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Doenças e pragas da videira

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Doenças e Pragas da Videira
Podridão seca 
É um fungo (Botryodiplodia theobromae). 
Devemos evitar a falta de água e também solos encharcados. A doença entra pelo troco da planta junto ao solo, também transmitido por tesouras infectadas. Apresenta morte dos ramos.
Recomendação: desinfectar tesouras de poda com fogo antes do uso. 
Tratamento recomendado: fungicidas e sulfato de cobre e calda bordalesa. 
 
Figura 1 videira com ramos mortes.
Figura 2 ramos mortos.
 Míldio
É um fungo (Plasmopara vitícola)
Causa manchas amareladas nas folhas, que deixa passar a luz do sol. Possui um aspecto olhoso e esporos brancos na ponta das folhas, em seguida as necrosa . O fungo causa a queda das folhas e o secamento do cacho. Caso atacar as bagas, elas ficam escuras, murcham e caem.
Ocorre em locais com umidade acima de 95%, o fungo ataca as folhas pela água.
Controle: diminuição da parte foliar para entrada e circulação de ar e para que o sol penetre com mais facilidade.
Tabela 1. Eficácia média de fungicidas recomendados para o controle do míldio baseado em resultados de três anos de avaliação. Bento Gonçalves, 1998.
	Princípio ativo
	Concentração
g i.a. (%)
	Dose 
g i.a./hl
	Ação do produto
	Eficácia 
(%)
	Classe toxicológica
	Folpet
	50
	90
	Contato
	70 a 90
	IV
	Oxicloreto de cobre
	50
	137,5
	Contato
	<70
	IV
	Oxicloreto de cobre + Mancozeb
	20 + 20
	60 + 60
	Contato
	70 a 90
	III
	Sulfato de cobre
	25
	240
	Contato
	70 a 90
	IV
	Mancozeb
	80
	240
	Contato
	70 a 90
	III
	Ditianon
	75
	93.75
	Contato
	>90
	II
	Cymoxanil + Mancozeb
	8 + 64
	20 + 160
	Penetrante + Contato
	>90
	III
	Metalaxil + Mancozeb
	8 + 64
	24 + 192
	Sistêmico + Contato
	>90
	II
Tabela 2. Modo de Ação de Fungicidas Antimildio e Recomendações para evitar o surgimento de resistência do patógeno.
	Modo de Ação
	Ingrediente ativo
	Recomendação para evitar resistência
	Multisitios
	Mancozeb,folpet,dithianon,captan, cúpricos, etc.
	Sem limite de aplicações, deve ser reaplicado após chuva de 20 a 25 mm.
	Unisitios- inibidores mitocondriais
	Azoxystrobin, famoxadone
	Máximo três aplicações/safra, não mais que duas seguidas.
	Metabolismo do ácido nucleico e aminoácidos
	Cymoxanil
	Associar a produto de contato e limitar as aplicações.
	Biosíntese da parede celular
	Dimethomorfo
	Máximo duas a três aplicações/safra.
	Inibidores da biosíntese do ARN
	Matalaxil e benalaxil
	Associar a produto de contato e no máximo três aplicações/safra.
	Ação direta ou indireta (estimulando defesas naturais da planta)
	Fosetyl
	Sem restrição
	Ação sobre a parede celular
	Iprovalicarb
	Associar a produto de contato, sem restrição.
Figura 3 folha com manchas de míldio
. 
Figura 4 cacho afetado com míldio
Antracnose
É um fungo Elsinoe ampelina.
Age nas folhas, ramos, flores e frutos.
Se desenvolve na umidade de novoeiros e orvalho em temperaturas de ideal perto de 20 graus 
Expõe cancro nos ramos, as folhas necrosam, as bagas ficam manchadas com uma cor cinzenta escura
Controle: Uso de calda sulfocálcica, quando feito o poda deve ser queimado os ramos infectados.
 Período vegetativo da planta, podemos aplicar os produtos registrados para o controle da doença: sulfato de cobre + hidróxido de cálcio (calda bordalesa), hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, oxicloreto de cobre + mancozeb, captan, chlorothalonil, mancozeb, folpet, ziram e tiofanato metílico. Deste grupo, apenas o tiofanato metílico é sistêmico. Aplicações devem ser efetuadas a partir do 
estádio fenológico 5 e repetidas semanalmente, para os fungicidas protetores, até o início da produção.
Figura 5 bagas com sintoma de antracnose (foto: G. Nakashima).
	
