Buscar

TRABALHO DE TEORIA POLITICA (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ 
CAROLINA PEREIRA DE SOUZA E HUGO LEONARDO DA SILVA
ROUSSEAU x HEGEL:
A Importância da Participação Pública na Política
Itajaí, 2014
INTRODUÇÃO
Esse artigo trata das diferentes concepções e conceitos entre Rousseau, filósofo e contratualista suiço, e Hegel, dialético idealista considerado por muitos como o maior filósofo alemão. Ao decorrer desse trabalho será possível ter uma visão geral do pensamento de ambos, com o objetivo de esclarescer suas posições a respeito da participação do Estado e do povo na política, observaremos suas principais divergências.
Para tentar alcançar o nosso objetivo utilisaremos o método de análise comparativa, por meio de textos e obras contemporâneas bem como as obras dos próprios autores. Entender o pensamento Rousseanino e o Hegeliano pode nos trazer, além de uma visão mais clara da posição dos autores, um leque de ideias a respeito da concepção de participação política atual e clássica, e beneficiar as estratégias políticas.
Em Rousseau encontramos uma sociedadeIluminista, onde suas ideias foram marginalizadas, por não atenderem ao “espiríto” da época, quando ele escreve que as ciências e as artes podem também ser raizes para os males. Por sua concepção de bom selvagem é também indicado como uma das raizes para o surgimento posterior do Romantismo.
Com Hegel percebemos a influência de uma Sociedade alemã regida pelo império junker, na medida que concebe o Estado como o fim em si mesmo e como uma força superior a qualquer indivíduo. Ele também cria um método de análise conhecido como dialética, considerada base do Idealismo alemão e precursora da dialética histórica de Marx.
Ao ter como objeto de análise dois filósofos em diferentes épocas e com pensamentos totalmente diferentes é possível perceber o quanto um mesmo assunto, nesse caso a participação política, pode gerar diferentes visões e teorias. Para um internacionalista faz-se necessário encarar diferentes perspectivas e acima de tudo compreendê-las imparcialmente.
ROUSSEAU
“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros.” (ROUSSEAU, 1773, P. 28).Rousseau foi um filósofo e músico nascido em Genebra, em 1712. Dotado de imaginação e inteligência, ele é um representante singular do Iluminismo por sua posição diferenciada em relação a razão e a ciência.
Em 1753 ele ingressouna Academia de Dijon, devido a sua forma singular de pensamento, que foi contra todo o movimento da época quando respondeu a questão: “O restabelecimento das ciências e das artes teria contribuido para aprimorar os costumes?”. Com a crítica as ciências e as artes, Rousseau ganhou destaque no meio acadêmico.
Rousseau defendia a criação de um pacto social legítimo para garantir estabilidade aos indivíduos, o Estado é resultado desse contrato, Ele é único e representa a Vontade Geral, criando formas de garantir a igualdade jurídica e civil. Na obra “O Contrato Social”, Rousseau considera que todos nascem livres e iguais, o que conduz a criação de um Estado capaz de representar os indivíduos, e garantir e defender os direitos naturais dos homens (SENA, 2011).
Foi considerado Patrono da Revolução Francesa (1789), graças a sua posição favorável em relação a importância da participação do povo no processo político. É considerado Contratualista devido ao Contrato Social, e jusbaturalista por acreditar em direitos intrínsecos aos homens. Suas principais Obras foram: “A origem das Desigualdades entre os Homens” (1755); “O Contrato Social” (1762) e “Emílio” (1762). Rousseau também participou da Enciclopédia de Diderot,escrevendo sobre o verbete música.
Foi taxado de louco por muitos, pois suas ideias estavam a frente do seu tempo e foram deixadas à margem. No fim de sua vida estava hospedado na casa do marquês Girardin. Morreu em 2 de julho de 1778, deixando inacabados seus “Desvaneios”.[2: Toda a Biografia exposta aqui, sem prévia referência foi baseada no livro “Os Clássicos da Política I”.]
HEGEL
Georg Wilhelm Friderich Hegel nasceu na Stuttgart em 27 de agosto de 1770. Estudou gramática até os 18 anos, em 1788 entrou para o seminário de Tübingen, e se formou em 1793, é considerado por muitos, o maior pensador da Filosofia alemã. 
Influenciado por Heráclito, que defendia a ideia de que tudo se transforma, Hegel acreditava que a realidade é uma contínua transformação. Assim, introduziu a dialética idealista no estudo histórico e social. A dialética é um metodo de análise que se dá pelo movimento de contradição, e é formado por três fases: a tese que é o ideal(ismo) humano, a antítese que é a realidade material e a síntese que é o resultado do confrontamento de tese e antítese.
Hegel acreditava que o estado natural era uma invensão dos jusnaturalistas, ele defendia que o Estado era o fim em si mesmo, representava a realização histórica da liberdade:
“O Estado aparece como instância necessária, situada acima dos interesses corporativos, procurando preservar a universalidade. Constituído de regras bem definidas, será capaz de integrar os interesses particulares com os da coletividade.” (HEGEL, p.133)
Para Hegel a religião é a essência da verdade absoluta e deve ajustar a ética do Estado, isto é, o Direito racional e a Constituição. Ela é importante, pois é um dos fatores que auxilia no sentimento de pertencimento ao todo, o Estado. Essa é uma das particulardidades de Hegel, pós-iluminismo ele retoma a importancia da religião em um Estado.
