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Crime nas Relações de Consumo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO
CURSO DE DIREITO
CRIMES NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Eduarda Dal Osto de Oliveira
Caroline Ramires Moreira
Jaíne Cunha Coffy
Santa Maria, 30 de Outubro de 2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL III
PROF.: FÁBIO FREITAS DIAS
SEMESTRE: 2014/02
CRIMES NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Eduarda Dal Osto de Oliveira
Caroline Ramires Moreira
Jaíne Cunha Coffy
Santa Maria, 30 de Outubro de 2014
Introdução
O presente trabalho aborda os crimes nas relações de consumo. A Constituição Federal atual, promulgada em 1988 já previa a defesa do consumidor como uma das garantias fundamentais de todo o cidadão. Com a evolução dessa relação e o surgimento de direitos e obrigações cada vez mais evidentes no âmbito do direito do consumidor, vislumbrou-se a necessidade de uma garantia e eficácia normativa que regulamentasse essas relações de forma autônoma e sólida.
Vista essa necessidade, em 1990 foi editada a Lei 8.078 de 11 de Setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor, assim os consumidores se encontraram frente a leis concretas que não só garantiram seus direitos de forma clara e eficaz mas garantiram punição a quem os descumpria.
O esforço do trabalho é analisar os crimes nas relações de consumo previstos nesse Código, iniciando de maneira a proporcionar uma breve perspectiva sobre o desenvolvimento do direito do consumidor, logo após um estudo sobre os princípios e finalmente uma visão geral sobre os crimes e os seus aspectos essenciais apontando uma divergência decorrente da lei, duas decisões jurisprudenciais apontando opiniões diversas cominada com a posição do grupo perante tal desacordo.
Breve Histórico do Direito do Consumidor e suas garantias
Embora difícil precisar o início das movimentações consumeristas, é facilmente notável que todos somos consumidores e que a toda hora estamos exercendo nosso papel de consumo, João Batista de Almeida resume o pensamento comum desse conceito:[1: Almeida, João Batista. A Proteção Jurídica do Consumidor, 2ª Edição, Ed. Saraiva-2000, São Paulo, p. 01.]
"Independentemente da classe social e da faixa de renda, consumimos desde o nascimento e em todos os períodos de nossa existência. Por motivos variados, que vão desde a necessidade e da sobrevivência até o consumo por simples desejo, o consumo pelo consumo."
Com a evolução das sociedades primitivas para as sociedades modernas, as trocas mercantis em forma de escambo evoluíram para modernas operações de compra e venda, exatamente por isso se deu a importância da evolução das normas que regiam essas relações chegando a um ponto em que se fez necessário um manual específico de regras que versassem sobre as mais variadas formas de consumo.
Ao nascer da nova sociedade de consumo, com uma produção em ritmo elevado e consequentemente o capitalismo agressivo, instaurou-se um novo modelo social, a Sociedade de Massa ou Sociedade de Consumo, esse desenvolvimento desenfreado econômico fez com que a imposição das grandes empresas tornassem os consumidores vulneráveis e desprotegidos às práticas abusivas, fazendo com que essa nova sociedade não só necessitasse de uma legislação que resguardasse os direitos básicos do consumidor, mas ficou clara a necessidade de direitos repressivos que punissem quem descumpria ou desrespeitasse essas normas.
Em suma, essas relações antes apenas de troca, evoluíram para relações complexas e isso necessitou uma base social e segurança jurídica prontas para garantir seu usufruto das relações de consumo com seus devidos direitos resguardados e sanção a quem os descumpra.
Frente ao breve histórico, o foco do trabalho é a previsão legal dos crimes cometidos nessas relações de consumo.
A Constituição Federal de 1988 trata da defesa do consumidor no teor de seus artigos 5º XXXII, 170, V e 48:
Art. 5º - XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Art.170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor;
Art. 48 - O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.
Apesar do artigo 48 ordenar a criação do Código de Defesa do Consumidor em 120 dias, foi apenas em 11 de Setembro de 1990 que foi editada a Lei 8.078, mais conhecida como Código de Defesa do Consumidor, apresentando de maneira mais concreta e concisa as tutelas já mencionadas brevemente na Constituição Federal. 
O Código foi o resultado da busca pelo melhoramento da relação entre consumidor e fornecedor bem como nas relações que envolvem produtos e serviços. Dessa forma a que seus reflexos se dessem nos direitos e relações de consumo garantindo sempre os direitos resguardados às partes dessa relação. Representando um marco substancial no Direito Brasileiro, tornando-se um direito especializado, contendo matérias de ordem pública e interesse social.
Princípios Constitucionais que regem o Código de Defesa do Consumidor
Como primeiro instrumento para o entendimento da proteção ao consumidor, foi estabelecido os princípios constitucionais que regem o CDC.
Princípio da Dignidade: É um princípio o qual é a base para todos os demais princípios bem como para todas as normas;
Direito à Proteção à vida, saúde e segurança: Diz respeito à qualidade de vida e saúde do consumidor, pode se relacionar com serviços ou produtos nocivos ou perigosos ao consumidor, os quais devem conter advertências ou sinais de forma ostensiva que deixem o consumidor ciente dos perigos que acarretam e quais as maneiras que podem acarretar esses danos.
Princípio da Proteção e da necessidade: Esse princípio é um dos norteadores da criação do CDC pelo fato de a necessidade ser um dos fatores que levaram a instituição da presente lei, com o intuito de especializar o direito.
Princípio da Transparência: Este princípio trata do dever que o fornecedor do produto tem de fornecer o conhecimento prévio de seu material com clareza e transparência.
Princípio da Harmonização dos Interesses: Diz respeito a harmonização entre consumidor e fornecedor. É um dos objetivos das políticas nacionais de consumo.
Princípio da Vulnerabilidade do consumidor: A vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo é reconhecida pelo 4º, I e traduz todo o caráter protecionista do CDC, sua compreensão é de suma importância por ser um pressuposto para a aplicação das leis a fim de obter o resultado de salvaguardar o consumidor. Este considerado vulnerável por ser a parte mais frágil das relações de consumo tanto pelo aspecto da não obtenção de poderes como pelo aspecto econômico.
