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TESTE DO PEZINHO Nomes: Carolina Dornelles, Louise Sinigaglia, Manuela Sposito, Otavio Dallapicola, Patrícia Pires e Rodolfo Ruffatto. O que é o teste do pezinho? É um exame obrigatório para todos os recém-nascidos. Realizado entre o 3° e 5° dia de vida do bebê. Detecta diversas doenças precocemente. Teste é gratuito pelo SUS em todo teritório nacional. História do teste do pezinho Surgiu em São Paulo na década de 70. No início o teste visava o diagnóstico da fenilcetonúria exclusivamente. Na década de 80 foi incluso o teste para a detecção de hipotireoidismo congênito. Nos anos 90 se tornou obrigatório em todo território nacional. Em 2001 foi implantado o programa nacional de triagem embasado na portaria n°822. Portaria n°822 Prevê que todos os estados tenham ao menos um posto de referência e vários centros de coletas de sangue para análise. Programa nacional de triagem neonatal Monitorar e diagnosticar doenças metabólicas, patologias hematológicas, infecciosas e genéticas. População alvo são crianças de 0 a 30 dias. Atingiu no ano de 2014 mais de 84% de cobertura dos nascidos vivos brasileiros na rede pública. Privilegia os princípios da universalidade, equidade, integralidade, preservação da autonomia e igualdade da atenção à saúde. O que o teste detecta? Ele pode detectar seis doenças: Hipotireoidismo congênito; Fenilcetonuria; Anemia falciforme; Deficiência de biotinidase; Fibrose cística; Hiperplasia adrenal congênita. O teste do pezinho é dividido em fases de acordo com as doenças detectadas: Fase I:confirmação da fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito; Fase II: diagnóstico de fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias; Fase III: detecção de fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias. Fase IV: abrange todas as fases incluindo hiperplasia adrenal congênita e deficiência da biotinidase. Notáveis avanços na saúde infantil no brasil com redução da mortalidade. Redução de 77% na mortalidade infantil, passando de 62 óbitos em 1990 a 14 óbitos em 2012 para cada 1000 nascidos vivos. As doenças são detectadas precocemente antes que afetem o desenvolvimento da criança. PROCEDIMENTO CADASTRO PROCEDIMENTO: Material: luva, lanceta estéril, recipiente com álcool a 70%, algodão e papel filtro. correta FENILCETONÚRIA DOENÇA AUTOSSOMICA RECESSIVA = deficiência na enzima fenilalanina hidroxilase. Fenilalanina tirosina TESTE DO PEZINHO: CONFIRMA DIAGNÓSTICO. Produção imprópria do hormônio da tireóide Decorrente de diversas causas : Disgenesia tiroidiana Deficiência do TSH Distúrbios hipotálamohipofisário Deficiência de iodo Primária Secundária Terciária HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Realização do exame: entre o 5º e o 7º dia de vida = HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Diagnóstico: dosagem de T4 e TSH ESTABILIZAÇÃO HORMONAL HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Imaturidade cerebral deficiência física e atraso mental Via transplacentária Tratamento: Levotiroxina (L-T4) Início do tratamento: até 14 dias de idade após 30 dias de idade ANEMIA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS Anemia Falciforme Talassemia x Anemias Herança genética - autossômicas recessivas = Aconselhamento genético ANEMIA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS Anemia Falciforme Hemoglobinas: 2 cadeias α e 2 cadeias β Mais comum: Hemoglobina A (HbAA) Hemoglobina variante: Hemoglobina S Talassemia Doença homozigótica HbAA - Pessoa sadia HbSS- Doença Falciforme HbAS- Traço Falciforme x Anemia Falciforme Deformidade na estrutura Modificação presente na hemoglobina S , devido a falta de oxigênio Formato de foice Talassemia Deformidade na produção de cadeias polipeptídicas Erros nas proporções alfa e beta das globinas Redução do número de glóbulos vermelhos x ANEMIA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS 