Buscar

ENFERMIDADES MICOTICAS

Prévia do material em texto

22/03/2014
1
ENFERMIDADES MICÓTICAS:
ASPERGILOSE E MICOTOXICOSES
Prof. Lilian Arantes
ASPERGILOSE - INTRODUÇÃO
� Doença respiratória
� SNC, olhos e sistema digestório
� Gênero Aspergillus
� Infecção: inalação de esporos ou contaminação
dos ovos durante a incubação
ASPERGILOSE – DISTRIBUIÇÃO E OCORRÊNCIA
� Aspergillus spp. : solo, ar, água, plantas e animais
� Distribuição mundial
� Poucas exigências nutricionais
� Condições propícias: 30°C e 80% UR
� Avicultura: cama de aviário, ninhos e matérias-
primas da ração
ASPERGILOSE - PATOGENIA
HospedeirosHospedeirosHospedeirosHospedeiros: : : : 
� Todas as espécies de aves
� Principalmente até 10 dias de idade (forma 
aguda) e a partir de 3 a 4 semanas (forma 
crônica)
� Imunossupressão
� Homem
ASPERGILOSE - PATOGENIA
DisseminaçãoDisseminaçãoDisseminaçãoDisseminação e e e e transmissãotransmissãotransmissãotransmissão::::
� Principalmente pelo ar (esporos e fragmentos
de hifas)
� Contaminação dos ovos: superfícies e fômites
� Ovos trincados ou sujos: facilidade
� Água, ração e cama
ASPERGILOSE - PATOGENIA
FatoresFatoresFatoresFatores predisponentespredisponentespredisponentespredisponentes à à à à transmissãotransmissãotransmissãotransmissão de de de de 
aspergiloseaspergiloseaspergiloseaspergilose::::
� Cama: materiais e manejo de reutilização
� Desinfecção das instalações, equipamentos e 
máquinas do incubatório (fungicidas)
� Ração ou matéria-prima
� Falhas na biosseguridade
22/03/2014
2
ASPERGILOSE – FORMAS CLÍNICAS
AspergiloseAspergiloseAspergiloseAspergilose respiratóriarespiratóriarespiratóriarespiratória ouououou pulmonarpulmonarpulmonarpulmonar::::
� Pneumonia micótica
� Forma mais clássica
� Pode ocorrer alta mortalidade (50%)
� Consequência: ascite
ASPERGILOSE – FORMAS CLÍNICAS
ASPERGILOSE – FORMAS CLÍNICAS
AspergiloseAspergiloseAspergiloseAspergilose ocular ocular ocular ocular ouououou oftalmiteoftalmiteoftalmiteoftalmite::::
� Comum
� Lesões unilaterais com exsudato caseoso
� Pode ser consequência da aspergilose
pulmonar
� Diagnóstico diferencial: Laringotraqueíte
infecciosa, Coriza infecciosa e deficiências
nutricionais
ASPERGILOSE – FORMAS CLÍNICAS
AspergiloseAspergiloseAspergiloseAspergilose nervosa nervosa nervosa nervosa ouououou encefaliteencefaliteencefaliteencefalite::::
� Torcicolo ou ataxia
� Isolamento viral: cérebro e cerebelo
� Consequência da forma pulmonar
ASPERGILOSE – SINAIS CLÍNICOS
� Principal: dificuldade respiratória
� Dispnéia, tosse, espirro, corrimento nasal
� Forma ocular: secreção ocular e placas
caseosas sobre o globo ocular
� Piora de indíces zootécnicos
ASPERGILOSE–ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS
LesõesLesõesLesõesLesões macroscópicasmacroscópicasmacroscópicasmacroscópicas::::
� Nódulos caseosos esbranquiçados nos pulmões, 
sacos aéreos, cérebro e cerebelo
� Presença de exsudato mucóide nos pulmões, 
sacos aéreos e traquéia
� Olhos: opacidade, exsudato caseoso ou nódulos
22/03/2014
3
ASPERGILOSE–ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS
ASPERGILOSE–ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS
ASPERGILOSE-ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS
LesõesLesõesLesõesLesões microscópicasmicroscópicasmicroscópicasmicroscópicas::::
� Nódulos ou placas caseosas (hematoxilina e 
eosina): áreas necróticas eosinofílicas, 
mageadas por macrófagos, linfócitos e tecido
fibroso
� Podem ser observadas estruturas fúngicas
(micélio)
ASPERGILOSE - DIAGNÓSTICO
IsolamentoIsolamentoIsolamentoIsolamento e e e e identificaçãoidentificaçãoidentificaçãoidentificação do do do do agenteagenteagenteagente::::
� HistóricoHistóricoHistóricoHistórico: sinais clínicos + ausência de resposta a 
antibioticoterapia
� NecropsiaNecropsiaNecropsiaNecropsia: lesões com nódulos caseosos
� CultivoCultivoCultivoCultivo: 
� Nódulos em placas de Petri
� Meio de cultura: Ágar Sabouraud
� Incubação a 31 – 35°C por 48 a 120 horas
� IdentificaçãoIdentificaçãoIdentificaçãoIdentificação: : : : 
� gênero = características das colônias
� espécie = conidióforos (região branca da colônia) 
ASPERGILOSE - DIAGNÓSTICO
ASPERGILOSE - TRATAMENTO
� Tratamento: difícil e inviável economicamente
