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Bactérias fotossintéticas oxigênicas
· As cianobactérias compreendem um grande grupo, morfológica e ecologicamente heterogêneo, de bactérias fototróficas oxigênicas.
· Estes organismos foram os primeiros fototró́ficos produtores de oxigênio na Terra e, ao longo de bilhões de anos, foram os responsáveis pela conversão da atmosfera anóxica da Terra em uma atmosfera óxica, como existe hoje.
· As cianobactérias existem há 3 bilhões de anos na Terra;
· Evidências fósseis indicam que, quando as cianobactérias apareceram, a atmosfera continha somente 0,1% de oxigênio livre;
· Quando as plantas eucarióticas produtoras de oxigênio apareceram milhões de anos mais tarde, a concentração de oxigênio era de mais de 10%;
· A atmosfera que respiramos hoje contém cerca de 20% de oxigênio;
· A evidência fóssil das cianobactérias são os estromatólitos (Pré-Cambriano), que são formações calcárias (CaCO3) dispostas em camadas.
Já foram chamadas de algas azuis ou algas cianofíceas, devido a sua pigmentação azul-esverdeada (ciano) característica. Embora elas se pareçam com as algas eucarióticas e muitas vezes ocupem os mesmos nichos ambientais, esse nome é equivocado, POIS SÃO BACTÉRIAS e não algas.
As cianobactérias ou cianofíceas, também conhecidas popularmente como algas azuis, são microrganismos aeróbicos fotoautotróficos. Seus processos vitais requerem somente água, dióxido de C, substâncias inorgânicas e luz. A fotossíntese é seu principal modo de obtenção de energia para o metabolismo, entretanto, sua organização celular demonstra que esses microrganismos são procariontes e, portanto, muito semelhantes bioquimicamente e estruturalmente às bactérias.
A origem das cianobactérias foi estimada em cerca de 3,5 bilhões de anos, sendo provavelmente os primeiros produtores primários de matéria orgânica a liberarem oxigênio elementar na atmosfera primitiva.
A capacidade de crescimento nos mais diferentes meios é uma das características marcantes das cianobactérias. Entretanto, ambientes de água doce são os mais favoráveis para o crescimento de cianobactérias.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
· Cianobactérias são microrganismos procarióticos, isto é, tem estrutura celular que corresponde a célula de uma bactéria;
· São fotossintetizantes (fazem fotossíntese, produzem oxigênio), mas a clorofila não está organizada em cloroplastos, como as plantas;
· Devido à presença de pigmentos ricos em clorofila, carotenoides (Carotenoides são substâncias químicas do tipo pigmento) e ficobilinas, é um tipo de pigmento utilizado no processo de fotossíntese de algumas algas, especialmente as vermelhas  (ficocianinas e ficoeritrinas), NÃO armazenados em plastídios;
· Algumas espécies são fixadoras de Nitrogênio atmosférico (N2) e outras produtoras de hepatoxinas, dermotoxinas ou neurotoxinas;
· As cianobactérias são organismos PROCARIONTES e MICROSCÓPICOS;
· A parede celular destes organismos contém peptideoglicano e é estruturalmente similar àquela das bactérias gram-negativas;
· São cosmopolitas e apresentam grande tolerância às condições ambientais e climáticas, podendo ser encontradas na maioria dos ecossistemas terrestres e aquáticos, principalmente na água doce, além de ambientes extremos, como fontes termais, neve e deserto. Podem também estar sob a forma de biofilmes, sobre rochas, árvores, substratos artificiais. 
· Parede celular DESTITUÍDA DE CELULOSE, mas com polissacarídeo que forma a parede das bactérias.
· Células sem estruturas locomotoras (movimentação por deslizamento).
· As células são independentes umas das outras e interligadas apenas pelas paredes externas.
· A substância de reserva é o GLICOGÊNIO, é um polissacarídeo;
· As cianobactérias diferem das bactérias heterotróficas pelo fato de conterem CLOROFILA-A, um pigmento comum às algas eucarióticas e plantas vasculares.
· Algumas espécies de cianobactérias produzem ACINETOS, que são células diferenciadas com paredes espessas e toleram condições extremas sendo consideradas células de resistência.
· Se desenvolvem quando as condições do meio são desfavoráveis e acumulam reservas de proteínas garantindo sua sobrevivência.
· Adicionalmente, os acinetos formam pseudo-vacúolos ou vesículas de gás chamadas AERÓTOPOS que possibilitam sua flutuação na coluna d’água.
Tilacóides 
As cianobactérias são morfologicamente variadas.
Apresentam desde formas unicelulares que se dividem por fissão binária simples até formas coloniais e formas filamentosas que se reproduzem por fragmentação dos filamentos.
ENVELOPE MUCILAGINOSO – Espessa camada externa que liga grupos de células, formam colônias ou filamentos; pode existir também o ENVELOPE MUSILAGINOSO INDIVIDUAL (EMi) 
TRICOMA – Conjunto de células dispostas linearmente;
FILAMENTO – Tricoma envolto em bainha mucilaginosa;
HETERÓCITOS – Forma celular especializada na fixação de nitrogênio atmosférico, presente em algumas espécies de cianobactérias filamentosas;
AERÓTOPOS – Vesícula de gás com importante função na flutuação de algumas espécies de cianobactérias;
ACINETOS – São células resistentes a condições ambientais desfavoráveis, forma celular de resistência encontrada em algumas cianobactérias filamentosas, sob condições ambientais adversas. 
CIANOFICINA – É um copolímero de ácido aspártico e arginina e é um produto de armazenamento de nitrogênio e usado quando não tem no ambiente. 
Condições ideais de crescimento:
· Águas neutroalcalinas (pH 6-9);
· Temperatura entre 15ºC a 30ºC;
· Alta concentração de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo.
O sucesso das cianobactérias deve-se:
· Habilidade em sobreviver com altas e baixas intensidades luminosas, devido à capacidade de produção de pigmentos acessórios (ficobilinas e carotenóides) necessários à absorção mais eficiente da luz em qualquer habitat;
· Habilidade para estocar nutrientes essenciais e metabólitos em seu citoplasma;
· Capacidade para fixar nitrogênio atmosférico através de heterócitos;
· Capacidade para acumular gás (vacúolos gasosos ou aerótopos) que permitem movimento e ajuste de posição na coluna de água;
· Formação de acinetos para sobreviver em condições adversas.
2 –Qual a função dos heterocistos e acinetos? 
O heterocisto é um tipo de célula especializada na fixação de nitrogênio atmosférico, presente em algumas espécies de cianobactérias filamentosas, como Nostoc punctiforme ou Anabaena sphaerica. 
Os heterocistos surgem a partir da diferenciação de células vegetativas e são os únicos sítios de fixação de nitrogênio em cianobactérias heterocísticas. São estruturas circundadas por uma espessa parede celular, que retarda a difusão de O2 para o interior da célula, criando um ambiente anóxico, necessário para a atividade da enzima hidrogenasse. Os heterocistos são desprovidos do fotossistema II, o fotossistema produtor de oxigênio, que gera poder redutor a partir de H2O. Sem este fotossistema, os heterocistos são incapazes de fixar CO2 e, assim, não possuem o doador de elétrons (piruvato) necessário para fixação do nitrogênio. Todavia, eles apresentam comunicação as células vegetativas adjacentes, o que possibilita a troca de moléculas entre estas células. Desse modo, o heterocisto importa o carbono fixado de uma célula vegetativa adjacente, que será oxidado para obtenção dos elétrons necessários para a fixação do nitrogênio.
Já, acianetos são células resistentes a condições ambientais desfavoráveis, é uma forma celular de resistência encontrada em algumas cianobactérias filamentosas, sob condições ambientais adversas. 
3 –Qual a função das vesículas de gás, os aerótopos, presentes em algumas cianobactérias aquáticas? 
As espécies que crescem na água geralmente têm vacúolos gasosos que fornecem um meio de flutuação, ajudando a célula a se deslocar até um ambiente favorável. As cianobactérias que se movem em superfícies sólidas utilizam a motilidade por deslizamento.
A função destas vesículas é regular a flutuabilidade das células, de tal forma a permitir que elas se mantenham em uma posição na coluna onde a intensidade de luz seja ótima para fotossíntese.4 -Em qual estrutura ocorre a fotossíntese nas cianobactérias e quais os pigmentos envolvidos na captura da energia luminosa? 
As cianobactérias são fototróficos oxigênicos, e como tal possuem os fotossistemas tipo I e tipo II. Todas as espécies são capazes de fixar o CO2 via ciclo de Calvin, muitas fixam N2, e a maioria consegue sintetizar suas próprias vitaminas. As células captam energia da luz e fixam o CO2 durante o dia. Durante a noite, geram energia por fermentação ou respiração aeróbia de reservas de carbono, como o glicogênio. Embora o CO2 seja a fonte primária de carbono para a maioria das espécies, algumas cianobactérias podem assimilar componentes orgânicos simples, como a glicose e o acetato, na presença de luz, em um processo denominado foto-heterotrofia. Algumas poucas cianobactérias, geralmente espécies filamentosas, podem crescer na ausência de luz, em glicose ou sacarose, utilizando apenas o açúcar como fonte de energia e de carbono. Por fim, quando as concentrações de sulfeto são altas, algumas cianobactérias são capazes de mudar da fotossíntese oxigênica para a anoxigênica, utilizando sulfeto de hidrogênio como doador de elétrons, em vez da água. As cianobactérias possuem um sistema de membranas especializado, chamado tilacoide, que aumenta a capacidade das células em captar energia luminosa. As cianobactérias não têm cloroplastos, assim a clorofila fica dispersa no citoplasma. 
A parede celular destes organismos contém peptideoglicano, e é estruturalmente similar àquela das bactérias gram-negativas. A fotossíntese acontece na membrana dos tilacoides, um sistema complexo de várias camadas de membrana fotossintetizante que contém fotopigmentos e proteínas que medeiam a fotossíntese. Na maioria das cianobactérias unicelulares, as membranas do tilacoide são dispostas em círculos regulares e concêntricos, na periferia do citoplasma. As cianobactérias produzem clorofila a, e a maioria também possui pigmentos característicos denominados ficobilinas e carotenóides que atuam como pigmentos acessórios na fotossíntese.
