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O colesterol é um composto essencial para a vida, estando presente nos tecidos de todos os animais. É obtido por meio de síntese celular (colesterol endógeno - 70%) e da dieta (colesterol exógeno - 30%). O excesso dele no sangue geralmente resulta dos péssimos hábitos alimentares que nos levam a grande ingestão de colesterol e gorduras saturadas (geralmente de origem animal). O colesterol endógeno é sintetizado principalmente no fígado. Além de fazer parte da estrutura das membranas celulares, é também um precursor para a biossíntese de vários hormônios e da vitamina D. Composto de 27 átomos de carbono, sendo todos fornecidos por um único precursor: o acetato. 1. FORMAÇÃO DE ÉSTERES DE COLESTEROL 2. SÍNTESE DE SAIS BILIARES 2.1. DESTINO DOS SAIS BILIARES METABOLISMO DOS QUILOMICRONS METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS DE MUITO BAIXA DENSIDADE (VLDL) METABOLISMO DA LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE (LDL) METABOLISMO DA LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE (HDL) REGULAÇÃO DA BIOSSÍNTESE DE COLESTEROL A etapa limitante na via para a síntese de colesterol é a catalisada pela enzima HMG CoA redutase. Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas. Podem ser: 1. Primárias (genéticas): hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e redução isolada do HDL-colesterol. 2. Secundárias: Quando a dislipidemia é resultado de ações medicamentosas ou conseqüência de alguma doença de base. Exemplo: diabetes mellitus, obesidade 1. HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR DEFINIÇÃO É UMA DESORDEM AUTOSSÔMICA DOMINANTE CARACTERIZADA POR DEFEITOS NO RECEPTOR DE LDL, RESULTANDO EM UMA ELEVADA CONCENTRAÇÃO DE COLESTEROL ASSOCIADO AO LDL. LDL Aterosclerose Doenças coronarianas INDIVÍDUOS LIBANESES (FAMILIARES AFETADOS) Deveriam ser segregados em três grupos com base nas concentrações de colesterol plasmático: 1. Homozigoto: níveis de colesterol 4x maior do que o normal. 2. Heterozigoto: níveis de colesterol 2x maior do que o normal. 3. Indivíduos não afetados. 2. HIPERTRIGLICERIDEMIA Elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL), que reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG como VLDL e quilomícrons. Aumento da viscosidade do sangue alteração dos vasos de irrigação do pâncreas ativação das enzimas pancreáticas PANCREATITE AGUDA MATA em 24 horas se não tratada 3. HIPERLIPIDEMIA MISTA Hipercolesterolemia associada a hipertrigliceridemia, ambas com valores entre 250 e 500 mg/dl. 4. REDUÇÃO ISOLADA DE HDL 4.1 Deficiência de LCAT Não há esterificação do colesterol pela enzima lecitina- colesterol aciltransferase (LCAT). Os níveis de colesterol livre no plasma podem variar, mas as concentrações de colesterol esterificado são extremamente baixos. 4.2 Doença de Tangier Baixos níveis de HDL ocasionando acúmulo intracelular de colesterol nos tecidos periféricos. DOENÇA DE TANGIER A APRESENTAÇÃO CLÍNICA PODE TER PARTICULARIDADES QUE PODEM SUGERIR DISLIPIDEMIA TIPO FAMILIAR: Eventos coronarianos em pessoas jovens da mesma família; Pancreatites recorrentes ou crises freqüentes de dor abdominal inexplicável devem levantar a suspeita de hipertrigliceridemia familiar; Sinais do exame físico: Xantomas (plano, tuberoso, tendinosos, eruptivos); Arco Córneo lipídico . Descreve uma desordem metabólica de múltiplas etiologias caracterizada por hiperglicemia crônica com distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídes e proteínas, como resultado do defeito na secreção de insulina ou em sua ação ou ambos. (OMS, 1999) 1. DIABETES MELLITUS A classificação do diabetes recomendada atualmente inclui tanto estágios do diabetes mellitus baseado no critério descritivo clínico bem como a classificação etiológica complementar e outras categorias de hiperglicemia, como sugerido por kuzuya e Matsuda. É um distúrbio dos sistemas reguladores do peso corporal e caracteriza-se por um acúmulo de gordura corporal. 