Figura 6 sintoma de antracnose nos ramos ( foto: G nakashima)
	
Escoriose 
É um vírus Phomopsis vitícola
Confundida com a antracnose, por apresentar os mesmo sintomas.
Se manifesta nos ramos do ano apresentando necroses redondas escuras, rachaduras e escoriações superficiais. No outono os ramos se tornam esbranquiçados e podem conter pequenos pontos negros que são os picnídios do fungo.
Gemas jovens são sensíveis ao fungo.
Períodos com chuva e frio são as condições ideais para manifestação.
Controle: no inverno se retira os ramos doentes e se trata com calda sulfocalstica, antes da brotação.
Único tratamento quando apresentar 30 a 40% dos gomos no estado fenológico D usando um fungicida misto com folpete + fosetil de alumínio.
Dois tratamentos, o primeiro igualmente no estado fenológico D (saída das folhas) e o segundo quando 30 a 40% dos gomos atingirem o estado fenológico E, utilizando qualquer fungicidas: enxofre (na concentração de 1000g de s.a./hl), folpete, mancozebe, metirame, propinebe e azoxistrobina, ou as misturas de fosetil de alumínio + mancozebe e azoxistrobina + folpete.
 Tabela 7 Sintoma de escoriose no ramo.
Podridão da uva madura - Glomerella cingulata
Inicia com manchas marrom-avermelhadas, logo os escurecendo e vindo a podridão. Condições de alta umidade o fungo aparece na forma de pontos cinza-escuros que logo exsuda uma massa rósea (serve também para diferenciar da podridão amarga).
Excesso de nitrogênio favorece a infecção e o desenvolvimento do fungo.
Tratamentos químicos devem ser iniciados estádios de desenvolvimento no final da floração, repetindo as pulverizações para proteger as bagas no seu ciclo de desenvolvimento.
Controle químico os produtos indicados são: fungicidas de contato – clorotalonil, folpet, folpan, dithianon, mancozeb; Fungicidas de profundidade – famoxadone e pyraclostrobina e fungicidas sistêmicos – tiofanato metílico e tebuconazole
 Tabela 8 Cacho atacado com podridão da uva
Podridão Amarga - Melanconium fuligineum 
Nas folhas e ramos forma manchas marrom-avermelhadas escuras e pequenas.
Ocorre mais sério nas bagas, causado pela interrupção do fluxo de seiva. Causa uma coloração marrom-avermelhadas sem altera a baga. As bagas que ficam no cacho ficam pretas, murchas e secas.
Se desenvolve com temperatura em torno de 28ºC e a alta umidade.
O fungo sobrevive de um ano para o outro nos restos da cultura.
É recomendado a retirada do fruto danificado para evitar tratamentos químicos.
O tratamento químico deve ser iniciado no final da floração.
Controle: usado produtos para controle de míldio e antracnose são adequados. 
Fungicidas a base de mancozebe e hidróxido de cobre.
 Tabela 9 Baga com podridão amarga.
Fusariose - Fusarium oxysporum f.sp. herbemontis
Doença é de difícil controle.
Provoca redução da produtividade da videira por provocar a mortalidade de plantas.
Sintoma: provoca interrupção na translocação da seiva. A doença reduz o crescimento de brotos, provocando escurecimento da madeira internamente, murcha as folhas e cachos verdes ficando unidos aos ramos. As plantas infectadas podem morrer em reboleiras. Pode haver brotação no tronco das plantas.
Uso de implementos para controle de plantas daninhas, podem causar porta de entrada para infecções. Assim como solos mal drenados e com excesso de matéria orgânica.
Controle: uso de controle químico não é eficaz. Recomendado fazer o plantio em áreas não infectadas. Em áreas já contaminadas deve ser realizado o 
arranquio das plantas infectadas o mais rápido possível.
 Figura 10 Sintoma de fusariose na região do tronco da planta. Corte transversal ( Foto: L. Garrido).
Mancha das folhas - Isariopsis clavispora= Pseudocercospora vitis
Em regiões quentes e úmidas a doença provoca desfolha precoce, pode prejudicar a maturação dos ramos e enfraquecendo a planta para o próximo ciclo.
Se manifesta principalmente nas folhas. Apresenta manchas irregulares bem definidas de coloração inicialmente castanho-avermelhada, apresentando um amarelado ou verde claro bem visível.
Não há perfuração da folha, havendo ataque severo acontecea queda precoce das mesmas prejudicando a maturação dos ramos.
Aparece primeiro nas folhas mais velhas, no inicio de maturação da uva, nas parreiras que não foram tratadas contra míldio corretamente.
Controle: tratamentos contra míldio são indicados, tratamentos químicos pós-colheita são feitos com ditiocarbamatos.
Figura 11 sintoma de mancha das folhas ( Foto: L. Garrido)
Nematóides (Melodoygine)
São vermes de tamanho variado, vivem no solo e na água.Podem afetar muito o desenvolvimento e produção de uvas, caindo a produtividade. Plantas infestadas podem ter galhas grandes e alongadas e, com baixo vigor, sintomas de deficiência nutricional.
As folhas ficam com uma cor verde muito claro e as raízes com galhas. 
Controle: cuidado ao adquirir plantas já envasadas pois não pode ser observado detecção.
Nas regiões Sul, de clima frio, é frequente os nematoides no solo. 
A desinfecção pode ser feita por solorização.
Figura 12 videira atacada por nematoide.
Figura 13 Mudas com galhas de Meloidogyne nas raizes. (Foto: Cesar Bauer Gomes).
Pérola da terra (cochonilha)
Cochonilha é um inseto (Eurhizococcus brasiliensis), muito danoso, que suga a seiva das raízes, provocando o definhamento da planta.
Controle: fazer análise do solo, fazer as correções e adubações recomendadas, uso de porta enxertos resistentes e mudas sadias, com raiz nua.
Ataca outras plantas hospedeiras, tais como aboboreiras, alfaces, almeirões, amendoins, cenouras e batata-doce e batata-inglesa, além de outros. Onde for feito plantio em áreas com essas plantas pode desenvolver a proliferação da praga.
Os inseticidas devem ser aplicados no solo, no mês de novembro. Nas
Situações de alta infestação, recomendado pode ser dividida em duas dosagens, aplicando uma em novembro e outra em janeiro.
Tabela. Inseticidas recomendados para o controle da pérola-da-terra Eurhizococcus brasiliensis na cultura da videira.
	Inseticida
	Idade das plantas
	Dosem
(g produto comercial/planta)
	Classe Toxicológica
	Carência (dias)
	Ingrediente ativo
	Produto Comercial
	
