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COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Margarida Kunsch Professora: Ana Condeixa Organização: Órgão (empresas, instituições ou entidades); Unidade ou entidade social, na qual as pessoas interagem entre si para alcançar objetivos específicos; Diversas modalidades de agrupamentos de pessoas que se associam intencionalmente para trabalhar, desempenhar funções e atingir objetivos comuns, com vistas em satisfazer alguma necessidade da sociedade. Organização - entidade social “Um agrupamento planejado de pessoas que desempenham funções e trabalham conjuntamente para atingir objetivos comuns” (KUNSCH, 2003, p. 23) As organizações fazem parte da vida do indivíduo desde que nasce, e durante a sua existência depara-se com um vasto contingente de organizações: hospitais, escolas, empresas, igreja, clubes entre outros. Instituições: São vistas como organizações que incorporam normas e valores; Uma estrutura formada por pessoas que possuem um conjunto de crenças, valores, idéias e comportamentos comuns. Tipologia das Organizações: 1- Atividades que desenvolvem: produtoras de bens de consumo ou produtos Prestadoras de serviços 2- Atuação/abrangência: Locais Regionais Nacionais Multinacionais 3-Propriedade: Pública – 1º setor Privada – 2º setor ONG’s – 3º setor Comunicação nas organizações É a comunicação que ocorre dentro (da organização) e a comunicação entre ela e seu ambiente que (a) definem e determina as condições da sua existência e a direção do seu movimento” (Thayler, 1976, p. 120) A comunicação organizacional, como objeto de pesquisa, é a disciplina que estuda como se processa o fenômeno comunicacional dentro das organizações no âmbito da sociedade global O sistema comunicacional é fundamental para o processo das funções administrativas internas e do relacionamento das organizações com o meio externo. Processo comunicacional das organizações: fonte, codificador, canal , mensagem, decodificador e receptor; Trata-se de um processo relacional entre indivíduos, departamentos, unidades e organizações; Comunicação – Interferências e condicionamentos variados Barreiras – ruídos: • Gerais: mecânica, fisiológica, semântica e psicológica; • Com. Organizacional: pessoais, administrativas, excesso e a sobrecarga de informações e as informações incompletas e/ou parciais Níveis da Comunicação Organizacional: Intrapessoal – se passa dentro do indivíduo enquanto este adquire, processa e consome informações; Interpessoal – comunicação entre indivíduos, como as pessoas se afetam mutuamente, se regulam e controlam uns aos outros; Organizacional/ ou grupal - trata-se das redes de sistemas de dados e fluxos que ligam entre si os membros da organização e esta com o meio ambiente; Tecnológico – utilização dos equipamentos mecânicos e eletrônicos, nos programas formais para produzir, processar e distribuir informações. Redes: 1- Comunicação Formal - é a procede da estrutura organizacional. Exemplo: publicações empresariais, site da empresa, relatórios etc.; 2- Comunicação Informal – emerge das relações sociais entre as pessoas. Exemplo: conversa, a livre expressão do pensamento, as manifestações dos trabalhadores etc.; Fluxos: • Descendente – comunicação de cima de baixo, da alta cúpula para os funcionários; • Ascendente – de baixo para cima; • Horizontal – a comunicação ocorre no mesmo nível Comunicação Integrada: “Uma filosofia que direciona a convergência das diversas áreas, permitindo uma atuação sinérgica. Pressupõe uma junção da comunicação institucional, da comunicação administrativa, da comunicação mercadológica e da comunicação interna” Margarida Kunsch É necessário que haja uma ação conjugada das atividades de comunicação que formam o composto da comunicação organizacional; Na atuação conjugada de todos os profissionais da área; Situação Ideal: “Não há conflitos entre as diversas atividades: há somatória em benefício do cliente”, Margarida Kunsch. Segundo Margarida Kunsch, a comunicação integrada permite a uma organização se relacionar com seu universo de público e com a sociedade em geral. Por isso, não se deve isolar as modalidades comunicacionais. Comunicação Administrativa é aquela que se processa dentro da organização, no âmbito das funções administrativas; é a que permite viabilizar todo o sistema organizacional, por meio de uma confluência de fluxos e redes. Segundo Cândido Andrade, comunicação administrativa pode ser definida como “o intercâmbio de informações dentro de uma empresa ou repartição, tendo em vista sua maior eficiência e o melhor atendimento ao público”. Comunicação Mercadológica é responsável por toda a produção comunicativa em torno dos objetivos mercadológicos, tendo em vista a divulgação publicitária dos produtos ou serviços de uma empresa. Está vinculada diretamente