5 –Qual a relação entre cianobactérias e eutrofização? 
As atividades humanas afetam os ambientes aquáticos e os seres que neles vivem, como os fitoplânctons (algas e cianobactérias). O homem, ao jogar nas águas esgotos domésticos, industriais e da agricultura, provoca um fenômeno chamado de eutrofização. A eutrofização é um processo de enriquecimento desses sistemas aquáticos pela grande quantidade de nitrogênio e fósforo disponíveis na água.  A eutrofização leva a problemas como redução do oxigênio e morte de peixes. Esse processo também pode ocorrer lentamente por causas naturais. O fenômeno de eutrofização e o aumento da temperatura têm sido considerados os maiores responsáveis pelo chamado de floração.
A floração é caracterizada por um aumento descontrolado do fitoplâncton na superfície aquática. Esse aumento do fitoplâncton pode ser observado por mudanças na coloração da água. Quando ocorre o aumento do número de cianobactérias na água, temos um grave problema ambiental e de saúde pública. Ao se proliferarem em demasia em rios e lagos, elas impedem a transparência da água, o que leva a um processo de desoxigenação. Além disso, as cianobactérias têm por característica a produção de substâncias altamente tóxicas que alteram a cor e o gosto da água. Essas toxinas podem gerar sérios riscos à saúde humana. 
As toxinas produzidas pelas cianobactérias recebem o nome de cianotoxinas. As toxinas podem ser agrupadas segundo sua origem e forma de dispersão no ambiente em endotoxinas e exotoxinas. Já segundo a estrutura química as cianotoxinas podem ser reunidas em três classes: peptídeos cíclicos, alcalóides e lipopolisacarídeos. Os principais grupos de cianotoxinas, em função da ação farmacológica são: neurotoxinas e hepatotoxinas e dermotoxinas. Algumas dessas toxinas possuem efeito extremamente rápido e levam à morte por parada respiratória após pouco tempo depois da ingestão.
EUTROFIZAÇÃO
Fenômeno causado pelo excesso de nutrientes numa massa de água.
Nutrientes: Compostos químicos: nitrogênio (nitratos), fósforo (fosfatos), do enxofre (sulfatos), e também de: potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). 
· Excessivo uso de fertilizantes na agricultura; 
· Descarga de esgotos industriais e domésticos sem tratamento adequado;
· Destruição da mata ciliar dos mananciais; 
· Urbanização;
· Falta de saneamento básico.
· Aumento dos nutrientes: Nitrogênio (N) e Fósforo (P);
· O N-nitrato, N-amonium e P-ortofosfatos (estas são as formas principais destes elementos utilizados na agricultura em solos adjacentes aos mananciais) são os três elementos mais determinantes ao desenvolvimento das cianobactérias.
Fatores que influenciam/favorece a formação e intensidade das florações ou blooms:
Em águas continentais a maioria das florações registradas é de CIANOBACTÉRIAS. O tratamento mediante precipitação, filtração e cloração não são suficientes para remover toxinas.
· Carga de nutrientes;
· Tempo de retenção/residência da água;
· Estratificação térmica;
· Temperatura;
· Profundidade do corpo d’água estão entre os principais fatores que influenciam a formação e intensidade das florações.
Condições ideais para ocorrência de florações de cianobactérias
· Vento fraco
· Temperatura entre 15 e 30° C
· pH entre 6-9
· Abundância de N e P.
Consequências da eutrofização
· Redução do oxigênio dissolvido;
· Morte de peixes e outros animais aquáticos;
· Redução na riqueza e abundância de espécies da comunidade fitoplanctônica;
· Turbidez e mal cheiro;
· Aumento da incidência de florações de algas e cianobactérias potencialmente produtoras de toxinas;
· Provoca um aumento excessivo de algas: aumento dos consumidores primários e aumento dos demais níveis tróficos da teia alimentar;
· Diminuição da qualidade da água e, eventualmente, alteração profunda do ecossistema. 
Como podem ser as florações?
Scums ou natas
-Elevada concentração de clorofila-a,
-Duração de poucas horas ou dias,
-Espessura de poucos milímetros
Hyperscums
-Massa flutuante de células (50 a 75 cm de espessura),
-Densamente compactada,
-Duração: semanas até vários meses.
Clorofila a – (Indicadora da biomassa fitoplanctônica). Diz quanto de cianobactérias ou algas têm, se cada vez que monitorar a quantidade for maior, pode-se dizer que uma floração está vindo. Ferramenta útil em estudos de profundidade primária (crescimento de algas e cianobactérias), avaliação do grau de eutrofização de um ambiente aquático. 
O que são cianotoxinas? 
São toxinas sintetizadas por determinadas espécies de cianobactérias que formam florações em corpos d’água. As causas da produção das cianotoxinas ainda não estão muito bem esclarecidas. Acredita-se que esses compostos tenham função protetora contra a herbivoria dos seus predadores primários (zooplancton), tal qual ocorre com algumas plantas vasculares ao produzirem determinados metabólitos como esteróides, alcalóides, taninos ou fenóis.
Existem aproximadamente 40 espécies de cianobactérias potencialmente produtoras de toxinas Microcystis, Cylindrospermopsis, Dolichospermum (antiga Anabaena), Planktothrix, Aphanizomenon
Principais endotoxinas 
As HEPATOTOXINAS possuem ação mais lenta causando hemorragia hepática em poucas horas ou dias.
Sintomas: diarreias, vômitos, diminuição dos movimentos, hemorragia interna, prostração, cefaléia, febre, dor abdominal e náuseas. Sintomas que podem caracterizar a intoxicação humana ao ingerir a água ou pescados contaminados.
Vias de exposição a essas endotoxinas
· Ingestão crônica de água contaminada.
· Ingestão e inalação, ou contato com mucosas nasais em uso recreativo.
· Consumo de peixes e frutos do mar de águas contaminadas.
· Contato com a pele quando do uso recreativo em barcos.
· Suplementos alimentares contaminados.
O manual da OMS considera três vias de exposição às cianobactérias em águas recreacionais: contato direto de partes expostas do corpo incluindo ouvidos, olhos, boca, garganta e áreas cobertas com roupa de banho que podem capturar e concentrarcélulas), a ingestão acidental e a inalação de água contendo células de cianobactérias.
Porque as florações de cianobactérias em corpos d’água utilizados para o abastecimento urbano podem representar um sério risco à saúde das populações?
Representam um sério problema para as estações de tratamento de água pois podem causar a perda de carga dos filtros e alteração no odor e no sabor da água tratada, pela produção de geosmina e o MIB -2-metil-isoborneol que são compostos metabólicos desses organismos. São hidrossolúveis e passam pelo sistema de tratamento convencional sendo também resistentes à fervura. As florações de algas em reservatórios com acelerado processo de eutrofização, produzem em suas águas aspecto desagradável, aumento da turbidez, sabor e odor da água alterado.
USOS DOS CORPOS D’ÁGUA E LEGISLAÇÃO
· Abastecimento público e recreação
· Importância na legislação nacional 
· Implementação de programas de monitoramento das cianobactérias tóxicas
· Identificar locais com risco potencial
A presença de algas e cianobactérias na água bruta aduzida às estações de tratamento pode causar problemas operacionais em várias etapas de tratamento, tais como: dificuldade de coagulação e floculação, baixa eficiência do processo de sedimentação, colmatação dos filtros e aumento da necessidade de produtos para a desinfecção. Como consequência desses problemas operacionais, verifica-se, geralmente, a redução na eficiência dos processos de tratamento e o surgimento de problemas na água tratada associados à presença de algas, cianobactérias e seus subprodutos extracelulares. A saber: sabor e odor, formação de trihalometanos, corrosão de unidades do sistema de abastecimento, toxinas 
Classe 1: ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película e à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
Classe 2: ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto, à aqüicultura e à atividade de pesca.
Classe 3: ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado, à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, à pesca amadora, à recreação de contato secundário e à dessedentação de animais.
Prevenção de florações de cianobactérias
· Regulamentação do uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica;
· Ordenamento da ocupação territorial;
· Adoção de boas práticas na agricultura e pecuária;
· Controle da erosão e do uso de fertilizantes e herbicidas;
· Preservação das matas ciliares;
· Tratamento em nível terciário do esgoto doméstico e efluentes industriais brutos;
· Avaliação do regime de operação de reservatórios, como o tempo de residência e o fluxo da água, que podem influenciar as condições hidrodinâmicas.
As ações preventivas incluem ainda o monitoramento e registro das populações de cianobactérias, e para águas recreacionais, limitações de uso durante as florações e recomendações para lavar o corpo e equipamentos após as atividades de contato primário e secundário.
1 -Caracterize as florações do tipo scums e hyperscums. 
As florações podem ser de dois tipos: as denominadas ”scums”, ou natas, que apresentam elevada concentração de clorofila a, duração de poucas horas ou dias e espessura de poucos milímetros, e as “hyperscums” com massa flutuante de células de espessura variando entre 50 e 75 cm, densamente compactada, que impede o movimento de água entre as células. A duração dessa última varia de semanas até muitos meses. No entanto, algumas florações, nas quais a densidade de algas é elevada, podem apresentar uma nata conspícua apenas em algumas horas, apresentando uma distribuição mais uniforme na coluna d’água ao longo do dia.
2 -Quais fatores associados favorecem o aparecimento das florações por cianobactérias? 
O homem, ao jogar nas águas esgotos domésticos, industriais e da agricultura, provoca um fenômeno chamado de eutrofização. A eutrofização é um processo de enriquecimento desses sistemas aquáticos pela grande quantidade de nitrogênio e fósforo disponíveis na água.  A eutrofização leva a problemas como redução do oxigênio e morte de peixes. Esse processo também pode ocorrer lentamente por causas naturais. O fenômeno de eutrofização e o aumento da temperatura (entre 15 e 30 °C) têm sido considerados os maiores responsáveis pela floração. Além disso, também pode-se considerar o tempo de residência da água, a estratificação térmica, vento fraco, pH (entre 6-9) e a profundidade do corpo de água. 
