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Periodização Periodização é o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para o treinamento, de acordo com os objetivos intermediários e perfeitamente estabelecidos, respeitando-se os princípios científicos do treinamento desportivo (DANTAS, 2003; TUBINO; MOREIRA, 2003). Barbosa et al. (2004), em pesquisa preliminar, visando fundamentar a elaboração de critérios de identificação e avaliação dos modelos de periodização, levantaram os seguintes aspectos a serem considerados: • Ser específica quanto à estrutura; • Estar direcionada a um tipo de atividade; • Atender ao calendário; • Distribuir as cargas; • Possuir formato de macro, meso e microciclos; • Atender as exigências do desporto; • Ser condizente no nível de excelência do atleta; • Contemplar os objetivos; e • Adequar-se ao momento do plano de expectativa. Azevedo (2005) Aprofundou os estudos e definiu os critérios de classificação dos modelos de periodização, agrupando-os em: • Abrangência; • Aplicabilidade; • Adequabilidade: • Estrutura da periodização; • Organização da variação das cargas. Zakharov e Gomes (1992, p. 232) afirmam, sobre a estrutura da periodização, que “sem estar apoiado numa ideia clara de estrutura de preparação elaborada, não é possível dirigir efetivamente o processo de treinamento”. Portanto, para que se pudesse avaliar a estrutura da periodização, esta foi categorizada em três níveis: • Completa; (Preparação; Competição; e Transição). • Adaptada; (uma ou duas estruturas acima). • Indefinida. (não ser identificada a forma de estruturação da periodização). As referências bibliográficas disponíveis apresentam quase dez diferentes elementos de carga, tais como: volume; intensidade; densidade; duração; frequência; natureza dos exercícios; duração e natureza dos intervalos de repouso; número de repetições; e magnitude do estímulo (BOMPA, 2002; FORTEZA; RIBAS, 1988; MANSO et al., 2002; SOUZA; ZUCAS, 2003). Verkhoshansky (1990), afirma que os índices gerais mais utilizados de carga de treinamento são o volume e a intensidade. Dantas (2003), quando afirma que um dos princípios científicos fundamentais do treinamento esportivo é a interdependência entre o volume e a intensidade. Os critérios observados para avaliação da modulação das cargas são três: • Variação de predominância; cargas de acordo com o princípio científico de interdependência entre volume e intensidade, ou seja, as cargas começam de uma forma e se invertem durante o macrociclo. • Predominância de volume; Durante todo o macrociclo, as cargas de volume são superiores à de intensidade. • Predominância de intensidade. Durante todo o macrociclo, as cargas de intensidade são superiores à de volume. Ou seja, o objetivo desse tipo de estresse decorrente do treinamento não é causar doença ou algum tipo de dano. A resposta do organismo ao estresse ocorre por meio de ações coordenadas entre cérebro, glândulas, hormônios, sistema imunológico, coração, musculatura esquelética, sangue e pulmões, o que permite a adequação no fornecimento de oxigênio (O2) e de energia, bem como aumentos de força e de resistência muscular, resistência à dor, acuidade mental, além de uma proteção temporária contra infecções. Representa, sim, um mecanismo evolutivo conservado, pelo qual as células se defendem contra mudanças abruptas e adversas do meio ambiente, adaptando-se positivamente a elas (WELCH, 1993). Resumo dos Princípios de Treino Os efeitos de um treinamento se devem aos aspectos quantitativos e qualitativos dos estímulos. Os aspectos quantitativos podem ser mensurados e estimados por meio do controle das variáveis a seguir: • Volume, duração e número (quantidade) de estímulos por sessão de treinamento – dependem do tempo, da duração e da distância percorrida em quilômetros ou metros; • Duração – se um estímulo isolado ou uma série de estímulos; • Frequência do treinamento – número (quantidade) de unidades de treinamento por dia ou por semana. Os aspectos qualitativos podem ser estimados por meio das seguintes variáveis: • Intensidade de um estímulo isolado (percentual do desempenho máximo) – depende da carga, da velocidade de execução e da variação do intervalo de recuperação entre os estímulos; • Densidade – ou seja, a frequência com que um atleta executa uma série de estímulos por unidade de tempo; é a relação temporal entre a fase de carga e a recuperação; • Amplitude do estímulo – descreve o nível da intensidade de trabalho e a sua variação em relação à velocidade média nos diferentes períodos do exercício. Efeitos da aplicação das cargas de treinamento Efeitos imediatos: São os efeitos produzidos logo após a aplicação das cargas de treinamento (unidade de treino): eles são medidos pelo grau de fadiga local e geral, e desaparecem em períodos de tempo diferenciados, de acordo com o nível da atividade muscular realizada. Assim, os efeitos imediatos são indicadores para a ordenação das unidades de treino, de forma a produzir as adaptações necessárias, desde que seja aplicado o princípio fundamental de treinamento relacionado à alternância e à variabilidade das cargas. Efeitos da aplicação das cargas de treinamento Efeitos tardios: Os efeitos tardios são dependentes da carga (tipo e intensidade) do treinamento realizado e estão associados aos períodos necessários para que ocorra a adaptação das estruturas corporais (músculos, ligamentos, tendões, ossos etc.) ao estímulo de treinamento. Esses efeitos estão condicionados ao tempo necessário para reverter as alterações que ocorrem nos diferentes órgãos, como é o caso da estrutura contrátil do músculo ou do sistema cardiovascular (GRANELL; CERVERA, 2003); Efeitos da aplicação das cargas de treinamento Efeitos acumulados: Os efeitos acumulados representam um aspecto fundamental para o planejamento do treino, portanto, nada mais são do que o acúmulo dos efeitos positivos dos diferentes ciclos de treino com o objetivo de promover benefícios em médio e longo prazos. Esses efeitos geralmente são obtidos ao final de cada período de treinamento, especificamente ao final de cada mesociclo ou mesmo macrociclo do plano anual de treino (GRANELL; CERVERA, 2003).
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