de outra sociedade esta é sociedade individual. As exceções ao requisito pluralidade de pessoas são a EIRELI e sociedade individual.
O incapaz pode ser sócio de sociedade, desde que sua responsabilidade seja limitada e não seja o administrador. 
Somente a sociedade simples admite o sócio de serviço. Este sócio ingressa na sociedade com sua experiência, com sua tecnologia, com seu conhecimento, com sua capacidade.
Não importa a natureza dos bens que o sócio ingressa na sociedade, desde que seja possível fazer uma avaliação que constate seu valor. Estes passam a pertencer à sociedade, sendo titular desses bens. Os sócios não são co-proprietários (condôminos) desses bens. A contribuição dos sócios para o capital da sociedade pode se dar à vista ou parceladamente. 
Existe cláusula de preferência de bens em caso de liquidação da sociedade, desde que o valor do bem com que eu ingressei caiba na cota que eu tenha a receber.
A cláusula que proíbe um dos sócios dos lucros da sociedade é nula, e não o contrato. 
O ato constitutivo da sociedade ocorre com o contrato ou estatuto (sociedade por ações). Ambos devem conter os requisitos de validade do negócio jurídico(agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa em lei). 
Os direitos e deveres da sociedade não se confundem com a de seus sócios. 
O patrimônio da sociedade é o seu capital social. O patrimônio é variável, varia conforme o mercado; o capital social é fixo, somente varia com alteração do contrato. Somente na sociedade cooperativa o capital social é variado. A única coincidência entre patrimônio social e capital social é no início da constituição da sociedade.
Os lucros dos sócios são proporcionais (regra da proporcionalidade) aos seus investimentos, usa-se também no caso de omissão do contrato; porém pode ser contratado de outra forma. 
Quando o administrador age em nome da sociedade, na aquisição de uma obrigação fora de seus objetivos, evidentemente a sociedade não responde por essa obrigação. Porém, se o administrador contrai uma obrigação dentro dos objetivos da sociedade, mas desvia para benefício alheio, a sociedade se obriga; com direito regressivo contra esse administrador. O fornecedor tem apenas que verificar se a operação praticada está dentro dos objetivos da sociedade.
Toda sociedade exerce atividade econômica com finalidade lucrativa, as associações não exercem, nestas inexistem direitos e obrigações recíprocas entre os associados. O lucro, por sua vez, nem sempre existe por várias razões alheias a vontade do sócio (déficit). A sociedade tem sócio, a associação tem associado. 
Se no contrato houver cláusula excluindo um dos sócios de participar dos resultados, esta cláusula será declarada nula de pleno direito. 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
As sociedades empresárias são inscritas na Junta Comercial, as demais do art. 44 são inscritas no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, há pelo menos um cartório em toda cidade do Brasil. Para saber onde proceder com a inscrição devemos observar o objeto ou a forma da sociedade.
A sociedade empresária é aquela que exerce atividade própria de empresário,salvo as soc. por ações (sociedade em comandita por ações e sociedade anônima); sociedade simples é aquela que exerce atividade econômica, porém não empresária, salvo as cooperativas.
As soc. por ações (sociedade em comandita por ações e sociedade anônima) serão sempre empresárias, e a cooperativa será sempre simples.
As cooperativas devem ter seus atos constitutivos inscritos nas Juntas Comerciais. 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo.
Sociedades empresárias: em nome coletivo, em comandita simples, sociedade limitada (vai depender sempre de seu objeto), sociedade em comandita por ações e sociedade anônima.
A sociedade anônima é regida por uma lei especial. (Lei 6.404/76)
A sociedade simples pode adotar a forma de sociedade em nome coletivo, em comandita simples ou limitada. A sociedade vai ser regida por essas normas da sociedade empresária, mas será uma sociedade simples e será inscrita no Registo Civil de Pessoas Jurídicas. 
Soc. simples pura ou propriamente dita: é simples e segue as normas que lhe são próprias. 