(elevado custo de drogas antifúngicas)
22/03/2014
4
ASPERGILOSE – PREVENÇÃO E CONTROLE
� Programas de limpeza e desinfecção
� Utilização de desinfetantes com ação sobre
fungos
MonitoramentoMonitoramentoMonitoramentoMonitoramento
� Exames rotineiros: fômites, cama, resíduos, 
água, ração e matéria-prima
Propriedades Glutaraldeído Formol Cloro
Amônia
Quaternária
Bactericida + + + +
Fungicida + + - +
Viricida + + + +
Esporicida + + + -
Toxicidade ++ ++++ + -
Ação em matéria orgânica + + - -
Tabela – Propriedades dos desinfetantes mais utilizados 
Fonte: Adaptado OIE (1986)
ASPERGILOSE – PREVENÇÃO E CONTROLE
ASPERGILOSE – PREVENÇÃO E CONTROLE
� Implementação de antifúngicos em locais com 
possibilidade de contaminação
� Propionato de cálcio, violeta de genciana, 
sulfato de cobre, propilenoglicol, nistatina, 
anfotericina B, ácidos orgânicos
MICOTOXICOSES NA AVICULTURA
MICOTOXICOSES - INTRODUÇÃO
� Descritas: avicultura em escala industrial
� Micotoxinas: metabólitos tóxicos secundários
de fungos
� Produção de micotoxinas: sobrevivência e 
perpetuação da espécie
MICOTOXICOSES - INTRODUÇÃO
� 50.000 espécies de fungos
� 200 espécies produzem micotoxinas
� Principais efeitos: imunossupressão, 
carcinogenicidade e teratogenicidade
� Prejuízos econômicos: piora do desempenho, 
falhas vacinais, associação com outras
enfermidades, perda nutricional dos grãos
22/03/2014
5
MICOTOXICOSES - INTRODUÇÃO
� Fungos encontrados em grãos no Brasil: 
Fusarium spp., Penicillium spp. e Aspergillus
spp.
� Presença do fungo x micotoxinas
� Ausência de fungos x micotoxinas (toxina
persiste após a eliminação do agente)
� Produção de micotoxinas depende do 
substrato: preferência por carboidratos - milhomilhomilhomilho
MICOTOXICOSES - INTRODUÇÃO
MICOTOXICOSES - INTRODUÇÃO
MicotoxicosesMicotoxicosesMicotoxicosesMicotoxicoses agudasagudasagudasagudas::::
� Ingestão de altas doses de micotoxinas por curto
período
� Rápida deterioração do estado geral do animal, 
perda de apetite e mortalidade
MicotoxicosesMicotoxicosesMicotoxicosesMicotoxicoses crônicascrônicascrônicascrônicas::::
� Ingestão de baixas doses de micotoxinas por longo
período
� ↓ desempenho: dificuldade no diagnóstico
� Imunossupressão
INTRODUÇÃO
MicotoxinaMicotoxinaMicotoxinaMicotoxina FungoFungoFungoFungo
Aflatoxina * Aspergillus sp
Zearalenona Fusarium sp
Ocratoxina * Penicillium sp e Aspergillus sp
Fumonisina Fusarium moniliform
Tricotecenos * Fusarium sp
PrincipaisPrincipaisPrincipaisPrincipais micotoxinasmicotoxinasmicotoxinasmicotoxinas e e e e fungosfungosfungosfungos produtoresprodutoresprodutoresprodutores::::
* imunossupressoras
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
� Maior importância no Brasil
� Aspergillus flavus e A. parasiticus
� Grãos e cereais: milho, trigo, cevada, arroz, 
sorgo, etc
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
EfeitosEfeitosEfeitosEfeitos: : : : 
� Inibição da síntese protéica: proteínas
plasmáticas (globulinas e albumina)
� Capacidade de ligação ao DNA: potencial
carcinogênico, teratogênico e mutagênico
22/03/2014
6
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
EfeitosEfeitosEfeitosEfeitos::::
� Ação na síntese hepática de gorduras
� Acúmulo de gordura no fígado: coloração
amarelada, petéquias e áreas hemorrágicas
� Infiltração gordurosa generalizada e hiperplasia
das células dos ductos biliares
� Lesões na moela
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
EfeitosEfeitosEfeitosEfeitos::::
� Fragilidade vascular: hemorragias
generalizadas eenterite hemorrágica
� Imunossupressão: suscetibilidade a doenças
resposta vacinal
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
� Baixas concentrações nos músculos e ovos
(baixo risco a saúde humana)
� Legislação permite: 50 ppb de aflatoxinas em
produtos e subprodutos agrícolas
MICOTOXICOSES - AFLATOXICOSE
FormasFormasFormasFormas clínicasclínicasclínicasclínicas::::
� Dose de aflatoxina e tempo de exposição
� Aguda: disturbio hepático, anorexia, icterícia e 
hemorragias múltiplas, alta mortalidade
� Crônica (mais comum): piora do desempenho, 
carcinomas hepáticos, atrofia da brusa de 
Fabricius e timo (imunossupressão) 
22/03/2014
7
MICOTOXICOSES - OCRATOXICOSE
� Produzidas por Aspergillus spp. e Penicillium
spp.