	
	
	
	Thiamethoxan
	Actara 10 GR
	1 ano
	12-20
	IV
	45
	
	
	2 anos
	20-30
	
	
	
	
	3 anos
	30-40
	
	
	Imidacloprid
	Premier 700 GrDA
	1 ano
	0,2-0,3
	IV
	60
	
	
	2 anos
	0,3-0,5
	
	
	
	
	3 anos
	0,5-0,8
	
	
Figura 15 Pérola da terra.
Figura 16 Parreiral com pérola da terra.
Ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus) e Ácaro rajado (Tetranychus urticae)
Atacam folhas novas e causam o encurtamento dos ramos novos, causando grandes prejuízos.
Controle: Evitar cobertura embaixo das latadas, os insetos migram para a videira.
Figura 17 Ácaro branco.
Figura 18 Ácaro rajado.
Figura 19 Folha com ácaro branco.
Mosca da fruta (Anastrepha fraterculus)
Apresenta a coloração amarela, medindo cerca de 8 mm.
Adultos possuem duas manchas nas asas, uma em forma de S que vai da base à extremidade da asa, e outra na forma de V invertido.
Ataca principalmente uvas para consumo in natura, como uvas de mesa, e variedades tardias
Controle: uso de armadilhas, e quando for constatado.
Mistura de melaço 7%, e inseticida específico obedecendo a dosagem, colocadas na borda do parreiral.
Fazer aplicação após a chuva.
Figura 20 Mosca daa frutas , destacando o ovopositor nas fêmeas. (Foto: E. Hickel).
Vespas e abelhas
São insetos benéficos ao homem. Devido a falta de alimentos no o verão, acabam indo nos cachos de uva em maturação. As vespas sugam o suco e atrai grande quantidade de abelhas. As principais vespas e abelhas que atacam a videira são Synoeca syanea, Polistes spp., Polybiaspp., Apis mellifera e Trigona spinipes.
Figura 21 Bagas rompidas devido ataque de vespas e abelhas (Foto: E Hickel).

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