Parágrafo único: existem determinadas atividades que a lei impõe que deva ser constituída na forma de uma determinada sociedade. Ex: seguradoras, deve ser soc. anônima. 
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação.
Podem constituir uma sociedade na forma de sociedade simples ou empresária (nome coletivo, comandita simples e limitada), porém a atividade do empreendedor rural não é empresária. A sociedade vai ser regida por essas normas da sociedade empresária escolhidas, mas vai ser uma sociedade simples.
Depois da inscrição na Junta Comercial ficará equiparada para todos os efeitos a sociedade empresária, fica sujeita a recuperação judicial da empresa e instituto da falência. Ficará equiparada, não será soc. empresária.
Caso o empresário rural constitua-se como soc. anônima ou soc. em comandita por ações, será obrigado a registrar no Registro Público de Empresas Mercantis. 
Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição na Junta fica sujeito, no que for aplicado, às normas que regem a transformação; transformação de um tipo de sociedade para outro tipo de sociedade, para preservar direitos dos sócios e de terceiros. 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).
Contrato: é um negocio jurídico no qual as partes estabelecem direitos e obrigações. 
Se a sociedade simples adotar a forma de uma soc. empresária tem que seguir os princípios dessa sociedade, até mesmo pra proceder na inscrição do contrato no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
A sociedade só tem personalidade jurídica quando o seu ato constitutivo for devidamente inscrito no registro competente, desprendendo-se de seus sócios e passando a ter uma vida própria.
Quando uma sociedade é inscrita na Junta Comercial, há uma presunção de que seja empresária, porém a verificação deve ser feita a posteriori, observando a atividade que é exercida.
Apessoa obrigada a proceder à inscrição do contrato é o administrador que foi nomeado, porém a lei autoriza qualquer sócio ou pessoa que tenha o legítimo interesse.
Elaborado o contrato, os sócios tem 30 dias para apresentação deste no registro público competente. Caso apresentado dentro do prazo, os efeitos da inscrição retroagiram a data do documento; caso apresentados fora do prazo, os efeitos serão contados a partir da data da inscrição. 
RESPONSABILIDADE NAS SOCIEDADES BRASILEIRAS:
O art. 591 do CPC diz que o devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei. As restrições são os bens previstos no art. 649 do CPC ou seja, os que são absolutamente impenhoráveis. 
Os direitos e obrigações da sociedade não se confundem com os direitos e obrigações dos sócios, em regra. 
A sociedade responde de forma ilimitada pelo cumprimento de suas obrigações. Os sócios respondem de forma subsidiária (resp. de 2º grau). Art. 1024 - Benefício de Ordem. 
I – Responsabilidade pessoal de 1º grau: é aquela assumida pelo sócio com a sociedade (cotas, ações, participação), por ocasião de sua constituição no ato constitutivo, ou no instrumento de alteração contratual. (existe em todas as sociedades). 
II- Responsabilidade pessoal de 2º grau: é aquela (existente em algumas sociedades) assumida pelo sócio, subsidiariamente a sociedade, por obrigações contraídas pela última, não tendo patrimônio para solvê-las. A responsabilidade de qualquer sociedade é sempre ilimitada. 
A – Sociedade em comum (irregular ou de fato): todos os sócios respondem subsidiária, ilimitada e solidariamente pelas obrigações sociais,o sócio que contratou pela sociedade e originou a obrigação é solidário com a sociedade, não tendo direito à subsidiariedade. (benefício de ordem). 
B – Sociedade em conta de participação: A sociedade não assume obrigações. O sócio participante (oculto) apenas obriga-se com o ostensivo nos termos do contrato. 
C – Sociedade Simples: os sócios respondem pelas obrigações sociais subsidiariamente, nas mesmas bases em que participam dos lucros e prejuízos. Não há solidariedade entre eles, salvo se houver cláusula de responsabilidade solidária. Resp. subsidiária e limitada. 
D – Sociedade em nome coletivo: os sócios respondem pelas obrigações sociais, subsidiária, ilimitada e solidariamente. 