ao marketing de negócios. A comunicação mercadológica ou de marketing se encarrega, portanto, de todas as manifestações simbólicas de um mix integrado de instrumentos de comunicação persuasiva para conquistar o consumidor e os públicos-alvo estabelecidos pela área de marketing. Comunicação Mercadológica: • Marketing; • Propaganda; • Promoção de vendas; • Feiras e exposições; • Marketing direto; • Venda pessoal; • Merchandising. Comunicação Institucional é a responsável direta, por meio da gestão estratégica das relações públicas, pela construção e formatação de uma imagem e identidade corporativas fortes e positivas de uma organização. A comunicação institucional está intrinsecamente ligada aos aspectos corporativos institucionais que explicitam o lado público das organizações, constrói uma personalidade com credibilidade organizacional e tem como proposta básica a influência político-social na sociedade onde está inserida. A comunicação institucional objetiva conquistar simpatia, credibilidade e confiança, realizando, como meta finalista, a influência político-social. Fazer comunicação institucional implica em conhecer a organização e compartilhar seus atributos (missão, visão, valores, filosofia e políticas), e não uma simples divulgação institucional e de marcas. Comunicação Institucional: Relações Públicas; Assessoria de imprensa; Imagem corporativa; Publicidade institucional; Marketing social; Marketing cultural; Editoração multimídia TECII Comunicação mercadológica: mercado – venda; Comunicação institucional: imagem da organziação TECII A comunicação nas organizações: 1- Comunicação com o público interno; 2- Comunicação com o público externo; Comunicação Interna: seria um setor planejado, com objetivos definidos, para viabilizar toda a interação possível entre a organização e seus empregados, usando ferramentas de comunicação institucional e mercadológica. A comunicação interna corre paralelamente com a circulação normal da comunicação que perpassa todos os setores de organização, permitindo seu pleno funcionamento. A comunicação interna é uma ferramenta estratégica para compatibilização dos interesses dos empregados e da empresa, através do estímulo ao diálogo, à troca de informações e de experiências e à participação de todos os níveis.Uma comunicação interna participativa, por meio de todo o instrumental disponível (murais, caixa de sugestões, boletins, terminais de computador, intranet, rádio, teatro etc.), envolverá o empregado nos assuntos da organização e nos fatos que estão ocorrendo no país e no mundo. A comunicação interna não pode ser algo isolado do composto da comunicação integrada e dos conjuntos das demais atividades da organização. Sua eficácia irá depender de uma trabalho de equipe entre as áreas de comunicação e recursos humanos, a diretoria e todos os empregados envolvidos. Comunicação Externa Forma de comunicação entre a instituição e seus diversos públicos: clientes, usuários, consumidores, fornecedores, concorrência, governo entre outros. Comunicação Empresarial Conjunto de métodos e técnicas de comunicação dentro de uma empresa, dirigido ao público interno (funcionários) ou ao público externo (clientela, fornecedores, consumidores, etc.) Histórico da Comunicação Empresarial – cap. 1 apostila O Surgimento das Relações Públicas A comunicação pensada a partir da perspectiva de uma organização é algo bem recente. O desenvolvimento das instituições obrigou os gestores a interagirem de novas formas com os públicos de interesse dessas organizações. A pressão exercida pela opinião pública foi o grande impulsionador desse processo. Assim, a história da comunicação empresarial está ligada diretamente ao nascimento da profissão do relações públicas e da Assessoria de Imprensa no início do século XX Este nascimento tem base no contexto econômico e social norte-americano do final do século XIX, especificamente nos conflitos existentes entre sindicatos de trabalhadores e grandes conglomerados industriais. O grande fiel da balança era outro ator social: a opinião pública, sendo influenciada ou exercendo a pressão sobre os dois outros lados. Capitalismo voltado para a racionalização da produção Sociedade organizada procurando informação Sindicatos lutando pelos direitos dos trabalhadores O início do século XX foi marcado pelo crescimento de meios de comunicação que combatiam a corrupção e grandes empresas, usando para o isso o sensacionalismo. Se, de um lado, a classe trabalhadora viu na comunicação uma forma de engajar a população para que validasse duas demandas, do outro os empresá- rios começaram a se unir para influenciar a opinião pública em prol dos seus interesses de classe Essas organizações eram acusadas de monopólio, criando cartéis e utilizando práticas não convencionais para eliminar pequenas empresas. Também