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MICROBIOLOGIA DA ÁGUA ÁGUA ÁGUA 97,4% – ÁGUAS MARINHAS 1,8% – ÁGUAS CONGELADAS 0,85% – ÁGUAS DOCES Ambiente Aquático Águas naturais: *água atmosférica – nuvens, chuvas, neve e geadas *água superficial – lagos, riachos, rios e oceanos *água subterrânea – lençol freático e poros do solo • habitat para muitos micro-organismos SITUAÇÃO DA ÁGUA: PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO 1 bilhão de pessoas não recebem água devidamente tratada. 3 bilhões de indivíduos sem instalações sanitárias adequadas A cada dia: 11.000 crianças morrem devido as doenças de transmissão hídrica (Kraszewski, 2001). E NO BRASIL ? 8,5 bilhões de pessoas não dispõem de água tratada. 40 milhões carecem de rede de esgotos Doenças de transmissão hídrica: 3,4 milhões de internações e 80% das consultas pediátricas na rede pública. Dados da Fundação Nacional da Saúde (2001) INTRODUÇÃO No meio aquático os nutrientes estão diluídos: - baixa diversidade microbiana A presença de matéria orgânica aumenta sua atividade Os micro-organismos podem: • mudar a composição química da água • fornecer nutrientes para outros organismos • representar um grande risco para a saúde Microrganismos presentes • Os tipos de microrganismos presentes em ambientes aquáticos são determinados pelas condições físicas e químicas que prevalecem naquele ambiente. a)Temperatura • superfície: » varia de 0 ºC nos pólos a 40 ºC nos trópicos • sob a superfície: » 90 % do ambiente marinho estão a 5 ºC – PSICRÓFILOS • mas, nas fendas oceânicas: – TERMÓFILOS Pyrodictium occultum (ótimo 105ºC, Itália) Nas baixas e médias latitudes ocorre uma variação brusca da temperatura: - O termoclima, importante na distribuição dos micro-organismos Mudanças da temperatura acarretam em alterações na densidade, viscosidade e solubilidade do oxigênio, que por sua vez podem influenciar na flutuabilidade, locomoção e respiração dos organismos. O ambiente aquático Coleta de amostras nas Fossas Marianas (Filipinas, Oceano Pacífico) a uma profundidade de 10.000 m b) Pressão hidrostática – pressão devido a coluna de água: danos às células – BAROFÍLICOS, encontrados a 2500 m de profundidade (vesículas de gás) – em profundidades acima de 4000 m, ocorrem os BAROFÍLICOS EXTREMOS c) Luz – fotossintéticos (algas e cianobactérias) – zona fótica de 50 a 125 m - a vida na água depende, direta ou indiretamente, dos produtos da fotossíntese Lago: - fototróficos predominantes: micro-organismos zonas óxicas: cianobactérias e algas zonas anóxicas: bactérias fototróficas anaeróbias PRODUTORES PRIMÁRIOS taxas de produção primária atividade microbiana d) Salinidade – água doce: 0 % – água do mar: 2,75 % de NaCl + outros sais +/- 3,5 % HALOFÍLICOS – lagos salgados (ex.: Salt Lake, EUA): 32 % HALOFÍLICOS EXTREMOS O ambiente aquático e) Turbidez Material suspenso: • partículas minerais: erosão das rochas, solo • Micro-organismos suspensos • matéria orgânica: tecidos vegetais e animais Ao mesmo tempo que impede a passagem da luz, serve de superfície de adesão e fonte de nutrientes O ambiente aquático f) pH – A maioria dos micro-organismos aquáticos cresce melhor próximo à neutralidade – pH dos oceanos: 7,5 - 8,5 – lagos e rios: variação ampla • Archaea de lagos do sul da África: pH11,5 • Archaea de geisers: pH 1,0 O ambiente aquático • Nutrientes • orgânicos e inorgânicos – Grande quantidade de nitratos e fosfatos: » algas eutrofização crescimento de outros organismos diminuição O2 dissolvido morte e consequente decomposição de muitos organismos • carga de nutrientes: – águas próximas à praia: variável devido aos esgotos – águas de mar aberto: estável e baixa » baixo fitoplâncton (baixo N e Fe) » baixa atividade heterotrófica » atividade fotossintetizante: cianobactérias • efluentes industriais: presença de antimicrobianos » alguns micro-organismos convertem tais substâncias em formas menos nocivas: Pseudomonas spp.: mercúrio metil mercúrio (volátil) O