E – Sociedade em comandita simples: um ou mais sócios respondem subsidiária, ilimitada e solidariamente pelas obrigações sociais (comanditados); e um ou mais sócios não tem responsabilidade por obrigações sociais (comanditário).
F – Sociedade limitada (Ltda): Não há responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais. Os cotistas apenas se obrigam, solidariamente, pela integralização do capital social. 
G – Sociedade em comandita por ações: somente os acionistas administradores é que respondem pelas obrigações sociais: subsidiária, ilimitada e solidariamente. 
H – Sociedade anônima (s/a): não há responsabilidade subsidiária pelas obrigações da sociedade. Os acionistas apenas se obrigam pelo preço de emissão das ações subscritas. 
I – Sociedade Cooperativa: a lei faculta aos cooperados escolher a responsabilidade limitada ou ilimitada. Nesta resp. limitada os cooperados não são solidários para integralização do capital social. Na resp. ilimitada, os cooperados respondem solidariamente pelas obrigações sociais. 
Subtítulo I – Da Sociedade Não Personificada/ Capítulo I – Da Sociedade em Comum
CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE EM COMUM:
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
Sociedade em comum (de fato ou irregular) é aquela que é contratada, mas deixou de inscrever seu contrato social no Registro Público competente, então não tem natureza de sociedade simples ou de sociedade empresária. A sociedade em comum é irregular, mas não ilegal. Ela não possui personalidade jurídica. 
Não se aplica às sociedades por ações (anônimas e comandita por ações). Caso contratada verbalmente será uma sociedade, mas sempre irregular. O prazo legal pra apresentação do contrato no registro competente é de 30 dias; se apresentado dentro do prazo, os efeitos da inscrição retroagiram à data do contrato; se apresentado fora do prazo, os efeitos da inscrição terão início a partir da data do deferimento, no período anterior será uma sociedade em comum. 
Aquele que tem a obrigação de levar o contrato à inscrição, que em regra é o administrador, será responsável por eventuais perdas e danos.
As sociedades sem personalidade, quando acionadas judicialmente por seus credores, não poderão opor a estes sua irregularidade.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.
Se formos interpretar literalmente esse dispositivo em várias situações vamos privilegiar o ilícito em detrimento do lícito, então não podemos ancorar essa norma, pois existem princípios maiores que não permitem isto.
Os terceiros podem provar a existência da sociedade em comum por: confissão, documento, testemunha, perícia e presunção.
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.
Os sócios são co-proprietários desses bens.
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Este “salvo pacto expresso limitativo de poderes” é cláusula que contratualmente autoriza apenas um dos sócios, ou alguns sócios, a fazer operações pela sociedade, e administrar a sociedade. Se as operações forem efetuadas por sócio não permitido, não irá onerar o patrimônio da sociedade, desde que isto seja do conhecimento de terceiro.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
A regra é responsabilidade subsidiária, ilimitada e solidária; porém, aquele que contratar pela sociedade não tem resp. subsidiária, exclui-se o benefício de ordem, e este responderá solidariamente com a sociedade; mas terá direito de regresso contra os demais sócios.
No caso de administrador solidário com a sociedade, o credor que entra com a ação de execução poderá requerer que esta execução recaia nos bens deste administrador ou no patrimônio da sociedade.
Capítulo II – Da Sociedade em Conta de Participação
CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.
Sociedade em conta de participação somente existe nas relações internas entre sócios, não existe para terceiros. Não é propriamente uma sociedade, é mero contrato de participação.
Não tem personalidade jurídica, não tem nome, não tem sede, não tem administrador, nacionalidade, não assume obrigações, não adquirem direitos, não incide em falência, não incide em solvência, não tem como requerer recuperação de empresa. 
Nada impede que eu firme soc. em conta de participação com soc. simples ou outro profissional.
O sócio ostensivo é aquele que exerce atividade econômica, o sócio participante ou oculto é aquele que não exerce atividade econômica.