Intervenção do Estado: Prevê a intervenção do estado no mercado para a proteção do consumidor, intervindo para evitar desigualdade e injustiças, assegurando garantia, padrões dos serviços, durabilidade dos produtos e veracidade dos serviços conforme as propagandas e anúncios.
Princípio da boa-fé objetiva: É um dever de conduta do sujeito, o qual tem como características a lealdade e confiança entre consumidor e fornecedor.
Princípio do equilíbrio e da igualdade: Trata-se de um dos princípios maiores da justiça valorizado como um dos pilares fundamentais existentes no sistema de proteção contratual. Em consonância com o princípio da isonomia, deve ser assegurada a igualdade entre todos, de forma prática o fornecedor deve assegurar a todos os seus consumidores, o mesmo padrão.
Dever de informar: É um reflexo do princípio da transparência, é a base para as relações de consumo serem claras, verossímeis e respeitosas. O fornecedor deve demonstrar de forma clara e precisa o objetivo (ou serviço) contratado.
Proteção contra publicidade abusiva ou enganosa: As cláusulas abusivas nos contratos e as práticas abusivas são proibidas pelo CDC para a proteção da ordemeconômica;
Direito à modificação das cláusulas que estabeleçam prestação desproporcional: É a revisão contratual no caso de alguma cláusula ser considerada injusta ou prejudicial, este princípio reforça o direito que o consumidor possui de contestar as cláusulas abusivas mesmo tendo assinado contrato.
Direito à prevenção e reparação integral de danos materiais e morais: O princípio em tela prevê o dever de reparação e prevenção de danos materiais e morais deve ser respeitado, na prática, diz respeito ao direito de pleitear ação em juízo para garantir reparações.
Acesso à justiça: Também garantido pela CF, é a ampla proteção de acesso aos órgãos judiciários na defesa do consumidor.
Adequada e eficaz prestação de serviços públicos: Prestação de serviços públicos conforme as previsões em lei.
Inversão do ônus da prova: Apenas cabe quando for verdadeiro o alegado pelo consumidor ou quando este for hipossuficiente.
Os Crimes nas Relações de Consumo
		Vistos os princípios os quais são base para o entendimento aprofundado dos crimes nas relações de consumo, serão estudadas as previsões legais, as quais nasceram com o intuito de assegurar a efetividade das normas inibindo condutas reprováveis. O Título II do CDC que tem como título Das Infrações Penais e tem com seu objetivo maior assegurar a garantia e segurança do consumidor. Seu texto inicia no artigo 63 e se estende até o 74, é fundamental lembrar que essa previsão específica não exclui nem afasta as garantias ao consumidor previstas em leis esparsas.
		Veremos agora as 12 condutas criminalizadas, seus principais aspectos e as formas de punir criminalmente segundo a doutrina de João Batista de Almeida organizada na obra A Proteção Jurídica do Consumidor, 5ª edição, 2006, Ed. Saraiva, São Paulo.
 Omissão de dizeres ou sinais ostensivos e de alerta sobre nocividade ou periculosidade
		Previsto no artigo 63, presa pela proteção à vida, à saúde e à segurança bem como protege o direito de informação adequada e clara sobre riscos nos produtos. O sujeito ativo do crime é qualquer fornecedor que tenha o dever de informar sobre a nocividade e periculosidade dos produtos ou serviços e o sujeito passivo seria a coletividade de consumidores. 
		O tipo objetivo desse crime é omissivo puro, ou seja, pune-se a omissão e o tipo subjetivo é o dolo, ou seja, vontade livre e consciente de praticar a omissão. A consumação se dá no ato da entrega dos produtos ao mercado sem as devidas informações. Não há admissão da forma tentada neste crime.
Omissão na comunicação e de retirada do mercado
		O artigo 64 trata de dois delitos omissivos o qual não dependem do resultado para haver a punição, observam os mesmos bens protegidos do anterior (vida, saúde e segurança) e direito de receber informações adequadas.
		Essa infração prevê duas condutas omissivas, a omissão da comunicação necessária (sobre a periculosidade ou nocividade) se dá quando um produto traz determinados riscos e os responsáveis por aquele produto não comunicam às autoridades, incorrendo nas penas descritas e a segunda conduta, omissão de retirada do produto do mercado, contida no parágrafo único se caracteriza quando mediante determinação, os fornecedores se omitem de retirar os produtos do mercado. Não havendo a modalidade culposa, apenas a dolosa que é a vontade livre e consciente das omissões.
		Os sujeitos passivos são os consumidores afetados e o sujeito ativo deste crime é o fornecedor que tenha a ciência do perigo e nocividade do produto ou serviço e mesmo assim não comunica o fato às autoridades competentes.
Execução de serviços altamente perigosos
		Descrito no artigo 65, também tem como objeto jurídico tutelado os direitos do consumidor presentes no artigo 6º inciso I.
		Tem como previsão a execução de atividade perigosa que contrarie as normas ou regulamentos expedidos pelo poder público. Seus sujeitos passivos são o consumidor lesado e administração pública (atividades competentes apontadas no caput) pelo fato de suas normas serem descumpridas, caracterizados como sujeitos ativos, tanto os fornecedores quando os prestadores de serviços que contrariem as determinações de autoridades competentes. Importante ressaltar que a consumação neste crime se dá no início da execução de tal serviço e que independente do resultado lesivo dessa execução para ser punido.
		Em caso de morte ou lesão corporal ocorrerá concurso de crimes juntamente com o presente crime.
Fraude em oferta
		O dispositivo em comento, 66 do CDC, tem duas condutas tratadas, a primeira é "fazer afirmação falsa ou enganosa em qualquer modalidade de oferta" entendido como um crime comissivo, apontando características as quais o produto não possui; A segunda conduta diz "omitir dizeres relevantes sobre natureza, característica ou qualidade" é um crime omissivo que ofende o princípio o qual garante o direito à informação clara e verossímil em relação aos produtos ferindo também o direito de livre escolha.
		É importante ressaltar que no parágrafo § 1 é apontada uma terceira conduta "Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta" imputando as penas também a quem veicula a publicidade enganosa tanto na forma comissiva quanto da forma omissiva, seja custeando ou subvencionando-a.
		O sujeito passivo desse dispositivo é o consumido exposto a este tipo de oferta e o sujeito ativo é toda pessoa que anuncie as ofertas contendo inverdades ou propagandas enganosas.