ambiente aquático O ambiente aquático Microbiologia da Água • Ambiente de água doce – Lagos e Pântanos: • Zona litorânea – ao longo da costa, onde a luz penetra até o fundo. Vegetação enraizada. • Zona limnética – região superior, em áreas abertas, longe da costa. Algas fotossintetizantes, Pseudomonas, Cytophaga, Caulobacter e Hyphomicrobium. • Zona hipolimnia – regiões profundas de águas abertas (bactérias sulfurosas verde ou púrpura). • Zona bêntica – lama ou lodo mole do fundo. (Desenfavibrio, Bactérias produtoras de metano e Clostridium). Zonas limnética e litorânea - Maior variedade de micro-organismos; Zonas hipolimnia e bêntica - micro-organismos heterotróficos. Zonas de um lago ou lagoa típicos Microbiologia da Água • Ambiente de água doce – Rios e córregos • Muitos dos nutrientes vêm do sistema terrestre. A população de micro-organismos reflete as práticas terrestres. • Impossível descrever uma população microbiana específica. Microbiologia da Água • Ambiente de água doce – Estuários • Sofrem variações constantes porque recebem águas e materiais de diversas fontes. • Estão sujeitos às marés bem como a mudanças sazonais. É direta ou indiretamente afetado pela atividade humana. • População microbiana sujeita a grandes variações. Microbiologia da Água • Oceanos 1/3 de toda vida no Planeta Terra consiste em microrganismos que vivem no fundo do mar. – micro-organismos habitam todas as profundidades e todas as latitudes. • Plâncton – numerosas espécies de cianobactérias e algas (fitoplâncton). Responsável pela conversão de energia da luz em química. Synechococcus e Prochlorococcus. Uma gota de água marinha contem 20000 células de Prochlococcus • População bêntica – bactérias e protozoários. • Sedimentos microbianos – algas e protozoários que possuem cálcio ou sílica nas paredes celulares (mortos). Microbiota marinha Fitoplâncton – cianobactérias (base da cadeia) bactérias e Protozoários zooplancton (conjunto dos organismos aquáticos que não têm capacidade fotossintética. Fazem parte deste grupo muitos animais) peixes Bioluminescência – Bactérias das profundezas do oceano com relação simbiótica com os peixes (atração e captura da presa). Luminescência corrige danos ao DNA da bactérias provocados por radiação UV. Enzima luciferase – capta elétrons de flavoproteínas da cadeia de transporte de elétrons e emite uma parte da energia como fóton Microbiologia da Água Microbiologia da Água Trichodesmium – fixa N e auxilia na reposição do N que é perdido pelos organismos que vivem no fundo do oceano. É uma cianobactéria. Pelagibacter ubique - metabolizam os produtos residuais dessas populações fotossintéticas. Crenarchaeota - aumenta a biomassa microbiana dos oceanos, bem adaptados a temperaturas e níveis de oxigênio baixos. Vivem em águas abaixo de 100m. São arquibactérias. Microbiologia da Água Papel dos micro-organismos aquáticos - Cadeiaalimentar e rede alimentar Produtores primários Fitoplâncton e bactérias quimiossintéticas Consumidores primários Zooplâncton alimenta-se de fitoplâncton Decompositores (degradação e mineralização) Plantas mortas e tecido animal degradados por micro-organismos a compostos inorgânicos, que servem como nutrientes para produtos primários Zooplâncton Serve como suprimento de alimentos nos estágios iniciais da cadeia Microbiologia da Água • Água Potável • Potável – livre de micro-organismos patogênicos e substâncias químicas prejudiciais à saúde. • Normalmente proveniente das águas superficiais. – Poluição – Purificação da água Poluentes Possível fonte Efeitos adversos Físicos Asbestos Resíduos industriais Câncer Argila suspensa Precipitação Interfere com tratamentos sanitários Químicos Metais pesados Indústrias Várias doenças Sulfatos Algicidas e minas Diarreias Nitratos Fertilizantes Metamoglobinemia Sódio Amaciantes de água Retenção de fluídos Doenças do coração Pesticidas Agricultura Várias doenças Clorofórmio Indústria Câncer Biológicos Bactérias Fezes e urina Febre tifoide Shigeloses