O sócio ostensivo é o que realiza, que pratica, que assume as obrigações contraídas. Este é o devedor, o que assume a dívida em nome próprio, somente este poderá ser executado, estará sujeito ao instituto da falência e da recuperação judicial, este sócio é o empresário. O sócio participante ou oculto não pode ser chamado à execução porque este não tem obrigação nenhuma de responder, apenas participa dos resultados correspondentes.
O sócio participante ou oculto irá participar dos lucros e prejuízos durante o tempo que perdurar a nossa sociedade em conta de participação. Este sócio tem direito de se habilitar como credor do sócio ostensivo.
Tanto o sócio ostensivo como o participante poderá ser pessoa natural ou jurídica.
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.
Pode ser constituída até verbalmente, mas deverá haver todos os requisitos do negócio jurídico.
A existência da sociedade em conta de participação pode ser provada por: confissão, documento, testemunha, perícia e presunção.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.
A sociedade em conta de participação pode requerer inscrição no cartório de títulos e documentos, porém nunca será sociedade. Nunca será aceita sua inscrição no RPEM e no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial,objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais.
§ 1º A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios.
§ 2º A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário.
§ 3º Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
Decretada a falência do sócio ostensivo, os sócios participantes vão se habilitar a credores quirografários para receber suas respectivas cotas.
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais.
O contrato pode estipular de maneira diversa.
Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual.
Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.
Há solidariedade entre os sócios ostensivos.
 Parágrafo único: economia processual.
Subtítulo II – Da Sociedade Personificada/ Capítulo I – Da Sociedade Simples/ Seção I – Do Contrato Social
CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE SIMPLES:
Sociedades personificadas são aquelas sociedades que foram contratadas ou instituídas por escrito e o respectivo ato constitutivo foi inscrito no registro público competente. (Sociedade Simples, Soc. limitada, Soc. anônima, Soc. em nome coletivo, Soc. em comandita simples e Soc. em comandita por ações). As sociedades personificadas adquirem personalidade jurídica.
Art. 997 a 1.038 do C.C. Sociedade personificada e não-empresária. A sociedade simples constitui a teoria geral do direito societário, suas normas se aplicam subsidiariamente no que forem cabíveis as demais sociedades.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
Toda sociedade personificada deve constituir-se mediante contrato escrito e ser inscrita no registro público competente, caso contratada verbalmente ou inscrita em registro público indevido, será uma soc. comum, irregular.
A soc. simples pura ou revestida de outra forma, deverá sempre ser inscrita no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
As cláusulas enumeradas no artigo são obrigatórias (indispensáveis), as estipuladas pelas partes são facultativas.
O contrato particular é redigido pelos próprios sócios, pelas próprias partes contratantes. O contrato público é o lavrado por um tabelião no cartório.
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
Existem soc. que são próprias de brasileiros natos ou naturalizados, outras em que os estrangeiros podem ter somente uma determinada participação proporcional ao número de sócios ou ao capital investido. Admite sócio pessoa natural e sócio pessoa jurídica. A firma ou denominação a que se refere o inc. I é em relação ao sócio pessoa jurídica, pois a sociedade simples somente admite denominação.
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
A soc. simples pura tem por nome sempre uma denominação (S/S), caso se revista na forma de sociedade empresária, poderá ter uma firma. (S/S Ltda, na forma de soc. limitada).
Obs.: Art. 1.155, par. Único do CC: “Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações”.
Na denominação deve conter o nome da sociedade e a assinatura do sócio administrador.
O objeto da soc. é o elemento que a sociedade irá desenvolver, este fixa os limites de atribuições do administrador. Se o administrador pratica operações pela sociedade dentro dos objetivos sociais, a sociedade irá responder; se o administrador praticar operações estranhas aos objetivos sociais, a sociedade não se obriga, não irá responder. 
A sociedade será simples de conformidade com o seu objeto.