17 Anemia Falciforme Algias Crises vaso-oclusivas Síndrome torácica aguda Acidente vascular cerebral (AVC) Alterações esplênicas Úlceras de perna Manifestações osteoarticulares, hepatobiliares e oculares Síndrome renal Complicações cardiovasculares Infecções Talassemia Algias Cansaço Dispneia Fraqueza Tonturas Cefaléia Icterícia Alterações esplênicas Alterações ósseas x ANEMIA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS ANEMIA FALCIFORME E OUTRAS HEMOGLOBINOPATIAS Anemia Falciforme Paliativo- iniciado antes dos 4 meses de idade Programa de atenção integral Talassemia Doses de desferoxamina (DFO) subcutânea. Transfusões sanguíneas Transplante de medula óssea x Tratamento Orientar a família e o doente a descobrir rapidamente os sinais de gravidade da doença, a tratar adequadamente as crises e a praticar medidas para sua prevenção. FIBROSE CÍSTICA (FC) OU MUCOVISCIDOSE Aumento da viscosidade e da consistência das secreções das mucosas obstrução dos ductos das glândulas exócrinas Padrão de herança autossômico recessivo; alelo do cromossomo 7, lócus 7q32. Prognóstico: índices de 75% de sobrevida até o final da adolescência e de 50% até a 3ª década de vida. ALTERAÇÕES CLÍNICAS Esteatorreia; Dificuldade de ganho de peso; Problemas respiratórios; Perda de sal pelo suor; Dor abdominal recorrente; Icterícia prolongada; Edema hipoproteinêmico; Pancreatite recorrente; Cirrose biliar; Acrodermatite enteropática; Retardo no desenvolvimento somático. 21 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO RN Muitos nascem sem repercussão clínica. 5% a 10% nascem com obstrução intestinal por mecônio DIAGNÓSTICO Análise dos níveis de tripsina imunorreativa (IRT); “Teste do Suor”. TRATAMENTO Acompanhamento médico regular; Suporte dietético; Utilização de enzimas pancreáticas; Suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K); Fisioterapia respiratória; ATB de amplo espectro (se infecção bacteriana); Imunização antipneumocócica e anti-hemófilos em crianças; Intervenção profilática aconselhamento genético. HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA (HAC) Autossômica recessiva Deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais No Brasil 21-hidroxilase (mais comum), 17-alfa-hidroxilase e 11-beta-hidroxilase (muito rara) ALTERAÇÕES CLÍNICAS Variam conforme a enzima envolvida e o grau de deficiência enzimática. Na deficiência da 21-hidroxilase- três apresentações básicas: Forma clássica perdedora de sal Forma clássica não perdedora de sal Forma não clássica FORMA CLÁSSICA PERDEDORA DE SAL 70%-75% das clássicas Em RN femininos virilização da genitália externa Em RN masculinos diferenciação normal da genitália externa na vida IU; macrogenitossomia A deficiência mineralocorticoide se manifesta precocemente (2ª semana) Crise adrenal: depleção de volume, desidratação, hipotensão, taquicardia, vômitos, letargia, hiponatremia e hiperpotassemia FORMA CLÁSSICA NÃO PERDEDORA DE SAL (VIRILIZANTE SIMPLES) Tardia Pubarca precoce, velocidade de crescimento aumentada ou maturação óssea acelerada, Sinais de virilização Sem deficiência mineralocorticoide FORMA NÃO CLÁSSICA (DE INÍCIO TARDIO) 15 vezes mais frequente do que a forma clássica de HAC Manifestações podem aparecer na infância, adolescência ou idade adulta Hiperandrogenismo no sexo feminino No sexo masculino é oligossintomático DIAGNÓSTICO Triagem neonatal (diagnóstico presuntivo) Quantificação da 17-hidroxi-progesterona (17-OHP). TRATAMENTO Assintomáticos com HAC forma não clássica não necessitam de tratamento. Pacientes do sexo feminino com hiperandrogenismo: reposição hormonal (baixas doses de glicocorticoide), Protocolo Clínicoe Diretrizes Terapêuticas da Síndrome dos Ovários Policísticos e Hirsutismo Contínuo, ao longo da vida. DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE (DBT) Doença Metabólica Hereditária Padrão Autossômico Recessivo Defeito no Metabolismo da Biotina A biotina