		Nas 3 condutas citadas no teor do artigo, há vontade livre e consciente, ou seja, tipificando como condutas dolosas, sobre a forma culposa há controvérsias. A tentativa é de difícil realização.
Publicidade enganosa ou abusiva
		O artigo 67 da lei em tela traz a infração penal publicidade enganosa ou abusiva, constitui um ato ilícito que está descrito no CDC no teor de seu artigo 37.
		Publicidade enganosa apontada como qualquer tipo de comunicação ou informação de caráter publicitário que seja capaz de induzir o consumidor a erro nas questões de natureza, quantidade, preço, desempenho, durabilidade, segurança, tamanho, qualidade ou algum outro dado do produto.
		Entende-se como publicidade abusiva quaisquer formas de comunicação que incite a violência, medo ou superstição ou que contenha algum teor discriminatório ou vexatório e ainda que induza o consumidor a se comportar de alguma forma violenta e prejudicial à sua saúde, se aproveitando da deficiência e julgamento de crianças.
		Ambas as publicidades ferem o direito de livre escolha, o direito de correta informação e princípio da transparência. Tendo em mente a proteção contra publicidade enganosa e a efetiva prevenção de danos patrimoniais e morais.
		Com sujeito ativo deste crime, observa-se os profissionais que cuidem da criação e produção da publicidade e os responsáveis por sua veiculação nos meios de comunicação, sendo punidos com detenção de 3 meses a 1 ano e multa. O sujeito passivo é o consumidor exposto diretamente ás publicidades.
		O tipo subjetivo é o dolo direto, o sujeito passivo sabe que está promovendo de forma proibida, é prevista também a culpa sem previsão quando o sujeito não conhece as irregularidades da peça publicitária e acaba agindo com imprudência, negligência ou imperícia.
		A consumação se dá com a veiculação da peça publicitária.
Publicidade prejudicial ou perigosa
		O artigo 68 trata de forma específica dos núcleos do artigo 67, que é fazer ou promover (quem promove também responde pelo crime) informação ou propaganda que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de maneira prejudicial à sua saúde. 
		O sujeito passivo desse delito é consumidor exposto já que devido àquela publicidade pode ser potencialmente afetado e o sujeito ativo da mesma forma do dispositivo anterior, é todo profissional que cuida da criação e produção de tal peça publicitária.
		O tipo subjetivo é o dolo quando o sujeito ativo sabe e a culpa sem previsão quando o sujeito deveria saber, não se admite forma culposa.
		Caracterizado como um crime formal, ondebasta infringir os delitos para que seja punido, não são necessárias provas de que o consumidor tenha sido induzido a erro para que se puna com detenção e multa os sujeitos ativos desse delito.
		
Omissão na organização de dados
		O artigo 69 se relaciona com o artigo 36 do CDC, parágrafo único que diz: "O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem."
		Esse delito fere o princípio da transparência pelo fato de deixar de prestar conscientemente (crime doloso) as informações obrigacionais do artigo 36, ou seja, é um crime omissivo (não fazer), a pena de detenção ou multa é dirigida para quem tem o dever de guardar determinados dados fáticos que embasam a publicidade e se omitem, principalmente é o fornecedor, responsável pela veiculação e o sujeito passivo é o consumidor difusamente considerado e aquele interessa nos dados.
		A consumação deste crime é no momento em que deveria ter sido providenciada a organização e não foi. Não há punição a título de culpa.
Emprego não autorizado de componentes usados
		O dispositivo 70 incrimina a prática de, sem o consentimento do consumidor, usar peças usadas quando na reparação do produto, está interligado com o artigo 21 do CDC que imprime que na reposição e reparação, as peças deverão ser originais e novas ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante. Seu objetivo é proteger o patrimônio do consumidor.
		O sujeito ativo desse delito é o fornecedor, o prestador de serviços e o técnico da empresa que tenha utilizado peça usada sem consentimento do consumidor e o sujeito passivo é caracterizado com o consumidor que venha a ser lesionado com a conduta vedada no dispositivo.
		Neste caso, a tentativa é admitida.
Meios vexatórios na cobrança de dívida
		O artigo 71 criminaliza as condutas previstas no artigo 42 do CDC que consiste que não poderá o consumidor na cobrança de débitos, ser exposto a situações constrangedoras, exposto ao ridículo ou sofrer ameaças.
		Esse dispositivo versa a infração nas práticas abusivas e métodos coercitivos ou desleais por meio do fornecedor na cobrança de débitos mediante ao consumidor, em seu local de trabalho ou laser.
		O sujeito ativo que é punido com detenção de três meses a um ano e multa é o fornecedor que venha a efetuar cobrança mediante uso de meios vexatórios e o sujeito passivo é o consumidor que sofra qualquer tipo de constrangimento físico ou moral em seu trabalho ou laser de forma injustificada.
Impedimento de acesso a informações cadastrais
		O artigo 72 se relaciona com o artigo 43 do CDC que garante ao consumidor informações sobre dados pessoais em cadastros e registros, esse artigo ainda imprime que essas informações deverão ser claras, de fácil compreensão e sobretudo, verdadeiras.
		O ato ilícito previsto no 72 se dá quando o sujeito ativo impede o acesso do consumidor à informação.
		O tipo subjetivo é o dolo, quando é empregada vontade livre e consciente de impedir o acesso às informações, inexiste a modalidade culposa.
		O sujeito ativo desse delito é a pessoa que tem o dever de fornecer esses dados ao consumidor como arquivistas e responsáveis por banco de dados e que impede o acesso ao consumidor. O sujeito passivo é qualquer consumidor interessado nos dados a seu respeito existentes nos bancos de dados.
Omissão na correção de dados inexatos
		O crime em comento está previsto no artigo 73 e incrimina a conduta deixar de corrigir imediatamente informações sobre o consumidor em banco de dados ou fichas, o resultado disto poderá causar transtornos na vida pessoa do consumidor.
		O objetivo é proteger a honra e integridade dos consumidores bem como proteger o direito de crédito pois se há dados incorretos e inexatos nos cadastros, o consumidor pode ter o crédito negado.
		O tipo subjetivo desse crime é o dolo (sabe) e a culpa sem previsão (deveria saber).
		O sujeito ativo é o arquivista ou o responsável pela atualização desses dados e o sujeito passivo é qualquer consumidor interessado na correção de seus dados pessoas, a consumação deste crime se dá quando ocorre a recusa por parte do arquivista ou responsável pela atualização dos dados.