A sociedade simples pode se revestir da forma de sociedade empresária (nome coletivo, comandita simples e limitada), neste caso, a sociedade simples irá seguir as regras da sociedade cuja forma ela se reveste, e será sempre inscrita no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
A sociedade que exerce operações mistas (empresarial e simples), para ser simples suas atividades não-empresaria devem sobrepujar as eventuais atividades empresarias. 
 	A sede da sociedade que irá fixar a competência do órgão de registro, onde será inscrito o contrato da sociedade.
Se a sociedade está denominada como soc. simples e exerce atividade empresária, esta será uma sociedade empresária, mas irregular, sendo regida pelas normas da sociedade comum.
A soc. pode ser contratada por prazo indeterminado, irá existir até que os sócios resolvam colocar um fim na sociedade ou esta seja dissolvida por decisão judicial; ou pode ser contratada por prazo determinado, quando atingir está data ou evento limite, cessa suas operações normais e entra em operação de liquidação. Na soc. por prazo determinado, desde que haja o consentimento unânime dos sócios, estes podem pedir a dissolução da sociedade antes do prazo fixado.
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
Existe um prazo para que terceiros possam impugnar essas avaliações extravagantes, fraudulentas. 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
O valor da quota pode ser totalmente integralizado ou em etapas, a prazo, conforme consta no contrato. 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
A sociedade simples pura é a única que admite o sócio de serviço, este sócio não participa das perdas em caso de falência da soc. (não possui resp. subsidiária).
Deve se estipular que tipo de trabalho o sócio de serviço irá prestar a sociedade, a quantidade e qualidade deste serviço. Em caso de descumprimento do que se obrigou a prestar, poderá ser excluído pela sociedade. Ou será sócio capitalista ou será sócio de serviço, nunca ambos na mesma soc.
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
Somente será administrada por pessoas naturais. Não admite a administração por parte de pessoas estranhas. 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
Poderá ser convencionado pelos sócios da forma que melhor lhes convir. O sócio de serviço participa indiretamente das perdas sociais.
 Resp. subsidiária e limitada pelas obrigações sociais. Se houver cláusula que exclui um ou alguns dos sócios das perdas ou lucros da sociedade, esta cláusula será nula. Em caso de nulidade da cláusula, deverá aplicar o princípio da proporcionalidade. 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Há um erro: não é subsidiariamente, seria solidariamente. 
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.
O sócio responde perante terceiros, porém tem o direito regressivo em relação aos demais sócios. Ex.: sócio restringir sua responsabilidade. 
Art. 998. Nos trinta dias subsequentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
§ 1° O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por procurador, o da respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova de autorização da autoridade competente.
§ 2° Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente, será a inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá a número de ordem contínua para todas as sociedades inscritas.Há necessidade de autorização da autoridade competente porque para a exploração de determinadas atividades econômicas a lei exige autorização governamental (mineração, seguro de saúde, navegação); será obrigatória a apresentação desta autorização para a inscrição do contrato. O prazo para levar a arquivamento ao RCPJ é de 30 dias da data do contrato.
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime.
Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será averbada, cumprindo-se as formalidades previstas no artigo antecedente.
Se não houver a assinatura de todos os sócios, o órgão de registro não fará a alteração.
A modificação do contrato se da através de um instrumento de alteração de contrato, redige-se o teor da alteração e obedecido o prazo de 30 dias, tem que ser levada a averbação em registro competente.
As cláusulas voluntárias podem ser resolvidas por maioria absoluta (51%) de votos, levando em consideração o valor das cotas. 
A modificação do contrato sem averbação não terá eficácia perante terceiros, porém haverá entre os sócios.
O art. 1010 da lei nº 10.406, parágrafo segundo estabelece que “Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz”. 
Art. 1.000. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição da sucursal, filial ou agência deverá ser averbada no Registro Civil da respectiva sede.
Se for abrir uma filial na mesma cidade, porém na circunscrição de outro cartório, vai ter que fazer essa averbação. 
Seção II – Dos Direitos e Obrigações dos Sócios.
Art. 1.001. As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais.
Há responsabilidade para com a sociedade e responsabilidade de 2º grau para com os credores da sociedade.