existiam denúncias de corrupção e acordos com órgãos governamentais, tudo isso aliado aos baixos salários e às condições desumanas dos empregados. Com a deterioração da imagem, os empresários começaram a utilizar outra estratégia: a partir do relacionamento com a imprensa, divulgavam informações favoráveis que melhorassem a percepção do público. Nesse contexto, temos a figura do jornalista Ivy Lee, um dos precursores das Relações Públicas, que atuou como um “agente de imprensa”, defendendo os interesses das organizações perante a opinião pública. Ivy Ledbetter Lee é considerado por alguns como o precussor das Relações Públicas modernas. nasceu perto de Cedartown, Georgia em 16 de julho de 1877. Estudou na Universidade Emory e depois se formou Princeton. Lee trabalhou como jornalista do New York American, o New York Times, e o New York World. Ele conseguiu seu primeiro emprego em 1903 como gerente de publicidade para a União dos Cidadãos . Juntamente com George Parker, fundou a United States terceira firma de relações públicas, Parker e Lee , em 1905. A nova agência se gabava de “Precisão, autenticidade e de juros”. Eles fizeram essa parceria, depois de trabalharem juntos no Partido Democrata. A empresa Parker e Lee durou menos de quatro anos, mas o parceiro júnior – Lee – se tornou um dos pioneiros mais influentes nas relações públicas. Ele desenvolveu sua filosofia em 1906 na Declaração de Princípios, a primeira articulação do conceito de que os profissionais de relações públicas têm uma responsabilidade pública que se estende para além das obrigações para o cliente. No mesmo ano, após a 1906 Atlantic City Train Wreck, Lee publicou o que é muitas vezes considerado o primeiro comunicado de imprensa , convencer a empresa a divulgar abertamente as informações aos jornalistas, antes que eles pudessem ouvir informações de outros lugares. Quando Lee foi contratado em tempo integral pela Pennsylvania Railroad , em 1912, foi considerada a primeira pessoa das relações públicas colocado em uma posição de nível executivo. Na verdade, os arquivos revelam que ele elaborou uma das primeiras descrições do trabalho de um cargo de nível corporativo de relações públicas. Em 1919, ele fundou as relações públicas do escritório de aconselhamento Ivy Lee & Associates . Durante a I Guerra Mundial , Lee atuou como diretor de publicidade e, posteriormente, como Assistente do Presidente, a Cruz Vermelha Americana. As Relações Públicas no Brasil O marco para o surgimento das Relações Públicas no Brasil foi a criação do departamento de RP da The São Paulo Tramway Light and Power Co. Limited, no ano de 1914, mas a profissionalização do setor só se iniciou após os anos de 1950. DÉCADA CONTEXTO 1950 – Chegada de multinacionais no Brasil, com valorização dos departamentos de Comunicação. Em 1951, Criação do departamento de Relações Públicas da Companhia Siderúrgica Nacional. No ano de 1953, foi criado o curso de Relações Públicas na Escola de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas. 1954 – Criação da Associação Brasileira de Relações Públicas Período democrático, desenvolvimento da política industrial desenvolvimentista, primeiras transmissões televisivas e consolidação das agências de publicidade. 1960 – Lei 5.377, de 11 de dezembro de 1967, que tornou a atividade privativa dos bacharéis de comunicação social com habilitação em relações públicas Regime militar a partir de 1964. 1970 - Criação da Secretaria de Comunicação com status de ministério Proliferação das faculdades de Comunicação Social 1980 – Mudança na visão do setor, do simples cuidado com a imagem para um olhar integrado das ações de comunicação de uma empresa Abertura econômica e liberdade de imprensa O conceito de Relações Públicas No capítulo anterior, entendemos como a profissão foi criada e o contexto em que isso ocorreu. Sobre o seu conceito, as várias definições se encontram no que diz respeito ao relacionamento com os públicos. Lei 5.377 de 11 de dezembro de 1967 – Atividade e esforço deliberado, planificado e contínuo para estabelecer e manter a compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada e os grupos e pessoas a que esteja direta ou indiretamente ligada. Confederação Interamericana de Relações Públicas – Uma atividade sócio-técnico- administrativa mediante a qual se pesquisa a opinião e atitude do público e se empreende um programa de ação planificado, contínuo e de comunicação recíproca, baseado no interesse da comunidade e na compreensão dela para com entidades de qualquer natureza (Andrade, 1996, p. 105). As relações públicas objetivam, por meio da informação, da persuasão e do ajustamento, edificar o apoio público para uma atividade, causa, movimento ou instituição (Edward Bernays apud Andrade, 1996, p. 34). Tem como objetivo as organizações e seus públicos, instâncias