3 -Quais as consequências da geosmina e o MIB -2-metil-isoborneol para águas tratadas? 
Representam um sério problema para as estações de tratamento de água pois podem causar a perda de carga dos filtros e alteração no odor e no sabor da água tratada.
4 -As cianotoxinas são consideradas endotoxinas. Explique. 
São consideradas endotoxinas, pois as toxinas somente são liberadas para o meio externo por rompimento da parede celular, o que acontece por senescência das células ou sob a ação de algicidas, como o sulfato de cobre. Outras, como a cilindrospermopsina, podem ser excretadas pela célula em condições fisiológicas normais.
5 -Porque cianotoxinas presentes nas águas de abastecimento representam sérios riscos à saúde pública? 
A ocorrência de florações de cianobactérias nos corpos de água utilizados para abastecimento urbano pode representar um sério risco à saúde da população, em razão da capacidade destes organismos produzirem potentes toxinas. As cianotoxinas podem ser neurotóxicas, hepatotóxicas ou dermatotóxicas. As neurotoxinas são compostas de alcaloides de ação rápida, produzidos por vários gêneros de cianobactérias, cuja característica é o bloqueio neuromuscular. As hepatotoxinas receberam maior atenção por serem as causadoras mais comuns de intoxicações. Essas toxinas apresentam ação mais lenta, causando a morte entre poucas horas e poucos dias, em decorrência de hemorragia hepática e choque hipovolêmico. E as dermatotoxina (aplisiatoxina) que causa irritações na pele e alergias. 
6-Porque não é recomendado o uso de algicidas, como o sulfato de cobre, para o tratamento das florações? E, se for recomendado, quais os critérios que precisam ser atendidos para o uso? 
Das medidas de controle interno do manancial, uma das mais utilizadas em todo o mundo, e também no Brasil, é aplicação de algicidas, particularmente sulfato de cobre. Contudo, essa técnica deve ser usada de forma cuidadosa, pois leva à liberação das toxinas intracelulares das cianobactérias. Dessa forma, o uso dos algicidas deve ser limitado a situações onde o número de células de cianobactérias presentes na água seja baixo, de modo a evitar teores excessivos de toxinas e/ou compostos que produzem odor e sabor. Em situações onde grande número de células de cianobactérias esteja presente na água, o uso de algicidas só poderá ser feito se um manancial alternativo de água puder ser usado enquanto as toxinas e outros compostos se degradam, ou se o tratamento de água disponível for, comprovadamente, capaz de remover as toxinas dissolvidas, na concentração em que estejam presente.
No Brasil, a Portaria MS n. 1.469, de 29/12/2000, veda o uso de algicidas para o controle do crescimento de cianobactérias em mananciais para abastecimento de água, assim como qualquer intervenção no manancial que provoque a lise das células de cianobactérias, quando a densidade das cianobactérias exceder 20.000 células/ml (ou 2mm3/L de biovolume) sob pena de comprometimento da avaliação de riscos à saúde associados às cianotoxinas.
7 -O abastecimentoe a recreação correspondem a duas formas básicas do uso da água no nosso dia-a-dia. Porque existe a necessidade de monitoramento constante de florações para o uso da água para estes fins? 
A água pode ser utilizada para diversas finalidades, mas o abastecimento público e a recreação são as atividades que requerem uma maior atenção, já que as principais formas de exposição às cianotoxinas incluem a via oral e dérmica, por meio da ingestão ou do uso recreacional da água. Acredita-se que a inalação de aerossóis (durante o banho, prática de esportes aquáticos, entre outros) também pode ser uma importante via de exposição, dependendo da toxicidade da cianotoxina, mas essa relação ainda precisa ser melhor estudada.
8 -Qual o valor máximo permitido para microcistinas para água potável pelo Anexo XX da Portaria de consolidação n. 5? 
O valor máximo permitido para microcistinas em água para o consumo humano é de 1 
9 -Qual a periodicidade prevista na legislação para o monitoramento de cianobactérias quando são atingidos 10.000 células/ml e 20.000 células/ml, respectivamente, no ponto de captação de água? 
A portaria em vigor exige que os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistemas de abastecimento supridos por mananciais superficiais monitorem as cianobactérias no ponto de captação de água mensalmente, quando o número de células de cianobactérias não exceder 10.000 células/ml e semanalmente, quando o número de células de cianobactérias exceder este valor. Também exige que sempre que o número de cianobactérias no ponto de captação exceder 20.000 células/ml seja realizado a análise semanal das cianotoxinas. Nesse caso, é exigida a análise de microcistinase saxitoxinas, devido ao seu efeito agudo e carginogênico. 
10 –Cite três problemas operacionais que podem ocorrer em estações de tratamento quando a água bruta contém florações. 
A presença de algas e cianobactérias na água bruta aduzida às estações de tratamento pode causar problemas operacionais em várias etapas de tratamento, tais como: dificuldade de coagulação e floculação, baixa eficiência do processo de sedimentação, colmatação dos filtros e aumento da necessidade de produtos para a desinfecção. Como consequência desses problemas operacionais, verifica-se, geralmente, a redução na eficiência dos processos de tratamento e o surgimento de problemas na água tratada associados à presença de algas, cianobactérias e seus subprodutos extracelulares. 
11 - Medidas de controle das fontes externas e internas de nutrientes e cianobactérias atuam em conjunto na recuperação de um corpo d’água eutrofizado. Quais são os métodos físicos e químicos que pode ser utilizado como medidas de controle interno? 
As medidas de controle interno podem ser divididas em:
1) métodos físicos, envolvendo a circulação artificial da água, a aeração do hipolímnio, retirada (exportação) de água do hipolímnio, dragagem dos sedimentos, entre outros; 
2) métodos químicos, tais como precipitação e inativação do fósforo e uso de algicidas (sulfato de cobre, permanganato de potássio, etc.); 
3) métodos biológicos, como o uso de cianofagos e myxobactéria, e a biomanipulação.
12 – Quais fatores devem ser considerados no manejo para captação da água bruta em situações de floração?
A distribuição horizontal e vertical da população de cianobactérias e de alguns tipos de algas pode variar significativamente no corpo d’água, seja ele um lago, um reservatório ou um rio. Esse fato deve ser levado em conta na alocação do ponto de captação de água bruta, como também na profundidade da tomada d’água. A contaminação da água que alimenta a estação de tratamento pode ser consideravelmente reduzida alocando-se o ponto de captação longe de zonas protegidas e de baixa circulação (baías e reentrâncias) onde a escuma formada pelas algas tende a se acumular. Se isso não for prático, ou não foi previsto, pode-se adotar, nos períodos de floração, uma extensão temporária da captação. A seleção apropriada da profundidade da tomada d’água, por sua vez, pode evitar a captação de água no ponto de máxima densidade de células de cianobactérias. Essa seleção deve considerar o horário de máxima acumulação superficial das células e a amplitude do movimento vertical das cianobactérias devido às mudanças na sua capacidade de flutuação decorrentes da intensidade da luz e da fotossíntese. Operadores necessitam ter familiaridade com a amplitude do movimento vertical das cianobactérias, o que requer, além da determinação do perfil vertical de densidade de organismos, informação, conhecimento e compreensão da ecologia local.
Outra opção adotada para manter a floração de cianobactérias longe da estrutura de captação de água bruta é o uso de barreiras similares às usadas para conter derramamentos de óleo. Essas barreiras físicas têm profundidade limitada (0,5m a 1m) e não afetam o fluxo de água significativamente. Essa técnica pode ser considerada boa em situações de emergência para florações em processo de evolução e sua aplicação dependerá de aspectos práticos de instalação.
Eutrofização: é um processo natural que vem cedo acelerado por ações antrópicas que causam o enriquecimento dos ecossistemas aquáticos por nutrientes como por nutrientes como nitrogênio e fósforo. Como principal consequência da eutrofização destaca-se a proliferação excessiva de organismos fitoplanctônicos, fenômeno conhecido como floração ou “bloom”, sendo as cianobactérias os organismos mais frequentes em florações de águas continentais. São três as principais origens dos nutrientes que fertilizam a água: escoamento superficial e erosão em áreas de agricultura fertilizada; erosão em conseqüência de desmatamento; e águas residuárias.
Microcistinas: hepatotoxinas produzida por cianotoxinas (gêneros ou espécies de bactérias capazes de formar florações e potenciais produtores de toxinas altamente potentes). Valor máximo permitido de saxitoxina 3,0 µg/L. No Brasil, a Resolução CONAMA 274/2000, do Ministério do Meio Ambiente, que define os critérios para a classificação de águas destinadas à recreação de contato primário não contempla valores orientadores para florações de cianobactérias. No entanto, seu texto considera passíveis de interdição, pelos órgãos de controle ambiental, trechos dos corpos d’água em que ocorra toxicidade ou formação de nata decorrente de florações de algas, e estabelece como uma das condições impróprias para banho a ocorrência de floração de algas e/ou outros organismos que oferecem risco à saúde humana. Apenas a inspeção visual adotada na Resolução CONAMA 274/2000 não oferece garantias à população de uma exposição segura. Considera-se a ocorrência de uma floração quando o número de células de cianobactérias ultrapassa 10.000 céls/mL; entretanto, dependendo da espécie, não ocorre nenhuma alteração de coloração ou formação de espumas.
Em ambientes lênticos (represas e lagos) ocorrem consideráveis populações de cianobactérias, que encontram condições ideais para seu desenvolvimento. Nestes locais deve-se considerar a heterogeneidade espacial e temporal de sua distribuição para fins de amostragem.