Salmoneloses Gastroenterites Tularemia Leptospirose Vírus Fezes Hepatite Poliomielite Gastroenterites Protozoários Fezes Disenteria amébica Giardíase Balantidíase Microbiologia da Água • Poluição • TRANSMISSÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS Mais perigoso quando fezes entram no abastecimento de água. De acordo ao CDC/EUA 900.000 pessoas ficam doentes a cada ano por doenças transmitidas pela água. No mundo são 2 milhões/ano de mortes – crianças com menos de 5 anos. Microbiologia da Água Tais doenças representam a cólera e a febre tifoide – causadas por bactérias transmitidas somente por fezes humanas. VER FIGURA 27.12 TORTORA PÁG 779 Microbiologia da Água • Poluição Química Águas rurais – mto nitrato pelos fertilizantes. Qdo ingerido o nitrato é transformado em nitrito por bactérias no trato gastrintestinal. O nitrito compete por oxigênio no sangue e é mto prejudicial aos lactentes. Microbiologia da Água Mercúrio na fabricação de papel – o mercúrio metálico foi derramado em cursos d’água como resíduo pois se pensava ser inerte. Entretanto bactérias do sedimento o convertiam em metilmercúrio consumido por peixes e invertebrados – humanos - SN Microbiologia da Água Detergentes não biodegradáveis que traziam muita espuma nos rios e... Detergentes mesmo nos dias atuais causam problemas, pois podem levar a EUTROFIZAÇÃO. Microbiologia da Água Maré vermelha – fitoplânton produtores de toxinas – tóxico aos humanos. Resíduos da mineração do carvão – enxofre – pirita (FeS2). Thiobacillus ferooxidans – convertem pirita em sulfato, que penetram como ácido sulfúrico na água diminuindo o pH. O pH baixo tb promove a formação de hidróxido de ferro insolúvel – cor amarela. Potabilidade da Água Micro-organismos indicadores da qualidade da água • micro-organismo indicador – tipo de micro-organismo cuja presença na água é evidência de que ela está poluída com material fecal de origem humana ou de outros animais de sangue quente. Indica que qualquer micro-organismo patogênico que ocorre no trato intestinal pode estar presente. micro-organismos: Escherichia coli; Streptococcus faecalis, Clostridium perfringens. Bacilos Gram negativos não esporulados, anaeróbicos facultativos, que fermentam lactose com produção de ácido e gás em 48 h a 35°C – coliformes totais. Potabilidade da Água Características do micro-organismo indicador : * está presente em águas poluídas e ausentes em águas não poluídas; * está presente quando os patogênicos estiverem; * número de micro-organismos indicadores está relacionado com o índice de poluição; * sobrevive melhor e por mais tempo que os patogênicos; * apresenta propriedades uniformes e estáveis; * facilmente evidenciado por técnicas laboratoriais padronizadas. Potabilidade da Água Coliformes são organismos indicadores muito úteis na sanitização da água MAS há limitações – crescimento da bactéria coliforme incorporada em biofilmes nas superfícies internas das tubulações de água. NÃO REPRESENTAM CONTAMINAÇÃO EXTERNA FECAL DA ÁGUA E NÃO SÃO CONSIDERADOS UMA AMEAÇA A SAÚDE!!! Potabilidade da Água MAS o problema mais sério – vírus, cistos e oocistos de protozoários – são mais resistentes a desinfecção química. Vírus entéricos, cistos de Giardia e oocistos de Cryptosporidium são tão resistentes a cloração que é necessário FILTRAÇÃO tb. Vírus são mais resistentes a cloração que E. coli, mas os cistos e oocistos são 100 vezes mais resistentes que os vírus. OOCISTOS DE Cryptosporidium spp E CISTOS DE Giardia spp IMPACTO EM SAÚDE PÚBLICA PARASITAS INTESTINAIS • Giardia spp e Cryptosporidium spp assumiram grande relevância, dada a magnitude da veiculação hídrica, em nível mundial. Craun G. F. et al., Journal AWWA 90 (9): 81 – 91, 1998). Giardia duodenalis 113 surtos 25.585 pessoas atingidas C. parvum 83 surtos 481.131 pessoas atingidas. GÊNERO Giardia • Protozoário flagelado. • Causa gastroenterite no homem e em animais domésticos – Giardiose. • Transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos. • Espectro