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EDUARDA MENDES XXII DISTOPIAS GENITAIS - 20/04 Introdução: Problema que está fora da topografia normal/original. Prolapso dos órgãos pélvicos por falha na musculatura que sustenta essa região. ● Morbidade: ○ Afeta qualidade de vida; ■ Principalmente as pacientes de mais idade. ○ Impacto psicológico, social e financeiro; ○ 300-400 mil mulheres/ano são operadas nos EUA; ■ Com altos índices de recidivas. ● Prevalência: ○ 20% nas mulheres acima de 18 anos; ○ 30% das mulheres acima de 50 anos; ■ Aumenta com a história obstétrica e pós menopausa. ○ Perspectiva de envelhecimento da população (expectativa de vida maior) → problema de saúde pública. Anatomia da Pelve: ● Sistema de suspensão: componente estático ○ Ligamentos: colágeno, tecido fibromuscular e elastina; ■ Responsável pelo posicionamento das vísceras. ○ Fáscia endopélvica: paramétrios (complexo cardinal-uterossacros), paracolpos, fáscia pubocervical e septo retovaginal. ● Sistema de sustentação: componente dinâmico ○ Faz o anteparo dos órgãos; ○ Diafragma pélvico: m. elevador do ânus (íleococcígeo, pubococcígeo e puborretal) e m. coccígeo; ■ A contração de todos esses músculos mantém os órgãos dentro da pelve → evitando prolapsos. EDUARDA MENDES XXII ○ Diafragma urogenital ou membrana perineal: m. transverso profundo do períneo e suas fáscias. Obs.: qualquer alteração desses componentes pode causar distopia genital. → Corpo perineal: parte fibromuscular que ajuda na sustentação dos órgãos pélvicos. Quadro clínico: ● Geralmente a paciente chega no consultório reclamando que tem uma “bola na vagina”; ○ Atrelado a isto: dificuldade de manter relação, para evacuar, dor, sangramento e perda urinária associada (pela fraqueza na musculatura pélvica que interfere na evacuação e micção); ○ Às vezes a própria paciente precisa reduzir (empurrar a estrutura para dentro) para conseguir realizar as atividades do dia-a-dia. Fisiopatologia: ➔ Teorias sobre o enfraquecimento pélvico: ◆ Inadequada suspensão do conteúdo pélvico pelas fáscias e ligamentos; ◆ Disfunção (enfraquecimento) muscular e de suas fáscias; ● Principalmente pós-menopausa, pois existem músculos que têm receptores aos hormônios. ◆ Danos nos elementos e na inervação. Etiologia: ➔ Possíveis causas para POP (prolapso dos órgãos pélvicos): ◆ Estiramento das fáscias na gestação (o n° de gestações interfere - multiparidade); ● Peso no assoalho pélvico. ◆ Ruptura das fáscias e ligamentos no parto normal; ◆ Lesão do nervo pudendo no parto normal; EDUARDA MENDES XXII ◆ Diminuição do tônus muscular basal e força tensil na pós-menopausa por hipoestrogenismo (atrofia genital) → uma das principais causas; É um dos sintomas do climatério; ◆ Alteração do metabolismo do colágeno; ● Justificado em mulheres que não tem outros fatores de risco. ◆ Obesidade, DPOC (tossidora crônica), ocupação profissional, etc (fatores que aumentam a pressão do assoalho pélvico). → Comparação com uma Ponte Pênsil. Explica como está tudo interligado, não dá pra tratar só o local com problema e sim ver a pelve como um todo, pois qualquer estrutura que estiver frouxa, compromete a região como um todo. Diagnóstico: ● Inspeção vulvar; ● Exame especular; ● Toque vaginal; ● Exames complementares. ➔ Identificação dos Prolapsos: ◆ Terminologias: ● Cistocele: descida da bexiga; ● Uretrocele: abaulamento da porção proximal da uretra, normalmente relacionado com o ligamento pubouretral; ● Retocele: prolapso da porção distal do intestino; ● Enterocele: prolapso ou herniação do fundo de saco de Douglas; ● Prolapso uterino: descida de todo o útero que desce com a vagina; ● Elitrocele: prolapso de cúpula vaginal. EDUARDA MENDES XXII → Nível I: mais pra dentro/apical (enterocele e prolapso uterino). Nível II: fáscia pré-vesical/pubocervical (cistocele ou retocele - relacionado com a parede vaginal). Nível III: diafragma urogenital (deiscência perineal). EDUARDA MENDES XXII Classificação dos Prolapsos: Tem como referência o hímen. ➔ Classificação de POP-Q: ◆ Medição com uma régua específica; ◆ Pede à paciente que faça esforço para avaliar o prolapso, com exceção das estruturas que são fixas (hiato genital, corpo perineal e comprimento vaginal total). → “a” é denominação para anterior e “p” para posterior. EDUARDA MENDES XXII Tratamento: Depende sempre da classificação. ● Clínico: ○ Exercícios perineais de Kegel; ■ Fortalecimento do assoalho pélvico. ○ Cones vaginais; ■ Introdução do cone na vagina e o objetivo é que ela fique em pé com este cone de forma natural → fortalecendo a musculatura. ○ Pessários: elementos introduzidos na vagina para fixação, dão sustentação aos órgãos para que a mulher consiga viver de forma normal. ○ Cremes com estrógeno. ● Cirúrgico: ○ Nível I: ■ Manchester ou McCall; ■ Histerectomia vaginal; ● Mais realizada hoje. ■ Sacropromontofixação → padrão-ouro; ● Histerectomia subtotal; ● Menos recidivas. ■ Colpocleise; ● Fechamento da vagina → normalmente em idades mais avançadas, sem atividade sexual. ○ Nível II: ■ Colporrafia; ● Sutura na fáscia. ■ Faixas e telas: em prolapsos maiores. ○ Nível III: ■ Miorrafia dos elevadores do ânus.