Já em sistemas lóticos (rios e riachos), com uma dinâmica hidrológica intensa e curto tempo de residência, não existem condições ideais para a ocorrência de cianobactérias planctônicas formadoras de florações, mas podem apresentar cianobactérias bentônicas, aderidas em substratos e nesses casos podem ser utilizadas com sucesso como indicadores biológicos da qualidade da água.
Para o monitoramento das cianotoxinas, deve-se considerar que a persistência no ambiente varia com o tipo de toxina. As microcistinas apresentam degradação mais lenta: estudos demonstraram que foi necessário um período de 30 dias para degradação de 90% da microcistina dissolvida no ambiente. Esta característica é importante porque, apesar de determinado local não conter um número significativo de células de cianobactérias, as toxinas podem estar presentes em concentrações elevadas.
Os Planos de Contingência têm como objetivo descrever as medidas a seremtomadas numa situação de emergência. Eles contemplam ações de monitoramento e gerenciamento e estabelecem um sistema de níveis de alerta, estipulando uma sequência de respostas graduadas na ocorrência de uma floração de cianobactérias. Como parte dos Planos de Contingência, as ações de monitoramento - como a avaliação preliminar da floração - incluem as inspeções de cor e odor do local, observação de natas, presença de partículas na água, verificação da ocorrência ou não de mortandade de peixes, e outras informações do local que possam ser importantes para a avaliação final.
As medidas corretivas de controle de algas, cianobactérias e toxinas na água de abastecimento envolvem dois tipos de intervenção, a primeira, no ponto de captação (manejo da captação de água bruta), e a segunda, a remoção desses organismos e compostos no sistema de tratamento de água.
Segundo a OMS, o Nível de Vigilância se instala quando, no monitoramento, for detectada uma colônia ou cinco filamentos de cianobactéria em 1 mL da amostra de água, quando o monitoramento passa a ser semanal. A Portaria 2914/2011 estabelece que o monitoramento deve ser semanal quando a contagem de células de cianobactérias exceder 10.000 céls/Ml. Neste caso as medidas necessárias são: 
 Aumentar a frequência de coletas para pelo menos semanal; 
 Inspecionar a entrada de água na captação, para observar a presença de natas de cianobactérias; 
 Aplicar medidas corretivas necessárias; 
 Realizar tratamento adequado para remoção do gosto/odor; 
 Avaliar as ações implementadas e tomada de decisão em função desses resultados. Se o número de células de cianobactérias diminuir, volta-se ao monitoramento regular; se esse resultado não for atingido, deve-se passar ao Alerta de Nível 1.
O Alerta de Nível 1 se instala a partir da confirmação de uma floração de cianobactérias potencialmente nocivas, que podem causar problemas ao abastecimento de água. A OMS considera que os limites para esse nível de alerta são valores superiores a 2.000 céls./mL ou 1,0 µg/L de clorofila a. Nesse caso, as ações envolvem: 
 Coleta de amostras para testes de toxicidade e confirmação da identificação das cianobactérias envolvidas na floração. Essa identificação deve ser feita por um profissional especialista. É interessante também fazer essas coletas na água já tratada, para confirmação da não contaminação e eficiência de remoção. 
 Verificação da eficiência do processo de contenção da floração. 
 Alerta às autoridades locais; 
 Manutenção do monitoramento, pelo menos semanal. Se possível, coletar amostras em outros locais próximos para estabelecer variabilidades.
Os limites considerados para um Alerta de Nível 2 (número de células de cianobactérias igual ou superior a 100.000 cels/mL ou 50 µg/L de clorofila a, com presença de toxinas confirmada por análises químicas ou bioensaios) descrevem uma floração tóxica estabelecida.
As medidas corretivas envolvem a intervenção no ponto de captação (manejo da captação de água bruta) e a remoção desses organismos e compostos no sistema de tratamento de água. Devem também ser avaliados o uso de aeradores ou misturas artificiais da coluna d’água e a utilização de barreiras mecânicas para isolamento das natas.
Trihalometanos (THM) são subprodutos clorados potencialmente cancerígenos. Tanto as células quanto a matéria orgânica extracelular (MOE) das algas são importantes precursoras de THM, sendo que a MOE contribui significativamente mais do que as células propriamente ditas.
MICROMETAZOÁRIOS
Participação dos micrometazoários no processo de tratamento de esgotos
-Atuam na recirculação de nutrientes minerais (cadeia alimentar),
-Aumentam a penetração de oxigênio no tanque, prevenindo condições anaeróbias (formam micro canais no lodo),
-Alimentam-se de bactérias que não estão unidas aos flocos, contribuindo para a diminuição da turbidez do efluente,
-Auxiliam na biofloculação através da produção de muco,
-Contribuem na redução de DBO (consumo bactérias e sólidos em suspensão),
-Favorecem o balanço ecológico do sistema.
Microrganismos multicelulares de crescimento lento, encontrados em lodos ativados de idade elevada. A complexidade de sua estrutura celular deixa-os mais suscetíveis à impactos ambientais, tornando-os indicadores de efluentes estabilizados e de baixa toxicidade.
FILO ROTIFERA
Micrometazoário mais frequentemente avistado em microscopia de sistemas de lodos ativados. 
1.800 espécies;
→ água doce, algumas são marinhas, terrestres, epizóicas ou parasitas;
→ diminutos: 40 micrômetros a 3 mm de comprimento;
→ flutuadores, rastejadores, nadadores e sésseis;
→ altas densidades: 1.000 indivíduos/l de água e 2 milhões/metro2
Representam um importante elo das cadeias alimentares e presas para vários predadores. Estima-se que 50% da produção do zooplâncton de águas doces seja representada pelos rotíferos. Também são indicadores de qualidade do ambiente. Indicam boas condições aeróbias e de depuração.
Sua presença é indicadora de boa eficiência do sistema e está associada a idade de lodo elevada.
Seres de corpo transparente, alongado, dividido em três partes: região anterior dotada de coroa de cílios, tronco e pé terminal. Os cílios presentes na região da boca auxiliam tanto na alimentação, como na locomoção por natação. O pé terminal auxilia no deslocamento por meio de rastejamento. Os rotíferos mantêm a água limpa pois alimentam-se de detritos orgânicos, bactérias e outros microrganismos. São seres de vida livre e solitária, poucos são sésseis ou vivem em colônias. Sua presença é indicadora de boa eficiência do sistema, já que está associada a idade de lodo elevada ou alto estágio de oxidação. São os micrometazoários mais frequentemente avistados em microscopia de sistemas de lodos ativados.
FILO TARDIGRADA
- Pequenos metazoários com tamanho variando de 250 a 500 μm. 
- Habitam ambientes marinhos, de água doce, praias, musgos, liquens e em alguns casos até flores.
-capacidade de entrar em criptobiose frente a condições adversas
-criobiose (frio)
-anidrobiose (desidratação)
-anoxibiose (oxigênio)
-osmobiose (diferenças de pressão atmosférica)
-toleram temperaturas de até -192ºC e temperaturas acima de 100ºC por breve períodos; intensas radiações;
-alimentam-se de algas e células vegetais, rotíferos, nematóides, leveduras, bactérias e outros pequenos tardígrados. Observados em sistemas que operam com alta idade do lodo, boa oxigenação e baixas concentrações de amônia.
São afetados por pequenas concentrações de amônia, e indicam efluente nitrificado.
Raramente observados em sistemas com aeração prolongada, onde se alimenta do conteúdo celular de nematóides, rotíferos e protozoários. São seres comumente conhecidos como ursos d’água e possuem corpo curto, roliço e cilíndrico, dotado de quatro pares de patas curtas e grossas. Os tardígrados movimentam-se literalmente andando sobre as patas. São afetados por pequenas concentrações de amônia, e indicam efluente totalmente nitrificado.
FILO GASTROTRICHA
-Cerca de 650 espécies
-Até 1 mm de comprimento
-Animais marinhos e de água doce
-Alimentam-se de bactérias, protistas e detritos
-A locomoção ocorre pela ação de conjuntos de cílios localizados ventralmente
FILO NEMATODA
- Corpo alongado, não segmentado, cilíndrico, com extremidades gradualmente afiladas. 
- Movimentam-se por contrações do corpo, que oscila em forma de “S”. 
- Alimentam-se de material particulado e de microrganismos. 
- Aeróbios. 
- Resistem a baixas concentrações de oxigênio e à extremos de temperatura. 
- Encontrados juntos aos flocos, mas em pequena quantidade.
Em sistemas de lodos ativados não apresentam papel significativo e são vistos raramente.
Vermes de formato alongado, extremidades geralmente pontiagudas e sem segmentações ao longo do corpo incolor, movimentando-se através de rápidas contrações e habitando o lodo do fundo de diferentes corpos d´água. Estes organismos alimentam-se de material particulado e outros microrganismos como os protozoários, rotíferos, tardígrados e demais nematóides. São muito resistentesà baixas concentrações de oxigênio dissolvido e à extremos de temperatura. Em sistemas de lodos ativados não apresentam papel significativo e são vistos raramente, porém em estações de tratamento de efluentes domésticos, onde são extremamente resistentes ao processo, podem ser encontrados ovos de nematóides parasitas do homem, como o Ascaris sp. São os organismos mais observados em contadores biológicos e biofiltros aerados, onde perfuram a estrutura, deixando buracos visíveis. 
FILO ANNELIDA
-Maiores metazoários presentes no lodo.
-Corpo alongado, cilíndrico e segmentado.
-Tufos de cerdas rígidas nas laterais de cada segmento do corpo.
-Locomoção por rastejamento.
-Alimentam-se de algas, detritos e microrganismos.
-Pouco se sabe sobre o seu papel nos sistemas de tratamento de esgotos.
-Sensíveis a concentrações de amônia e baixa concentração de oxigênio.
Ocorrem em lodos bem estabilizados e de alta idade. Indicam efluente nitrificado de boa qualidade.
