Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/11/2012 1 ESCLEROSE MÚLTIPLA E ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Profa. Aline Braga Natal –RN 2012 ESTÁCIO/FATERN DISCIPLINA DE NEUROLOGIA ADULTO E INFANTIL ESCLEROSE MÚLTIPLA Doença crônica desmielinizante do SNC, geralmente incapacitante, que afeta adultos jovens (20 a 40 anos) Definida por Jean Charcot (1868) – Tríade de Charcot: tremor intencional, fala escandida e nistagmo Áreas cerebrais “endurecidas” em autópsias - “Esclerose em placas” ESCLEROSE MÚLTIPLA Varia grandemente em apresentação de um indivíduo para outro, surgindo entre os 15 e 50 anos (pico aos 30 anos) 2 milhões de pessoas no mundo/15 mil BR Incidência: mulheres 2x > homens Caracteriza-se por múltiplos sinais e sintomas e flutuações (exarcerbações/remissões) ESCLEROSE MÚLTIPLA Etiologia: Desconhecida; doença auto-imune Infecção viral (vírus herpes) Fatores genéticos (15%) Alguns estudos mais prevalente em causasianos vitamina D ESCLEROSE MÚLTIPLA Fisiopatologia: Infecção viral linfócitos e macrófagos destruição oligodendrócitos e da bainha de mielina DESMIELINIZAÇÃO Preenchimento por astrócitos fibrosos GLIOSE (placas gliais) comprometimento axonal distribuído pelo cérebro e medula ESCLEROSE MÚLTIPLA Fisiopatologia: Infecção viral linfócitos e macrófagos destruição oligodendrócitos e da bainha de mielina DESMIELINIZAÇÃO Preenchimento por astrócitos fibrosos GLIOSE (placas gliais) comprometimento axonal distribuído pelo cérebro e medula 21/11/2012 2 ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA Manifestações clínicas: Comprometimentos sensoriais: Parestesias, disestesias, hiperpatias, neuralgia do trigêmeo, sinal de Lhermite, dor neuropática Comprometimentos visuais: Neurite óptica, nistagmo, oftalmoplegia internuclear, diplopia ESCLEROSE MÚLTIPLA Manifestações clínicas: Comprometimentos motores: SNMS, fadiga, sintomas cerebelares (dismetria, dissinergia, disdiadococinesia, ataxia, tremor intencional, déficits de equilíbrio, vertigem), disartria, disfagia, fala escandida ESCLEROSE MÚLTIPLA Manifestações clínicas: Disfunção cognitiva e comportamental: Memória, atenção e concentração, aprendizado, raciocínio, planejamento; depressão, euforia ESCLEROSE MÚLTIPLA Manifestações clínicas: Disfunção vesical e intestinal: Bexiga espástica ou flácida; constipação ou incontinência intestinal; disfunções sexuais 21/11/2012 3 ESCLEROSE MÚLTIPLA Curso da doença – categorias: EM recorrente-remitente EM primária progressiva EM secundária progressiva EM progressiva-exacerbante ESCLEROSE MÚLTIPLA Diagnóstico: História clínica: 2 ou + surtos neurológicos c/ envolvimento da substância branca Exame clínico neurológico Exame do LCR: gamaglobulinas e proteínas RNM cérebro/medula: placas de desmielinização Potenciais evocados (visuais, auditivos ou somatosensoriais) latência e distúrbios de condução ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA Prognóstico: Alta morbidade, baixa mortalidade EM recorrente-remitente e progressiva secundária têm melhor prognóstico Fatores associados c/ prognóstico favorável: Surgimento com apenas um sintoma Surgimento antes dos 40 anos de idade Bom estado neurológico após cinco anos ESCLEROSE MÚLTIPLA Tratamento médico: Imunossupressores (reduzir resposta imunológica) Medicamentos p/ espasticidade, toxina botulínica e ttt cirúrgico Medicamentos p/ dor, fadiga, tremor, depressão 21/11/2012 4 ESCLEROSE MÚLTIPLA Tratamento de reabilitação: Exame e avaliação: Estado cognitivo (MMSE) Funcionamento afetivo e psicossocial Integridade sensorial Dor (EVA) Avaliação visual e integridade nn. cranianos Avaliação postural e da ADM ESCLEROSE MÚLTIPLA Tratamento de reabilitação: Exame e avaliação: Função motora: Sinais corticospinhais: déficit motor, tônus, reflexos, sinal de Babinski Sinais cerebelares: ataxia, tremor intencional, nistagmo, desequilíbrio postural, disartria Disfunção vestibular: tontura, vertigem, embaçamento visual ESCLEROSE MÚLTIPLA Tratamento de reabilitação: Exame e avaliação: Marcha, locomoção e equilíbrio Capacidade aeróbia e resistência à fadiga Avaliação funcional (MIF) Medidas específicas da doença (Escala Expandida do Estado de Incapacidade – EDSS – e Registro Mínimo de Incapacidade – MRD) 21/11/2012 5 ESCLEROSE MÚLTIPLA ESCLEROSE MÚLTIPLA Cuidados com a pele; dessensibilização; estimulação sensorial ESCLEROSE MÚLTIPLA Manejo da dor – alongamentos, exercícios de baixa intensidade, massoterapia, relaxamento, hidroterapia ESCLEROSE MÚLTIPLA Manejo da espasticidade – alongamentos, MIA rítmica e lenta, órteses, Bobath, FNP ESCLEROSE MÚLTIPLA Fadiga – estratégias de conservação de energia, manutenção exercício de baixa intensidade c/ intervalos maiores de repouso e condicionamento cardiorrespiratório ESCLEROSE MÚLTIPLA Paresia – fortalecimento leve a moderado (fadiga); exercícios funcionais; FNP 21/11/2012 6 ESCLEROSE MÚLTIPLA Ataxia – Exercícios de Frenkel, treino de marcha e equilíbrio, biofeedback ESCLEROSE MÚLTIPLA Estimulação cognitiva; Orientações; Cuidadores. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Doença progressiva com degeneração dos neurônios motores da medula, tronco cerebral e córtex cerebral ELA: Processo degenerativo esclerótico dos NM das porções laterais (corno anterior) da medula espinhal + sistema piramidal, levando a fraqueza e atrofias musculares (amiotrofia), associadas a fasciculações e espasticidade. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Incidência: 0,6-2,6:100.000 habitantes Maior prevalência entre 55-75 anos, homens 2:1 Associada à morte num período de 3 a 4 anos 1º sintoma: mais de 80% neurônios já foram perdidos 21/11/2012 7 Etiologia: Desconhecida (90%); Herança autossômica dominante ligada ao gene SOD1(10)% Associação de fatores genéticos, ambientais e endógenos, mediada por múltiplos mecanismos (fatores inflamatórios e imunológicos) ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Fisiopatologia: Lesão inicial morte neuronal liberação de óxido nítrico e outras substâncias tóxicas lesão das células vizinhas Causa genética: mutação do SOD1 acúmulo de radicais livres mesmo mecanismo ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Manifestações clínicas: Sinais de lesão do NMS: Lesão nos tractos corticoespinais e corticobulbares Sinais de lesão do NMI: Lesão do corno anterior da medula e núcleos dos nervos cranianos Não há lesão de raízes ou nervos periféricos, nem alterações sensitivas! ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Manifestações clínicas: Sinais de lesão do NMS: Espasticidade, hiperreflexia, clônus, Babinski + Sinais de lesão do NMI: Paresia, atrofia, fasciculações ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Manifestaçõesclínicas: Classificação: Bulbar, Cervical, Torácica ou Lombar (início): Bulbar: Bulbar (NMI): Disfagia, atrofia e fasciculação da língua Pseudobulbar: (NMS): Disartria, hiperreflexia mandibular, labilidade emocional ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA 21/11/2012 8 ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Manifestações clínicas: Classificação: Bulbar, Cervical, Torácica ou Lombar (início): Cervical: Paresia MMSS Atrofia Fasciculações Hiperreflexia Comprom. respiratório (diafragma) ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Manifestações clínicas: Classificação: Bulbar, Cervical, Torácica ou Lombar (início): Torácica: Paresia tronco Fasciculações Comprom. respiratório (intercostais) ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Manifestações clínicas: Classificação: Bulbar, Cervical, Torácica ou Lombar (início): Lombar: Paresia MMII Atrofia Fasciculações Hiperreflexia ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Diagnóstico: Clínico Sinais de lesão do NMS e NMI em diferentes regiões concomitantes Exames complementares: RNM craniana e cervical; ENMG dos membros (denervação + fasciculações); Hemograma, função renal e hepática estão normais na ELA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Diagnóstico: ELA definitiva – NMS e NMI em 3 regiões ELA provável – NMS e NMI em 2 regiões ELA provável com suporte laboratorial – NMS e NMI em 1 região ou NMS + sinais eletroneuromiográficos de denervação ELA possível – NMS e NMI em 1 região ELA suspeita – NMS ou NMI em 1 região ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA 21/11/2012 9 Tratamento médico: Suporte e prevenção de complicações Assistência ventilatória invasiva Medicamentos p/ espasticidade, depressão, agitação/insônia, salivação excessiva, constipação intestinal, Riluzol* (reduz deterioração neuronal) ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Considerar um paciente traqueostomizado e/ou em UTI ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Tratamento de reabilitação: Exame e avaliação: Estado emocional e psicossocial Disatria, disfagia Função muscular respiratória (ventilômetro e manuvacuômetro) ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Tratamento de reabilitação: Exame e avaliação: Dor devido à imobilidade Trofismo muscular Avaliação da ADM Função motora: paresia de membros e tronco, fasciculações, espasticidade, hiperreflexia ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Tratamento de reabilitação: Exame e avaliação: Marcha, locomoção Capacidade aeróbia e resistência à fadiga Avaliação funcional (MIF) Medidas específicas da doença: Escala de avaliação funcional da ELA (ALSFRS); Exame neuromuscular quantitativo de Tufts (TQNE); ALS Severity Scale (ALSSS) e ALS Health State (ALSHSS) ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA INTERVENÇÕES Prevenir atrofia e paresia por desuso e manter o condicionamento físico sem causar lesões ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA 21/11/2012 10 Mobilidade e trofismo - alongamentos, exercícios de baixa intensidade, hidroterapia ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Função respiratória – Threshold, espirômetro de incentivo, exercícios aeróbicos leves, cinesioterapia respiratória, VNI ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Manejo da espasticidade – alongamentos, MIA rítmica e lenta, órteses, Bobath, FNP ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Fadiga (menos intensa que na EM) – estratégias de conservação de energia, manutenção exercício de baixa intensidade c/ intervalos maiores de repouso e condicionamento cardiorrespiratório ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Paresia – fortalecimento leve (paresia grave); exercícios funcionais; FNP ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Orientações; Cuidadores. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA 21/11/2012 11
Compartilhar