Omissão na entrega do termo de garantia
		Este ilícito está previsto no crime 74 e diz respeito a parte ativa (fornecedor) se abster de entregar (conduta omissiva) o termo de garantia ao consumidor (parte passiva) com todas as especificações do produto e termos de garantia.
		O objetivo é proteger o direito contratual de garantia previsto no artigo 50, parágrafo único do CDC.
		Pode acontecer o concurso de agentes entre fornecedor e comerciante quando o último entrega um termo de garantia lacunoso.
		O tipo subjetivo presente é o dolo, ou seja, vontade livre e consciente de praticar o ato, no caso o ato de omissão da não entrega do termo de garantia. Não há forma culposa.
Divergências na jurisprudência: crimes de perigo abstrato ou perigo concreto?
		Quando se trata de crimes nas relações de consumo, os tribunais brasileiros vêm tratando de maneira diversa na questão da classificação quanto à periculosidade. Algumas decisões jurisprudenciais apontam tratar-se de crimes formais, onde o perigo é abstrato, ou seja, basta infringir a norma para que ocorra o delito. Não há necessidade de prova pericial para comprovar as condições impróprias ao consumo, pois seriam presumidas desde que existam outras provas que sejam suficientes para haver convicção da prática do delito. 
		Já outras decisões, afirmam tratar-se de crimes materiais, onde o perigo é concreto, necessitando do laudo pericial como prova material para que assim se comprove o potencial lesivo e os riscos dos produtos à saúde do consumidor (jurisprudências em anexo).
		O doutrinador João Batista de Almeida (Manual de Direito do Consumidor. p. 165) traz o termo “Crimes de Perigo”, pois para ele nas condutas delituosas previstas no Código de Defesa do Consumidor não é necessário o dano ao consumidor, este não é elemento constitutivo do delito. Posicionamo-nos junto com ele ao entendermos que basta ser infringida a norma para que se tenham infrações, tratando-se então de crime formal.
		O Superior Tribunal de Justiça também entende que a melhor classificação para os crimes de consumo é dada de maneira formal e de perigo abstrato, sendo desnecessária a realização da perícia para comprovar as condições impróprias para o consumo, desde que se tenham outras provas de convencimento da materialidade do crime. 
Considerações Finais
		Embora diversos sejam os pontos divergentes entre doutrina e jurisprudência, o ponto que este presente trabalho objetivou foi a importância das previsões estudadas as quais dão garantia aos consumidores, parte vulnerável da relação de consumo. O estudo foi baseado no doutrinador João Batista de Almeida, especificamente em sua obra do estudo do direito do consumidor, A Proteção Jurídica do Consumidor, 2ª edição (2000, Ed. Saraiva, São Paulo), 5ª edição (2006, Ed. Saraiva, São Paulo) e 7ª edição (2011, Ed. Saraiva, São Paulo) pelo fato de o doutrinador tratar do direito do consumidor de uma forma didática e facilmente compreensível além de tamanha atenção e disposição para tratar de um tema tão importante.
ANEXO 1.
Exemplo de julgado que trata o crime na relação de consumo como crime material, de perigo concreto:
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE Nº 830.621- 4/01 DA 7ª VARA CRIMINAL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA. EMBARGANTE: MARCIO KRAINSKI. EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. RELATOR: DES. ANTONIO LOYOLA VIEIRA. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE - CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO - ARTIGO 7º, INCISO IX, DA LEI Nº 8.137/1990 - PRODUTO IMPRÓPRIO PARA CONSUMO - DECISÃO PROFERIDA PELA MAIORIA NO SENTIDO DA CONDENAÇÃO - VOTO VENCIDO QUE ENTENDIA PELA ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE LAUDO PERICIAL¬ EMBARGOS ACOLHIDOS. Caracterização do crime previsto no artigo 7º, inciso IX, da Lei nº 8.137/1990, dependente da realização de laudo pericial para que se verifique se o produto se encontra em condições impróprias para o consumo. Precedentes do STF e do STJ. TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos Infringentes sob nº 830.621-4/01, oposto por Marcio Krainski em face do Acórdão proferido pela Segunda Câmara Criminal nos autos da Apelação-Crime nº 830.621-4, julgada em sessão do dia 07 de março de 2013, decisão assim resumida em tira: "ACORDAM os Desembargadores integrantes da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto relatado, restando vencido o Senhor Desembargador José Mauricio Pinto de Almeida, com declaração de voto." Busca que prevaleça o voto vencido. 
O ilustre Procurador de Justiça, Carlos Alberto Baptista, manifesta parecer no sentido de parcial conhecimento do Recurso e na parte conhecida pela procedência dos embargos infringentes (fls. 234/248). 
É o relatório. 
Trata-se de Embargos de Infringentes (artigo 609, Código de Processo Penal) opostos contra a decisão que julgou improcedente a Apelação-Crime nº 830.621-4. 
A divergência é centrada na caracterização do crime previsto no artigo 7º, inciso IX, da Lei nº 8.137/1990, imputado ao Embargante pela denúncia, nos seguintes termos: "(...) No dia 27 de agosto de 2008, em horário não definido nos autos, no estabelecimento comercial denominado Distribuidora Santa Maria, localizado na Avenida Winston Churchill, 936, Pinheirinho, nesta cidade de Curitiba/PR, o denunciado MARCIO KRAINSKI, proprietário do estabelecimento, ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta, expôs à venda 41 (quarenta e TRIBUNAL DE JUSTIÇA
uma) unidades de achocolatado Galático, 09 (nove) unidades de Aquarius 510 ml, 04 (quatro) unidades de achocolatado Chokilar, 06 (seis) unidades de Green Tea 500 ml, 08 (oito) unidades de Guaraná Antarctica 350 ml, 01 (um) bacon retalho, 14 (quatorze) unidades de pepino Juriti, 58 (cinquenta e oito) unidades de biscoito Liane, 19 (dezenove) unidades de doce de leite, 08 (oito) pacotes de pirulito Leiria e 07 (sete) doces Gulosina (auto de exibição e apreensão de fls. 04), sendo que tais mercadorias encontravam-se impróprias ao consumo, já que com seus prazos de validade vencidos ou com seus dados ilegíveis ou inexistentes, como se comprova pelo laudo pericial de exame de constatação de prazo de validade de produto alimentício de fls. 10/12 dos autos." O Juízo de primeiro grau condenou o Réu pela prática do delito previsto no artigo 7º, inciso IX, da Lei nº 8.137/90 c/c o artigo 12, inciso III, da Lei 8.078/90, à pena de 01 (um) ano, 06 (seis) meses e 20 (vinte) dias de detenção, sendo mantida, por maioria de votos, a condenação e reprimenda imposta pela Segunda Câmara Criminal em grau de recurso. 