Vermes segmentados de corpo formado por “anéis”, revestido de cutícula onde encontram-se células glandulares e sensoriais. A sua fácil adaptação permite explorar diversos nichos ecológicos, sendo alguns gêneros parasitas e outros alimentam-se de demais invertebrados. São considerados um dos maiores micrometazoários de lodos ativados e locomovem-se por meio de rastejamento através de contrações corporais. Possuem alta regeneratividade e alimentam-se de algas, detritos e outros microrganismos. Em sistemas de lodos ativados eles ocorrem apenas em lodos bem estabilizados e de alta idade, sendo raramente vistos. São mais frequentemente observados em lagoas, biofiltros, contactores biológicos e em lodos ativados de aeração prolongada. Semelhante ao tardígrados, indicam efluente nitrificado de boa qualidade.
a) Em sistemas com baixa relação A/M (alimento/microrganismo) verifica-se menor densidade de: Amebas, divisão tecamebas, protozoários flagelados, amebas nuas
b) Em sistemas com boas condições de depuração são encontrados: amebas tecamebas, ciliados fixos, rotíferos, anelídeos
d) A diminuição da concentração de matéria orgânica biodegradável e o aumento do OD favorecem o rápido crescimento de: amebas com teca, ciliados fixos e rotíferos
e) Um bom desempenho do sistema ocorre quando há equilíbrio entre: 
f) Em reatores biológicos com deficiência de aeração e sobrecarga orgânica predominam: Predominância de flagelados, amebas nuas 
2 – Sabe-se que os microrganismos presentes no reator biológico revelam tendências do processo de oxidação da carga orgânica. Cite três “tendências” que podem indicar as características do processo de tratamento do esgoto quando da análise microscópica do lodo ativado. 
1. A eficiência da remoção de DBO5/DQO;
1. A eficiência da remoção de sólidos suspensos;
1. A ocorrência de nitrificação.
Condições de sedimentação do lodo, eficiência de remoção de sólidos suspensos e a ocorrência de nitrificação. 
3 – Indique quais tendências são reveladas no processo de tratamento com a presença de rotíferos, tardígrados e anelídeos. 
Rotíferos: Indicam boas condições aeróbias e de depuração, sua presença é indicadora de boa eficiência do sistema e está associada a idade de lodo elevada ou alto estágio de oxidação. 
Tardígrados: Observados em sistemas que operam com alta idade do lodo, boa oxigenação e baixas concentrações de amônia. São afetados por pequenas concentrações de amônia, e indicam efluente nitrificado.
Anelídeos: Ocorrem em lodos bem estabilizados e de alta idade, indicam efluente nitrificado de boa qualidade.
4 – Quais micrometazoários são sensíveis baixas concentrações de OD. Os anelídeos
5 – Quais micrometazoários são sensíveis a pequenas concentrações de amônia? Os tardígrados e os anelídeos 
ALGA é um termo genérico para organismos que usam o pigmento verde clorofila na fotossíntese, mas são indiferenciados em órgãos, apresentando uma estrutura talosa (corpo), estando dentro do grupo dos vegetais avasculares.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
· Organismos fotossintéticos (cloroplastos em forma e número variável, mas sempre com clorofila);
· Outros pigmentos – xantofilas, carotenos
· Unicelulares e pluricelulares;
· Eucariontes, que não possuem os tecidos (raízes, caules e folhas) típicos de plantas.
· Parede celular formada de celulose, ágar, carragenina, carbonato de cálcio, sílica, etc.
· Formas de reprodução
 Vegetativa - mitose e fragmentação (filamentosas).
 Assexuada - formação de esporos móveis ou não.
 Sexuada - fusão de gametas com formação de zigoto.
· As algas são organismos de grande importância ecológica, representando a base da cadeia alimentar dos ambientes aquáticos. 
· As algas são em sua maioria aquáticas, embora algumas sejam encontradas no solo ou sobre árvores quando existe umidade suficiente.
· A localização destes organismos depende da disponibilidade de nutrientes apropriados, comprimento de onda da luz e superfícies sobre as quais eles crescem.
· Algumas algas apresentam uma vesícula cheia de gás flutuante chamada de pneumarocisto
HÁBITOS E DISTRIBUIÇÃO
· Águas continentais. Marinhas. Ambientes sub-aéreos. Simbiontes. Desde endêmicas até cosmopolitas
Amebóides
Cenóbio
Dinoflagelados – fitoplâncton, floração 
-Cerca de 4.000 espécies em água doce e marinha
-Maioria fotossintetizantes;
-Há também espécies heterotróficas;
-Alguns endoparasitas de peixes, crustáceos e protozoários;
-Com dois flagelos;
-Acumulam amido como material de reserva.
-Alguns dinoflagelados produzem neurotoxinas.
Diatomáceas – Fitoplâncton, floração 
São microrganismos eucariontes unicelulares que ocorrem nos mais diversos ambientes úmidos e aquáticos, suspensos na coluna d´água ou aderidos a diversos substratos: macrófitas (epifíticas), rochas (epilíticas), animais (epizóicas), grãos de areia (episâmicas), sedimento (epipélicas).
Essas diatomáceas vivem no solo marinho, mas ventos e ondas fortes podem levá-las à superfície do mar, onde a maior exposição ao sol faz com que se multipliquem e deixem a água da cor de chocolate.
-Carapaça constituída de sílica, chamada frústula;
-Cada frústula é formada por duas valvas, ligeiramente desiguais;
-Unicelulares ou coloniais;
-Principal componente do fitoplâncton marinho.
-São responsáveis por 20% a 25% de toda fixação orgânica de carbono.
Importância econômica
-Nori - utilizado no sushi,
-Laminaria - Kombu
-Undaria e Sargassum - Wakame
-Ágar – meios de cultura
-Alginatos – sorvetes e cervejas
-Carragenanos – gelatinas e patês
-Fertilizantes
-Medicamentos – bócio, asma, bronquite, hipertensão
As algas são uma parte importante de muitas cadeias alimentares aquáticas porque fixam o dióxido de carbono em moléculas orgânicas, que podem ser consumidas pelos quimio-heterotróficos. Utilizando a energia produzida na fotofosforilação, as algas convertem o dióxido de carbono da atmosfera em carboidratos. O oxigênio molecular (O2) é um subproduto de sua fotossíntese. Os primeiros metros de muitos corpos de água contêm algas planctônicas. Como 75% da Terra são cobertos por água, a estimativa é de que 80% do O2 da Terra sejam produzidos pelas algas planctônicas.
FITOPLÂNCTON
Alterações na composição e estrutura provocam impactos na estrutura e dinâmica das teias alimentares e até nos ciclos biogeoquímicos, principalmente do carbono e nitrogênio. LUZ E NUTRIENTES.
As algas formam um grupo muito variado de organismos fotossintetizantes e normalmente aquáticos. A maioria delas é microscópica e unicelular, por isso são denominadas microalgas. O conjunto de microalgas que vive em suspensão nos oceanos, rios e lagos compõe o fitoplâncton, base das cadeias alimentares aquáticas e participante dos ciclos globais do O, C, N entre outros processos que governam o equilíbrio ambiental do planeta.
CAUSAS AUMENTO FITOPLÂNCTON
O acúmulo de nutrientes nos ambientes aquáticos (eutrofização) e níveis propícios de temperatura, luminosidade, salinidade etc., favorecem a reprodução do fitoplâncton. Fenômenos naturais como furacões, terremotos, enchentes,secas e alterações climáticas e do regime de correntes podem igualmente contribuir para essas explosões populacionais. Caso não sirva de alimento para outros organismos e enquanto as condições ambientais são favoráveis, o que pode levar de semanas até meses, o fitoplâncton torna-se tão numeroso que pode produzir espuma, alterar o gosto e odor da água e, como possui pigmentos, mudar a sua cor. 
FLORAÇÃO
No ambiente marinho o fitoplâncton pode ser ainda concentrado pelas correntes, formando grandes aglomerados visíveis como manchas na água do mar. Apelidadas de marés vermelhas, nem sempre têm cor e, quando o têm, não necessariamente são vermelhas (podem ser marrons, verdes, laranjas ou amarelas, dependendo da espécie do fitoplâncton), de modo que são mais adequadamente denominadas florações de algas. As espécies marinhas que mais comumente causam florações pertencem aos grupos das cianobactérias, dinoflagelados e diatomáceas, que são justamente os mais abundantes nos oceanos.
Variações sazonais nos nutrientes, na luz e na temperatura causam flutuações nas populações de algas; aumentos periódicos no número de algas planctônicas são chamados de florescência de alga (blooms). 
A florescência de dinoflagelados é responsável pelas marés vermelhas sazonais. Florescências de certas espécies indicam que a água na qual elas crescem está poluída porque essas algas desenvolvem-se nas altas concentrações de matéria orgânica que existem no esgoto e em dejetos industriais. Quando as algas morrem, a decomposição de um grande número de células, associadas com florescência de algas, diminui o nível de oxigênio dissolvido na água. 
CAUSAS FLORAÇÕES
As florações ocorrem naturalmente e são importantes para o funcionamento dos ecossistemas, mas vêm se tornando mais frequentes devido a atividades humanas. Fertilizantes e matéria orgânica são drenados das áreas urbanas, agrícolas e pecuárias pelas chuvas ou lançados diretamente em lagos, rios e mar pelos esgotos domésticos e industriais, suprindo o fitoplâncton com excesso de nutrientes. 
TOXICIDADE
Das mais de 5.000 espécies do fitoplâncton cerca de 300 podem ser nocivas e 80 produtoras de toxinas. A síntese de toxinas, armazenadas no interior das células ou secretadas no meio, é considerada uma estratégia para reduzir o efeito de potenciais competidores e predadores.
Essas toxinas podem ser bioacumuladas ao longo da teia trófica e muitas podem causar problemas de saúde pública.
FLORAÇÕES ALGAIS NOCIVAS (FANS)
HARMFUL ALGAL BLOOMS (HABS)
termo cunhado em 1974
Mas as FANs são consideradas fenômenos naturais reportados ao longo de todo o 
globo.
O que são as FANs?
Algumas florações de fitoplâncton podem ser prejudiciais ao ambiente e aos humanos e, por conta disso, são chamadas florações de algas nocivas (FANs). 