As obrigações dos sócios nascem imediatamente com a assinatura do contrato. A sociedade simples não entra em falência, se declara insolvente. Quando a soc. esta em dissolução, cessa a operação do seu objeto, mas esta continua a existir, inclusive com personalidade jurídica até sua total extinção.
Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social.
Quem é sócio não pode delegar essa função a outrem. No plano interno, a substituição das funções de um sócio somente pode ocorrer com o consentimento de todos os demais, mas o judiciário estará aberto para reivindicações dos demais sócios.
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade.
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.
Cessão, alienação, venda, transmissão. Deve haver o consenso unânime dos demais sócios. Caso o sócio firme contrato com um terceiro para cessão de cotas sem o consentimento unânime dos demais sócios, o documento só terá eficácia entre eles. O cedente é o que aliena suas cotas e o cessionário é o que está adquirindo. 
Pelo menos durante dois anos, aquele que está cedendo a sua participação na sociedade, estará vinculado solidariamente pelas obrigações que tinha como sócio. 
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art. 1.031.
O dano deve ser real, ter realmente existido. A sociedade é obrigada a notificar o sócio para que cumpra com a obrigação. É quórum de maioria simples. (situação na qual o total de votos é maior que a metade do total de votos dos presentes).
Caso o sócio remisso seja excluído da sociedade, terá o direito de receber a sua quota integralizada com base no valor patrimonial atual da sociedade.
Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito.
Evicção é a perda total ou parcial de um bem imóvel em razão de uma reivindicação de um terceiro dizendo ser o legítimo proprietário. A sociedade é quem irá representar o pólo passivo da ação de evicção. Caso a sociedade perca a propriedade do imóvel, terá direito de regressão contra o sócio que ingressou com este. 
Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído.
O sócio de serviço irá prestar com exclusividade seu trabalho a soc. na qualidade e quantidade que se obrigou. O sócio de serviço não pode ser administrador. Esta norma é flexível, o contrato pode determinar de maneira diversa. 
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas.
Norma supletiva (caso o contrato não estabeleça). Regra da proporcionalidade. O sócio de serviço participa dos lucros na proporção da média do valor das cotas. 
Soma o valor da cota dos sócios capitalistas, divide pelo número de sócios capitalistas, o resultado é a cota fictícia do sócio de serviço. Ex.: sócio A – 60 mil + sócio B 40 mil = 100 mil / 2 sócios = sócio C – 50 mil. Porém nada impede que o contrato estipule de outra forma.
Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.
Será nula a cláusula, não o contrato. Não é nula a cláusula que dispõe no caso em que o sócio participa com um determinado valor no capital social e receba uma parcela menor nos lucros, ou o contrário. Esta decretação de nulidade deverá ser feita em juízo a requerimento de algum interessado.
Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade.
Ocorrendo à decretação dessa nulidade, aqueles sócios que receberam são obrigados repor esse valor, desde que eles tenham conhecimento da ilicitude ou da ficção. E para isso os administradores que fizeram essa distribuição de lucros e os sócios que receberam esses lucros são solidariamente responsáveis, para repor esse capital. 
A parte interessada (normalmente sócio que não recebeu), através de um requerimento poderá pleitear a nulidade dessa distribuição em juízo.
Seção III – Da Administração
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
§ 1° Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do capital.
§ 2° Prevalece à decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.
§ 3° Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade,participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.
Os inc. do art. 997 são cláusulas legais, o quórum para aprovação é unanimidade. Não há que levar todos os atos de gestão a deliberação dos sócios, isso somente vai ocorrer quando por lei existir um dispositivo legal ou o contrato determinar que no que se refere aquela matéria os sócios deverão deliberar. 
Considera-se o valor das cotas de cada um na sociedade; 51% é maioria absoluta. Se a votação empatar no capital e no número de sócios, sendo omisso o contrato, a decisão caberá ao juiz. 
No par. 3º o sócio deve ter o voto de minerva e as perdas e danos devem ser reais.