O inconformismo está a merecer guarida. 
Isso porque, ao que se verifica dos autos, a prova é insuficiente para que seja o Réu incurso na proposição legal, pois embora seja certa a autoria, não há demonstração da materialidade pela ausência de prova pericial a atestar a impropriedade para o consumo dos produtos. Não havendo, agora, outros meios de suprir tal ausência, fica prejudicada a comprovação da materialidade delitiva, que é indispensável à caracterização da infração penal em que restou incurso o Embargante. 
O fato de o laudo de fls. 14/16 atestar o prazo de validade dos produtos apreendidos, não tem o condão de, automática e necessariamente, demonstrar a sua imprestabilidade para o consumo, mas apenas denota a sua irregularidade para a venda. 
Nesse sentido, destacam-se os seguintes julgados: TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
"A capitulação prevista no artigo 7o, inciso IX, da Lei 8.137/90 que faz menção a condições impróprias para consumo, vem explicitada pelo artigo 18, § 6o, do CDC, onde seus três incisos tratam de situações diversas, que comportam tratamento também diferente. Assim é que os incisos II e III, por óbvio, exigem a constatação pericial para que se comprove a impropriedade para o consumo" (STF, 1a Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 09-05-2000, DJU 16-06-2000, grifos apostos). 
"AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO PENAL. LEI N.8.137/1990. CRIMES CONTRA A RELAÇÃO DE CONSUMO. 
MERCADORIA IMPRÓPRIA PARA CONSUMO. EXAME PERICIAL. 
NECESSIDADE. ACÓRDÃO A QUO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE TRIBUNAL. SÚMULA 83/STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça entende que, para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990 - crime contra as relacoes de consumo -, é imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias apreendidas estavam em condições impróprias para o consumo. Omissis.4. 
Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1175679/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 13/03/2012, DJe 28/03/2012, grifos apostos)" 
"HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO. ART. 7.º, INCISO IX, DA LEI N.º 8.137/90. 
Indiciamento formal após o recebimento da denúncia. constrangimento ilegal configurado. Mercadoria imprópria para consumo. perícia. Necessidade para constatação da nocividade do produto apreendido. Ordem concedida. 1. É consolidada a jurisprudência desta Corte no sentido de que constitui constrangimento ilegal o indiciamento formal do acusado após recebida a inicial acusatória. 2. Para caracterizar o elemento objetivo do crime previsto no art. 7.º, inciso IX, da Lei n.º8.137/90, referente a mercadoria"em condições impróprias ao consumo", faz-se indispensável a demonstração inequívoca da potencialidade lesiva ao consumidor final. 3. No caso, evidenciam os autos, mormente a sentença condenatória e o acórdão que a confirmou, que não houve a realização de perícia para atestar a nocividade dos produtos apreendidos. 4. 
Ordem concedida para anular o indiciamento formal do Paciente e trancar a ação penal. (HC 132.257/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 23/08/2011, DJe 08/09/2011, grifos apostos) 
"APELAÇÃO CRIME. MERCADORIA IMPRÓPRIA AO CONSUMO HUMANO. CARNE. PERÍCIA. Se a prova não esclarece o motivo por que a 
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carne estaria em condições impróprias para o consumo humano, ressaltando o laudo técnico, apenas, que se tratava de carne de procedência desconhecida, não há como reverter a solução absolutória. No caso, somente perícia, evidenciando condição natural da mercadoria de imprestabilidade ao consumo humano poderia ditar a condenação pelo tipo penal incriminado, constante do artigo 7º, inciso IX, da Lei nº8.137/90. Apelo não provido. (Apelação Crime Nº 70043238468, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marcelo Bandeira Pereira, Julgado em 11/08/2011, grifos apostos)"
"AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO PENAL. LEI N.8.137/1990. CRIMES CONTRA A RELAÇÃO DE CONSUMO. 
MERCADORIA IMPRÓPRIA PARA CONSUMO. EXAME PERICIAL. 
NECESSIDADE. ACÓRDÃO A QUO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE TRIBUNAL. SÚMULA 83/STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça entende que, para caracterizar o delito previsto no art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990 - crime contra as relacoes de consumo -, é imprescindível a realização de perícia a fim de atestar se as mercadorias apreendidas estavam em condições impróprias para o consumo. 2. Incidência da Súmula 83/STJ. 3. O agravo regimental não merece prosperar, porquanto as razões reunidas na insurgência são incapazes de infirmar o entendimento assentado na decisão agravada. 4. Agravo regimental improvido."(AgRg no REsp 1175679/RS, Sexta Turma, Superior Tribunal de Justiça, Relator: Ministro Sebastião Reis Júnior, Julgado em 13/03/2012) 
Sendo assim, verifica-se que a decisão que condenou o Réu como incurso nas penas do artigo 7º, inc. IX e parágrafo único, da Lei 8.137/90, não encontra- se em consonância com a posição dos Tribunais Superiores, merecendo reforma. 
O Supremo TribunalFederal, no informativo n.º 511, expôs que o tipo penal previsto no artigo 7º, inciso IX, da Lei n.º 8.137/1990 pressupõe a demonstração inequívoca da impropriedade do produto para o uso, malgrado se trate de crime formal, porquanto para a comprovação do elemento do tipo é imprescindível 
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perícia que ateste a imprestabilidade das mercadorias. Com base nesse entendimento, foi proferida seguinte decisão: 
"HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO. 
FABRICAÇÃO E DEPÓSITO DE PRODUTO EM CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS PARA O CONSUMO. INCISO IX DO ART. 7º DA LEI 8.137/90, COMBINADO COM O INCISOIIDO § 6º DO ART. 18 DA LEI Nº 8.078/90. CONFIGURAÇÃO DO DELITO. CRIME FORMAL. 