Refere-se ao aumento em um curto espaço de tempo da população de microalgas que tenha encontrado condições favoráveis ao seu desenvolvimento.
Dinophyceae (dinoflagelados) – produtores de toxinas
Cyanophyceae (algas azuis)
Bacillariophyceae (diatomáceas)
Raphydophyceae (rafidofíceas) a divisão Prymnesiophyta
FAVORECEM O DESENVOLVIMENTO DAS FANS
Aumento excessivo da concentração de nitrogênio e fósforo na coluna de água, ocasionado pelo aumento do aporte fluvial e da carga de nutrientes de origem terrestre ou devido à influência antrópica, são os principais responsáveis pelo aumento da produtividade primária.
Certas construções costeiras potencializam a situação ao diminuir a circulação da água e, assim, concentrar as partículas alimentares. Aquicultura e água de lastro de navios podem disseminar espécies exóticas de plâncton para novos ambientes, aumentando a chance de encontrarem condições propícias à proliferação. Mudanças da temperatura da água e nos regimes de ventos e chuvas resultantes do aquecimento global podem favorecer o desenvolvimento de FANs.
Condições favoráveis a formação de FANs incluem interações físico/biológicas, como:
· Forças de larga escala, causados por movimentos de massa d’agua induzidos por ventos, flutuação e movimentação causada por correntes de maré.
· Forças de escala intermediária, resultado da formação de zonas de convergência, frentes e ressurgência.
· Forças de pequena escala, tendo sua importância na formação de camadas com integração dos fatores físicos, químicos e biológicos em sistemas costeiros estratificados. Isto produz um ambiente potencialmente favorável a organismos com capacidade de mobilidade que podem manter suas posições nestas camadas.
CONSEQUÊNCIAS FANS
O grande número de microalgas na água e outras substâncias produzidas por elas podem obstruir brânquias de peixes ou sistemas de filtração de invertebrados, prejudicando a respiração e alimentação. Há casos em que a FAN é densa o bastante para sombrear corais e a vegetação submersa. Outro impacto ao ambiente ocorre quando o fitoplâncton é decomposto por bactérias por meio de um processo que consome oxigênio. Por isso, ao final das florações, a quantidade de oxigênio na água pode diminuir a ponto de causar mortandade em massa de peixes e invertebrados por asfixia
Algumas poucas espécies causadoras de FANs naturalmente produzem venenos (ficotoxinas) capazes de matar outros organismos. Os animais que se alimentam filtrando a matéria orgânica e pequenos seres suspensos no meio aquático são os mais propensos a se contaminar, pois consomem diretamente o fitoplâncton ou as próprias toxinas liberadas na água. As toxinas podem se acumular sucessivamente no corpo de cada animal que se alimenta de outro contaminado, potencializando seu efeito a cada nível da cadeia alimentar e alcançando aves e mamíferos em concentrações muito altas. As toxinas podem continuar ativas nos organismos mais resistentes a elas, mesmo após o final da floração, prolongando por longos períodos o risco de intoxicação, que pode acometer as pessoas que ingerirem alimentos, como peixes e mariscos, provenientes de locais onde há ou houve FANs.
As FANs estão associadas a conhecidos e diversos eventos de mortalidade de peixes e intoxicações que atingem diretamente os seres humanos.
Dois grupos distintos podem ser reconhecidos dentro das FANs:
· Espécies produtoras de toxinas que podem contaminar os consumidores primários, secundários e até predadores de topo através do processo de bioacumulação.
· Espécies produtoras de biomassa, que podem levar à hipoxia e anoxia e, consequentemente, a grandes taxas de mortalidade após as densas concentrações terem se desenvolvido, tendo produzido ou não toxinas. FICOTOXINAS
As toxinas produzidas pelo fitoplâncton podem ser levadas para o ar pelos respingos das ondas e ação do vento, causando ardor e secura nos olhos, tosse, irritações na pele e dificuldade de respirar, sintomas não perigosos e que desaparecem em poucos dias.
Eventualmente, essas FANs fluem pelos rios até o mar, onde contaminam a cadeia alimentar, podendo afetar pessoas que se banham em regiões próximas a rios ou que se alimentam de frutos do mar oriundos destes locais. Para evitar a intoxicação, não entre nem se aproxime do mar quando notar muita espuma ou grandes manchas de coloração atípica na água. Além disso, como os frutos do mar contaminados não apresentam alteração de aparência, gosto ou odor, simplesmente não devem ser consumidos se originados de regiões recentemente acometidas por FANs. Ações como congelar ou cozinhar os alimentos, tratá-los com vinagre, salmoura, água sanitária, bicarbonato ou outro produto doméstico são inúteis porque não inativam as toxinas. Siga as orientações das autoridades sanitárias, que proibirão a comercialização de produtos de origem marinha e fecharão áreas de recreação para banhistas e praticantes de esportes náuticos.
SÍNDROME DA AMNÉSIA OU ENVENENAMENTO AMNÉSICO POR MOLUSCOS (AMNESIC SHELLFISH POISONING – ASP) -causada por algumas diatomáceas (Amphora, Nitzschia e
Pseudo-nitzschia). Os sintomas são náuseas, vômitos, dores de cabeça, desorientação mental e perda de memória. Eventualmente pode causar a morte. 
SÍNDROME NEUROTÓXICA OU ENVENENAMENTO NEUROLÓGICOPOR MOLUSCOS (NEUROTOXIC SHELLFISH POISONING – NSP)
SÍNDROME DA PARALISIA OU ENVENENAMENTO PARALIZANTE POR MOLUSCOS (PARALYTIC SHELLFISH POISONING – PSP) - provocada por dinoflagelados (Alexandrium, Gymnodinium, Pyrodinium, Gonyaulax), causa sensação de formigamento e perda de sensibilidade nos lábios, na língua e nas pontas dos dedos. Dependendo da concentração da toxina, o quadro clínico pode evoluir para dormência nos braços, pescoço e pernas, tonturas, sonolência, debilidade muscular, incoerência na fala e dificuldade para respirar. Os casos extremos resultam em morte em até um dia por insuficiência respiratória.
SÍNDROME DA DIARRÉIA OU ENVENENAMENTO DIARRÉICO POR MOLUSCOS (DIARRHETIC SHELLFISH POISONING – DSP) - causada por toxinas produzidas por outros dinoflagelados (Dinophysis e Prorocentrum), provoca diarreia intensa, enjoos, vômitos, espasmos e dores abdominais, além de calafrios, febre e dores de cabeça. Não há registros de morte e os pacientes se recuperam em cerca de três a quatro dias.
CIGUATERA (CIGUATERA FISH POISONING – CFP) – ciguatoxinas (10.000 a 50.000 casos/ano)
Há pelo menos outras 3 síndromes causadas por FANs, embora inexistentes ou incomuns no Brasil: síndromes de Ciguatera (CFP) e Neurotóxica (NSP), e o Envenenamento Azaspirácido (AZP).
Moluscos filtradores (mexilhões, ostras, vieiras, berbigões) não aparentam ser susceptíveis à ação das toxinas, mas as acumulam nos seus corpos, tornando-se os principais vetores destas doenças em humanos que deles se alimentam ― com exceção da síndrome de Ciguatera, transmitida por peixes recifais. Outros moluscos (lulas, polvos, caramujos), crustáceos (camarões, caranguejos, lagostas) e peixes diversos podem provocar envenenamento se consumidos contaminados. A intensidade de cada síndrome é influenciada pela quantidade ingerida de toxina que, por sua vez, depende da abrangência e duração da FAN e do nível de contaminação e quantidade de frutos do mar consumidos. Os sintomas podem aparecer desde alguns minutos até 24 horas após a ingestão. Deve-se procurar imediatamente o atendimento de profissionais da saúde. Como ainda não existem antídotos, os tratamentos atuais envolvem lavagem gástrica e procedimentos para manutenção das funções vitais enquanto a toxina é eliminada pelo corpo.
PREVENÇÃO
É possível tanto prever as condições propícias às FANs como monitorar sua localização e intensidade. Isso é feito pela análise integrada de informações ambientais obtidas por imagens aéreas e de satélites e por boias oceanográficas, coletas e exame em laboratório da água do mar, e determinação da concentração de ficotoxinas em mariscos e peixes. Mesmo após o final de uma FAN, durante o período de depuração das toxinas, que pode levar meses, a inspeção dos estoques de frutos do mar e avisos de alerta à população devem ser mantidos.
Monitoramento também pode ser feito por: Sensores remotos, modelos matemáticos, e marcadores moleculares. 
Áreas costeiras de águas quentes, próximas a regiões portuárias com aporte de nutrientes, por conta da desembocadura de rios e lançamento de efluentes líquidos não tratados de indústrias e esgotos sanitários, são mais propensas à ocorrência de florações. Principalmente nestes locais devem vigorar os programas de monitoramento ambiental e prevenção da população à intoxicação e, no caso de contaminação, primeiros socorros e tratamentos adequados. As políticas públicas que norteiam estas ações devem também guiar medidas para extinguir o despejo de esgoto não tratado no ambiente. A população tem também papel importante ao exigir do poder público o tratamento adequado de efluentes e responsabilizar-se pela ligação do esgoto de suas residências.
1 - Quais são os fatores que podem causar flutuações nas populações de algas? 
Os fatores que influenciam nas flutuações são as variações sazonais nos nutrientes, na luz e na temperatura. As flutuações têm aumentado muito ultimamente devido ao aumento da concentração de matéria orgânica, desejada nas águas oriunda de esgotos domésticos e industriais, como também de fertilizantes e agrotóxicos utilizados na agricultura. 
2 - Nem todas as FANs produzem substâncias tóxicas. Descreva as duas principais formas de ocorrência das FANs. 
A primeira corresponde a espécies produtoras de toxinas que podem contaminar os consumidores primários, secundários e até predadores de topo através do processo de bioacumulação. Já a segunda corresponde a espécies produtoras de biomassa, que podem levar à hipoxia e anoxia e, consequentemente, a grandes taxas de mortalidade após as densas concentrações terem se desenvolvido, tendo produzido ou não toxinas.