1. Abundância de alimentos 2. Redução nos níveis de atividade física Deposição continuada de gordura DEFINIÇÃO 2. OBESIDADE DIFERENÇAS ANATÔMICAS NA DEPOSIÇÃO DE GORDURA Mulheres Cintura: quadril > 0,8 Homens Cintura: quadril > 1,0 HIPERTENSÃO RESISTÊNCIA À INSULINA DIABETES DISLIPIDEMIA DOENÇA CARDÍACA Mulheres Cintura: quadril < 0,8 Homens Cintura: quadril < 1,0 RELATIVAMENTE BENIGNO PARA A SAÚDE . COMUMENTE ENCONTRADO EM MULHERES HORMÔNIOS DO TECIDO ADIPOSO 1. LEPTINA Foi primeiro identificada como produto de um gene designado OB (obeso) em camundongos de laboratório; Os camundongos com duas cópias defeituosas (ob/ob) apresentam o comportamento e a fisiologia de animais em um estado de jejum permanente. A leptina, produzida nos adipócitos, é uma proteína pequena, que é levado pelo sangue até o cérebro, onde atua nos receptores do hipotálamo para diminuir o apetite. A leptina é produzida proporcionalmente à massa do adipócito e, desse modo, informa ao encéfalo sobre o nível dos depósitos de gordura. Figura: Ação da leptina na manutenção de reservas adequadas de gordura. Em humanos, a leptina aumenta a taxa metabólica e diminui o apetite; A leptina plasmática em humanos obesos é, geralmente normal para sua massa de gordura, sugerindo uma resistência à leptina, e não a sua deficiência. Em experiências clínicas, a injeção de leptina não apresenta o efeito significativo de redução de peso que ela apresenta em camundongos obesos (ob/ob) no laboratório. A maioria dos casos de obesidade humana envolve um ou mais fatores além da leptina. ALTERAÇÕES METABÓLICAS OBSERVADAS NA OBESIDADE OBESIDADE INTOLERÂNCIA À GLICOSE RESISTÊNCIA À INSULINA HIPERINSULINEMIA DISLIPIDEMIA HIPERTENSÃO SÍNDROME METABÓLICA Na espécie humana, a produção desregulada de colesterol pode levar a sérios problemas. Acúmulos patológicos de colesterol nas paredes dos vasos sanguíneos ATEROSCLEROSE Altos níveis de colesterol ligado nas LDL Correlação negativa com os níveis de HDL. PANORAMA NACIONAL TABAGISMO 17 a 24% da população (taxas em declínio) DIABETES MELLITUS 5 a 10% da população entre 30 e 69 anos HIPERTENSÃO 15 a 30% da população (maior cidades desenvolvidas) DISLIPIDEMIAS Cerca de 9% da população OBESIDADE IMC > 25: 27% das mulheres 38% dos homens IMC > 30: 8% Tratamento de Dislipidemias Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. JAMA 2001;285:2486-2497. LDL-C elevado Terapias de Mudanças Estilo de Vida Drogas Terapia de escolha: Estatinas Alternativa: Resina ou niacina COMPOSIÇÃO GERAL DA DIETA ÁCIDOS GRAXOS TRANS (TFA) Mais densamente empacotados que formas cis Ingestão usual: apenas 2-3% da energia total Alto consumo: LDL-C; HDL-C Margarina em barra, biscoitos recheados, pães, massa feita com gordura hidrogenada. FÁRMACOS UTILIZADOS NO CONTROLE DAS DISLIPIDEMIAS 1. ESTATINAS 1.1 MECANISMO FARMACOLÓGICO Inibe competitivamente o primeiro passo comprometido com a síntese do colesterol, catalisado pela enzimaHMG CoA redutase. Inibe a síntese endógena do colesterol Há estímulo à formação de LDL- receptores na membrana da célula. A presença de maior número de LDL- receptores determina maior captação das LDL em circulação. 2. FIBRATOS Os fibratos constituem um grupo de drogas derivadas do ácido fíbrico, dos quais o clofibrato foi inicialmente utilizado a partir de 1962. Apesar de largamente usados, o mecanismo de ação dos fibratos é complexo e ainda não completamente esclarecido. 2.1. MECANISMO FARMACOLÓGICO Menor fluxo de ácidos graxos livres para o fígado; Menor síntese hepática de VLDL; Estímulo à atividade da lipase lipoprotéica; Aumento da excreção biliar de colesterol hepático. PRODUÇÃO DEPURAÇÃO de triglicerídeos (VLDL) circulantes. 3. ÁCIDO NICOTÍNICO 3.1. MECANISMO FARMACOLÓGICO Inibe a atividade das lipases hormônio-sensíveis, diminuindo a liberação de ácidos graxos livres para o fígado e a síntese de VLDL; Estimula a síntese e secreção de HDL e de apo A1, o que contribui para o aumento dos valores de HDL-colesterol. 4. EZETIMIBE 4.1. MECANISMO FARMACOLÓGICO Inibe a absorção do colesterol tanto biliar quanto o proveniente da dieta, por ação direta sobre a borda em escova do enterócito. Não afeta a absorção de triglicérides ou de vitaminas lipo- solúveis.