PRESCINDIBILIDADE DA COMPROVAÇÃO DA EFETIVA NOCIVIDADE DO PRODUTO. REAJUSTAMENTO DE VOTO. 
NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA IMPROPRIEDADE DO PRODUTO PARA USO. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS PENAL E ADMINISTRATIVA. ÔNUS DA PROVA DO TITULAR DA AÇÃO PENAL. ORDEM CONCEDIDA. 1. Agentes que fabricam e mantém em depósito, para venda, produtos em desconformidade com as normas regulamentares de fabricação e distribuição. Imputação do crime do inciso IX do art. 7º da Lei nº 8.137/90. Norma penal em branco, a ter seu conteúdo preenchido pela norma do inciso IIdo § 6º do art. 18 da Lei nº8.078/90. 2. São impróprios para consumo os produtos fabricados em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação. A criminalização da conduta, todavia, está a exigir do titular da ação penal a comprovação da impropriedade do produto para uso. Pelo que imprescindível, no caso, a realização de exame pericial para aferir a nocividade dos produtos apreendidos. 3. Ordem concedida." (HC 90779/PR, Primeira Turma, Supremo Tribunal Federal, Relator: Ministro Carlos Britto, Julgado em 17/06/2008) 
Impositiva a reforma da decisão vergastada. 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Diante do exposto, ACOLHO OS EMBARGOS INFRINGENTES, para fazer prevalecer o voto vencido e estabelecer a absolvição do Embargante. 
ACORDAM OS Senhores Desembargadores integrantes da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos em acolher os presentes Embargos Infringentes, para fazer prevalecer o voto vencido e estabelecer a absolvição do Embargante. 
O julgamento foi presidido pelo Senhor Desembargador TELMO CHEREM, com voto e como Revisor, e dele participou o Senhor Desembargador CAMPOS MARQUES, ambos acompanhando o Relator. 
Curitiba, 07 de novembro de 2013. 
Des. ANTONIO LOYOLA VIEIRA – Relator
ANEXO 2
Exemplo de julgado que trata o crime na relação de consumo como crime formal, de perigo abstrato:
Recurso Criminal de Joinville
Relatora: Desa. Marli Mosimann Vargas
RECURSO CRIMINAL. CRIME CONTRA A RELAÇAO DE CONSUMO (ART. 7º, IX, DA LEI N. 8.137/90). DENÚNCIA REJEITADA EM RAZAO DA FALTA DE LAUDO PERICIAL A COMPROVAR A MATERIALIDADE DA INFRAÇAO. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. DESPICIENDA A CONFECÇAO DE LAUDO PERICIAL. PRECEDENTES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. DENÚNCIA QUE PREENCHE OS REQUISITOS LEGAIS. RECEBIMENTO QUE SE IMPÕE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Criminal n. , da comarca de Joinville (2ª Vara Criminal), em que é recorrente Ministério Público do Estado de Santa Catarina, e recorrido Ademar Fuchter:
A Primeira Câmara Criminal decidiu, por votação unânime, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, a fim de receber adenúncia e determinar o regular processamento do feito. Custas legais.
Participaram do julgamento, realizado nesta data, o Exmo. Sr. Des. Paulo Roberto Sartorato e o Exmo. Sr. Des. Carlos Alberto Civinski.
Pela douta Procuradoria-Geral de Justiça participou o Exmo. Sr. Procurador Ricardo Francisco da Silveira.
Florianópolis, 2 de julho de 2013.
Marli Mosimann Vargas
PRESIDENTE E RELATORA
RELATÓRIO
O representante do Ministério Público da 2ª Vara Criminal da comarca de Joinville ofereceu denúncia contra Ademar Fuchter pela prática do delito definido no art. 7º, inciso IX, da Lei n. 8.137/90, assim descrito na inicial acusatória (fls. II-III):
No dia 18 de agosto de 2011, o ora denunciado, proprietário do estabelecimento comercial "Points Bar", localizado na Rua Guanabara, n. 1.528, Bairro Guanabara, nesta cidade e Comarca, mantinha em exposição, com o intuito de venda, nas dependências de seu estabelecimento comercial, um vidro contendo vinte unidades de ovos cozidos, com a tampa oxidada (enferrujada) e sem o rótulo, obrigatório por lei, informando todas as características do alimento, inclusive prazo de validade, cujo produto é impróprio ao consumo humano, nos termos do art. 18, 6º, incisos II e II doCódigo de Defesa do Consumidor.
Entretanto, o juízo a quo, com fulcro no art. 395, III, do Código de Processo Penal, deixou de receber a denúncia, considerando não haver justa causa para o exercício da ação penal, diante da ausência de laudo pericial que demonstrasse a nocividade do alimento ao consumo (fls. 113-116).
Inconformado, o representante ministerial interpôs recurso em sentido estrito, sob o argumento de que o delito em tela é formal e de perigo abstrato, prescindindo de laudo pericial acerca da impropriedade para o consumo do produto comercializado. Pugnou, assim, pela reforma da decisão combatida e consequente recebimento da denúncia (fls. 119-126).
Em contrarrazões, o recorrido requereu a manutenção da decisão combatida, por seus próprios fundamentos (fls. 139-143).
Lavrou parecer pela douta Procuradoria-Geral de Justiça o Exmo. Sr. Dr. Francisco Bissoli Filho, manifestando-se pelo conhecimento e provimento do recurso, a fim de que seja recebida a denúncia e prosseguindo-se o feito (fls. 151-155).
Este é o relatório.
VOTO
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conhece-se do reclamo e passa-se à análise do seu objeto.
Conforme relatado, depreende-se que o objeto da lide reside na necessidade do laudo pericial para atestar a materialidade do delito descrito no art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/90, a fim de que a denúncia seja recebida.
O magistrado singular, ao rejeitar a exordial acusatória, entendeu que a impropriedade do produto destinado ao consumo apenas estaria demonstrada com a presença do laudo pericial.
A conduta imposta ao réu é a descrita no art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/90, que assim dispõe:
Art. 7º. Constitui crime contra as relacoes de consumo:
[...] IX - vender, ter em depósito para venda ou expor à venda, ou de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
O tipo penal acima citado remete às disposições do art. 18, 6º, do Código de Defesa do Consumidor, a fim de se determinar o que são condições impróprias para o consumo.