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
- é um princípio de direito, dever de diligência do administrador.
§ 1° Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
§ 2° Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposições concernentes ao mandato.
É impedido de ser administrador, mas não de participar como sócio da sociedade. A sentença ou decisão judicial tem que ser com trânsito em julgado. Estes crimes revelam a “natureza” e o “caráter” da pessoa. 
O par. primeiro vale enquanto perdurarem os efeitos da condenação, pois não poderá existir pena perpétua. 
O administrador é órgão da sociedade, porém no que couber aplica-se as regras do mandato.
Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade.
Quando o administrador é nomeado por instrumento em separado, o contrato já foi inscrito no RCPJ. O administrador responde pessoal e solidariamente com a sociedade perante terceiros por operações que realizou antes de requerer a averbação.
Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios.
Regra supletiva.
§ 1º Se a administração competir separadamente a vários administradores, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos.
Se impugnar tem que convocar reunião, assembléia para decidir sobre aquela matéria.
§ 2º Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria.
Responde por perdas e danos reais. Responde perante a sociedade, a operação realizada com terceiro é válida.
Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-se necessário o concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano irreparável ou grave.
Administração conjunta: exige que todos assinem o documento. Em caso de urgência, os demais sócios podem exercer o ato e podem inclusive se comprometer a trazer oportunamente o consentimento dos demais para o pedido, desde que justificado.
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir.
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade;
II - provando-se que era conhecida do terceiro;
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.
Porém, existem sociedades que são constituídas exatamente para alienar imóveis; por isso se diz: “não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis”. 
Caso o administrador cometa excessos aos poderes que lhe foram conferidos, a sociedade não responde por isso, não se obriga perante terceiros. 
Teoria da Aparência: presume-se que o administrador de uma sociedade esteja autorizado a praticar todos os atos necessários a vida societária. Porém, é de maior bom senso que terceiro não possa alegar ignorância, pois a restrição está estabelecida no contrato, está inscrita no registro competente.
Pode ser oposto a terceiro caso ocorra um dos incisos do artigo, não há de ser cumulativo. 
No inc. III os “negócios da sociedade” é o objeto social. 
Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.
Responde solidariamente se houver mais de um administrador. Trata-se de mera culpa: imprudência, negligência e imperícia. Deverão ser comprovados os prejuízos, não há presunção. Artigo muito aberto a interpretações. 
Art. 1.017. O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, terá de restitui-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá.
Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberação.
Se os administradores constatarem a existência de saldo positivo e quiserem aplicar esse dinheiro em benefício próprio, obviamente teriam que ter o consentimento dos demais; e devem fazer o depósito daquilo que rendeu esse capital em benefício da sociedade, não em benefício próprio. 
Par. único: basta que o administrador participe da deliberação, não há necessidade que a deliberação seja aprovada em razão de seu voto. 
Este artigo trata do administrador, e o artigo 1.010 par. 3º, do sócio. 
Art. 1.018. Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especificados no instrumento os atos e operações que poderão praticar.
A sociedade poderá constituir por meio do administrador um procurador (normalmente advogado)que será o mandatário para pratica de determinados atos especificados no instrumento de mandato. Então não é possível delegar o exercício da administração. 
Art. 1.019. São irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios.
	
Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio.
A soc. simples só poderá ser administrada por sócio, pessoa natural. Esta justa causa tem que ser provada em juízo. Mesmo que o administrador tenha sido nomeado em ato separado, os poderes são também irrevogáveis. São revogáveis a qualquer tempo os poderes conferidos aos mandatários. 
Art. 1.020. Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
A prestação dessa conta é feita através do levantamento do balanço social. (balanço de resultados econômicos). O balanço deve ser feito no mínimo uma vez por ano. 
Os livros de escrituração da sociedade devem ficar a disposição dos sócios; se lhes forem indeferido, no âmbito interno, poderão estes ingressar em juízo requerendo a sua exibição judicial. 
Mesmo que o contrato ou ato em separado fixar uma data específica para apresentação destes livros, se houver