O conceito de liberdade e Igualdade em Hegel também tem uma interpretação diferente das demais. Para ele a igualdade natural é confundida com o seu conceito, esse conceito sem ulterior determinação, é subjetivamente “a pessoa capaz de propriedade” (p.124), eis o conceito de igualdade hegeliano. Já a liberdade verdadeira é o Estado; para ele a liberdade individual é ilusória, pois quando se conquista, se perde. 
A PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NA POLÍTICA: HEGEL X ROUSSEAU
Após abordar o pensamento dos dois autores, partiremos para uma análise com foco na concepção de importância da participação política em suas obras. Com essa análise observaremos que o pensamento de Rousseau e Hegel são divergentes.
Em relação à participação, para Hegel, o Rei é o ideal de governo, porém ele está subordinado ao Estado que é o ente supremo onde está contida a sociedade civil. Esse grupo é formado por famílias com vontades divergentes que estão unidas por um espírito político de Constituição. Para Hegel, é importante para o Estado que o povo não chegue a existência, ao poder e a ação, pois: 
“condição de um povo é a condição da injustiça, da imoralidade e da irracionalidade em geral: o povo seria nisso somente como um poder informe, selvagem, cego como é o do mar excitado e elementar; este, todavia não se destrói a si mesmo, como o faria o povo, que é elemento espiritual.” (pág.13)
Sendo assim, para Hegel, a política é encargo do governo, no sentido em que esse é instrumento do Estado, e dos particulares que são “[...]os membros das assembleias de classes, ou que valham como indivíduos por si ou como representantes de muitos ou do povo”(HEGEL, 1936 apudBRANDÃO,1996).
Já para Rousseau, um jusnaturalista que acredita que o Estado foi criado para garantir estabilidade e é regida por um contrato social, a participação política do povo é fundamental, porque o Estado é um servidor criado para executar a Vontade Geral:
“Mas quando todo o povo estatui sobre todo o povo, só a si mesmo considera; e se se forma então uma relação, é do objeto inteiro sob um ponto de vista ao objeto inteiro sob outro ponto de vista, sem nenhuma divisão do todo. Então, a matéria sobre a qual estatuímos passa a ser geral, como a vontade que estatui. A esse ato é que eu chamo uma lei.” (p.19.)
Seguindo essa linha de pensamento, para Rousseau o povo precisa garantir participação política, pois é a vontade geral quem legitima a obrigatoriedade das leis, essas, criadas pelo Poder Legislativo, deveriam passar por um procedimento de sufrágioda população.
A diferença fundamental entre esses dois autores é, assim, a concepção de ator da participação política, tendo Hegel o Estado como foco, enquanto para Rousseau o grande protagonista é o povo. 
CONCLUSÃO
Após termos contato com a vida e as obras de Rousseau e Hegel foi possível visualizar de maneira geral, suas teorias e ideias a respeito dos conceitos políticos envolvendo povo, Estado e o mecanismo de condução das relações entre eles.
Rousseau acredita que o Contrato Social cria um Estado capaz de representar todos os indivíduos, esses tem seus direitos naturais preservados na medida em que, participam da escolha das leis e da vida política. Sendo o povo ator principal, enquanto o Estado é criado para satisfazer a Vontade Geral e manter a estabilidade.
Para Hegel, o Estado é uma substância acima de todos os indivíduos, com coerção e princípios próprios, tendo o governo como seu instrumento de organização, e sendo ele (o Estado) o responsável pela liberdade civil. Assim, não há liberdade, segundo Hegel, sem o Estado.
Atualmente, com os princípios democráticos e a intensa busca pela igualdade promovida pelo Direito, inclusive o Direito Internacional, a concepção de participação política rousseauniana é a mais aceita e mais popular. Até porque a última experiência radical de teoria onde o Estado é o fim, configurou o que hoje chamamos de totalitarismo. Esse fato não faz com que a teoria hegeliana não seja válida pois seu método de análise pode ser aplicado ainda hoje. 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WEBER, Thadeu. Hegel, liberdade, estado e história. Vozes: Petrópolis, 1993.
ROUSSEAU, Jean Jacques. Rousseau e as Relações Internacionais. Imprensa Oficial do Estado: São Paulo, 2003.
BRANDÃO, Gildo Marçal. Hegel: o Estado como realização histórica da liberdade. In: Os clássicos da Política, v.2. Ática: São Paulo,1996.
Rousseau, Jean Jacques. Do Contrato Social. Ed. eletrônica: Ridendo Castigat Mores. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv00014a.pdf . Acesso em: 30-08-2014
COBRA, Rubem Queiroz. Hegel. Disponível em: http://www.cobra.pages.nom.br/fcp-hegel.html. Acesso em: 30-08-2014.
ROUSSEAU, Jean Jacques. O Discurso sobre a Origem da Desigualdade. Trad: Maria Lacerda de Moura. Ed. Eletrônica: Ridendo Castigat Mores. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/desigualdade.pdf. Acesso em: 30-08-2014.
SENA, Erberson Dias. Concepção de Homem em Do Contrato Social de Rousseau. In: Revista Pandora Brasil. Nº 34, 2011. P. 79-86.

Continue navegando