As condutas elencadas nos incisos I, II e III do 6º do art. 18 do Código de Defesa do Consumidor tratam de crimes formais, segundo entendimento jurisprudencial deste egrégio Tribunal e das Cortes Superiores.
Com isso, é necessário saber se são crimes de perigo abstrato ou concreto, a fim de se auferir se há a necessidade de perícia. O art. 18, 6º, do Código de Defesa do Consumidor assim disciplina:
São impróprios ao uso e consumo :
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados , alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação ;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam (grifo nosso).
O entendimento dominante é de que nos casos que se enquadram nos incisos II, primeira parte, e III, é exigida a realização de perícia, pois se está diante de crimes de perigo concreto.
No caso dos autos, foi encontrado nas dependências do estabelecimento comercial de propriedade do recorrido um vidro contendo vinte unidades de ovos cozidos, com a tampa oxidada (enferrujada)e sem rótulo, estando em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, conforme consta na parte final do inciso II do 6º do art. 18 do Código de Defesa do Consumidor.
Nesta seara, nos incisos I e II, segunda parte, por se tratarem de crime de perigo abstrato ou presumido, a perícia é prescindível, pois basta que o agente apenas tenha em seu estabelecimento ou venda produtos nestas condições para que sejam considerados impróprios ao uso e consumo.
O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Habeas Corpus n. 90.779/PR, de relatoria do Ministro Carlos Ayres Britto, Primeira Turma - em que pese ter decidido pela imprescindibilidade da prova pericial para os casos que se enquadram no inciso II do 6º do art. 18, do CDC - levantou a possibilidade, através da Ministra Carmem Lúcia, da desnecessidade dessa prova quando se estiver diante da parte final do mesmo inciso.
Em manifestação sobre o tema, assim disse:
Para esses casos dessa parte final - porque, na verdade, esse inciso II contém duas normas -, eventualmente nós vamos poder nos deparar com alguma situação em que o próprio confronto, o próprio cotejo permita, independentemente de perícia, qualquer coisa, mas que, de toda sorte, como não é o caso, eu apenas estou acompanhando, não fechando essa matéria, eu me reservo para pensar. [...] eventualmente, posso deparar-me com o caso em que a configuração estaria já perfeitamente caracterizada, independentemente da regularização do produto. [...]
Diante dessa premissa, o entendimento predominante tanto nesta Corte quanto nos Tribunais Superiores deve ser seguido, uma vez que o presente caso trata de crime formal e abstrato, estando caracterizado o crime a partir do momento em que o réu desrespeitou as normas exigentes para a distribuição e apresentação do produto ao consumidor.
O Superior Tribunal de Justiça assim se manifestou sobre o tema:
RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO. ART. 7º, INCISO IX, DA LEI N. 8.137/90. PRODUTO IMPRÓPRIO PARA CONSUMO. PERÍCIA. DESNECESSIDADE. RECURSO PROVIDO.
1. Consoante jurisprudência consolidada nesta Egrégia Corte, o delito tipificado no art.7º, inciso IX, da Lei n. 8.137/90, é um crime formal e de perigo abstrato, ou seja, que não exige lesão ou dano, contentando-se com a mera potencialidade lesiva. 2. No caso, foi realizada uma vistoria por órgão oficiais, que atestaram a presença de 500 kg (quinhentos quilogramas) de carne bovina abatida sem inspeção e em desacordo com a legislação vigente. 3. Recurso especial provido (Recurso Especial n. 1111672/RS, rela. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma Criminal, j. 29-9-2009).
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIME CONTRA A RELAÇAO DE CONSUMO. PRODUTO IMPRÓPRIO AO CONSUMO. PERÍCIA. DESNECESSIDADE. DELITO FORMAL. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
Consoante o entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça, a conduta do comerciante que vende ou expõe à venda produto impróprio ao consumo é suficiente para configurar o delito constante do art. 7º, inciso IX, da Lei 8.137/90, sendo desnecessária a comprovação da materialidade delitiva por meio de laudo pericial, desde que existam outros elementos de convicção a respeito, como no caso, mesmo porque se cuida de crime formal, de perigo abstrato. 2. Recurso conhecido e provido para, anulando o acórdão recorrido, determinar ao Juízo singular que proceda ao trâmite regular do feito, desde o recebimento da denúncia (Recurso Especial n. 1060917/RS, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma Criminal, j. 19-3-2009).
Nesta mesma linha, colaciona-se os seguintes julgados deste egrégio Tribunal:
APELAÇAO CRIMINAL. CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO. DEPÓSITO DE PRODUTO IMPRÓPRIO PARA O CONSUMO - EM DESACORDO COM AS NORMAS REGULAMENTARES DE PRODUÇAO (ART. 7.º, INC. IX, DA LEI N. 8.137/90, C/C O ART. 18, 6º, INC. II, PARTE FINAL, DO CDC). SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. MATERIALIDADE, AUTORIA E DOLO SOBEJAMENTE DEMONSTRADOS PELO ROBUSTO CONJUNTO PROBATÓRIO CONSTANTE NOS AUTOS. PRESCINDIBILIDADE DE LAUDO PERICIAL. CONDENAÇAO QUE SE FAZ DEVIDA APENAS AO PROPRIETÁRIO DO ESTABELECIMENTO. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇAO DO PARQUET A QUO A RESPEITO DA ABSOLVIÇAO DA PESSOA JURÍDICA. TRÂNSITO EM JULGADO NESTE PONTO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Criminal n. , de São João Batista, rel. Des. Alexandre d'Ivanenko, Terceira Câmara Criminal, j. 19-4-2012).
APELAÇAO CRIMINAL. CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO. ART. 7º, INCISO IX, DA LEI N. 8.137/90. ABSOLVIÇAO. RECURSO DO ÓRGAO MINISTERIAL VISANDO À CONDENAÇAO DA ACUSADA, AO ARGUMENTO DE ESTAREM COMPROVADAS A MATERIALIDADE E A AUTORIA DELITIVAS. PROVAS BASTANTES À CONDENAÇAO. ACUSADA, PROPRIETÁRIA DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL, QUE MANTINHA EXPOSTOS À VENDA PRODUTOS SEM FISCALIZAÇAO SANITÁRIA E COMPROVAÇAO DE PROCEDÊNCIA LÍCITA, SENDO INAPROPRIADOS PARA O CONSUMO. LAUDO PERICIAL DESNECESSÁRIO PARA COMPROVAR A MATERIALIDADE DO DELITO, POR SE TRATAR DE CRIME DE PERIGO ABSTRATO. CONDENAÇAO QUE SE IMPÕE. RECURSO MINISTERIAL PROVIDO. (Apelação Criminal n. , da Capital/Estreito, rel. Des. Roberto Lucas Pacheco, Quarta Câmara Criminal, j. 16-6-2011).