clínico diverso. • Considerada re-emergente. GÊNERO Cryptosporidium • Protozoário de vertebrados. • No homem causa diarréia – Criptosporidiose. • Transmissão: ingestão de água contaminados com cistos. • Estado imunológico do hospedeiro: Individuos imunodeficientes: diarréia severa podendo levar ao óbito. Individuos imunocompetentes: auto-limitado. GÊNERO Cryptosporidium • Espécies mais comuns: C. hominis (genótipo 1), C. parvum (genótipo 2): potencial zoonótico. • C. meleagridis, C. felis e C. muris: também podem afetar o homem. VÍRUS ENTÉRICOS • Enterovírus: o Echovírus o Coxsackie o Poliovírus o Hepatite A o Rotavírus o Norwalk o Adenovírus VÍRUS ENTÉRICOS • Ocorrência: o No final do verão e início do outono. o Nos meses frios: Hepatite A Norwalk Rotavírus VÍRUS ENTÉRICOS • Sintomas: o Gastroenterite – nausea, vômito e diarréia; o Doença respiratória; o Febre; o Hepatite; o Meningite; o Erupção de pele; o Paralisia. RESOLUÇÃO CONAMA 357/05 • Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. CLASSIFICAÇÃO DESTINAÇÃO Classe especial - abastecimento para consumo humano, com desinfecção; - preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; - preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. Classe 1 - abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; - proteção das comunidades aquáticas; - recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho; - irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; - proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas. Classe 2 - abastecimento para consumo humano, apóstratamento convencional; - proteção das comunidades aquáticas; - recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho; - irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; - aqüicultura e à atividade de pesca. Classe 3 - abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; - irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; - pesca amadora; - recreação de contato secundário; - dessedentação de animais. Classe 4 - navegação; - harmonia paisagística. Classe Características microbiológicas DBO mg/L DO mg/L Utilização Clorif. totais Clorif. fecais 1 < 1 < 1 ---- ---- Potável 2 ≤ 5.000 ≤ 1.000 ≤ 5 > 5 Recreação, Irrigação (frutas e hortaliças) 3 ≤ 20.000 ≤ 4.000 ≤ 10 > 4 Pesca Consumo animal 4 > 20.000 > 4.000 > 10 > 0,5 Navegação Indústria Irrigação (grandes culturas) CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS INTERIORES DO TERRITÓRIO NACIONAL Comtempla o controle de mananciais, impondo coletas semestrais para análise nos parâmetros previstos no CONAMA 20. Controle de Cianobactérias em mananciais de superfície CIANOBACTÉRIA • Organismos microscópicos – fitoplânton, fotossintetizantes; • Bactérias – Procariotos; • Parede celular de bactérias gram-negativas; • Mais antigos do planeta – 3,5 bilhões de anos – proteção DNA contra UV; • Suportam baixa concentração de oxigênio; • Fixação do nitrogênio atmosférico; • Produzem toxinas. Florações de Cianobactérias Produção de Cianotoxinas • NEUROTOXINAS Anatoxina – a (alcalóide): desequílibrio, respiração ofegante e convulsões. Morte em poucas horas. Antatoxina – a (S)(oganofosforado natural: mesmos sintomas, mas aproximadamente 10x mais potentes. Florações de Cianobactérias Produção de Cianotoxinas Saxitoxinas (alcalóides carbamatos): Tontura, adormecimento da boca, fraqueza muscular, nausea e vômito. Morte em 2 a 12 horas. Limite proposto: 3µg/L. Florações de Cianobactérias Produção de Cianotoxinas • HEPATOTOXINAS Microcistinas (heptapeptídeos ciclicos) e nodularina (pentapeptídeos): potentes inibidores de proteínas fosfatases 1 e 2A de células eucariontes (potentes promotores de tumors hepáticos) Limite: 1 µg/L para água potável. Florações de Cianobactérias Produção de Cianotoxinas • HEPATOTOXINAS Cilindrospermopsina (alcalóide) danos severos em células renais, pulmonares e cardíacas. Limite proposto: 15 µg/L. Potabilidade da Água • Portaria 518 (25 de março de 2004) do