serve como uma coenzima essencial para 5 carboxilases. As quais fixam o bicarbonato em ácidos orgânicos, além de terem um papel crucial no metabolismo de ácidos graxos, aminoácidos e glicose. CLASSIFICAÇÃO Deficiência Profunda de Biotinidase: atividade < 10 % Deficiência Parcial de Biotinidase : entre 10 e 30% Sem Deficiência de Biotinidase: > 30% MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Distúrbio neurológicos e cutâneos: Crises epiléticas Hipotonia Microcefalia Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor Alopecia Dermatite eczematoide. Diagnóstico tardio: Distúrbios visuais Distúrbios auditivos Atraso motor Atraso de linguagem DIAGNÓSTICO Teste quantitativo da atividade de biotinidase TRATAMENTO Biotina em doses diárias O TESTE DO PEZINHO NO RIO GRANDE DO SUL É realizado, pelo SUS, no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, em Porto Alegre. O Serviço de Referência de Triagem Neonatal (SRTN) do HMIPV encontra-se na Fase 4 do Programa Nacional de Triagem Neonatal, detectando as 6 principais doenças. Números do Teste do Pezinho, de 2001 até dezembro de 2015, no Estado: 826 crianças com hipotireoidismo congênito; 156 com doença falciforme e outras hemoglobinopatias 102 com fenilcetonúria; 15 com fibrose cística; 7 com hiperplasia adrenal congênita 2 crianças com deficiência de biotinidase; Totalizando 1.102 pacientes e famílias em acompanhamento multidisciplinar Conhecimento das puérperas sobre o teste do pezinho Métodos Trata‑se de um estudo do tipo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa. Os critérios de inclusão foram: ser maior de 18 anos, puérpera, seu filho ter até 40 dias de vida. Foram investigadas 75 puérperas no período de outubro de 2014 a fevereiro de 2015. O formulário foi aplicado pela pesquisadora principal, utilizando como modelo os resultados de artigos científicos já publicados sobre esse tema. O formulário continha questões fechadas (“sim” ou “não”) e outras de múltipla escolha. Os dados resultantes foram analisados e organizados em tabelas no Microsoft Office Excel. Foi feito teste de associação, determinado o poder estatístico. Resultados Das 75 puérperas, (62,7%) gostariam de receber maiores esclarecimentos sobre o teste do pezinho: 1- Período adequado de coleta. 2- Doenças triadas. Das puérperas, (72%) não souberam citar quais são as doenças triadas pelo teste do pezinho em Minas Gerais nem sabiam que a maioria delas tem etiologia genética. O profissional de saúde que informou sobre esse teste: 1- Foi o médico em 60% dos casos. 2- Equipe de enfermagem em 40% dos casos. Período de orientação: 1- Orientada no pré‑natal em 57% dos casos. 2- Orientada na alta hospitalar em 43% dos casos. O conhecimento das mães sobre a finalidade e a importância do teste do pezinho. 1- Ensino superior (89,3%). 2-Ensino médio completo (59,6%). O poder estatístico encontrado foi 83,5%, ou seja, está adequado aos padrões usuais de determinação do tamanho amostral. Conclusão Teste do pezinho é de extrema importância , visto que: Houve uma redução na mortalidade infantil de 77% de 1990 a 2012. É um exame simples, economicamente viável e de fácil acesso. O teste garante a intervenção adequada em casos de diagnósticos positivos com tratamento e acompanhamento contínuo. Impede que os recém nascidos tenham sequelas que perdurem durante toda a vida. Reduz os gastos da saúde pública visto que é feito um diagnóstico precoce da doença. BIBLIOGRAFIA http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/triagem_neonatal_biologica_manual_tecnico.pdf https://facsaopaulo.edu.br/media/files/35/35_2728.pdf http://www.scielo.br/pdf/rpp/v35n2/0103-0582-rpp-2017-35-2-00010.pdf http://seer.unipampa.edu.br/index.php/siepe/article/view/15631 https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/3451/2836 http://www2.portoalegre.rs.gov.br/hmipv/default.php?reg=77&p_secao=16
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