� Condições ideais: 20 a 30°C e 39% de UR
MICOTOXICOSES - OCRATOXICOSE
EfeitosEfeitosEfeitosEfeitos::::
� Piora do desempenho
� Maior consumo de água (lesão renal): umidade
da cama
� Problemas locomotores
� Sindrome da má-absorção: inibição da síntese
protéica (enzimas)
� Imunossupressão
MICOTOXICOSES - OCRATOXICOSE
� Fígado: aumento de volume e friável
� Rins: aumento de volume e pálidos
� Bursa de Fabricius: menor tamanho
MICOTOXICOSES - TRICOTECENOS
� Produção por várias espécies de fungos
� Mais importante: Fusarium spp.
� Grupo de mais de 30 toxinas
� Tipo A (TTTT----2222) e tipo B (deoxinilvalenol ou
vomitoxinavomitoxinavomitoxinavomitoxina)
MICOTOXICOSES - TRICOTECENOS
EfeitosEfeitosEfeitosEfeitos::::
� Potentes irritantes para pele e mucosas: severa
inflamação e necrose
� Piora do desempenho (↓CR)
� Inibição da síntese protéica
� Lesões hepáticas
� Lesões na mucosa do TGI
� Imunossupressão: tamanho da bursa e baço
MICOTOXICOSES - TRICOTECENOS
22/03/2014
8
MICOTOXICOSES - ZEARALENONA
� Ácido com propriedades estrogênicas (suínos: 
indução de cio e vulvovaginites)
� Produção: Fusarium spp.
AçãoAçãoAçãoAção contraditóriacontraditóriacontraditóriacontraditória emememem avesavesavesaves: : : : 
� Trabalhos mostram ausência de efeito, piora e 
melhora no desempenho de aves (dosagem, 
sexo, idade…)
�
MICOTOXICOSES - FUMONISINA
� Produzidas por Fusarium moniliforme e outras
espécies de fusarium
� Milho
� Associada à leucencefalomalácia equina, 
edema pulmonar suíno e câncer hepático em
ratos
� Não ocorre efeito de adsorventes
MICOTOXICOSES - FUMONISINA
EfeitosEfeitosEfeitosEfeitos::::
� Piora no desempenho
� Aumento do tamanho do fígado, proventrículo e 
moela
� Atrofia de timo
� Necrose hepática
� Imunossupressão
� Problema: interação (sinergia e antagonismo)
Prevenção: Prevenção: Prevenção: Prevenção: 
� Plantio de cultivares mais resistentes 
� Atendimento às recomendações de época de plantio
� Comprar as matérias primas dentro dos padrões de qualidade 
� Amostrar e analisar os ingredientes (controlar armazenamento) 
� Armazenar grãos com o teor de umidade adequado (U<13%); 
� Evitar a formação de bolsões de umidade dentro dos silos
� Promover a higiene e a limpeza regular das instalações da 
fábrica, das granjas e dos meios de transporte; 
MICOTOXICOSES – CONTROLE E PROFILAXIA
MICOTOXICOSES – CONTROLE E PROFILAXIA
� UsoUsoUsoUso de de de de ácidosácidosácidosácidos orgânicosorgânicosorgânicosorgânicos: : : : 
� ↓ pH, inviabilizando o crescimento fúngico
� UsoUsoUsoUso de de de de adsorventesadsorventesadsorventesadsorventes: : : : 
� Eficiência
� Aluminossilicatos

Continue navegando