distintas que,no entanto, se relacionam dialeticamente. É com elas que a área trabalha, promovendo e administrando relacionamentos e, muitas vezes, mediando conflitos, valendo-se, para tanto, de estratégias e programas de comunicação de acordo com diferentes situações reais do ambiente social (Kunsch, 2003, p.90). As funções do profissional O profissional de RP dentro das organizações assume cinco funções principais: pesquisa, assessoria e consultoria, planejamento, execução e avaliação. Pesquisa Segundo Kunsch (2003), a pesquisa na área de RP objetiva, principalmente, desvendar a opinião dos públicos com relação à organização; diagnosticar todos os cenários necessários para a ação dos setores de comunicação institucional; conhecer profundamente a organização, sua forma de comunicar e seus públicos para a construção de planos; criar projetos para demandas específicas; analisar o micro e o macroambiente, verificando quaisquer problemas que possam afetar os relacionamentos organizacionais. A pesquisa nos ajuda a buscar respostas para inúmeros questionamentos em relação à audiência (públicos) envolvida em determinado programa às ações comunicativas (mensagens, canais, receptores) e a averiguar a expectativa dos públicos, com vistas no uso da persuasão de forma científica e correta (Kunsch, 2003, p. 279). A pesquisa é uma ferramenta poderosa para identificação dos problemas e definição das estratégias organizacionais Pesquisa Como saber a percepção dos meus funcionários sobre as atuais mudanças na empresa? Como saber a opinião do publico sobre o Programa de RS da empresa? Como saber se a sociedade está entendendo a campanha da Dengue? Com a pesquisa, podemos confirmar ou refutar palpites acerca da percepção do nosso público com relação a organização, produtos ou serviços, além de elucidar questões que possam ser contraditórias. PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA PESQUISA INSTITUCIONAL Utilizada na relação com os diversos públicos da organização: colaboradores, acionistas, fornecedores, sociedade, meios de comunicação, Estado. Deseja entender a organização como um todo, desde os aspectos administrativos, financeiros, sociais, culturais, seus sistemas de gestão, políticas de recursos humanos e comunicação interna. Busca entender a opinião dos públicos com relação à organização ou fatos que estão ligados a ela. Além de mensurar o relacionamento entre as duas partes. Faz uma análise completa da situação da organização para auxiliar no planejamento estratégico. Busca entender a opinião dos públicos com relação à organização ou fatos que estão ligados a ela. Além de mensurar o relacionamento entre as duas partes. Faz uma análise completa da situação da organização para auxiliar no planejamento estratégico. Assessoria e Consultoria O trabalho de assessoria e consultoria realizado pelo relações públicas acaba focando em dois pontos principais: adequar as estratégias organizacionais às necessidades apresentadas em seus relacionamentos e fazer as mudanças organizacionais necessárias para se aproximar dos interesses dos diversos públicos. Planejamento A definição do planejamento pelo profissional de Relações Públicas será uma das principais fases para alcançar os objetivos institucionais da organização a partir do relacionamento com seus públicos. Para que ele possa ser o mais efetivo possível, é essencial que todas as suas fases sejam cumpridas. 1 Identificação da realidade situacional 2 Levantamento de informações 3 Análise dos dados e construção de um diagnóstico 4 Identificação dos públicos envolvidos 5 Determinação de objetivos e metas 6 Adoção de estratégias 7 Previsão de formas alternativas de ação 8 Estabelecimento de ações necessárias 9 Definição de recursos a serem alocados 10 Fixação de técnicas de controle 11 Implantação do planejamento 12 Avaliação dos resultados O planejamento estratégico permite às organizações encontrar o melhor caminho para o direcionamento de suas atividades, tendo por base as oportunidades e as ameaças detectadas no ambiente externo, o reconhecimento de suas competências essenciais, vantagens competitivas internas e externas e a sua capacidade de planejar, pensar criticamente e administrar a implementação das decisões e ações elaboradas para o alcance dos resultados, cumprimento da missão e visão (KUNSCH, 2003, p. 237). Com base no texto abaixo, responda às questões: a) Qual (ou quais) tipo de comunicação foi utilizado (administrativa, interna, institucional e mercadológica)? b) Como poderíamos potencializar esta ação para que tivéssemos um reforço ainda maior de imagem? Neste capítulo, analisamos: O conceito de relações públicas; Funções do profissional de relações públicas; Conceitos e definições da Comunicação Organizacional Integrada
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