PENAL. APELAÇAO CRIMINAL. CRIME CONTRA AS RELACOES DE CONSUMO(LEI 8.137/90, ART. 7º, IX). EXPOSIÇAO À VENDA DE MERCADORIA IMPRÓPRIA AO CONSUMO. NORMA PENAL EM BRANCO. CONCEITO DE MERCADORIA IMPRÓPRIA EXTRAÍDO DO ART. 18, 6º DA LEI 8.078/90. AUTORIA COMPROVADA. CRIME FORMAL. DESNECESSIDADE DE REALIZAÇAO DA PROVA PERICIAL.
- Autoria do delito demonstrada pela declaração judicial do próprio acusado que reconheceu que mantinha em depósito produto de origem animal, sem a necessária inspeção sanitária.
- O crime de expor à venda mercadoria imprópria para consumo é integrado normativamente pelo art. 18, 6º, da Lei 8.078/90.
- O art. 7º, IX, da Lei 8.137/90 encerra crime formal, de perigo abstrato, em todas as hipóteses elencadas no art. 18, 6º da Lei 8.137/90, o que torna desnecessária a realização da prova pericial para atestar a materialidade delitiva.
- Parecer da PGJ pelo conhecimento e desprovimento do recurso.
- Recurso conhecido e improvido. (Apelação Criminal n. , de Forquilhinha, rel. Des. Carlos Alberto Civinski, Quarta Câmara Criminal, j. 2-6-2011).
Por tais razões, é despicienda a comprovação, por meio de perícia, para aferir a impropriedade do produto, bastando a simples guarda em depósito para venda, nas condições acima referidas, para constituir o delito do art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/90.
Acresça-se a isso que a materialidade pode ser comprovada nos autos por meio da ficha de entrega de bens (fl. 19), termo de apreensão (fl. 45) e termos de declarações (fls. 3-10).
Diante do exposto, dá-se provimento ao recurso interposto pelo representante do Ministério Público, a fim de receber a denúncia oferecida e, por conseguinte, determinar o regular processamento do feito.
Este é o voto.
Gabinete Desa. Marli Mosimann Vargas
ANEXO 3: 
Questões acerca do tema abordado
1- A respeito dos crimes contra as relações de consumo:
(V) (Prova: MPE-SC – 2012 - Promotor de Justiça) Para caracterização de cláusula(s) abusiva(s) nos contratos decorrentes da relação de consumo é prescindível o reconhecimento da má-fé, dolo do fornecedor. Resolve-se pelo princípio da boa-fé objetiva. O contrato firmado que teve cláusula abusiva declarada judicialmente poderá ou não ser preservado.
(F) (Prova: CESPE-2012-TJ-CR-Juiz) O sujeito passivo dos crimes contra as relações de consumo é o consumidor pessoa física, considerando-se fato atípico o crime cometido contra consumidor pessoa jurídica ou consumidor por equiparação, em observância ao princípio da vedação à responsabilidade objetiva. 
(F) (Prova:CESPE-2011-DPE- MA - Defensor Público) O Direito Penal do consumidor cumpre função eminentemente preventiva; nesse sentido, faz distinção entre os crimes de dano e de perigo, havendo necessidade, nos crimes de perigo abstrato, de demonstração de que o bem jurídico esteja expostoa situação de risco como consequência da conduta do agente.
(V) O concurso de crimes se caracteriza quando o agente comete dois ou mais crimes mediante a prática de uma ou mais ações, quando do crime de execução de serviços altamente perigosos previsto no CDC resulta em morte ou lesão corporal, este agente poderá responder pelo concurso de crimes em funções destes.
(V) (Prova: MPE-SC-2012- Promotor de justiça) A responsabilidade penal em virtude da pratica de qualquer dos tipos penais do CDC pode recair, até mesmo, sobre pessoa formalmente desvinculada da pessoa jurídica fornecedora. A infração penal de omissão de informação a consumidores é crime de mera conduta, pois independe do resultado e são elementos do tipo a embalagem, invólucro, recipiente e publicidade. 
Assinale a alternativa correta:
FVVFV
VFFVV
VFFVV
FVVVV
FFVFF
Justificativas:
1.
VERDADEIRA: Os termos do art. 51, IV, do CDC é claro aos disciplinar que basta as cláusulas serem "...incompatíveis com a boa-fé ou a equidade", ou seja, não importando o dolo. 
A segunda parte da questão é o texto do §2º do art. 51 que versa: "A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes".
2.
FALSA: O sujeito passivo nos crimes contra o consumidor é o consumidor, tal qual previsto no artigo 2º (Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final) nada impede que uma pessoa jurídica seja consumidora em uma relação de consumo.
3.
FALSA: Crimes de perigo abstrato são aqueles que não exigem a lesão de um bem jurídico ou a colocação deste bem em risco real e concreto. São tipos penais que descrevem apenas um comportamento, uma conduta, sem apontar um resultado específico como elemento expresso do injusto, não havendo necessidade de demonstração de que o bem jurídico esteja exposto a situação de risco.
4.
VERDADEIRA: 
Verdadeira pelo fato de que com uma conduta, o agente ativo comete dois crimes, o crime da execução de serviços altamente perigosos previsto no artigo 66 e o resultado morte ou lesão corporal caracterizaria outro crime.
5.
VERDADEIRA: 
Conforme o artigo 75 do CDC que diz que: “Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste Código incide nas penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica ou promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.” Já a 2ª parte da questão trata sobre o art.63 do CDC, no qual afirma que a apenas a omissão já configura o crime, sendo ela cometida nas embalagens, invólucros, recipientes e publicidade (elementos do tipo), não prevendo a necessidade de qualquer resultado lesivo. Pode-se dizer que é crime de perigo abstrato.

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