3 - Quais são os principais grupos de algas apontadas como produtoras de FANs tóxicas? 
Dinophyceae (dinoflagelados), Cyanophyceae (algas azuis), Bacillariophyceae (diatomáceas) e Raphydophyceae (rafidofíceas) a divisão Prymnesiophyta
4 - Cite o agente causador e os sintomas da: 
a) Síndrome paralisante (PSP): 
Agente causador: provocada por dinoflagelados (Alexandrium, Gymnodinium, Pyrodinium, Gonyaulax).
Sintomas: causa sensação de formigamento e perda de sensibilidade nos lábios, na língua e nas pontas dos dedos. Dependendo da concentração da toxina, o quadro clínico pode evoluir para dormência nos braços, pescoço e pernas, tonturas, sonolência, debilidade muscular, incoerência na fala e dificuldade para respirar. Os casos extremos resultam em morte em até um dia por insuficiência respiratória.
b) Síndrome diarréica (DSP) 
Agente causador: toxinas produzidas por outros dinoflagelados (Dinophysis e Prorocentrum)
Sintomas: provoca diarreia intensa, enjoos, vômitos, espasmos e dores abdominais, além de calafrios, febre e dores de cabeça. Não há registros de morte e os pacientes se recuperam em cerca de três a quatro dias.
c) Síndrome de amnésia (ASP): 
Agente causador: por algumas diatomáceas (Amphora, Nitzschia e Pseudo-nitzschia). 
Sintomas: náuseas, vômitos, dores de cabeça, desorientação mental e perda de memória. Eventualmente pode causar a morte.
5 – Qual é o papel dos moluscos nas síndromes mencionadas acima? 
Moluscos filtradores (mexilhões, ostras, vieiras, berbigões) não aparentam ser susceptíveis à ação das toxinas, mas as acumulam nos seus corpos, tornando-se os principais vetores destas doenças em humanos que deles se alimentam, com exceção da síndrome de Ciguatera, transmitida por peixes recifais. Outros moluscos (lulas, polvos, caramujos), crustáceos e peixes diversos podem provocar envenenamento se consumidos contaminados.
6 – Pequise sobre a síndrome de Ciguatera (CFP) provocada pelo dinoflagelado Gambierdiscus toxicus.
A Ciguatera é uma forma de intoxicação alimentar causada pelo consumo de peixes, mariscos e outros organismos marinhos que tenham bioacumulado a ciguatoxina na sua biomassa. A fonte mais comum de ciguatoxina é a espécie Gambierdiscus toxicus, um dinoflagelado capaz de produzir grandes quantidades daquela toxina e de compostos similares. Este problema aparece esporadicamente em regiões subtropicais e tropicais, ao redor do mundo. Os sintomas incluem perturbações gastrointestinais, cardiovasculares ou neurológicos. As perturbações raramente são fatais, mas podem persistir ou recidivar ao longo de largos períodos.
As toxinas produzidas por FANs, que não são poucas, tem como exemplos as:
· brevetoxinas, que causam envenenamento neurotóxico por moluscos (NSP);
· saxitoxinas, que causam envenamento com paralisia por moluscos (PSP); 
· ácido okadaico, que causa envenamento diarrético por moluscos (DSP); 
· ácido domoico, causador de amnésia por envenamento também por moluscos (ASP);
· toxina ciguatera, que causa o envenenamento ciguatera por peixes (CFP).
CARACTERÍSTICAS
· Parede celular: quitina; 
· Substância de reversa: glicogênio;
· Nutrição: absorção
· Organismos eucariontes e heterotróficos (aclorofilados), (alimentam-se por absorção).
· Uni e pluricelulares.
· Hábito parasitário ou saprofítico.
· Não possuem tecidos verdadeiros diferenciados.
· Maioria aeróbios.
· Ph ótimo – entre 5 e 6. Faixa: pH de 2 a9.
· Vivem em deficiência de N.
· Podem crescer em locais com pouca umidade.
· Reprodução sexuada (esporos) ou assexuada (conídios).
CONDIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO
-Presença de grande quantidade de carboidratos,
-Deficiência de nutrientes,
-Temperatura ideal: entre 20 a 30°C e
- Não são habitantes frequentes nos sistemas de lodos ativados
- Os fungos têm a propriedade de degradar a celulose, tolerar baixos níveis de nutrientes, crescer em pouca umidade e em ambientes ácidos.
-São adequados ao tratamento de águas residuárias industriais uma vez que se desenvolvem em pH entre 2 e 9
IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS
Decomposição da matéria orgânica
 * atividade de maior importância global
 * principais agentes de decomposição em florestas:
 - liberação de nutrientes para as plantas
Destruição de produtos
 * madeira: postes, estradas de ferro, navios, casas, etc.
 * outros materiais: tecidos, lentes, CDs
Micotoxinas
 * aflatoxinas: Aspergillus flavus e A. parasiticus
 - grãos oleaginosos
 - câncer do fígado
Antibióticos e outros medicamentos 
 * penicilina: Penicillium chrysogenum 
 * cefalosporina: Cephalosporium acremonium 
Alimentos 
 * cogumelos 
 - cultivados desde o ano 600 na China e a partir de 1650 na França
 - importante mercado em expansão 
Envenenamentos 
 * Amanita spp. 
 * Fungos de parede 
Produção de alimentos 
 * queijos 
 * salames 
 * pão 
 * cerveja
HETEROTRÓFICOS
Como ocorre a alimentação: Por meio da absorção, lança a enzima que quebra o substrato. 
HIFAS – podem ser vegetativas ou de reprodução (produção de esporos).
Quando são reprodutoras são chamadas de conidiósforos, essa reprodução é assexuada, sem gametas
Conjunto de Hifas formam um micélio
MICORRIZA
Composição dos fungos
-85 a 90% de água,
-1 a 1,5% de fósforo,
-Necessidades nutricionais: C, O, H, N, P, K, Mg, S, B, Mn, Cu, Mo, Fe e Zn,
-Matéria seca: 95% de compostos orgânicos
-40 a 50% de carbono
-2 a 7% de nitrogênio
-20 a 25% de proteína
MAS QUAIS ESPÉCIES DE FUNGOS PODEM SER ENCONTRADAS NOS SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS?
Penicillum, Geotrichum, Cladosporium, Fusarium, Cephalosporium
Deuteromicetos, Anamórficos ou fungos imperfeitos. Assim são classificados os fungos que estão nos lodos ativados. 
-Podem ser encontrados em todos os ambientes, no solo, na água doce ou salgada, no ar.
-Principalmente microscópicos.
-Com padrão celular filamentoso bem desenvolvido.
-Constituídos por hifas ramificadas e septadas.
-Reprodução assexuada: conídios (divisão mitótica).
-A atividade decompositora desses fungos no solo é de grande importância para os processos de reciclagem de nutrientes e fertilização de solos.
Quais as implicações do excesso de fungos filamentosos nos lodos ativados?
Quando em excesso provocam o “bulking filamentoso”, dificultando a sedimentação dos flocos, deteriorando a qualidade do efluente clarificado
Associado ao pH baixo e águas residuárias industriais com alto teor de açúcares
Muito carboidrato, baixo nutrientes e ácido – ótimo 
Unidade 7
LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO 
Técnica mais simples de tratamento de esgotos.
· As principais vantagens de um sistema de lagoas são a facilidade de construção, operação, manutenção e custos reduzidos, além da sua satisfatória resistência a variações de carga orgânica;
· Uma grande desvantagem é a necessidade de grandes áreas para sua construção;
· A forma de degradação da matéria orgânica é mediada por microrganismos;
· A eficiência está intrinsecamente relacionada ao clima;
· Devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiação solar.
Dependendo da área disponível, topografia do terreno e grau de eficiência desejado, podem ser empregados os seguintes tipos de sistemas de lagoas de estabilização:
Lagoas facultativas
Sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas (Sistema Australiano)
Lagoas aeradas facultativas
Sistema de lagoas aeradas de mistura completa seguida por lagoas de decantação
Lagoa de maturação.
LAGOAS FACULTATIVAS. 
O processo de tratamento por lagoas facultativas é muito simples e constitui-se unicamente por processos naturais. O seu processo ocorre através da retenção dos esgotos por um período de tempo suficiente para que os processos de estabilização da matéria orgânica se desenvolvam. As lagoas anaeróbias apresentam reações lentas, e por isto, necessitam de um tempo longo de detenção para que as reações ocorram. Como consequência, as lagoas anaeróbias requerem grandes áreas para suas construções. Para uma boa operação da planta, é de extrema importância monitorar alguns parâmetros fundamentais, como: temperatura e pH, pois a atividade biológica está relacionada diretamente com estes fatores. A principal característica de uma lagoa facultativa é a presença de três zonas, denominadas:
zona anaeróbia: matéria orgânica em suspensão (DBO particulada) tende a sedimentar, constituindo um lodo no fundo da lagoa. Este lodo sofre processo de decomposição, sendo convertido lentamente em gás carbônico, água, metano e outros.
zona aeróbia: A matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) não se sedimenta, permanecendo dispersa no meio liquido, próxima a superfície. Nesta zona, a matéria orgânica é oxidada por meio da respiração aeróbia, e, portanto, a necessidade de oxigênio, o qual é suprido ao meio pela fotossíntese realizadas pelas algas
zona facultativa: há presença de bactérias anaeróbias e aeróbias responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. Na ausência de oxigênio livre, são utilizados outros receptores de elétrons, como nitratos (condições anóxicas) e sulfatos (condições anaeróbias). Nesta zona pode ocorrer presença ou ausência de oxigênio.