Ministério da Saúde - Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Potabilidade da Água Portaria 518 (25 de março de 2004) Art. 4º Para os fins a que se destina esta Norma, são adotadas as seguintes definições: I. água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde; IV. controle da qualidade da água para consumo humano – conjunto de atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a manutenção desta condição; Potabilidade da Água Portaria 518 (25 de março de 2004) VI. coliformes totais (bactérias do grupo coliforme) - bacilos gram-negativos, anaeróbios facultativos, não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5 C em 24-48 horas, e que podem apresentar atividade da enzima ß - galactosidase. A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, embora vários outros gêneros e espécies pertençam ao grupo; VII. coliformes termotolerantes - subgrupo das bactérias do grupo coliforme que fermentam a lactose a 44,5 ± 0,2C em 24 horas; tendo como principal representante a Escherichia coli, de origem exclusivamente fecal; Potabilidade da Água Portaria 518 (25 de março de 2004) VIII. Escherichia coli - bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com produção de ácido e gás a 44,5 ± 0,2oC em 24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidase negativa, não hidroliza a uréia e apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase, sendo considerada o mais específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual presença de organismos patogênicos; IX. contagem de bactérias heterotróficas - determinação da densidade de bactérias que são capazes de produzir unidades formadoras de colônias (UFC), na presença de compostos orgânicos contidos em meio de cultura apropriada, sob condições pré-estabelecidas de incubação: 35,0, ± 0,5oC por 48 horas; Potabilidade da Água • Análise Bacteriológica da água para potabilidade: – Tubos múltiplos – utilizado para estimar o número de coliformes pelo método do número mais provável. – Técnica da membrana filtrante – método mais direto na presença e no número dos coliformes. Adequado para águas com baixa turbidez. – Teste colorimétrico – ONPG e MUG – especifico para E. coli. Potabilidade da Água Portaria 518 (25 de março de 2004) Art.11. A água potável deve estar em conformidade com o padrão microbiológico conforme Tabela 1, a seguir: Potabilidade da Água Portaria 518 (25 de março de 2004) Tabela 1: Continuação Potabilidade da Água Portaria 518 (25 de março de 2004) Tabela 1: Continuação Artigo 11 § 5° Mesmo com quantidades de contaminações admitidas na tabela 1 – Não se admite contaminação na recoleta. § 6° Bactérias heterotróficas – análises em 20% das coletas para coli total na rede. Admite-se até 500 UFC/mL. § 7° Ter como meta identificação de patogênicos – tais como: enterovírus, cistos de Giardia sp e oocistos de Cryptosporidium sp (provável obrigatoriedade na próxima revisão). Artigo 11 § 8° Poços, nascentes e fontes – é tolerado presença de coli total com ausência de E. coli; deve ser verificado o motivo e correção para eliminar a contaminação por coli total. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DA ÁGUA (ETA) PROCESSO REALIZADO EM ETAPAS 1º- Coagulação/floculação 2º- Decantação 3º- Filtração 4º- Desinfecção Estas operações têm como principais objetivos: - A remoção de material particulado, bactérias e algas - Remoção da matéria orgânica dissolvida que confere cor à água -.Remoção ou destruição de organismos patogênicos tais como bactérias e vírus Estas operações podem sofrer variações dependendo da fonte de água e dos padrões de qualidade a serem alcançados Água superficial sendo tratada em uma ETA, após a adição de um agente floculante AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA FLOCULAÇÃO: Esta etapa é realizada em câmaras (floculadores) onde água é levemente agitada, facilitando a aglutinação de impurezas Parte da purificação da água ocorrepor meio de um processo de “transferência de