Na zona aeróbia há um equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e gás carbônico. Enquanto as bactérias produzem gás carbônico e consomem oxigênio através da respiração, as algas produzem oxigênio e consomem gás carbônico na realização da fotossíntese. As reações são praticamente as mesmas com direções opostas:
Fotossíntese:
CO2+ H2O + Energia Solar ==> Matéria Orgânica + O2
Respiração:
Matéria Orgânica + O2 ==> CO2+ H2O +Energia
A medida que se afasta da superfície da lagoa a concentração de oxigênio diminui devido a menor ocorrência da fotossíntese. Também durante a noite não há realização de fotossíntese, enquanto que a respiração continua ocorrendo. Esta zona, onde pode ocorrer ausência ou presença de oxigênio é denominada zona facultativa. 
Desta forma, a eficiência desse tipo de sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes áreas para que a exposição à luz solar seja adequada, podendo a chegar a valores de 70 a 90 % de remoção de DBO. Como a atividade fundamental do processo consiste no desenvolvimento das algas e estas da presença de luz, as profundidades das lagoas restringem-se a valores variáveis entre 1,5e 2,0 m, porém, com volumes elevados, de forma a permitir a manutenção de grandes períodos de detenção, em geral de 15 a 20 dias.
· As lagoas facultativas dependem da fotossíntese para a produção de oxigênio.
· A eficiência desse tipo de sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes áreas para que a exposição à luz solar seja adequada, podendo a chegar a valores de 70 a 90 % de remoção de DBO. 
· Como a atividade fundamental do processo consiste no desenvolvimento das algas e estas da presença de luz, as profundidades das lagoas restringem-se a valores variáveis entre 1,5 e 2,0 m. 
· A remoção de lodo ocorre em períodos da ordem de 20 anos.
A disponibilidade de nutrientes e da ENERGIA LUMINOSA da radiação solar possibilita a produção FOTOSSINTÉTICA DE ALGAS, e consequentemente, a PRODUÇÃO DO OXIGÊNIO necessário AOS ORGANISMOS AERÓBIOS dispersos no meio líquido e DECOMPOSITORES da matéria orgânica solúvel e finamente particulada.
Podem ser divididas em diversas variantes, como: 
· Lagoa aerada;
· Lagoa anaeróbia;· Lagoa de maturação ou de polimento
A principal diferença entre a lagoa facultativa convencional e a lagoa aerada é que o oxigênio, ao invés de ser produzido por fotossíntese pelas algas, é fornecido por aeradores mecânicos aeradores.
LAGOA AERADA FACULTATIVA
A principal diferença entre este tipo de sistema e uma lagoa facultativa convencional é que o oxigênio, ao invés de ser produzido por fotossíntese realizada pelas algas, é fornecido por aeradores mecânicos. Estes constituem-se de equipamentos providos de turbinas rotativas de eixo vertical que causam um grande turbilhonamento na água através de rotação em grande velocidade. O turbilhonamento da água facilita a penetração e dissolução do oxigênio. Tendo em vista a maior introdução de oxigênio na massa líquida do que é possível numa lagoa facultativa convencional, há uma redução significativa no volume necessário para esse tipo de sistema, sendo suficiente um tempo de detenção hidráulica variando entre 5 a 10 dias, e como consequência, o requesito de área é menor. O grau de energia introduzido na lagoa através dos aeradores é suficiente apenas para a obtenção de oxigênio, porém não é suficiente para a manutenção dos sólidos em suspensão e bactérias dispersos na massa líquida. Portanto ocorre sedimentação da matéria orgânica formando o lodo de fundo que será estabilizado anaerobiamente como em uma lagoa facultativa convencional.
A lagoa aerada pode ser utilizada quando se deseja um sistema predominantemente aeróbio e a disponibilidade de área é insuficiente para a instalação de uma lagoa facultativa convencional. Devido a introdução de equipamentos eletromecânicos a complexidade e manutenção operacional do sistema é aumentada, além da necessidade de consumo de energia elétrica. A lagoa aerada pode também ser uma solução para lagoas facultativas que operam de forma saturada e não possuem área suficiente para sua expansão.
SISTEMAS DE LAGOAS AERADAS DE MISTURA COMPLETA SEGUIDAS PORLAGOAS DE DECANTAÇÃO
O grau de energia introduzido é suficiente para garantir a oxigenação da lagoa e manter os sólidos em suspensão e a biomassa dispersos na massa líquida. Devido a isto, o efluente que sai de uma lagoa aerada de mistura completa, possui uma grande quantidade de sólidos suspensos e não é adequado para ser lançado diretamente no corpo receptor. Para que ocorra a sedimentação e estabilização destes sólidos é necessária a inclusão de unidade de tratamento complementar, que neste caso, são as lagoas de decantação. O tempo de detenção nas lagoas aeradas é da ordem de 2 a 4 dias e nas lagoas de decantação da ordem de 2 dias. O acumulo de lodo nas lagoas de decantação é baixo e sua remoção geralmente é feita com intervalos de 1 a 5 anos. Este sistema ocupa uma menor área que outros sistemas compostos por lagoas. Os requisitos energéticos são maiores que os exigidos por outros sistemas compostos por lagoas. 
LAGOA ANAERÓBIA
· Caracterizada por utilizar uma área pequena, se comparada à lagoa facultativa, e por todo processo de digestão de matéria orgânica ocorrer em ambiente anaeróbio, ou seja, na ausência de oxigênio. 
· Esse estado é alcançado devido ao consumo de oxigênio ter taxa superior ao de produção dentro da lagoa. 
· É mais profunda do que a lagoa facultativa, na ordem de 3 a 5 metros. 
· A profundidade da lagoa é que garante a ausência de fotossíntese, impedindo que a luz solar adentre completamente na lagoa. 
· Carga de matéria orgânica alta.
A eficiência da remoção de DBO pode chegar aos 70%, sendo necessária uma segunda unidade para completar o tratamento, sendo geralmente uma lagoa facultativa. 
Esse arranjo formado por lagoa anaeróbia e facultativa é chamado de SISTEMA AUSTRALIANO.
Exemplo de Sistema australiano de lagoas
Este sistema de tratamento de esgoto constituído por lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas, também conhecido como sistema australiano. Para garantir as condições de anaerobiose é lançado uma grande quantidade de efluente por unidade de volume da lagoa. Com isto o consumo de oxigênio será superior ao reposto pelas camadas superficiais. Como a superfície da lagoa é pequena comparada com sua profundidade, o oxigênio produzido pelas algas e o proveniente da reaeração atmosférica são considerados desprezíveis. No processo anaeróbioa decomposição da matéria orgânica gera subprodutos de alto poder energético (biogás) e, desta forma, a disponibilidade de energia para a reprodução e metabolismo das bactérias é menor que no processo aeróbio.
A eficiência de remoção de DBO por uma lagoa anaeróbia é da ordem de 50% a 60%. Como a DBO efluente é ainda elevada, existe a necessidade de uma outra unidade de tratamento. Neste caso esta unidade constitui-se de uma lagoa facultativa, porém esta necessitará de uma área menor devido ao pré-tratamento do esgoto na lagoa anaeróbia. O sistema lagoa anaeróbia + lagoa facultativa representa uma economia de cerca de 1/3 da área ocupada por uma lagoa facultativa trabalhando como unidade única para tratar a mesma quantidade de esgoto. Devido a presença da lagoa anaeróbia, maus odores, provenientes da liberação de gás sulfídrico, podem ocorrer como consequência de problemas operacionais. Por este motivo este sistema deve ser localizado em área safastadas, longe de bairros residenciais. 
LAGOAS de maturação ou de polimento
Objetivam principalmente a desinfecção do efluente das lagoas de estabilização. Por cloração.
· Apresentam profundidades da ordem de 1,0 m, a qual permite a eficaz ação dos raios ultravioletas sobre os organismos presentes em toda a coluna d´água.
· Tem como objetivo a remoção de patogênicos ao contrário das demais citadas que são destinadas a remoção de matéria orgânica.
Tratamento anaeróbio de esgoto
Atualmente, existem no Brasil dois tipos principais de reatores anaeróbios: 
RAFA - Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente 
UASB - Reator Anaeróbio de Manta de Lodo e Fluxo Ascendente. 
A diferença básica entre os dois é a maior capacidade do UASB em coletar biogás, que pode ser utilizado para produção de energia.
UASB
· Tecnologia de tratamento biológico de esgotos baseada na decomposição anaeróbia da matéria orgânica. 
· Início no Brasil nos anos 80 (idealizado na década de 60).
· São mais compactos e baratos do que os meios aeróbios convencionais além de que exigem áreas menores para seu funcionamento.
Processo de funcionamento dos Reatores UASB 
É uma combinação de processos físicos e biológicos, que basicamente requer o contato da biomassa com o substrato em um meio anaeróbico, onde as bactérias presentes na biomassa realizam o processo de digestão.
Sua principal característica no processo físico é a separação dos sólidos e dos gases do líquido, e no processo biológico, é a degradação da matéria orgânica decomponível em condições anaeróbias.
Vantagens e desvantagens dos reatores UASB
1 – Cite duas características que diferenciam lagoas facultativas e reatores UASB. 
As lagoas facultativas, são compostas por três zonas: zona aeróbica, zona anaeróbica e zona facultativa, já os reatores UASB são anaeróbios de fluxo ascendente de alta eficiência. O processo de tratamento por lagoas facultativas é muito mais simples e constitui-se unicamente por processos naturais, já os reatores UASB são uma combinação de processos físicos e biológicos, que basicamente requer o contato da biomassa com o substrato em um meio anaeróbico, onde as bactérias presentes na biomassa realizam o processo de digestão.
2 – De onde provém o oxigênio para os microrganismos em uma lagoa facultativa? 
É fornecido por trocas gasosas da superfície líquida com a atmosfera e pela fotossíntese realizada pelas algas presentes, fundamentais ao processo. Para isso há necessidade de suficiente iluminação solar, portanto, estas lagoas devem ser implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiação solar.
3 – Porque uma lagoa aerada facultativa pode ter uma área menor do que uma lagoa facultativa convencional? 
Lagoas aeradas facultativas, constituem-se de equipamentos providos de turbinas rotativas

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