fase” AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA DECANTAÇÃO É um processo de separação física das partículas em suspensão, clarificando a água e reduzindo em grande porcentagem as impurezas As partículas decantadas, mais “pesadas” que a água, ficam depositadas no fundo do decantador Processo que dura, em média, 3 h FILTRAÇÃO A água passa por filtros de areia e/ou carvão ativado, nos quais ficam retidas as partículas pequenas (não decantadas) e uma infinidade de substâncias solúveis (adsorção no carvão) melhora características como odor e sabor PROCESSOS DE DESINFECÇÃO ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DA ÁGUA (ETA) Com a filtração são removidos: • Vírus • Bactérias • Cistos e oocistos de protozoários AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA DESINFECÇÃO (geralmente cloração ou ozonização ou radiação UV) É a eliminação de microorganismos não retidos nas etapas anteriores Adição de “cloro” (gás ou solução de hipoclorito) Fluoretação: adição de “flúor” (fluorsilicato de sódio ou ácido fluorsilícico) CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DA ÁGUA (DESINFECÇÃO) A desinfecção ocorre para assegurar que a água esteja livre de microorganismos patogênicos Os processos utilizados tem vantagens e desvantagens ! A cloração é o método de desinfecção mais comumente utilizado na maioria dos países Quantidades suficientes de “cloro” são adicionadas à água visando destruir ou inativar os organismos alvo É um método confiável, de relativo baixo custo, simplicidade operacional e cujo excesso, no tratamento, favorece a biosegurança no armazenamento e transporte da água tratada AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA ANÁLISES DE CONTROLE ETAPA FINAL: análises físico-químicas e microbiológicas para atestar a qualidade da água (Portaria número 518 do Ministério da Saúde, de 25 de março de 2004) ARMAZENAGEM DISTRIBUIÇÃO PARA AS RESIDÊNCIAS (podem ocorrer contaminações) Passos envolvidos no tratamento de água municipal Floculação – remoção de partículas coloidais que de tão pequenas poderiam ficar em suspensão indefinidamente. Vírus e bactérias também são removidos. Floculante – sulfato de ferro e alumínio. Filtração por leito de areia fina ou carvão. Remove cistos ou oocistos de protozoários por adsorção. Carvão ativado para remoção de poluentes químicos orgânicos. Esgotos “Esgoto, efluente ou águas residuais são todos os resíduos líquidos provenientes de indústrias e domicílios e que necessitam de tratamento adequado para que sejam removidas as impurezas e assim possam ser devolvidos à natureza sem causar danos ao meio ambiente e à saúde humana”. CIÊNCIAS, 6º Ano do Ensino Fundamental Tratamento dos esgotos Tipos de esgotos 1. Esgotos domésticos – 99,99% de líquido e 0,01% de matéria orgânica. Origem: a) Tomando banho; b) lavando louça; c) escovando os dentes; CIÊNCIAS, 6º Ano do Ensino Fundamental Tratamento dos esgotos Imagem: Nicole-Koehler / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported Imagem: Alexey Novitsky from Kharkov, Ukraine / Creative Commons Attribution- Share Alike 2.0 Generic Certo Xornal / Creative Commons Attribution 2.0 Generic Tipos de esgotos 2. Esgotos industriais Origem: a) lançamento subterrâneo dos poluentes; b) lançamento dos resíduos nos rios. Imagem: Michael Kauffmann / Creative Commons Attribution 2.0 Germany Imagem: US Department of Agriculture / Domínio Público Tipos de esgotos 3. Esgotos pluviais • são formados pela água da chuva e pelas águas de lavagem de pátios, carros, ruas e regas de jardim. CIÊNCIAS, 6º Ano do Ensino Fundamental Tratamento dos esgotos Imagem: Cyndy Sims Parr / Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0 Generic Por que é importante tratar os esgotos? Fonte: COMPESA, 2008. • Devolver a água tratada ao meio ambiente, permitindo sua preservação. Além disso, promove-se um benefício à saúde pública. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DOS ESGOTOS A partir das residências e indústrias, o destino dos esgotos será uma Estação de Tratamento - ETE, que tem a missão de devolver a água, em boas condições, ao meio ambiente ou reutilizá-la para fins não potáveis. Imagem: Estação de tratamento de esgoto Serrarina / Flávio Fraga/Divulgação PMPA / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported Organismos presentes: • Bactérias: principais responsáveis pela estabilização da matéria orgânica e quando patogênicas causam doenças intestinais; • Fungos: grande importância na decomposição da matéria orgânica e podem crescer em condições de baixo pH; • Protozoários: maioria aeróbio ou facultativo. Essenciais no tratamento biológico para a manutenção de um equilíbrio entre os diversos grupos pois se alimentam de bactérias, algas e outros micro-organismos. • Vírus: causam doenças e podem ser de difícil remoção no tratamento da água ou do esgoto; • Helmintos: a presença de ovos de helmintos pode causar doenças. Existem inúmeros tipos de tratamento de esgoto. • Processos biológicos: aeróbios e anaeróbios são aplicados com uma série de aspectos positivos e negativos. • Esses processos utilizam organismos que se proliferam na água, otimizando o tratamento e minimizando custos, para que se consiga a maior eficiência possível. As tecnologias de tratamento de efluentes são um aperfeiçoamento do processo de depuração da natureza e buscam: • Menor tempo de duração; e • Maior capacidade de absorção, com o mínimo de recursos em instalações e operação, e melhor qualidade do efluente lançado. Tratamento de Efluentes Tratamento Biológico • Objetivos – Coagular sólidos não decantáveis – Diminuir o tamanho da molécula – Diminuir a reatividade química. – Remover nutrientes, N e P – Remover substâncias orgânicas e inorgânicas. – Condicionar o efluente aos padrões de emissão de efluentes líquidos O tratamento de esgoto compreendem as seguintes etapas de remoção: • Preliminar: remove sólidos grosseiros e areia; • Primário: remove sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos e graxas) e parte da matéria orgânica em suspensão; • Secundários: remove matéria orgânica dissolvida e matéria orgânica em suspensão não removida no tratamento primário; • Terciário: remove poluentes específicos e/ou poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário. Ex: nutrientes ou organismos patogênicos. Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto Pré-tratamento e tratamento primário do esgoto Retirar grandes materiais flutuantes Câmara de sedimentação – remover areia e materiais granulosos Escumadeiras removem óleos e graxas flutuantes Restos flutuantes são triturados Matéria sólida dos esgoto sedimentada é denominada lodo – nesse estágio – lodo primário. 40 a 60% dos sólidos são removidos. Usa-se floculação 25 a 35% da DBO do esgoto são removidos Lodo é removido e o efluente passa para o tratamento secundário Tratamento secundário do esgoto Grande quantidade de matéria orgânica removida. Reduz a DBO. Tratamento Biológico Esgoto passa por forte aeração para propiciar o crescimento de bactérias aeróbicas que oxidam a matéria orgânica em dióxido de carbono e água. Esse inóculo chama-se lodo ativado por conter uma série de micro-organismos que metabolizam o esgoto. Dois métodos: • Sistema de lodo ativado • Filtros biológicos Tratamento de esgotoSistema de lodo ativado Removem de 75% a 95% da DBO do esgoto Possui um grande número de microrganismos. Ex: Zoogloea Após o período de 4 a 8 horas a aeração é interrompida, o lodo é sedimentado e transferidos para um digestor de lodo anaeróbico. Esgoto desinfectado por cloração Descartado Tratamento de esgoto Sistema de lodo ativado Ocasionalmente pode ocorrer o fenômeno de intumescimento. Quando isso ocorre, a matéria orgânica dos flocos flui com o efluente descartado resultando em poluição local. O intumescimento é causado pelo crescimento de bactérias filamentosas (Sphaerotilus natans, Nocardia). Tratamento de esgoto Tratamento do lodo ativado O lodo é sedimentado e transferidos para um digestor de lodo anaeróbico onde todo o oxigênio é retirado Bactérias que degradam sólidos orgânicos em substâncias solúveis e gases como metano (60 a 70%) e dioxido de carbono (20-30%) Tratamento de esgoto O metano é utilizado como combustível – 3 estágios: • É a produção de dióxido de carbono e ácidos orgânicos a partir da fermentação anaeróbica do lodo por vários microrganismos anaeróbicos e anaeróbicos facultativos. • Os ácidos orgânicos são metabolizados para formar hidrogênio e dióxido de carbono e ácido acético. • As bactérias produtoras de metano: as bactérias quebram o ácido acético para produzir metano e dióxido de carbono. Tratamento de esgoto Depois que a digestão anaeróbica está completa, grandes quantidades de lodo não digerido ainda permanecem, embora sejam relativamente estáveis e inertes. Para reduzir seu volume, esse lodo é bombeado para os leitos de secagem rasos ou os filtros de extração de água. Após pode ser usado como aterro ou condicionador de solo. Tratamento de esgoto Sistema de lodo ativado no tratamento secundário do esgoto DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio- quantidade de oxigênio necessária para metabolização de matéria orgânica pela bactéria Flocos formados pelo sistema de lodo ativado Filtros biológicos O esgoto é espalhado sobre um leito de pedras ou plástico moldado. Um biofilme cresce neste material; são aeróbicos. Devido a circulação oxidam a matéria orgânica. Removem de 80 a 85% da DBO. Tratamento de esgoto Filtro de escoamento do tratamento secundário Tratamento terciário do esgoto Muito caro. Os tratamentos primário e secundário não removem toda a matéria orgânica biologicamente degradável. Exemplos: Lago Tahoe e o Sul da baia de São Francisco O efluente de uma estação de tratamento secundário contém somente DBO residual. Também contém aproximadamente 50% do nitrogênio original e 70% do fósforo original que podem afetar o ecossistema. É requerido para remover essencialmente toda a DBO, o N e o P. Tratamento de esgoto Tratamento terciário do esgoto Depende menos do tratamento biológico. O P é precipitado com cal, alumínio e cloreto férrico. Filtros de areias finas e carvão ativado removem pequenos materiais particulados e produtos químicos dissolvidos. O N é convertido em amônia e liberado no ar por torres de remoção. Alguns sistemas favorecem as bactérias desnitrificantes para formação de gás nitrogênio volátil. Clorada Tratamento de esgoto Tratamento de esgoto Fossas sépticas É semelhante ao principio do tratamento secundário. • utilizados com o objetivo de: – reter por decantação os sólidos contidos nos esgotos; – propiciar a decomposição dos sólidos orgânicos decantados no seu próprio interior; – e acumular temporariamente os resíduos, com volume reduzido pela digestão anaeróbia, até que sejam removidos em períodos de meses ou anos. A eficiência das fossas sépticas Depende de vários fatores: • carga orgânica, • carga hidráulica, • geometria, • compartimentos e arranjo das câmaras, • dispositivos de entrada e saída, • Temperatura • e condições de operação. • Portanto, a eficiência varia bastante em função da competência de projeto. Normalmente situa-se entre 40 e 70% na remoção da demanda bioquímica (DBO) ou química (DQO) de oxigênio e 50 a 80% na remoção dos sólidos suspensos. Tratamento doméstico Instruções básicas de instalação Lagoas de Oxidação 1° Estágio • Análogo ao tratamento primário. • A lagoa é profunda o suficiente para a condição anaeróbica. O lodo sedimenta neste estágio. 2° Estágio • Análogo ao tratamento secundário. • O efluente é bombeado para uma lagoa adjacente. É difícil manter as condições aeróbicas. Favorece o crescimento de algas que fornece o oxigênio. As bactérias aeróbicas decompõe a matéria orgânica e produz dióxido de carbono. As algas usam o CO2 e produzem O2 para favorecer a atividade das bactérias aeróbicas do esgoto. Baseado material Profa. Ana Kern DOENÇAS RELACIONADAS A ÁGUA NO BRASIL